Eu me levantei o mais rápido que pude, guardando meu pau na calça, enquanto Cristiano estava entrando no quarto. Guê foi até ele e falou:
- Não é o que você está pensando cara!- ele estava de pé, pedindo calma com as mãos- foi só uma experiência, eu não sou gay!
- Como não é gay, moleque?!- Cristiano estava fora de si- esse filho da puta estava com o pau pra fora da calça, tu pegando na rola dele e beijando o cara na boca, e tu não é viado? E que cheiro de bebida é esse, porra?!
Ele chegou perto e deu um tapa muito forte no Guê. Eu pulei entre os dois e segurei Cristiano pelo braço.
- Não bate nele, não!- eu gritei- ele não tem culpa!
- Tô vendo, você embebedou meu irmão pra comer esse trouxa!- ele me empurrou e se soltou- mas tu vai aprender a respeitar a casa dos outros! Safado, pervertido!
Cristiano tirou o cinto e começou a me bater nos braços, com os quais eu defendia o meu rosto, nas pernas, nas costas. Eu já tinha me autoflagelado na adolescência, como já disse, então estava acostumado com aquele tipo de dor. Mas mesmo assim, a violência com que ele batia era muito grande, e eu fui conseguindo passar por trás dele pra sair. E Gehardt apenas chorava, caído no chão.
- Toma, seu viado! E sai logo da minha casa- Cristiano gritava- eu só não ligo pro teu pai agora pra não matar o Marcos e a Yolanda (minha mãe) de desgosto! Anda, sai daqui!
Eu corri e fechei a porta atrás de mim, apertando rapidamente o botão do elevador. Desci chorando. Me olhando todo marcado, no espelho, eu só conseguia sentir uma enorme vergonha de mim mesmo. Será que eu era tudo aquilo que o Cristiano falara? Será que de alguma forma eu teria me aproveitado do Guê, afinal ele realmente estava bem alto. Ele provavelmente jamais teria me beijado, me chupado, por mais que estivesse afim de algo, se não estivesse porre.
Putz! Que situação deprimente eu estava! Saí do prédio ainda chorando e então recebi uma mensagem no celular. Nem quis atender ali. Desci a mesma rua por onde viemos, tentando não deixar que as pessoas vissem meus braços vermelhos e marcados. Como eu chegaria em cada assim? Bem, alguma coisa eu precisava fazer! Então resolvi ligar pro Brunno e pedir ajuda, ele era o que morava mais próximo de onde eu estava, então entrei numa lanchonete e pedi pra usar o banheiro. A atendente, mesmo vendo meu estado, disse que era apenas pra clientes, então comprei um sanduíche, paguei, e disse que ia ao banheiro enquanto esperava ficar pronto. Vaca! Custava ajudar? Eu nem com fome estava! O que ia fazer com aquilo?
Enfim, entrei num reservado e peguei o celular e quando olhei a tela, vi que a mensagem era do Otávio: "estarei esperando você no local marcado. Comprei um presente pra você". Olhei em meu relógio, faltava faltando meia hora pra hora do encontro. Ele era pontual, caramba! Então pensei, eu estou ajudando Otávio, ele pode me ajudar, certo? Se eu ligasse para o Brunno, ninguém garantia que a mãe dele iria me deixar ficar por lá, e ainda poderia ligar para os meus pais. Eu tinha medo de que Otávio ficasse chateado comigo por ter ficado com o Guê, mas nós não estávamos namorando, o combinado era sermos apenas amigos até que ele estivesse realmente bem! Então respondi da mensagem, dizendo: "Otávio, eu não estou bem, preciso de você. Pode me ajudar? Estou na lanchonete X na esquina da Nazaré com a 14..."
Não demorou um minuto e ele respondeu que em 15 minutos estaria lá. Saí do banheiro depois de me lavar e secar. Meus braços e costas ardiam muito, estavam super vermelhos. Em algumas partes, chegou a me cortar um pouco. Peguei o sanduíche das mãos da atendente grossa e fui esperar lá fora. Não queria esperar nem mais um segundo alí. E logo que saí, vi um mendigo, esmolando no sinal. Perguntei se ele queria o sanduba, e ele abriu um enorme sorriso desdentado, agradeceu e foi comer na calçada. Não demorou muito e eu vi o carro do Otávio parado um pouco antes do sinal, fazendo um sinal com o farol do carro. Eu segui até lá e entrei, com muita vergonha dele. Mas era isso ou voltar pra casa e ter que explicar como tinha ficado daquele jeito.
