Boys don't cry - Meninos não choram! - 07

Um conto erótico de Pedro
Categoria: Homossexual
Contém 1095 palavras
Data: 05/09/2013 21:08:26
Assuntos: Gay, Homossexual

Na volta molhamos o seu carro todinho, mas eu não estava preocupado com aquilo, meu pai e minha mãe iriam me dar a maior bronca quando chegasse em casa. Pedi para ele me deixar próximo a Universal, mas ele insistiu muito em me levar na porta da minha casa, então eu concordei, e assim ele fez. Deixou-me em frente ao prédio onde moro. Por educação perguntei se ele não queria entrar, ele me disse que não (felizmente). Acompanhou-me com o olhar até eu entrar na recepção do prédio e desaparecer.

Eu não teria pedido a ele para me deixar em casa caso soubesse as conseqüências disso num futuro bastante próximo...

Quando eu cheguei em casa vi que estava tudo escuro, para minha felicidade nem painho nem mainha estavam em casa. Lembrei que era o aniversario de casamento deles. Molhei o apartamento inteiro, mas fiz uma limpeza em tudo que sujei, comi alguma coisa e fui dormir, aquele dia tinha sido cheio demais para min.

Dormir como se fosse um anjo, estava cansado das provas e de tudo que estava acontecendo na minha vida. Eu esperava que meu encontro com o Gabriel no sábado prometesse. Era só isso o que eu queria.

No outro dia Cris passou no corredor e me mandou um beijo soprado, eu virei a cara para o outro lado e me dirigi para a sala de aula. As provas estavam me matando. Contei toda historia a Fabrício e a Luan, agora duas pessoas naquela escola sabiam que eu era gay.

Fabrício estava se tornando um grande amigo meu, eu o conhecia desde a 7ª serie e cada vez mais ele ia se tornando especial para min. Mas ainda não era um “melhor amigo”, para uma pessoa ser meu melhor amigo a gente tinha que ter intimidade suficiente para dizer “eu te amo” e fazer um gesto de carinho, em público ou em particular. Eu era (e ainda sou) um pouco seleto nas amizades.

Eu contabilizava oito melhores amigos, eles correspondiam as minhas características desejadas em um “melhor amigo”, confiança, espírito de fraternidade... E a eles eu contava toda a historia, a maioria era heterossexual, mas sempre souberam conviver muito bem comigo.

Na sexta, quando Eu, Fabrício e Luan saiamos da escola para ir ao Midway vi que o carro do André estava estacionado em frente a escola, eu não queria falar com ele, pois eu sabia que ele queria algo a mais comigo, e eu não queria nada, exceto sua amizade.

Para chegar a parada do ônibus tínhamos que passar justamente ao lado de onde o carro do André estava estacionado. Quando estávamos passando justamente ao lado da 4x4 ele buzinou o carro a abaixou o vidro.

- Para onde os mocinhos estão indo? Disse ele rindo.

- Pra casa da mãe de Pantanha*, disse Fabrício. Ele parecia não ter gostado do André.

- Desculpa meu amigo, mas é que a gente está querendo um passeio mais particular, desculpa mesmo. Disse eu ao André.

- Tudo bem, mas se vocês quiserem eu posso levá-los!

- Não precisa não, a gente vai só. Disse Fabrício.

Ele não respondeu nada, apenas subiu o vidro e deu partida no carro. A gente continuou andando.

- Gostei dele não. Disse Fabrício.

- Deu para perceber né galado? Esse homem... sei não vice Fabrício! Exclamou Luan.

- Vamos mudar de assunto gente? Disse eu.

- É bom mesmo!!! - Falou Fabrício – Esse André tem alguma coisa que não me cheira bem.

- Falou a mãe de santo. Disse Luan. Todos riram.

Pegamos um táxi para ir ao Midway Mall, apesar de eu não ser fã daquele shopping, mas gostava de uma casa de jogos que tinha lá. Quando chegamos ao Midway fomos direto para essa casa de jogos eletrônicos, dançamos naquela maquina de dança (éramos péssimos). Quando estávamos jogando um jogo de tiro onde o objetivo era matar Dinossauros (tipo Resident Evil, só que com Dinossauros) vejo pelo canto do olho que André vem chegando perto de nós.

- Adoro esse jogo. Disse ele.

Eu mirei a arma que era usada como controle diretamente na testa do André. E sorri.

- É impressão minha ou você seguiu a gente até aqui? Disse Fabrício se aproximando dele.

- Não, eu vinha para cá mesmo, todos vem para cá quando não têm o que fazer.

- Pois a gente tem! Exclamou Fabrício, afetado.

- Desculpa se eu estou atrapalhando vocês...

- Não está não pow – abaixei a arma mirada na testa do André; enquanto conversávamos os Dinossauros devoravam meu personagem – É que, como eu disse, a gente quer uma diversão somente entre amigos.

- Me desculpa, eu queria falar com você pessoalmente.

Nesse momento o celular toca, era Gabriel. Eu atendi:

- Oi Gabriel.

- Oi Pedro, tow com saudades desse homi galado. Sábado ainda está de pé não é mesmo?

- Está sim pow, tow ansioso, com saudades até. Disse eu.

- Beleza boy, então as 19:00 na praça de alimentação do Natal Shopping, que tal?

- Tudo bem, valeu.

- Tchau. Disse Gabriel, e finalizou a chamada.

André fez uma cara de quem comeu e não gostou e disse:

- Você ainda está na onda desse boy não é mesmo?

- Estou sim, agora mais do que nunca. Provoquei.

- Tudo bem então, desejo sorte para você – Fabrício pigarreou alto – Estou de saída.

- Pronto, já matamos esse Dinossauro, falta só os do jogo. Dizendo isso Fabrício apontou para André, que só fez dar as costas e sair.

Fomos para casa, Fabrício e Luan iam dormir lá. No caminho, assim como no meu quarto eu não parava de pensar no meu encontro com o Gabriel, finalmente esse encontro ia acontecer. “O que ele me guardava?”

Sábado chegou e me deixou em suprema euforia, acordei cedo para estudar com meus amigos, Luan e Fabrício já estavam na cozinha quando eu acordei. Eles conversavam acaloradamente com painho e mainha, pareciam que se conheciam há séculos, foi bom ver meu pai com um sorriso no rosto. Aquela alegria foi contagiante.

Pela manhã fomos jogar futebol e vôlei. Eu não era muito bom na pelada*, mas gostava da ideia de me exercitar, ou seja, correr atrás da bola e quase nunca tocar nela. Já no vôlei eu poderia dizer que era um pouco melhor. Ainda naquele dia consegui acertar uma boa bolada na cara do Luan, eu adorava fazer isso. (espírito ruim =])

Continua...

* Mãe de pantanha: É uma bruxa "devoradora de homens" algo do tipo.Ela oferece aos homens duas noites de prazer: na primeira, ela materializa a mulher dos sonhos eróticos do freguês; a segunda é com ela mesma. E ela tem uma espécie de segredo. É uma referência ao filme " O homem que desafiou o Diabo".

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Comentários

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Demais. Já vi que o André é um louco.

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Demais. Já vi que o André é um louco.

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