Paixão Inesperada IV

Um conto erótico de Edu S.
Categoria: Homossexual
Contém 1935 palavras
Data: 07/09/2013 00:17:42
Assuntos: Homossexual, Gay

– Edu? Acorda!

– que foi heim?

– rsrs, acorda. Desculpa eu ter dormido. To indo nessa.

Me sentei na cama coçando os olhos e era três da manhã. O Ricardo estava com a cara de sono mais linda do mundo.

– vai embora nada. Dorme aí.

– minha mãe deve ta preocupada.

– não está. Eu mandei um sms pra ela.

– rsrs, você se passou por mim?

– rsrs, você estava dormindo tão gostoso que eu fiquei com pena de te acordar.

– você tem escova de dente extra?

– tenho. Ta no armário do banheiro.

– ta. Eu vou ficar, mas volta pro teu quarto, senão vou embora.

– ta, eu volto. Ah, tem pijama no closet, pega lá e fica mais a vontade.

– tudo bem.

Fui pro meu quarto e me deitei. Ele entrou e pediu o pijama. Mostrei onde ficava e ele ia saindo do meu quarto com o pijama em mãos.

– vai aonde?

– dormir no outro quarto pra você poder descansar.

– imagina, a cama é grande. E não vou deixar você dormir naquela cama não.

– o que é que tem?

– deixa de ser chato e deita logo, to que não me aguento de sono e você também.

– rsrs, ta. Você não quer deixar eu dormir lá porque já sou íntimo dessa cama aqui rsrs.

– garoto esperto. Deita.

Ele vestiu o pijama e se deitou de costas pra mim, ele não parava quieto e nem eu. Tava calor e me levantei pra ligar o ar.

– vai aonde?

– ligar o ar só. Pega a manta, vai ficar gelado.

– ta.

Eu voltei pra cama e ele se virou de frente pra mim. Ele veio chegando mais perto e meu coração começou a disparar.

– se cobre Edu, ta só de cueca, vai ficar com frio.

– não precisa. To acostumado.

– perdi o sono.

– rsrs, percebi.

A essa altura meu sono já tinha ido embora. Ele se virou de novo e eu fiquei admirando aquele garoto lindo que em tão pouco tempo me conquistou de uma forma apaixonante. Comecei a prestão atenção em seu corpo e notei uma marca de mascença na nuca.

– você tem uma marca de nascença na nuca.

Ele ainda de costas passou a mão e disse que seu pai e irmão também tinham.

– é bonitinha, dá um charme rsrs.

– minha mãe brinca dizendo que meu pai nunca vai precisar pedir DNA rsrs.

– hahaha. Sua mãe parece ser gente boa.

– os dois são. Quando me assumi, não foi fácil. Mas eles aos poucos foram entendendo.

– que bom.

Estar com ele era uma sensação maravilhosa. Estar com ele na mesma cama e não pensar em sexo era contra minha própria natureza. Sempre estive com homens com o único propósito de fuder, mas com ele era diferente.

O Rico se mexeu e esticou o braço pra trás na tentativa de se coçar. Eu achei graça e nesse momento tive um ataque de atrevimento.

– tira a mão que eu coço pra você.

– no meio das costas.

– ta.

Com as costas da mão fui passando devagar em movimentos circulares.

– passa a unha. – ele disse.

Fiz o que ele pediu e ele suspirou.

– ta melhor Rico?

– ta coçando ainda.

– tira a camisa do pijama, melhor.

Ele se sentou e tirou jogando a camisa nos pés da cama. Sem me olhar, ele se deitou de costas de novo. Eu sorria baixinho com a situação e sem perguntar me atrevi a coçar de novo. Fiz do mesmo jeito e quando passei a unha ele se arrepiou por inteiro.

– quer que eu pare?

– você quer parar?

– posso continuar?

– com toda certeza.

Com as duas mãos em suas costas o acariciava de forma carinhosa. Cheguei mais perto e comecei a massagear seus ombros. Ricardo pela idade tinha um corpo bem desenvolvido, ombros largos, uma bunda redondinha e empinada. Fazia o tipo garoto de praia. Era um garoto no corpo de homem. Um garoto que estava despertando em mim uma gama de sentimentos jamais explorados. Sua voz forte lutava com seu jeito de menino e era justamente esse jeito que me encantava.