- Oi, Otávio- falei de cabeça baixa, sentando no banco do carona- me desculpa te incomodar, mas não sabia mais o que fazer!
- Não é incomodo, mas o que você tem?- ele olhou meus braços e não viu direito as marcas, estava escuro. Então ligou a luz interna- meu Deus, quem fez isso com você? Me diz, o que te aconteceu?
- Otávio, me leva pra sua casa, por favor?- eu falei quase chorando- lá a gente conversa.
- Tudo bem.
Nós seguimos até o apartamento dele sem trocar uma palavra sequer. Encostei minha cabeça no vidro e chorei baixinho. Ele de vez em quando me olhava, especialmente quando ficamos em um sinal vermelho. Parecia querer falar algo, mas me deixou quieto, graças a Deus.
Assim que subimos, ele fez questão de abrir a porta pra mim, e depois que fechou, acendeu a luz da sala.
- Você está pior do que eu imaginava!- ele falou levantando minha camisa- suas costas estão sangrando um pouco! Me diz, que fez isso com você?!
- Foi o Cristiano, irmão do Guê- ele me olhou intrigado- ele nos pegou os beijos na cama, e ficou furioso. Bateu nele e em mim.
Ele só me olhava. Eu queria descer do mundo e nunca mais voltar. Estava morrendo de vergonha dele, mas ele merecia ouvir a verdade. Ele de repente se virou em direção à porta.
- Aonde você vai, Otávio?!- eu suas gritei. Será que ele ia surtar de novo?- espera!
- Eu vou matar esse desgraçado!- ele falou alto- como ele ousou te bater!
Caramba, ele estava surtando de novo! Eu me abracei a ele, encostando meu peito em suas costas, meu rosto em seu pescoço. Ele estava com a respiração acelerada, o coração a mil por hora.
- Por favor! Fica comigo! Eu preciso tanto de você!- eu estava chorando de novo- não me deixa aqui, por favor. Não quero ficar só.
Eu senti o corpo dele tremer um pouco, e logo senti algo molhar meus braços. Ele também estava chorando. Ficamos assim por quase cinco minutos apenas abraçados, chorando, sentindo o calor um do outro.
Então ele virou e me beijou de leve nas pálpebras, nas bochechas e na ponta do meu comprido nariz.
- Porque você fez isso?- ele perguntou- porque ficou com esse moleque? Eu só te pedi uma chance.
- Me desculpa, Otávio. Eu amo esse moleque- eu falei- eu sei que você sente algo por mim, e eu não vou negar que sinto algo por você, mas eu sou louco por ele, não vou mentir.
- Esquece, você tem razão- ele disse desviando o olhar- não posso te cobrar nada, Donovan. Não temos nada, além de amizade, certo?
Eu só consegui baixar a cabeça, querendo morrer. Ele era a segunda pessoa, depois da Vânia, que se magoava por causa do que eu sentia pelo Guê. Queria de verdade sentir por Otávio o que sentia pelo ele. Mas não podemos mandar no coração, podemos?
Ele então pegou minha mão e me levou pro quarto.
- Vem comigo, vem- ele não me olhou- eu vou cuidar de você. Se não tratar, esse cortes podem infeccionar.
Ele me levou até a cama e me colocou deitado de bruços. Tirou meus sapatos e meia, com toda delicadeza possível. Então foi até o banheiro e voltou de lá já sem a camisa e com uma caixa plástica branca que tinha uma cruz vermelha estampada na frente. Era uma caixa de primeiros socorros, com certeza. Ele sentou ao meu lado na cama e nessa hora um filhote de gato muito peludo e todo preto e branco entrou no quarto miando. Era lindo!
- Você tem um gato?- eu perguntei- ele é tão bonito! Qual o nome dele? Ou é ela?
- Ele. Eu ainda não sei o nome dele- eu olhei estranhando- você ainda não escolheu. Ele é o seu presente!
- O que? Ele é meu?- eu não acreditava!- puxa, eu sempre sonhei em ter um gato, mas minha mãe é alérgica! Posso segurar?
