ENTRE HOMENS
CAPÍTULO XXI – MINHA METADE
‘É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã. Porque se você parar para pensar, na verdade não há.’
**************************************************************De volta à mansão.
Alguém que não foi convidado invade o espaço onde se encontravam alguns convivas. E começa acusar Pablo.
“Você acabou com a minha vida! Você vai me pagar!”
Alguns dos modelos tentaram impedir a aproximação do tal intruso de Pablo.
“Deixem-no. O que eu te fiz rapaz? Você invade minha casa e ainda me acusa de absurdos diante dos meus convidados. Cuidado invasão de lugares privados pode lhe causar problemas judiciais.”
“Você é muito cínico mesmo, senhor Pablo Scobar. Você pousa de bom moço diante de todos e da sociedade, mas um dia a sua mascara vai cair.”
“Que máscara? Eu sou o que sou. Por favor, se retire antes que eu chame a policia.”
“Chama mesmo a policia, mas acredito que quem será preso pode ser outra pessoa.”
“Já chega. Quem deixou esse cara entrar aqui na minha casa. Não vou mais tolerar isso... Saia agora mesmo da minha casa. Ou eu...”
“Você o quê?...”
Pablo perde a compostura e tenta tirar na marra o penetra que lhe acusa de coisas diante de todos os presentes.
“O senhor Pablo Scobar perdendo a compostura!”
Pablo não aguentando mais os insultos desfere um soco no rosto do penetra.
O rapaz fica com escorrimento de sangue no nariz. Mesmo assim continua enfrentando de frente Pablo que a essa altura do campeonato não tem mais nenhuma paciência do o intruso de sua festa.
No exato momento do conflito entre os dois surge Alan.
“O que está acontecendo aqui Pablo?”
“Não se preocupe esse cara já está de saída.”
“Hoje estou de saída mais volto. E uma coisa eu te digo, você ainda vai pagar por todo o mal que você tem feito!” Disse o estranho se retirando do espaço com a mão no nariz que sangrava.
Alan tenta abraçar Pablo que já se encontra agitado.
“O que aconteceu aqui? Nunca eu te vi assim Pablo?”
“Fique tranquilo gato, foi apenas um incidente, nada de sério, um caso isolado.”
“Por que ele disse que você vai pagar por todo o mal que você causou?”
“Apenas um empregado que eu demeti e ele não aceitou pacificamente. E até o presente momento continua cobrando satisfações.”
“Está certo então...” Internamente aquela explicação de Pablo não satisfez a curiosidade de Alan que apenas aceitou pra não causar maiores complicações pra ele.
Ao longe Dadá apenas observava toda a movimentação. E também quando o estranho saiu de carro aceleradamente.
“Vamos continuar a festa. Não foi nada gente. já passou.”
A pedido do anfitrião todos deixaram de lado o acontecido e continuaram se divertindo como se nada tivesse acontecido. Porém, tudo aquilo deixou uma pulga atrás da orelha de Alan que apenas fica analisando o acontecido. Para disfarçar começou a tomar uns drinques. Dadá se aproxima de Alan e começa a falar coisas rotineiras de moda. Dadá é do tipo de pessoa que anima o ambiente e deixa todos à vontade.
“Você tem um futuro promissor na agência. Em pouco tempo você se tornou o modelo principal.”
“Sei disso... mas também sei que esse posto era do seu amigo, Enzo.”
“É verdade, o posto era do Enzo. Mas ele não se encontra mais no nosso meio.”
“Você tem alguma notícia dele? Vocês são grandes amigos não é verdade?”
“Não tenho nenhuma notícia dele. Mas qual o teu interesse sobre ele?”
“Nada apenas curiosidade mesmo.”
“Alan você tem medo que o Enzo retorne e perca o seu lugar na agencia e também no coração do Pablo?”
“Tá ruim eu ter medo daquele cara, eu confio no meu taco (risos).”
A galera nesse momento já bem alterada por causa da bebida. E os amassos continuavam a todo vapor dentro das piscinas da mansão.
“Acredito que está na hora do papai ir embora.” Disse Dadá já se despedindo de Alan.
“Por que você vai embora tão cedo? A festa está tão animada!”
“Acredito que já deu o que tinha que dar.”
“Aproveita, você sempre solitário. Não pensa em arrumar alguém pra você? O que não falta é gente interessante aqui!”
“Você tem razão, mas o que eu busco está bem longe daqui... As pessoas se aproximam de mim com outros interesses, com segundas intenções.”
“Sempre quando nos envolvemos com alguém se baseia em interesses. Não é verdade?”