Apertei seus ombros e ele segurou minha mão se virando de frente pra mim. Ficamos nos encarando e entrelacei seus dedos nos meus. Ele me olhava como se tivesse esperando algo a mais que um simples entrelaçar de dedos.

– com medo de que? – ele disse quebrando o silêncio.

– de nada. Você é lindo garoto.

– obrigado, você também é muito bonito.

– eu sei rsrs.

– haha, convencido. Sabe que eu estava morrendo de vontade de te ver de novo.

– eu também. Desde o primeiro dia que a gente se viu, eu não paro de pensar em você.

– eu queria ter te ligado, mas não podia. Eu me formo esse ano e tava muito corrido. E não seria bom pras minhas notas rsrs.

– rsrs, eu ia te distrair?

– ia sim, e muito. Olha onde eu estou agora, deitado contigo na cama imaculada. Isso me renderia notas baixas na certa.

– cama imaculada? Hahah. De certa forma é verdade. Mas podia ter ligado, eu fiquei com medo de não te ver de novo.

– engraçado isso. Você não se lembra de mim. Eu frequento a boate há uns seis meses e sempre te vi.

– rsrs, desculpa, mas é muita gente. Mas te vejo agora e se me pernitir, quero te ver sempre.

– todo dia?

–todo dia.

– posso vim aqui?

– sempre.

Ele sorriu e eu me derreti todinho. Logo eu, um homem desse tamanho, me derreter com um sorriso, era novo pra mim, tudo que eu estava sentindo. Ele acariciou meu rosto e se aproximou.

– você é um homem lindo Edu.

– você também. Você é lindo, meigo, carinhoso.

– posso te fazer uma pergunta?

– pode sim.

– o que você tem com o Robson?

Quando ele perguntou eu fiquei espantado. Como ele sabia? Continuei olhando pra ele e decidi ser sincero.

– já tive. A gente se relacionou por um tempo, mas nunca ouve nada além de sexo. Isso sempre ficou claro entre a gente. Depois a gente nunca mais teve nada, só a mesma amizade de sempre. Só que esses dias rolou um lance.

– ele veio aqui?

– não. E ele nunca esteve na cama imaculada rsrs.

– rsrs, bom mesmo. Como eu te disse, sou bom em observar. Um vez eu estava na boate e vi vocês dois conversando. Eu não te via como hoje, entende?

– sim, você não me enchergava como homem.

– isso. Eu estava dançando e me virei. Acabei vendo vocês no bar e ele te falou alguma coisa no seu ouvido e você sorriu bem safado. Ele subiu e você foi logo atrás. Na hora eu achei engraçado, vocês pareciam dois adolescentes aprontando. Mas agora, não acho mais graça não.

– não precisa se preocupar. Juro. Ele é meu melhor amigo e patrão. Ele ama a esposa. Mas também gosta de dar suas escapadas.

– eu quero muito ficar contigo. Desde o primeiro dia que a gente conversou.

– eu sei e te entendo. Eu só fico meio preocupado com a nossa diferença de idade. Querendo ou não são onze anos. Eu tenho medo que a sua família não aceite.

– você é um homem experiente, eu sei disso. E isso me chamou a atenção em você. Sua maturidade e ao mesmo tempo meio garotão. Acho legal isso. Eu não me importo com a diferença de idade, você vai poder me ensinar muitas coisas, pensa nisso rsrs.

Ele disse com um sorriso malandro e um olhar de quem esperava algo de mim. E eu o beijei. Me aproximei e o beijei de um jejto que eu desconhecia. Um beijo apaixonado, carinhoso e muito longe de ser safado. Era um beijo com gosto de quero mais e sem pressa pra acabar, eu não queria mesmo sair dalí. Eu estava entregando a ele o melhor de mim. Ele passeava as mãos pelo meu corpo na tentativa de me descobrir. Engraçado foi não me sentir excitado. Eu o beijava e sentia algo além de desejo carnal. O desejo pelo sexo ficou em segundo plano, pois com ele era tudo diferente. Finalizei o beijo com selinhos por todo o seu rosto. Ele apertava minha nuca forte e mordiscou meu lábio.