- Depois que eu terminar de cuidar de você, pode- ele me olhou sorrindo- mas se você quiser, se não puder deixar ele na sua casa, eu cuido dele pra você. Será um prazer!
- Obrigado, Otávio!- eu fiquei emocionado dele ter lembrado que tinha dito que já tinha tido todo tipo de bicho, menos um gato- você é incrível!
- Incrível vai ser a dor quando passar o remédio nas suas costas, mas eu só tenho esse!- ele falou fazendo uma careta- preparado? Um, dois... Já!
- Aii! Você não chegou o três!- ardia muito, mas era necessário- você tá jogando álcool nas minhas costas?
- Não, mas não tenho daquele remédio que não arde. Desculpa- ele então se aproximou das minhas costas- vou dar beijinho que passa, OK?
Eu só disse "humhum" e ele me encheu de beijos leves e suaves nas costas, sempre perto de onde estava machucado, mas não em cima, pra não arder mais. Como esse homem era carinhoso!
- Vai dormir comigo?- ele perguntou- podemos dormir os três juntos, eu, você e o... Qual vai ser o nome dele?
- Tavinho! O nome dele vai ser Tavinho!- ele fez uma cara esquisita- que foi? Não gostou da homenagem?
- Só não esperava, mas gostei sim- ele disse sorrindo- então, dormimos você, meu xará e eu, o que acha?
- Puxa, Otávio, meu pai me mata!- eu fiquei preocupado na hora- eu já dormi fora, aliás, aqui, né? Eles vão ficar tiriricas comigo!
- Mas agora você vai ligar antes, né?- ele falou- não vai ter problemas, diz que você vai dormir na casa da Silmara ou do Brunno, por exemplo!
- Se ela te ouve chamando ela de Silmara... Hahahahaha! Mas deixa eu ligar, vamos ver se eles liberam, OK?- bom, não custava tentar, né?- quem sabe?
Liguei, e depois de um outro sermão, meu pai perguntou se eu estava tendo algo com a Évora. Afinal, essa era a segunda vez que eu dormia lá na casa dela em pouco menos de uma semana (pelo menos ele achava que era lá). Eu neguei, mas ele riu da minha cara, então percebi que não acreditou muito. Mas desde que ele não desconfiasse que eu estava com um homem, ainda mais o Otávio, meu orientador, tanto melhor. Bem, no fim das contas, acreditando que eu estava transando com a Évora, meu pai deixou eu dormir na casa "dela".
- Meu pai deixou eu dormir aqui! Quer dizer, na casa da Évora!- eu falei pra ele- nossa, eu tô morrendo de fome! Tem alguma coisa pra comer?
- A gente ia jantar juntos, lembra? Mas você foi se pegar com a loirinha na frente do irmao dela- ele falou sarcástico- mas, esquece, eu peço uma pizza, tem uma pizzaria aqui perto que entrega em 20 minutos. Vou ligar.
- Não fala assim do Gehardt- eu disse- ele não tem culpa do que aconteceu. Nem de eu ter me apaixonado por ele. Aliás, não se esqueça que mesmo tendo a pele e o cabelo um pouco menos claro, você também é loiro, bobo.
- Verdade, mas eu sou loiro, ele é uma cera de vela, quase!- affs, esse ciuminho me deixava ao mesmo tempo irritado e feliz- mas tira essa calça e pega uma samba-canção minha na gaveta, vai ficar um pouco apertado, mas vai servir.
- Tá vendo, quem manda você ser magrelo? E eu sou essa rolha de poço- falei zoando- temos quase a mesma altura, mas o resto não bate.
- Primeiro, eu sou falso magro- era verdade, ele era magrão, mas era todo dividinho- segundo, não estás gordo, estás gostoso, só da pra ver sua barriguinha quando você senta. E terceiro, acho que é exatamente por isso que nós combinamos. Mesmo que você não veja isso.
- Você é um grande conquistador, hein!- sorri pra ele- vive jogando charme pra cima de mim! E eu não resisto. Eu gosto de você.
- E do baixinho pintor de rodapé do Gehardt.
-... Sim, dele também. Você sabe. São sentimentos diferentes, mas similares, eu acho.
- Um dia eu vou te mostrar que o que você sente por mim pode ser verdadeiro e profundo- ele falou saindo pra pedir a pizza- e o que você sente por ele... Não vai passar de uma paixonite adolescente.
