Minha História, minha luta, minha glória 12

Um conto erótico de Dr. Friction Fiction
Categoria: Homossexual
Contém 5541 palavras
Data: 08/09/2013 12:07:59
Última revisão: 08/09/2013 13:09:53

Eu fiz aquilo que podia, abracei Otávio e deixei ele chorar no meu peito, por uns bons cinco minutos. Eu o conhecia a dois anos, mas nunca fomos íntimos, nem nada. Relação profissional, mesmo, orientador-aluno, nada demais. Mas ver ele daquele jeito me deu um aperto tão grande no peito! Era como se o que aconteceu naquele dia tivesse mudado tudo pra mim. Eu tinha admitido pra mim que era, pelo menos, bissexual, que estava perdidamente apaixonado pelo Gehardt, que não me dava bola, apesar de termos uma boa amizade.

Mas o Otávio tinha tocado uma parte de mim que eu não conhecia, uma vontade louca de proteger, de nunca mais deixar nenhum mal acontecer a ele.

Depois, assim que ele se recompôs, eu o soltei, mas continuei segurando sua mão. Então tomei coragem e perguntei ao psicólogo, que tinha assistido tudo calado:

- Dr. me diz uma coisa- eu falei com medo- o senhor acha que tudo bem eu continuar próximo ao Otávio? Será que podemos continuar a nos ver?

- Sinceramente, não vejo porque não- ele disse- você parece fazer bem a ele. Você ficou com medo de ter causado o surto, mas ao meu ver, foi o contrário. Quando vocês começaram a ter relações sexuais, Otávio relaxou e saiu do surto.

Nessa hora eu devo ter ficado mais vermelho que um tomate, porque o dr. Antônio deu um sorriso sem graça. Otávio realmente deve ter contado TUDO pra ele! Espero que não tenha sido com muuuitoos detalhes! Mas, enfim, ele disse:

- Não se envergonhe, meu caro- Otávio também deu um sorrisinho sem graça e apertou minha mão- eu sou profissional e nada que for dito aqui sairá daqui. Agora, eu fico preocupado com apenas uma coisa. Otávio me falou que trabalha onde você estuda. E que você e ele somente recentemente se descobriram sexualmente atraídos pelo mesmo sexo. Se não conseguirem gerenciar essas duas questões, terão muitos conflitos pela frente.

- É verdade. Eu já me sentia atraído por homens antes, mas nunca admiti- eu falei- já o Otávio...

- Ele foi o primeiro, dr. Antônio- ele falou olhando para o psicólogo- mas eu já estava interessado nele faz um tempo, e naquele dia queria conversar com ele sobre isso. Só conversar...

- Eu sei, Otávio, você me contou- o médico disse- bem, vocês terão que lidar com isso. E ir descobrindo as coisas aos poucos, juntos. Mas eu sugiro que façam o seguinte: se conheçam melhor primeiro. Como amigos. Se a atração sexual falar mais forte, evitem o quanto puderem, até que ambos tenham absoluta certeza de que é isso que querem. Especialmente você, Otávio. Penso que pode estar jogando sua carência, seus medos em cima do Donovan, e estar confundindo as coisas. Mas isso, só o tempo pode dizer.

- Nós vamos seguir seus conselhos, Dr.- eu disse- vamos com calma.

- Eu não acho que estou me confundindo, mas não posso negar que é preciso ir pisando em ovos, devido a tudo o que aconteceu- falou Otávio- eu vou continuar vindo aqui, uma vez por semana, pra fazer um acompanhamento, Donovan.

- Acho ótimo- falei. Nessa hora, meu estômago roncou alto- perdão, eu estou com fome! Nossa, que mal educado que eu sou!

- Não se preocupe, isso é normal!- falou Otávio- eu também estou ficando azul de fome!

- Tudo bem, vocês podem ir- disse Antônio- mas tomem cuidado, OK? Boa tarde!

Nos despedimos e saímos. Fomos até o shopping, mas não entramos, já que Otávio tinha receio se sermos vistos por alguém conhecido, e eu também. Belém é um ovo, todo mundo sempre se encontra! Ele deu a volta por trás do shopping e fomos por uma Travessa que dava na entrada de trás do shopping e ele parou em frente a um prédio largo, de dois andares. Era branco e bonito, e tinha símbolos que eu não conhecia pintados na fachada. Era um restaurante, pelo movimento que vi.

- Que lugar é esse? Não conhecia- eu falei- é um restaurante, certo?

