- Pai esse é o Wanderson, o meu namorado, Wanderson esse é o meu pai.
- Namorado? Ele pergunta surpreso.
- Prazer senhor. Wanderson diz nervoso estendendo a mão para o meu pai.
A situação era muito engraçada eu nem sei como consegui não rir.
O meu pai aperta a mão de Wanderson e eu só observo.
- Desde quando você ta namorando Marcelo?
- Deixa as perguntas pra depois.
- Depois Marcelo?
- Pai, amanhã eu venho aqui conversar com você. Só queria que você soubesse por mim.
- Posso falar com seu namorado? A sós.
- Falar o que?
- Posso?
Eu fiquei um pouco assustado com isso, meu pai era imprevisível demais. Mas sai, e fui atrás da minha irmã que ainda não tinha visto.
- Onde está a Clarinha? Pergunto a Melissa.
- Ta no quarto assistindo desenho, vai lá.
Sigo em direção ao quarto, entro e abraço minha irmã. Fico bastante tempo ali (Como disse, quando estou com meus irmãos perco totalmente a noção) de repente meu celular toca, levanto do chão (Pra verem minha situação), era o Biel, e atendo.
- Alô!
- Onde você ta?
- Na festa do meu pai.
- Serio?
- Minha mãe me obrigou.
- Ta explicado. Mas que horas você volta pra casa?
- Nem volto, vou dormir com Wanderson.
- Que bicha safada.
- Que bicha invejosa.
- Além de safada é convencida.
- Fala logo o que você quer.
- Esquece, não quero atrapalhar a sua noite. Amanhã eu te falo.
- Ok.
- Tchau, e divirta-se.
- Vou e muito, tchau.
Rimos e desligamos o celular, me despeço da minha irmã e da babá dela, e vou procurar Wanderson que a essa altura já devia querer terminar comigo por causa do meu pai.
Quando o encontrei ele ainda estava conversando com o meu pai e para a minha surpresa eles estavam rindo como se fossem amigos desde antes da Primeira Guerra.
Eu cheguei perto da minha mãe.
- O que, que é aquilo? Pergunto assustado para ela.
- Acredite, eu também to surpresa.
Eles vêm em nossa direção
- Você não poderia ter me arranjado um genro melhor. Meu pai diz ainda rindo.
- Serio? Pergunto surpreso.
- Muito serio.
- Ta né. Wanderson vamos?
- Vamos. Tchau, Luis.
Como assim Wanderson chamando meu pai pelo nome, ele não dá essa liberdade nem para os meus amigos de anos.
Pegamos um táxi e ele deu o endereço da casa dele, quase não conversamos passei praticamente a viagem toda trocando SMS com Sarah sobre o aborto de Jéssica.
Chegamos a casa dele, entramos, ele me levou para o quarto dele, ligou a TV e botou um filme, nem prestei a atenção no nome o filme também não era legal, mas achei estranho ele tinha me chamado ali pra dormir mesmo. Porque até o momento ele não tinha tentado nada além, só tinha rolado beijos.
Quando o filme acabou (Eu dei graças aos céus), ele se levantou da cama e começou a mexer no seu guarda-roupa. ‘Ele deve estar procurando uma camisinha’ pensei, mas estava enganado.
Ele volta com uma caixinha, totalmente em silêncio, eu estava cada vez entendendo menos.
Ele se aproxima de mim, senta do meu lado, abre a caixinha, olha nos meus olhos e segura minha mão. Meu coração gela com aquele olhar.
- Agora o pedido é oficial. Ele me diz mostrando um anel.
-... Não consegui dizer nada.
Ele colocou o anel no meu dedo.
- Eu sei que já disse que te amo muitas vezes, mas não tem palavras melhores palavras pra expressar o que eu sinto por você. Ele diz ainda olhando nos meus olhos.