“Estamos mergulhados num meio em que as pessoas são vistas não pelo o que elas são e sim pelo os que elas têm! Essa visão pragmática da pessoa não ajuda em nada nas relações.”
“Nossa agora você delirou no pensamento Dadá. Pega mais leve na próxima vez. Eu sou mais intuitivo. Sei que o namoro com o Pablo é uma troca de interesses. Eu e o amo, esse é o meu interesse. E acredito que ele me ama.”
“Espero que você tenha razão sobre isso, meu caro.”
“Você tem alguma duvida sobre isso?”
Dadá apenas fitava o olhar querendo falar alguma coisa para Alan, porém se manteve na sua pra não causar nenhuma acusação contra Pablo sem provas.
“O tempo dirá... Mas procure conhecer melhor o Pablo. Afinal nem que reluz é ouro. As aparências sempre enganam meu caro.”
Depois de se despedir de Dadá, Alan se aproximou de Pablo dando-lhe um selo e dizendo que precisava descansar.
Alan adentrou no seu quarto apenas caiu num sono profundo numa cama bastante espaçosa com um jogo de cama branca. O seu corpo se perdera na imensidão da cama.
Já noutro quarto Pablo e mais alguns dos modelos começaram a beber algo mais forte. E também começaram a cheirar um pó. Faziam-se fileiras de pó sobre a mesa de vidro, e usavam um canudo pra dragar o pó. O grupo já estava ficando alucinado com o processo de tragagem da droga ilícita. Começaram a se beijar mutuamente. O momento era regado a muita bebida. Parecia até que se encontravam totalmente transformados. Parecia que o nosso anfitrião se disfarçava para a sociedade e em outros momentos mais ocultos revelava sua verdadeira natureza.
Pablo começou a se pegar com outro modelo enquanto outros dois se pegavam a parte. Depois de muita bebida e droga, Pablo levou o modelo para um quarto à parte onde ambos transaram. Enquanto Alan o seu namorado caia num sono tranquiloQuando Dadá chegou em casa começou a conversar on-line com Enzo que se encontrava na fazenda.
“Bi o bofe não te esquece mesmo.”
“Como assim ele não me esquece!”
“Ele continua me interrogando sobre onde você está se escondendo.”
“Pelo amor de Deus você não disse nada a ele? Ou disse?”
“Relaxa amigo, até parece que você não me conhece o suficiente para negar qualquer coisa aquele cara.”
“Fico suando frio só de pensar no Pablo. Eu virei uma obsessão pra ele. Sinceramente não sei por que ele não me esquece. Ele não tá de namoro com o tal de Alan?”
“Acredito que ele está apenas passando um tempo com ele. O seu grande amor é ainda você. Mas uma coisa estranha aconteceu hoje na festa de lançamento...”
“O que aconteceu?”
“Um cara apareceu de repente na festa e começou a falar coisas contra o Pablo. E no final ele disse que o Pablo iria pagar por tudo.”
“O que será?”
“Bi não sei, só sei que o bofe escândalo do Pablo esmurrou o outro, tirando-lhe sangue do nariz. O barraco foi babado!”
“Pelo visto foi grave mesmo. Raramente alguém tira o Pablo do sério. Sempre se mostrando o senhor da situação.”
“Vou dar uma volta por aí afinal quero conhecer os ares rústicos da fazenda.”
“Será bem vindo amigo. Você vai gostar muito daqui.”
Enzo terminou sua conversa on-line com Dadá. Deitou-se na cama e retirou debaixo de seu travesseiro uma cueca branca com detalhes azuis e começou a cheirar e colocou sobre seu rosto. Seu semblante ficara maravilhado com tal gestoNo quarto de Taumaturgo e Enzo.
Taumaturgo estava mergulhado numa leitura que sempre fazia de algum livro antes de dormir, enquanto Miguel estava procurando algo para vestir pra dormir.
“Morr você viu minha cueca branca com detalhes azuis?”
“Deve estar ai filho.”
“Mas morr estou a procura dela alguns dias e não a encontro.”
“Deve está ainda na área de serviços gerais. Talvez ainda não deixaram aqui no quarto. Depois vemos isso, morzão.”
“Você sabe morr que gosto de dormir com ela de vez em quando.”
“Poxa bebezão sei disso. Vem aqui dorme aqui do meu lado.”
“Mas morr, estou peladão.”
“Oxi, o que eu não vi ainda desse corpo maravilhoso? (risos)”
“Volto a dizer que o meu padreco está cada dia mais safadinho.”
“Você que me deixa louco de tesão em você meu peão.”