- Sim, é. Servem comida vegetariana aqui- ele disse fazendo uma carinha de quem tinha medo de eu não gostar- é um restaurante Hare Krishna, na verdade.

- Hum, que diferente!- falei sorrindo- sabia que eu fui vegetariano por um mês? Hahahaha!

- Sério? Mas só um mês?- ele me perguntou enquanto me conduzia à mesa- porquê esse vegetarianismo relâmpago, Donovan?

- Eu sou apaixonado por animais, muito mesmo!- falei sentando- tenho um casal de cães, mas sempre tive coelhos, galinhas, periquitos australianos, peixes, enfim, quase tudo! Só nunca tive gatos, apesar de ser apaixonado por eles. Então deixei de comer carne por respeito às pobres vaquinhas, mas um mês depois já estava passando mal, meu pai me pediu pra voltar a comer, etc.

- Você precisa consultar um nutricionista antes de parar de comer carne- ele falou, com o cardápio na mão- eu já não como há uns três anos, nem sinto falta. Sou biólogo, sabia?

- Sério? Pensei que fosse pedagogo!- perguntei- como foi virar orientador?

- Você sabe que a escola é do meu tio, né?- ele falou sem graça- foi na base do Q.I., é claro.... "quem indique"!

- Bom, com Q.I. ou não, você é um profissional competente e isso é o que importa- falei- você manda bem.

- Obrigado. Eu estou fazendo uma pós em psicopedagogia pra ajudar- ele falou- se você gosta tanto assim de animais, deixa eu adivinhar... Quer cursar Medicina Veterinária, acertei?

- Sim! E biologia também!- rimos da coincidência- que você vai pedir?

Bem, eu não vou narrar o papo todo, mas posso dizer que foi muito agradável. Tentei não tocar no assunto, mas ainda estava preocupado com o "recalque" do Otávio e com o possível estupro na infância. Precisaríamos lidar com isso uma hora ou outra, fato. Mas não seria naquela hora.

Depois, ele me deixou em um local o mais próximo possível da escola e de lá foi pra lá, pra pegar pelo menos o fim da tarde de trabalho. Eu esperaria meus amigos saírem, pra conversar com eles antes do curso de inglês. Contei ao Otávio que Brunno e Évora sabiam de nós, mas que não falariam nada. Ele ficou de boa, disse que confiava no meu julgamento, mas que evitasse que mais gente soubesse. Bom, nem precisava pedir, meu bem! Eu queria tanto segredo quanto ele. Logo eles saíram, eu os encontrei e contei o acontecido. Évora continuava preocupada, mas Brunno só disse que achava mesmo que ele poderia ser um bom partido, mesmo com os problemas que tinha... Fui para o curso, voltei pra casa e agora só me restava esperar que o dia seguinte, o sábado da tarde de filmes e da noite do jantar, fosse um dia tranquilo. Mas como aquele ano parece ter sido meu inferno astral (sério, aconteceram ainda mais coisas muito ruins com minha família, mas eu não acho que preciso entrar nesses detalhes, pois não sei se influenciaram minha narrativa, deixando o texto longo e chato), logo eu veria que não era bem assimSábado de manhã, eu estudei bastante, praticamente a manhã toda, em parte porque precisava, em parte porque queria mostrar aos meus pais que estava realmente me esforçando pra passar no vestibular no fim do ano, e assim conseguir autorização para ir até a casa do Guê. Na hora do almoço, depois de muito insistir, consegui convencer meus pais a me deixarem ir, então peguei meu ônibus e segui viagem até o centro, já que combinamos de esperar por ele em frente à escola e de lá ele nos levaria até sua casa, provavelmente com ajuda do irmão, mas acho que teríamos que fazer duas viagens, já que não caberia todo mundo naquele carro, por maior que fosse. Assim que cheguei no ponto de ônibus mais próximo do colégio, avisei Neto e Maria sentados no banco coberto, e Évora em pé em frente a eles. Mas nada do Brunno ou do Guê. Caminhei até eles.

- Ei gente! Boa tarde!- falei olhando para o relógio- estou atrasado?

- Boa tarde, amigo!- falou Maria- não, tá no tempo certo! Eu e o Neto ficamos com medo de nos atrasarmos e acabamos chegando um pouco cedo.

- O bom é que a gente aproveitou pra dar uns beijinhos, né amor?- falou Neto- até a estraga prazeres da Silmara chegar! Hahahaha!