Ele me deixou sozinho, pensando. Eu queria dar uma chance ao Otávio, mas agora que Gehardt tinha me beijado, e mais, feito até sexo oral em mim, eu fiquei de novo balançado. Claro, não vou negar que o Otávio era um gentleman, um amor comigo. E eu cada vez mais tinha a certeza de que o sentimento dele por mim era real. Eu o adorava, claro. Não vou dizer que tudo que ele fez por mim e me disse não deixou profundamente interessado. Mas Gehardt mexia com minhas bases, com minha cabeça de tal jeito... Gehardt era o veneno que me diacerava por dentro, era o fogo que me consumia, me fazia arder. Mas Otávio a cada dia se tornava mais e mais a cura, o bálsamo de alívio para minhas dores. Ele era meu chão, forte e seguro.
Não poderia simplesmente decidir. Por favor, não me julgue mal. As coisas não estavam fáceis, agora que Gehardt botou as manguinhas de fora, ficaram piores. Será que eu poderia amar duas pessoas ao mesmo tempo? Ou será que meu coração estava confuso e no fim das contas eu não amava ninguém? Cara, vai saber! Eu estava com muita coisa na cabeça, muito medo, muita insegurança e pouca esperança de que um dia eu fosse ser realmente feliz. Peguei Tavinho no colo e o segurei com cuidado. Ele era muito lindo, tinta olhos amarelos e era bem grande, já.
Então levantei, coloquei meu gatinho no chão e fui até o closet, pegar a samba-canção dele pra vestir. Nossa, que lembrança do dia em que a vaca da Paula tinha ido lá, e eu tive que me esconder. Ela quase me viu, mas eu fiquei quieto no closet e Otávio já tinha recolhido qualquer coisa comprometedora do quarto, inclusive a minha roupa, a camisinha do chão e as algemas. Só não a câmera.
Epa! Peraí, a câmera! Não lembrava de ter visto ele retirando ela de lá, não antes da piriguete entrar! Precisava ter certeza de que estava tudo bem, então peguei a cueca e fui até Otávio, que estava preparando a mesa para o jantar.
- Otávio, eu estava pensando... Você destruiu aquela filmagem que vez de nós dois transando, certo- perguntei- aquela que você fez quando estava em crise?
- Não destruí, não. Mas deixei o cartão de memória na câmera- ele sorriu safado- porquê, você quer ver?
- Não, quer, dizer, até poderia, mas eu fiquei preocupado- eu falei- naquele dia a louca da Paula ficou sozinha no quarto, lembra? Eu ouvi. Ela te pediu pra deixar ela de vestir e você saiu.
- Nossa, eu nem tinha pensado nisso!- ele ficou alarmado- além dela, só meus primos vieram aqui, os que trabalham na escola. Mas se você está com medo, podemos verificar a câmera, Donovan.
Fomos juntos ao quarto e ele abriu uma das gavetas da cômoda, pegou a câmera e abriu o fundo. No lugar do cartão, nada. Nada!
- Será que aquela vaca pegou? - eu perguntei- sim, por que seus primos não iriam mecher aí, iriam?
- Só pode ter sido ela, não recordo dos rapazes terem entrado sequer no corredor, imagina no quarto!- ele estava ficando desesperado- se ela mostrar isso pra alguém, nós dois estaremos com um problema muito sério!
- Eu sei!- falei- mas calma, Otávio, a gente tem que pensar! Se ela ainda não fez nada, talvez ainda não tenha visto o conteúdo.
- Sim, sim, é possível- ele andava de um lado para o outro- mas pode ter visto e decidido esperar o momento certo pra nos atacar! Ela é calculista, você não tem noção do quanto!
- Sim, eu tenho. Estamos falando da mesma garota que me "perdoou" e depois me sacaneou- falei. Eu estava ficando preocupado com ele- você pode sentar um minuto pra gente tentar encontrar uma solução pra isso?
- Eu não consigo, vou perder meu emprego, meu apartamento!- ele já estava começando a dar tapinhas com as mãos na própria cabeça- ela vai acabar com a minha vida e com a sua!