Taumaturgo colocou seu rosto próximo do rosto de Miguel. E começou a roçar com o nariz o nariz do peão. Apenas um sorriso do peão era que satisfazia o gesto carinhoso do seu amado. Taumaturgo estava de cueca box sobre o corpo nu do seu peão, que era literalmente um guarda-roupa.
“Sabe meu anjo quando eu estou nos afazeres do dia a dia sempre me pego pensando em você. Penso como é bom te amar.”
“Sei disso meu peão. Acredito que o amor é isso também pensar no outro. Mas o melhor mesmo é sempre pensar no bem estar do outro, filho.”
“Você acha que eu não penso em você?” Falou Miguel com os olhos bem abertos bem voltados para Taumaturgo.
“Não quis dizer isso meu amor. Espero que você me compreenda que o amor verdadeiro respeita o tempo, o espaço e a liberdade do outro. Que a gente deve sentir-se feliz com os sonhos e os projetos do outro. Ninguém pode ficar a sombra do outro.”
Miguel de repente ficou pensativo e com o semblante meio entristecido com tudo aquilo que escutava de Taumaturgo.
“Morr desculpa se eu não te amo da forma que você merece!” Falando isso Miguel se virou para o outro lado, dando as costas para Taumaturgo.
“Filho, por favor, não de as costas pra mim. Não quis te magoar. Apenas quero que você não se sinta como alguém que precisa está sempre a minha sombra.”
“Mas esse é o meu jeito de amar. Sou assim mesmo muito passional. Gosto de me apaixonar. Procuro me agarrar em tudo a que diz respeito a quem eu amo.”
“Sei disso amor, também sou assim, mas entendo também que o amor nos deixa livre, e somente na liberdade somos inteiros na relação. Posso te pedir uma coisa?”
“Peça meu anjo.”
“Me beija amorzão.”
Miguel tomou os lábios de Taumaturgo e suavemente começou a degustar os seus lábios. Procurou sentir o gosto de sua boca. Seu hálito era sentido por Taumaturgo que por sua vez correspondia calorosamente aos seus beijos apaixonados.
Ao longo da vida podemos experimentar o amor verdadeiro. Aquele amor que abre as portas da vida. Aprende-se a viver com mais intensidade quando se ama alguém. A vida toma cores que deixam tudo mais vividos. Os sons embalam os nossos sonhos. Quando se ama nos tornamos capazes de experimentar o impossível, a nossa felicidade que antes era inacreditável se torna tangível. Amar nos leva a mundos nunca dantes pensados. O amor é realmente a alavanca da vida. O amor nos quer livres, humanos e santos. O amor é tônica da divindade. O outro deixa de ser objeto e se torna o Outro na sua totalidade.
“Posso expressar numa musica o que eu sinto por você nesse momento Miguel?”
“O meu anjo vai cantar para mim.”
“Sempre cantarei o meu amor por você Miguel, mesmo quando tudo indicar o contrário, lá no fundo o meu amor por você será maior que tudo. Você acredita nisso?”
“Sempre acreditei nisso meu anjo.”
‘Ainda bem que te encontrei, agora sou mais feliz
Igual não tem, me trata bem do jeito que eu sempre quis
Lembro te olhei me apaixonei esqueci o que eu vivi
Me dediquei tanto lutei pra te ter perto de mim.
Ainda bem
Ainda bem
Ainda bem
Ainda bem
Quantas vezes eu falei te amo sem querer
Quantas vezes me enganei tentando achar você
Até pensei não me entregar pra mais ninguém
Ai você vem e me faz tão bem
Só do teu lado tudo é mais, tudo é tão perfeito e cheira paz
Eu nunca amei ninguém assim eu sei que foi feita pra mim
Só do teu lado a emoção faz acelerar meu coração
Enfim achei o meu lugar agora eu sei o que é amar
Ainda bem
Ainda bem
Ainda bem
Ainda bem
Ainda bem que te encontrei, agora sou mais feliz
Igual não tem, me trata bem do jeito que eu sempre quis
Lembro te olhei me apaixonei esqueci o que eu vivi
Me dediquei tanto lutei pra te ter perto de mim.
Ainda bem
Ainda bem
Ainda bem
Ainda bem
Quantas vezes eu falei te amo sem querer
Quantas vezes me enganei tentando achar você
Até pensei não me entregar pra mais ninguém
Ai você vem e me faz tão bem
Só do teu lado tudo é mais, tudo é tão perfeito e cheira paz
Eu nunca amei ninguém assim eu sei que foi feita pra mim
Só do teu lado a emoção faz acelerar meu coração
Enfim achei o meu lugar agora eu sei o que é amar
Ainda bem
Ainda bem
Ainda bem
Ainda bem.’