- Ai, que horror! Não me chama de Silmara, tu pareces minha avó falando!- disse Évora. Eu prefiro Silmara, fazer o que- Já disse que vocês podem continuar se beijando, eu não ligo, não!

- Ih, ficar de vela, não pode não- falei- mas agora eu cheguei e tu podes me beijar também, se quiseres, eu te dou a honra! Hahahahahah!

- Engraçadinho!- ela falou com uma expressão sarcástica no rosto- Ei, olha, lá vem o Brunno!

- Ei, galerinha! - disse ele. Estava lambrecado de protetor solar e usava um Ray-Ban enorme- tudo lindo?

- Tudo tranquilo, Mano!- o "Mano" do Paraense é muito diferente do paulista, não tem a mesma conotação- só o Gehardt que ainda não chegou, até agora.

- Eu acho que o meio-quilo não vem- falou Évora. Ela tinha ficado meio chateada com ele pelo que aconteceu- aposta quanto que a rainha das caceteiras descobriu tudo e proibiu a criança de nos receber?

- Ele não faria isso, se não viesse, ligaria- disse Neto. Eu concordei com a cabeça- ele é maneiro.

Esperamos mas cinco minutos conversando e Gehardt apareceu virando a esquina, acenando para que fôssemos até ele. Eu estranhei ele não ter ido de carro, mas tudo bem, atravessamos a outra rua e chegamos até onde ele estava.

- E aí, pessoal, tudo firme?- ele falou sorrindo. Estava claramente feliz em nos ver- égua, todo mundo veio!

- Claro, foi o que combinamos!- disse Brunno sorrindo- mas como vamos pra sua casa? De ônibus?

- Não vai me dizer que melou o programa!- disse Évora de cara fechada- se não der pra ir pra sua casa, vamos ao cinema, ao menos, né pessoal?

- Não, não! Tá tudo certo!- Gehardt falou. Eu moro dois quarteirões daqui, subindo essa rua. É na Braz de Aguiar.

- Hum, chique, bem!- disse Brunno- Avenida de luxo!

- Moras em casa ou apartamento? - disse Maria, que não era de Belém, então não sabia que lá era em boa parte uma Avenida cheia de prédios e casas comerciais de alto luxo. As poucas casas eram quase mini-mansões- tenho medo de elevador!

- É apartamento, mas eu moro no terceiro andar, então dá pra ir subindo as eacadas, se quiser- disse Guê- mas você não passa nem 30 segundos no elevador, não tem grilo, não. Vamos?

E lá fomos seguindo o meu pequeno marrento, que estava com uma camiseta azul clara e um short, desses de jogar futebol, preto. O short era meio apertado e eu não resisti, e olhei para as pernas dele, com pelos loirinhos, não muitos, bem torneadas sem ser musculosas, e é claro, para aquela bunda empinadinha, redonda e durinha. A cueca marcava a bunda dele, deixando uma marca muito interessante... Logo desviei os olhos, não queria que me vissem secando ele.

E, depois de caminhar uma dez minutos, chegamos a um belo prédio, novo, lindo e muito chique. Era todo branco, com revestimento de mármore no piso de entrada, guarita com dois porteiros e duas entradas/saídas de garagem. Parecia ser um prédios mais caros daquela cara Avenida.

- Vai subir com a gente ou de escada, Maria?- falou o Guê- se for de escada, vou com você, pra não se perder.

- Opa! Eu vou junto, que namorada minha não sobe escada sozinha com outro cara!- falou Neto em tom de brincadeira- melhor prevenir.... Hahahaha!

- Que horror, Neto!- disse Maria- e eu não sou sua namorada, estamos apenas ficando!

- Não seja por isso!- falou Neto, se ajoelhando- você quer namorar comigo, Maria das Dores?

Oh, meu Deus! Neto estava mesmo pedindo Maria em namoro se ajoelhando no chão, achei fofo. Mas depois só me veio um grande sentimento de tristeza, pois pensei que talvez eu jamais poderia viver um amor assim, com direito a demonstrações públicas de afeto, sempre tendo que me esconder do mundo. As pessoas julgam aquilo que não conhecem, formas de viver que elas nunca experimentaram, achando que aquilo que é bom para elas serve para todos, desde o gosto musical até a religião. Odeio proselitismo, odeio encheção de saco de qualquer forma.

- Claro, claro que quero, Pedro Freitas Neto!- falou Maria. Esses dois estavam cheios de frescurinhas- ai que lindo, vou chorar!

