Pois é galera linda, chegou ao fim! Mas não fiquem tristes, bom, espero que esse capítulo respondam suas perguntas, a do Junnior sobre com quem ele vai ficar e se eles estão juntos até hoje.
Estou preparando um bônus pra vocês, peguei todas as musicas da trilha sonora que o Leonardo tinha escolhido, e estou hospedando em zip junto com a história original e um pdf com algumas correções, espero que gostem!
Sem mais delongas, vamos ao conto!...
Ps: Qualquer dúvida deixem nos comentários que eu respondo no bônus.
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As coisas lá por casa melhoraram muito depois que eu me assumi. Agora poderia levar o Gabriel para namorar na sala, sair com ele, beijá-lo na rua, no shopping, em todos os lugares. A primeira coisa que fiz foi por uma foto sua em meu Orkut, sob o titulo de “O meu amor”.
No começo houve um alvoroço entre meus amigos, as pessoas diziam que jamais esperava aquilo, mas 99% das pessoas aceitaram numa boa, e para quem não aceitou aquilo ou deixou alguma mensagem pejorativa eu deixo um grande “Vá para a puta que te pariu!”
O André veio conversar comigo, disse que ainda me amava, não iria negar, mas que não faria mais nada entre nosso relacionamento. Depois de um mês ele começou a namorar o Fabrício, sim o próprio, aquele que não gostava do André, na verdade era um amor bem escondidinho. Eu tinha certa desconfiança de que o Fabrício era gay, mas resolvi não falar nada, até que ele me apareceu com essa noticia. O relacionamento deles vai bem até hoje.
Augusto começou a namorar a Luciana, formaram um bom casal, mas Saulo, Ricardo e Luan continuaram encalhados. Mas sempre ficando com alguma garota ali ou aculá, pelo menos Saulo e Ricardo, Luan é daqueles nerds que só pensam em estudo, acho que um dia ele vai arranjar a mulher ideal, quem sabe né?
A festa fim de ano foi na casa de praia do André, todos comeram muito, dançaram e curtiram as férias no litoral. Foi o melhor natal da minha vida, bem diferente do anterior.
Como o pai do Gabriel é medico ele acabou por gerar um grande amor pela profissão. Estudou oito horas por dia lá na Califórnia e passou em ultimo lugar em medicina, ficamos muito felizes. Meu amor é um futuro medico.
Continuei com meu curso de História, depois quero fazer Filosofia, Ciências Sociais e Ciências Políticas, já o Gabriel quer apenas crescer no ramo da oftalmologia. Augusto faz Turismo, Ricardo passou em Artes e Saulo ainda está tentando (ele nunca foi muito de estudos), Luan faz Filosofia, e constantemente vamos debater lá em casa. Gabriel também tem um grande gosto pela arte de pensar com racionalidade.
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O carro ia rápido na estrada, estava escuro, precisávamos parar em algum lugar para dormir. Tínhamos viajado o dia inteiro, estávamos perto do nosso destino, Patu, no interior do estado. Era eu quem dirigia, o Gabriel apenas dormia no banco detrás do carro. Finalmente avistei uma pequena cidade, parei o carro em um posto e fui abraçar o Gabriel lá atrás.
- Acorda amor, vamos pegar um quarto aqui.
Ele resmungou e se mexeu.
- Hei eu estou louco de vontade de ter uma transa louca dentro desse carro, para fazê-lo balançar todinho e todo mundo perceber que tem dois frescos fazendo “o que não devem” aqui dentro.
Ele abriu o olho bem rápido, fingia que esta dormindo, sorrio e disse:
- E o que te impede?
- Sua calça.
- Não por isso. Disse ele.
Transamos ali no carro (para compensar a vez que não transamos no carro, lembram?), transamos dentro do quarto, quando acordamos e quando chegamos finalmente a Patu. Ele tinha um fogo miserável, e eu idem.
Em Patu tem uma serra, conhecida como Serra do Lima, é muito bonito, íamos subir lá. Pense numa cidade quente, o clima era quente e seco, esta me sentindo em Brasília, meu nariz doía só em respirar.
Chegamos a serra no finalzinho da tarde, começamos a subir. Eu já tinha ido ali em uma passeio da escola, e recentemente fui novamente em um passeio da universidade, a serra é muito bonita quando vista de cima, por isso escolhi aquele lugar para viajarmos. =]
A serra era muito difícil de subir, era cansativo, e o hidrogênio no ar era rarefeito. Estávamos pingando suor, meu nariz doía muito, Gabriel olhou para mim no meio do caminho e disse:
- Pense numa serrinha galada de subir.
- Essa é viu...
- Nossa! Fazia muito tempo que eu não usava essa palavra “galado”, eu gostava de usa-la com meus amigos lá nos EUA, depois que eu ensinei o significado ninguém literal ninguém mais quis que eu a usasse, até explicar o significado simbólico.
Sorrimos.
No meio do caminho havia um santuário. Como era dia de semana não havia ninguém ali, procuramos loucamente um lugar que tivesse água, encontramos pequenos potes de barro nas laterais do santuário, resguardavam uma água amarela, era água benta. Antes que o Gabriel bebesse a água eu disse:
- Hei isso é água benta, na idade media a Igreja Católica jogava ela em cima dos homossexuais que iam ser queimados na fogueira, para que os demônios responsáveis pela homossexualidade saíssem de seu corpo.
Gabriel bebeu a água, nada aconteceu, depois eu fiz o mesmo.
Finalmente chegamos ao topo da serra. A paisagem lá era surreal, estávamos presenciando o por do sol do topo do mundo, era possível ver a cidade bem pequenininha a direita, o sol se pondo a esquerda e a frente o mundo, víamos outras serras, cobertas por uma bruma quase mística, era como ver a terra media, existia uma beleza ali que jamais poderia ser pronunciada por meras palavras, ou por fotos, somente quem presenciasse poderia sentir a magia que aquele lugar proporcionava.
Só havia silêncio ali, mesmo um barulho que você fizesse seria inibido pelo silêncio quase divino do lugar, era muito bonito. Sentamos e olhamos o horizonte, dava pra ver o mundo de cima, era uma visão única.
- Será que o futuro será tão belo quanto isso? Perguntou Gabriel.
- Não sei, muitas coisas ainda podem acontecer. Disse eu.
- Espero que nada muito ruim. Desejou Gabriel.
O futuro ainda resguardava muita coisa para Eu e o Gabriel, nossa história não acabava ali, eu sabia disso. Ele falou:
- Eu não quero nunca te perder.
- Nem eu. Disse Eu.
Ele olhou para mim, estava chorando graciosamente.
Dei um beijo em sua boca, senti sua língua explorando a minha, tateando meus lábios, foi como se fosse à primeira vezDepois olhamos para frente, eu chorei também, esquecendo é claro, que meninos não choram.
Fim :D