Ele foi até a cômoda e jogou tudo no chão com o braço, o relógio espatifou-se na parede mais próxima. Ele estava entrando em surto de novo! Então eu peguei o Tavinho e o coloquei para fora do quarto. Quando me virei, Otávio já estava sentado no chão, em cima de cacos de várias coisas que tinham se quebrado. Ele parecia chorar, mas eu não tinha certeza, e repetia alguma coisa repetidas vezes. Decidi que nãoia deixa-lo naquele estado, precisava fazer algo. Me ajoelhei ao lado dele com muita dificuldade e o levantei, conduzindo-o até a cama. Ele sentou, ainda repetindo as mesmas palavras, que só então entendi: "não canta, sabiá; não canta, sabiá". Não entendi o que aquilo queria dizer. Mas provavelmente tinha a ver com o trauma dele, então memorizei a frase. Eu iria descobrir o que aconteceu com ele, custe o que custar!
Como ele não melhorava e o médico não passou remédio, fiquei pensando em uma solução. O que eu podeis fazer pra... Ah, caramba! O médico falou que ele só relaxou depois que nós transamos, certo? Então se ele precisava relaxar...
Eu peguei seu rosto e beijei sua boca lentamente, afastando seus braços da frente do corpo. Fui subindo devagar no colo dele, sentando em cima de seu pau ainda mole. Minhas pernas estavam ao redor dele, já que eu estava de frente pra ele. Continuei beijando, até que ele começou a retribuir o beijo, e como beijava bem! Logo as mãos dele percorriam todo meu corpo, e ele logo passou a lamber meu pescoço e mamilos. Uhhnnn! Eu estava no céu! Ele tomou as rédeas da situação e me apertou a bunda, com vigor e carinho, enquanto me cheirava e lambia; eu já estava com uma mão segurando firme em seus cabelos macios e claros, e outra subia e descia arranhando suas costas. Ele me deixava doido!
- Está se sentindo melhor?- perguntei- tá mais calmo?
- Tô... Você é meu remédio...- ele disse entre os beijos que me dava- mas a gente... Não precisa parar... Né?
- Só se você quiser me deixar subindo as paredes- falei- uhnnnn! Por favor, não para!
- Hoje eu quero fazer diferente!- ele falou, me empurrando pra cama- deita e relaxa!
- O que você vai faaa...- ele tinha abocanhado meu pau!- Otávio, uhnn! Não para!
A sensação de ter uma língua experiente em você é incrível! Afinal, Otávio poderia ter pouca experiência chupando paus, mas ele com certeza já tinha feito muito sexo oral em mulheres e ela é homem, então faz dl jeito que quer que façam nele!
Era uma delícia, a cueca já era a muito tempo, ele também já estava nu...
- Você já fez um cunete antes?-ele me perguntou, soltando meu pau um minuto. Ei fiz que não com a cabeça- então quer experimentar comigo?
- Claro! Vem aqui!- eu chamei e ele subiu em cima de mim, sentando no meu rosto. Quase tive um treco quando vi aquele cu apertadinho e suculento, cercado de poucos mas grossos pelos castanhos! E como estava cheirosinho, meu magrão! Não resisti e meti a língua no fundo, lambi, chupei, mordi aquela bunda branca e musculosa.
Era uma sensação nova e era muito bom ouvir meu magrelo gemer na minha língua, rebolando de leve no meu rosto!
- Me penetre, por favor!- ele disse entre gemidos- eu quero te sentir dentro de mim!
- Então vem, senta em mim, senta!- eu pedi- onde está a camisinha?
- Tem uma aí nessa primeira gaveta- ele apontou- deixa eu colocar em você?
Ele veio e colocou a camisinha em mim. Apesar de Vânia já ter feito isso antes comigo, foi como uma primeira vez, uma sensação inédita. Ele então lambuzou meu pau de creme e foi se preparando pra sentar. Meu Deus, o que eu estava prestes a fazer? Ia mais uma vez fazer sexo com um cara maravilhoso, mas que era seis anos mais velho e orientador da minha escola! Mas eu não estava pensando nisso, só estava me entregando ao prazer de estar com alguém que eu gostava muito e que me dava muito prazer com cada gesto...