- Não chora, não, Maria!- falou Évora- senão borra o make, tu ficas feia, e ele acaba o namoro antes de começar! Mas parabéns Ao casal, hein!

Assim, todos abraçamos e parabenizamos os dois e subimos, todos de elevador mesmo, já que Maria estava tão empolgada que nem lembrou que tinha medo. E assim que chegamos ao terceiro andar, notei que só havia quatro portas, duas de cada lado do corredor. Como geralmente um apartamento tem duas portas, uma social e outra da copa, logo vi que eram dois por andar. Deveriam ser enormes! Mas, eu não falei nada, já que reparar nesse tipo de coisa me parecia bobagem de gente acabocada.

- Pessoal, essa é minha toca, meu lar- falou Gehardt- sejam bem vindos! Vamos conhecer a casa?

Logo, ele nos conduziu pelo apê. Chegamos ao estar, muito bonito, com sofás e chaises de couro, junto à sala de jantar, onde a mesa não era enorme, mas muito bonita e era iluminada por um lustre lindo. A decoração era clássica sem ser antiga. Tudo na dose certa, pra não ficar carregado. Com certeza trabalho de um profissional da área. Ele então nos mostrou o banheiro social, mas disse que poderíamos usar o do seu quarto, e nos mostrou as portas fechadas do quarto da mãe, antigo quarto do Cristiano, que morava com a esposa em outro prédio, e a sala de TV. Seria lá que assistiríamos o filme, por causa do home theater. Ele falou:

- Fiquem logo aqui, que eu vou à cozinha pegar a pipoca e o refri- ele foi ligando os aparelhos- alguém me ajuda a pegar?

- Eu vou- eu disse. Era uma boa oportunidade pra falar com ele a sós e explicar, pelo menos em parte, o aconteceu entre a Paula e nós- te ajudo.

A cozinha era linda, espaçosa, o sonho da minha mãe estava ali. Ele foi abrindo a geladeira e tirou duas garrafas pet de refri e me jogou dois pacotes grandes de pipoca de microondas.

- Aí, gigante! Abre o microondas, põe a pipoca e aperta no botão que diz "pipoca"- ele falou sério- OK?

- Eu também tenho microondas em casa, Guê- falei fingindo fechar a cara- você acha que eu não sei preparar uma pipoca?

- Foi mal, cara- falou ele sorrindo- é mania minha ficar dando ordens, puxei isso da minha mãe, mas desculpa mesmo.

- Deixa pra lá- eu disse, já rindo- é brincadeira. Sua mãe não tá aqui?

-Não. Ela sempre fica na empresa no sábado o dia todo, até umas sete horas. Vem pro jantar, só- senti que ele não gostava disso- nos vemos mais aos domingos. Ela e o Cristiano administram a empresa sem a ajuda de ninguém, então já viu, né?

- Sei como é- falei- olha, eu queria te dizer, sobre a Paula... Nós não brigamos com ela, cara. Ela ficou chateada comigo, porque eu falei um segredo dela pra uma pessoa aí.

- Ela parou de falar com todo mundo só por sua causa?- ele me olhou incrédulo- me desculpa, gigante, mas eu tô achando essa história meio estranha.

- Não foi bem assim. Eles pararam de falar com ela- eu disse- eu pedi desculpas e a Paula fingiu que aceitou, até me pediu desculpas também, pelo tapa que me deu.

- Ela te bateu?- ele falou, levando a mão ao meu rosto. Putz, esse menino era muito sem noção- quando foi isso?

- Faz tempo. Antes de ela começar a namorar com você- disse. Ele tirou a mão do meu rosto- mas o problema é que ela não me perdoou de verdade. Ela só fingiu e depois aprontou uma comigo. Uma não, duas.

- E o que ela te fez?

Caramba! Se eu falasse pra ele o que ela tinha me feito, ele ia saber que eu gostava dele. Afinal, por qual outro motivo o fato de ela ter beijado e depois começado a namorar com ele me atingiria? Não, eu não iria falar. Não queria perder a amizade dele, eu não suportaria se ele passasse a me desprezar.

- Eu prefiro não falar disso- eu falei- mas acho que você deveria se afastar da Paula. Ela é uma sanguessuga. E ela só quer seu dinheiro.

- Epa, espera aí, cara!- ele falou meio zangado- quer dizer que eu não sou bom o suficiente pra ela gostar de mim por quem eu sou? É isso que tu achas?