– beijo bom. – ele disse me abraçando e beijando meu peito.

– bom é estar aqui contigo.

– bom é saber que pra você eu não sou um qualquer. Bom é estar ocupando um lugar importante na tua vida. Mas bon mesmo é ser digno da cama imaculada hahah.

– hahaha. Você sem dúvida não é um qualquer e é digno sim da cama imaculada. Sabe que eu nunca trouxe ninguém aqui. Eu sempre chegava e levava direto pra lá. Depois que tudo acabava, eu vinha dormir aqui e trancava a porta.

– rsrs, e se alguém te assaltasse seu doido.

– nunca pensei nisso rsrs. Só sei é que nunca acordei com alguém em casa.

– até hoje né?

– claro, até hoje.

Ele se levantou e eu fiquei olhando pra ele em pé, imaginando o que ele ia fazer. Quase tive um treco.

– desculpa Edu, mas eu só aceitei o pijama porque fiquei sem graça de recusar. Mas eu gosto de dormir só de cueca.

– hahah, meu Deus, como você é lindo. Deita aqui vem. E era só ter falado, eu estou sem.

– ah, sei lá. Mas agora que sou íntimo, acho que posso rsrs.

– você pode tudo seu bobo.

Ele deitou com a cabeça no meu peito e ficou me acariciando. Eu massageava seu cabelo e aos poucos ia sentindo seu corpo pesar sobre o meu. O Ricardo dormiu em questão de minutos e eu alí com ele nos meus braços. Sentir ele tão perto era a melhor coisa do mundo. Eu não sabia o que viria pela frente, mas eu não me importava. Por ele eu queria ser uma pessoa melhor e ser o melhor pra ele. Por ele eu queria ser tudo o que ele queria que eu fosse.

– dorme Edu. Descança.

– pensei que já tinha domido.

– cochilei.

– você tem aula que horas?

– só a noite. Mas amanhã ou hoje no caso, não tenho aula.

– eu não trabalho também. Fica comigo? Dorme comigo de novo? Você precisa pedir permissão?

– não, só avisar onde eu vou. E me pedindo desse jeito eu fico sim. Acho que vai ser bom pra gente. Pra gente se conhecer melhor.

– vai sim. Então vamos dormir. Quando a gente acordar, eu tevo pra casa e você pega uma roupa pra vim pra cá. To muito feliz por você estar aqui.

– eu também. E pode ter certeza que eu quero estar aqui tanto quanto você quer que eu esteja. To adorando.

– to adorando também. Olha, eu prometo não te decepcionar. Palavra de homem.

– e eu prometo confiar em você, palavra de garoto rsrs. Adoro quando você me chama de garoto.

– rsrs, obrigado pela confiança. E vamos dormir meu garoto rsrs.

– vamos sim, boa noite.

– boa noite.

Meu peito foi usado como travesseiro a noite toda pela primeira vez na vida. E era ótimo, incrível.

Eu fiquei um tempo pensabdo se a gente não estava indo rápido demais, mas as coisas quando acontecem com natiralidade e sem complicação têm que ser aproveitada. Eu tinha a chance de ter alguém com quem dividir minha vida e confesso que estava adorando. A diferença de idade podia ser um ponto a favor, como ele mesmo disse, eu poderia ensinar a ele várias coisas, mas o engraçado – era eu que estava aprendendo com ele. Aprendendo a me doar a alguém e deixar esse alguém retribuir.

Afaguei seu cabelo e senti o cheiro dos seus cabelos. Sua pêle macia encostada na minha era surreal. Eu estava apaixonado, completamente.

Ele suspirou alto, mas dormia feito um anjo. O meu anjoContinua...

Muito obrigado pelos comentários e aos que não comentam, mas lêem, obrigado também.

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Comentários

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Ai que lindo, cara continua logo, pois seu conto é maravilhoso.

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Fofura total essa parte. Que lindo esse brotar do amor.

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