Ele desceu devagar, gemendo baixinho, de olhos fechados, e eu sentia meu pau ser envolvido pelo calor do interior do corpo dele, que estava me segurando pelos ombros, enquanto descia. Percebia que ele sentia dor, e eu pouco podia fazer pra aliviar isso, não tinha a experiência que ele tinha em comer um cuzinho! Então simplesmente deixei que ele fizesse o ttabalho. E logo ele já estava subindo e descendo com um ritmo suave, que foi aos poucos se tornando uma cavalgada frenética! Eu o agarrava pela cintura e o erguia, me apoiando nos meus pés, comecei.a bombar dentro dele, com força, e ele já pedia mais gemendo alto. Fiquei até com medo de que os vizinhos ouvissem... Mas eu estava em êxtase e não aguentei muito tempo! Então peguei o pau dele comecei a masturba-lo rapidamente, pois queria que ele gozasse junto comigo... Mas eu gozei primeiro, urrando como um animal, e ele logo em seguida, sujando minha barriga e peito.
Ele caiu de lado, me puxando pra cima dele e nos beijamos por um longo tempo.
- Você gostou?- eu perguntei- espero que não tenha te machudado!
- Seu pau é mais grosso que o meu- ele disse- mas não doeu muito, não. Fomos devagar... Além disso, eu queria muito isso. Você foi ótimo!
- Está mais calmo?- eu ainda estava preocupado- não vai mais surtar, vai?
- Não... Mas isso não muda o fato de que provavelmente a Paula está de posse de uma prova contra nós- ele disse- vamos ter de pensar em algo amanhã, com urgência.
- Tá, eu sei. Mas precisamos comer e dormir, né?- falei- pediu a pizza?
- Ainda não- ele respondeu- vai tomando um banho enquanto ligo e vou tomar banho com você...
E asim fizemos, tomamos banho, jantamos e dormimos juntos os três, Otávio, Tavinho e eu!
No dia seguinte, tomamos café juntos e decidimos aproveitar o domingo juntos e então pensar numa solução. Eu sugeri que falássemos com as únicas pessoas que já sabiam do que aconteceu, e pedir ajuda. Ele não queria, achou que não era necessário, que não poderíamos arriscar confiar nos dois, mas eu o convenci, e assim, chamamos Évora e Brunno para um almoço num restaurante pequeno e aconchegante perto da Doca, onde talvez não nos vissem...
Na hora combinada, chegamos, mas nada dos dois. Eles não sabiam de tudo ainda (o roubo do vídeo), então decidimos não falar que Otávio também iria ao almoço, ou corríamos o risco de Évora não ir. Pedimos uma mesa num canto, e esperamos por eles, durante cerca de vinte minutos, nos quais Otávio ficou batendo os dedos na mesa, nervoso, e ficava repetindo "será que eles vão gostar de mim?"
Só falava para ele que, em primeiro lugar, ele não estava conhecendo meus pais. Segundo, ele já conhecia os dois. Mas vi alí mais uma prova do sentimento dele por mim. Ele queria agradar meus amigos.
Então, avistei os dois entrando, e acenei para eles. Conforme iam chegando perto e reconheceram Otávio ao meu lado (ele estava com óculos de sol enormes), duas reações sem distintas se formaram: Brunno sorria, Évora fechou a cara. Mas ambos sentaram.
- Boa tarde, pessoal!- eu disse sorrindo- vocês lembram do Otávio?
- Claro! Tudo bom, gato?- falou Brunno- Brunno, prazer.
- Lembro. Infelizmente- falou Évora- tu já meteu meu amigo em bronca, num foi não?
- Évora!- eu disse- ele é meu amigo, e é Cavalheiro comigo, uma pessoa boa e doce!
- Deixa, Donovan- Otávio falou retirando os óculos- ela tem razão, não tem? Mas saiba que eu gosto muito do seu amigo, Silmara, e quero um dia fazer ele feliz, ao meu lado. Ele só precisa dizer que quer.
- Hum! Isso nós vamos ver!- ela disse- e por favor, me chame de Évora.
- Gente, mas o que aconteceu, que vocês precisam de nós- indagou Brunno- não vai me dizer que vocês querem ajuda pra contar pro seu pai sobre o namoro de vocês?
- Não estamos namorando, Brunno!
- Ainda não, quer dizer!- falou Otávio sorrindo- Assim que eu tiver alta, eu vou pedir ele em namoro de novo!