- Não, claro que não!- falei desesperado- você é perfeito! Um cara legal, bonito, inteligente, estudioso, tem um sorriso lindo, é perfumado... E.. Eu.. Não quis dizer isso! Mas é que a Paula estava fazendo isso com outro cara e eu acabei falando pra ele que ela tinha me contado! Falei isso por quem ela é, não por quem você é.

- Cara, você acha isso tudo aí de mim, mesmo?- ele falou mais calmo- nossa, tem qualidade aí que nem eu tinha visto. Mas se o que você está sugerindo é que eu deixe a Paula, me desculpa, não vai acontecer. Eu gosto dela, a gente já transou, sabia? Foi a nossa primeira vez! Ela me faz bem.

Que puta nojenta! Aliás, chamar a Paula de puta é ofensa às prostitutas! Ela falou pra ele que era a primeira vez dela? E ele acreditou? Ahhhh! Eu queria pegar aquela rata mentirosa e jogar na frente do ônibus mais pirento, dar uma surra nela, arrancar aquelas unhas postiças de quinta dela!

- Cara, deixa quieto!- eu falei- um dia você vai ver que eu tenho razão. Mas precisas ver isso com seus próprios olhos.

- Relaxa, grandão- ele disse- esquece esse assunto, pega a pipoca, que já tá pronta, e vamos ver o filme.

E assim fizemos. Fomos para a sala de TV, assistimos um bom filme, e nos divertimos muito. Brunno me perguntou baixinho se eu tinha falado algo e eu disse o que rolou na cozinha.

- Você quase se entregou, hein, amigo?- ele me falou- elogiou tanto esse menino que ele deve até ter suspeitado!

- Nada! Ele não enxerga a verdade nem que alguém esfregue na cara dele - falei- ele é ingênuo, por isso a vaca-mor se aproveita dele.

- Hum, não sei não- ele disse- ele pode ser meio bobo, mas você é transparente demais!

E assim a tarde prosseguiu. Fomos ao quarto do Guê, jogar vídeo games, curtir um papo... Até que ele se levantou e disse que tinha uma ideia. Nisso, já eram quase cinco da tarde, e logo Maria e Neto teriam que ir pra casa e nós também iriamos. Mas ele logo voltou com duas garrafas, uma de vodka e outra de vinho.

- Vamos jogar verdade ou consequência?- ele disse- a consequência passa a ser beber uma dose dupla de vodka ou uma taça cheia de vinho!

- Eu topo!- falou Neto- vamos?

- Eu posso até jogar, mas passo a bebida- falou Maria- isso não é de Deus!

- Eu quero!- falou Brunno- tava precisando fazer isso!

- Eu também- disse Évora - aliás, por que a gente não pula a brincadeira e bebe logo? A brincadeira é só desculpa, mesmo...

- Ah, mas aí não tem graça!- falou Guê- o legal é dizer umas verdades depois de estar breaco!

- OK, vamos lá!- ela respondeu- vai brincar, Doni?

- Não sei se quero- respondi. Eu já estava prevendo o potencial de perigo que aquela brincadeira representava- gente, essa combinação de bebida mais verdade... Isso não dá certo.

Falei isso pra ver se meus amigos se tocavam e desistiam, mas eles estavam tão empolgados, que não perceberam a indireta. Ao contrário, só me encheram mais o saco pra participar, e acabei cedendo.

O jogo começou e logo eu já tinha feito algumas perguntas bestas, e respondido outras, Neto, Évora e Brunno preferiam beber, assim como Gehardt. Maria tinha as respostas mais sem graça da face da Terra pras perguntas mais picantes. Em pouco tempo, tirando Maria e eu, que estava levemente alto, todos estavam bêbados ou quase. Eu estava começando a ficar preocupado com o Guê, afinal ele mal tinha completado dezesseis anos recentemente e eu e Brunno éramos os únicos maiores de izade de fato. Évora completaria 18 no fim de junho.

Mas então aconteceu o que eu mais temia. Parece mentira, mas só foi nessa hora que Gehardt conseguiu me fazer uma pergunta. Ele ficou olhando a garrafa girar, e quando ela parou de frente pra mim, ele deu um sorriso meio de canto de boca, meio malicioso. E falou:

- Olha, finalmente!- me olhou nos olhos- agora você não me escapa, eu sei que você está evitando beber, então vai responder o que eu quero saber. Verdade ou consequência?