“Taumaturgo a cada dia que passa mais eu fico louco de paixão por você.”
“Eu que sou louco por você Miguel. Nunca pensava que iria encontrar um homem tão maravilhoso como você!”
De repente Miguel ficou olhando pensativo para Taumaturgo. Uma lágrima escorre de olho esquerdo.
“O que foi meu peão lindo?”
“Sei lá sempre fui grilado com as coisas. É felicidade demais pra mim. Um cara que foi colado de lado, traído numa paixão passada. Parece que ainda não caiu a ficha.”
“Procure não pensar no passado. O que o Léo te fez, está feito. Mas eu não sou o Léo.”
“Você me perdoaria se um dia sofresse algum tipo de traição?” Indagou Miguel olhando o seu amado.
Um silencio sepucral se fez naquele leito onde os amantes se regozijavam o seu amor.
“Sabe que eu não sei Miguel? Sabe eu sou humano, não sou Deus. Eu tenho meus limites, não sei se perdoaria ou quando perdoaria uma traição.”
“Filho eu te amo muito.”
“Se um dia o Léo voltasse, o que você faria?”
“Morr eu seria sincero com ele. Diria que já estou com alguém. E que este alguém me faz muito feliz.”
“Você jura amor que nunca vai me trair?”
“Juro sim meu anjo. Nunca se esqueça do sentimento que eu tenho por você é o suficiente para nunca procura fora. Quando se ama realmente não busca sobras, já sabendo que em casa se tem um manjar dos deuses (risos).”
Miguel começou a fazer um cafuné em Taumaturgo que apenas se deixava acarinhar pelo seu peão.
Com a cabeça recostada no peito de Miguel. Taumaturgo pergunta:
“O que você faria se um dia a gente brigasse feio por algum motivo?”
“Morr eu iria arrumar as minhas coisas, e tomaria meu caminho.”
“Está falando sério Miguel?” Perguntou Taumaturgo levantando repentinamente sua cabeça e olhando para Miguel.
“Claro, eu amo tudo aqui. Mas tem alguém que eu mais amo nesta vida, é você. E pra mim seria difícil ficar do teu lado sem poder te amar.”
“Nossa Miguel fiquei sem palavras agora.”
“Lembre-se que o amor é confiança. Mesmo sabendo que o André fica na espreita como um gavião atrás de você. Eu nunca duvidei do seu amor e de sua fidelidade. Sou do tipo de cara que preciso ver com os meus próprios olhos.”
“Que André... o cara apenas compete contigo nos torneios. Eu não sou premio pra consolar ninguém.”
“Hum, olha, meu anjo. Não sei por que mais ainda acredito que aquele cara vai me dar muita dor de cabeça.”
“Para com isso meu amor, esquece o André. Vamos aproveitar e partilhar o nosso amor gostoso e safado aqui nessa cama.”
‘Mi dispiace devo andare via
Ma sapevo che era una bugia
Quanto tempo perso dietro a lui
Che promette e poi non cambia mai
Strani amori mettono nei guai
Ma, in realtà, siamo noi
E lo aspetti ad un telefono
Litigando che sia libero
Con il cuore nel lo stomaco
Un gomitolo nell'angolo
Lì da solo, dentro un brivido
Ma perché lui non c'è
E sono strani amori che
Fanno crescere e sorridere
Tra le lacrime
Quante pagine lì da scrivere
Sogni e lividi da dividere
Sono amori che spesso a questa età
Si confondono dentro a quest'anima
Che si interroga senza decidere
Se è un amore che fa per noi
E quante notti perse a piangere
Rileggendo quelle lettere
Che non riesci più a buttare via
Dal labirinto della nostalgia
Grandi amori che finiscono
Ma perché restano nel cuore
Strani amori che vanno e vengono
Nei pensieri che lì nascondono
Storie vere che ci appartengono
Ma si lasciano come noi
Strani amori fragili
Prigionieri liberi
Strani amori mettono nei guai
Ma, in realtà, siamo noi
Strani amori fragili
Prigionieri liberi
Strani amori che non sanno vivere
E si perdono dentro noi
Mi dispiace devo andare via
Questa volta l'ho promesso a me
Perché ho voglia di un amore vero
Senza te.’
Será que o amor entre dois homens será um estranho amor? Algo que devemos deixar renegado numa sociedade que exclui tudo que parece absurdo?
Nunca devemos deixar que o amor se curve diante do preconceito alheio. O amor tem que superar tudo para que ele seja realmente o amor que se espera e que venha a ser ele mesmo, o amor.
‘É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã. Porque se você parar para pensar, na verdade não há.’
Continua...