Depois dessa, eu corei. Então relatei o que axinteceu, incluindo a parte do beijo e da "investida" de Gehardt. Nessa hora, Otávio foi ao banheiro, pois não queria ouvir de novo o relato de como eu fiquei com ele, como apanhei do Cristiano. E então falei sobre o possível roubo do cartão de memória da câmera. E pedi ajuda pra pegarmos a vaca gorda da Paula. E eles concordaram. Depois de muito discutir, decidimos que fingiríamos uma briga, uma razão pra eles passarem para o lado dela, e assim que ela baixasse a guarda, eles roubariam o cartão de volta.
Agora, uma coisa é preciso dizer... Otávio era o charme encarnado. Ele não só foi um perfeito cavalheiro, deixou o Brunno encantado e a Évora, bem, ela até sorriu e deu dois beijinhos nele antes de irmos. Então ele nos deixou em um ponto de ônibus e fomos embora, cada um pra sua casa.
Agora, pensa que eu levei um sermão enorme quando cheguei, né? Pois foi o contrário! Cristiano realmente não ligou pra eles, apesar de que eu sabia que ele ainda ia me causar problemas. Papai estava feliz, por que achava que eu estava "comendo a Évora", me deu dois pacotes de camisinha, e ainda quis abrir umas cervejas pra beber comigo, mas eu recusei. Depois do que aconteceu na casa do Guê, eu peguei trauma da desgraçada da cachaça, e até hoje raramente bebo. Minha mãe não estava tão entusiasmada com esse tipo de coisa. Não quis saber de papo comigo, sabe como é mãe, geralmente tem ciúme de filho, homem. Passei a noite falando com Otávio pelo telefone, foi muito bom o papo, e eu conhecia cada vez mais aquele cara que poderia ter destruído minha vida na noite em que quase me violentou, mas estava a cada dia mais próximo do meu coração. Ele era doce demais, e eu a cada dia tinha mais e mais certeza de que ele realmente sentia algo por mim, não era apenas uma carência ou resultado do trauma dele. Mas, e sempre tem o mas, eu era louco por aquele baixinho maluco... E o que ele fez naquele quarto, só conseguiu me deixar mais confuso. Não fosse aquilo, eu provavelmente estaria caminhando para esquecer esse sentimento. Mas agora...
De qualquer forma, chegou a segunda-feira e voltei a rotina da aula. Assim que cheguei ao colégio, vi Guê sentado sozinho num dos canteiros. Nossos amigos e Paula ainda não tinham chegado, mas havia outros alunos da nossa e de outras turmas por perto. Aproveitei que a Paula ainda não tinha chegado e fui falar com ele, precisávamos conversar, né? Assim que cheguei perto, ele levantou e eu notei que seu rosto estava inchado e arroxeado. Ele estava usando óculos de sol, mas não dava pra não notar. Numa reação impensada, levantei a mão para tocar em seu rosto, eu fiquei aflito! Afinal, aquele tapa não teria feito isso, Cristiano provavelmente bateu mais nele depois que eu saí de lá.
- Tira a mão de mim, seu viado nojento- ele gritou alto- não encosta em mim, não! Quer me passar AIDS?!
Eu fiquei chocado! Ele não precisava falar aquilo se quisesse manter a distância, as aparências. As pessoas em volta estavam olhando, e algumas já começavam a rir.
- Se encostar em mim de novo eu chamo a polícia, seu tarado pervertido!- ele continuou- fica querendo pegar no meu pau, essa bichona! Te enxerga, tu achas que eu sou fresco, é?
- Por que tu estás falando assim comigo, Guê?- perguntei segurando o choro- Porque está me tratando mal? Foi você que me beijou.
- Fica longe de mim, você esperou eu ficar bêbado pra me seduzir- ele falou baixo, assim como falei- nada do aconteceu foi porque eu quis, você se aproveitou de mim! Agora fica longe ou eu estouro tua boca de socos, entendeu? Viado nojento!
A única coisa que eu conseguí fazer foi correr para dentro da escola, me tranquei num reservado e chorei sentado no vaso. Olhei pra frente e na porta do banheiro havia uma pichação que dizia "Donovan viadão, a moça do terceiro ano"! E várias caricaturas minhas em poses e atitudes vergonhosas. Naquele momento, pela primeira vez na minha vida, eu tinha uma certeza cruel: eu queria morrer.