Ele tinha razão. Eu estava de fato evitando beber, já que as 8h eu tinha um jantar marcado com Otávio. Eu não queria chegar lado cheirando a álcool, por isso só tinha fugido de duas perguntas. Ele continuava a me olhar fixo, e eu sentia que os outros também me olhavam esperando uma resposta. Aposto que achavam, e eu também achava, que eu iria responder "consequência". No entanto, não sei se foi o vinho que tomei, mesmo sendo somente duas taças cheias, eu era e até hoje sou muito fraco pra beber, mas eu disse "verdade".

Évora deu um suspiro profundo, e Brunno me olhava nervoso. Eu tinha falado pra eles do papo na cozinha, então eles sabiam mais ou menos o que ele poderia querer saber.

- Vou perguntar- Guê disse- o que foi que a Paula te fez de tão grave que todo mundo parou de falar com ela?

Eu gelei. Um arrepio me subiu a espinha e deixou meu estômago revirando. Ou era o vinho? Eu desviei o olhar e comecei a pensar numa mentira em que ele fosse cair. Évora fez discretamente um "não" com o dedo, e me olhava feio, já Brunno acenava afirmativamente que sim com a cabeça, me incentivando. Eu já estava ficando zonzo.

- Anda, responde- ele falou- se não queria responder, tivesse dito "consequência", grandão!

Ele tinha razão, eu deveria ter dito consequência, bebido mais uma Taça de vinho e pronto. Porre eu não ia ficar. Mas fui achar de falar que ia responder a verdade, agora estava nessa esrrascada. Agora, eu tinha dificuldade pra mentir, então na pressão acabei soltando:

- Ela ficou com você, beijou você- eu disse. Provavelmente eu já estava- vermelho feito um pimentão- foi isso. Satisfeito?

Ele me olhou sem mover um músculo do rosto, do corpo. Não esboçou reação nenhuma, não mudou seu olhar. Então, nessa hora, os olhares estavam todos nele. Évora estava muito nervosa, tinha a mesma expressão de quando fazíamos uma prova de matemática.

- Isso te atingiu porque você gosta de mim- ele perguntou- foi isso?

- Claro que eu gosto de você- eu disse disfarçando- você é meu amigo, meu irmão mais novo.

- Não foi disso que eu falei, e você sabe disso- ele disse- quero saber se gosta de mim como homem. Se está apaixonado por mim.

- Baixinho, uma pergunta por vez- eu disse- vamos parar com a brincadeira, valeu? Tá quase na hora da galera ir e eu tenho que ir a um encontro hoje, sabe? Não posso deixar o cara esperando.

- Claro! Temos que pegar o ônibus cedo, senão demoramos uma eternidade pra chegar em casa- disse Maria- vamos, Netinho?

-"Netinho"? Olha o que um pedido de namoro não faz!- disse o Brunno. Era óbvio que todos estavam tentando disfarçar o clima que ficou- vambora, galera, vamos lá "Netinho"? Hahahaha!

- Tchau, Gehardt, foi tudo de bom a tarde de hoje, viu?- falou Évora- precisamos retribuir a hospitalidade em breve, se você não se importar de ir em casa de pobre!

- Ah, deixa de bobagem, Évora!- ele disse sorrindo um pouco. Dava pra ver que estava nervoso- se convidar, vou com o maior prazer!

Já tínhamos recolhido nossas coisas, e estávamos indo pra sala. Fomos elogiando a casa mais uma vez, agradecendo, pedindo desculpa por qualquer coisa, essas besteiras sociais que se faz quando termina uma visita. Chegamos na porta, e então Brunno, Évora, Maria e Neto já estavam saindo, quando ele me segurou pela mão e falou:

- Fica mais um pouco, gigante- me olhava nos olhos. Os outros pararam pra nos olhar- vamos conversar, vai?

- Eu não posso. Tenho compromisso- eu estava tremendo, com o coração acelerado- deixa pra outro dia.

- Vai prefirir esse cara do que conversar de boa com seu irmãozinho?- ele falou sério e pendeu a cabeça de leve pra direita. Ele estava fazendo charme?- por favor, conversa comigo um pouco?

-... OK. Não posso demorar muito, tá?- virei pra galera e disse- pessoa, eu vou levar um lero aqui com o nosso amigo, depois eu vou.

- Tá bom, amigo- falou Brunno me abraçando- fica bem, tá?

- Juízo, meu querido- falou Évora no meu ouvido quando me abraçou- cuidado com o que vai dizer...

Me despedi de todos e eles logo desceram, e então Gehardt fechou a porta e me chamou com um aceno.

- Vamos pra meu quarto, ficamos mais a vontade lá- ele falou andando em direção ao corredor- acho melhor falarmos lá.

Eu do segui sem dizer nada. Não sabia o que dizer. Ai, meu pai, porque eu fui falar que ia responder a verdade? Eu tava muito nervoso, me sentindo péssimo. Queria me enterrar e desaparecer do universo.

Assim que entramos jo quarto dele, reparei pela primeira vez no quanto era arrumado e bonito. Típico quarto de adolescente, tinha alguns pôsteres na parede, emoldurados. E alguns toy arts em uma estante. Uma mesa de tampo de vidro temperado percorria toda a lateral do quarto, e nela havia livros, cadernos e um laptop, com uma cadeira de escritório próxima. Ele sentou justamente nessa mesma cadeira e apontou pra cama boxe de casal bem arrumada com uma colcha azul e branca.

- Senta aí, cara- falou calmo. Estava bastante alto pela bebida, mas parecia consciente do que fazia- preciso saber uma coisas e acho que você pode me responder.

- Queres as respostas da prova de inglês?- eu brinquei. Sempre fui fera na área de linguística e biologia- se quiseres matemática, tens que falar com a Maria. Hehehe...

- Para com isso, eu tô falando sério contigo- ele fechou o cenho de leve- não foge do assunto, cara. Agora, você vai me falar. O que você sente por mim?

-... Eu não acho que essa seja uma boa ideia, cara- falei sem graça- é melhor eu ir embora.

- Ah, mas não vai mesmo- ele disse- anda, me diz, o que você sente por mim?

- Pois eu te amo! Eu sou completamente apaixonado por você desde a primeira vez que te vi- eu falei chorando- era isso que você queria ouvir? Agora já pode me chamar de "viado", de "imundo", me escorraçar da sua casa, pelo menos eunte falei o que sinto!

- E porque eu faria isso? Nunca eu iria te tratar mal, grande!- ele disse se levantando e se aproximando- e por que você não me disse isso antes?

- Você ficou louco? Eu tinha medo de você me rejeitar, de não querer mais ser meu amigo, e isso seria a morte pra mim! Eu não poderia viver sem ter você por perto...

- E você nunca pensou que eu poderia te querer?- ele disse sentando ao meu lado na cama- nunca pensou que eu poderia sentir atração por você, sentir o que você sente por mim?

- Nunca. Sei que você é hétero, que não curte homens, e é muito difícil um cara que nem você querer ficar com um gay.- falei. Eu não olhava pra ele, olhava pra minhas mãos trêmulas, que estavam entrelaçadas no meu colo- eu seria o cara mais feliz do mundo se isso acontecesse, mas sei que não vai acontecer.

- É, então você não sabe mesmo de nada- ele falou tocando meu rosto e me fazendo olhar pra ele. Então recolheu uma lágrima minha com a ponta do dedo e o levou à boca e fechou os olhos- huumm, tudo em você é gostoso...

Eu estava chocado! Ele só podia estar zoando a minha cara, ou eu estava realmente bêbado ou louco, porque aquilo não estava acontecendo! E nessa hora ele chegou devagar perto de mim e, sem tirar os olhos dos meus, me beijou na boca. Bem, eu já estava de boca aberta por causa do susto, então ele já foi enfiando a língua na minha boca. Segurou meu rosto com uma das mãos e se apoiou com a outra na cama. Eu fiz o mesmo. Me sentia no céu! O cara que eu amava estava realmente me beijando, falando aquelas coisas pra mim? Eu continuei chorando, de pura felicidade. Estava em êxtase!

- Deita aí, vai, gostoso- disse ele- fad tempo que queria fazer isso...

- Faz tempo? Como assi..- ele me calou com outro beijo, já se deitando em cima de mim- eu nunca imaginei que você gostasse de mim!

Ele sorriu malicioso e pegou minha mão e a levou a sua bunda macia e redondinha. Nossa, ele estava mesmo afim! Eu apertei com força, mas não pra machucar, enquanto ele descia a mão direita pelo meu corpo, até chegar à minha calça. Ele apertou meu pau por cima da calça, e falou sacana no meu ouvido:

- Deixa o gigante do gigante sair pra brincar- moleque safado! Ele já estava desse jeito!- deixa, grande?

- É todo seu, meu pequeno, pode soltar ele e fazer o que quiser!- eu disse- nossa, que sonho, cara, como eu te amo!

Ele apenas e olhou e sorriu com cara de safado, enquanto, ajoelhado ao meu lado na cama, abriu meu zíper, e abaixando minha calça e a cueca boxer que eu estava usando, libertou meu pau e logo o agarrou.

- Hum, que pauzão lindo! Posso por na boca?

- É todo seu, meu gatinho! Mama, vai?

Ele pôs meu pau na boca e chupou com gosto! Caramba, eu quase gozei na primeira chupada, de tanto tesão por aquele moleque! E o danado fazia bem, melhor que o Otávio! Subia e descia, mordia de levinho, chupava minhas bolas e me fazia gemer alto de prazer! Era como se tudo o que eu sempre sonhei estivesse acontecendo melhor do que eu sonhara! Ele fazia aquilo com maestria, parecia experiente naquilo, apesar de nunca ter feito, eu pensei. O safadinho era guloso!

Logo, eu gozei muito naquela boquinha rosada, urrando de prazer como a muito tempo não sentia. Aliás, só ele e Otávio já tinham me feito sentir isso, mas de duas formas diferentes.

Ele abriu a boca e me mostrou a porra dentro dela, depois fechou a boca e engoliu tudinho, abrindo a boca e me mostrando que não havia mais nada.

- Seu louco! Não precisava fazer isso- eu falei rindo. Puxei ele pra perto de mim e o abracei- você faz de mim o cara mais feliz do mundo!

- Mentira, eu que não sei o que você viu em mim, e nem o que me deu pra fazer isso-ele disse me dando selinhos- Talvez a vodka tenho me dado coragem!

- Você ja tinha tido vontade de fazer isso antes?- eu perguntei- de ficar comigo?

- Nem sei dizer. Acho que desde que te conheci mudei um pouco, fiquei menos preconceituoso, menos crítico. E quando você me falou na cozinha o que achava de mim, eu suspeitei que gostasse de mim, e isso ficou martelando na minha cabeça a tade toda. E não pude deixar de pensar em como seria se estivéssemos juntos, namorando, nos beijando, comecei a reparar no seu corpo grande e até o seu nariz grande me pareceu charmoso! Não sei, rolou química, vontade, desejo... E eu gosto de você, te admiro pra caralho.

- Obrigado, significa muito pra mim- ele estava sobre mim de novo, então desci minha mão pelas costas dele e apertei novamente sua bunda. Meu pau já estava duro de novo- pronto pra outra?

- Grandão safado! Já quer me comer, né?- ele falou piscando- pois eu quero também, quero que você me pegue como sempre quis!

- Como eu sempre quis? Eu sempre quis te pegar no meu colo, no dia do nosso casamento, e te levar pra bem longe pra te ter sempre ao meu lado. Eu te amo- eu falei chorando- eu te amo muito.

- Você me ama mesmo tanto assim? Ao ponto de querer passar uma vida inteira comigo?- ele falou intrigado- mas será que você me atura? Será que consegue conviver com um chato que nem eu? E para de chorar, seu manteiga derretida! Hehehe!

Eu já ia dizer que sim, que viveria minha vida toda ao seu lado, que o aturaria se ele me aturasse, que o protegeria e cuidaria dele pra sempre quando a porta do quarto abriu:

- Que putaria é essa?!- era o Cristiano! Ele estava vermelho!- seus viados do caralho! Eu mato vocês!

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Comentários

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sou ativoooo, quem quiser conv tenho web tenho 18 anos, email: oliveirasimoes@outlook.com

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Vish, a cobra vai fumar, pelo jeito agora as coisas apertam, cara eu torço muito por vocês dois(sou extremamente romântico) e tomara que nada atrapalhe vocês, nem a caça, nem seus familiares e nem a sociedade.

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Ahhhhhhhhhhh, não acredito num negócio desses... Qual é a pegadinha?!?! Tem alguma pegadinha aí, pois tá tudo muito fofo (nem tudo, seus cabeças ocas, como não trancam a porta do quarto?!?!). Com esse flagra, as coisas vão complicar não é? Pois vai ter barraco e vão queree contar pro teu pai...

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aff adoro o gigante e adoro o meio kilo gostei deles terem ficado e me surpreendi pra um hetero e meio complicado e ele foi bem rápido mas adorei falo d novo....espero q o irmão n apronte mt cm os dois são dois tão fofos.....

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aff adoro o gigante e adoro o meio kilo gostei deles terem ficado e me surpreendi pra um hetero e meio complicado e ele foi bem rápido mas adorei falo d novo....espero q o irmão n apronte mt cm os dois são dois tão fofos.....

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Nossa essa parte foi super incrível.

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