*CONTINUAÇÃO
Ele fez umas caras e bocas difíceis de ser decifradas, acho que mesmo eu estando arrebentado e com uma perna enfaixada ali na frente dele ele não foi capaz de deduzir que fui acidentado. Sim ele é devagar pra pensar certas coisas.
- Porque você não me comunicou Felipe?
- Eu estava em coma Bruno, como eu iria ligar pra você?
- Fe me desculpa por favor, isso tudo foi culpa minha, saiba que eu me arrependi muito de tudo que fiz e te prometo que vou mudar a partir de hoje, eu não quero ser o mesmo de dias atrás, quero estar mais presente a voce, quero ser seu namorado de verdade, nem que para isso eu tenho que sacrificar alguma coisa da minha vida. – eu o interrompi.
- Então voce pode começar falando para seus amigos que eu não sou seu irmão, que nos somos um casal.
- Você está louco? – ele disse surpreso. – Você sabe o quanto isso vai pegar mal pra mim lá na empresa?
- Eu sabia que voce não iria mudar. – disse e levantei seguindo para o meu quarto, ouvia ele vindo atrás de mim. “Fe, me espera voce entendeu errado” ele dizia.
- o que eu entendi errado Bruno, me explica. – eu falava enquanto entrava no quarto.
- Não foi isso que quis dizer, eu falei que podia pegar mal pra mim, mas se for por voce e pra voce eu faço esse sacrifício, tudo que me importa é estar ao seu lado, lutar com voce. Você é tudo pra mim moleque, mesmo voce fazendo besteira eu não consigo ficar longe de voce, não penso em colocar outra pessoa no seu lugar.
Confesso que chorei ao ouvir ele falar aquilo, por mais durão que o Bruno demonstrasse ser, por dentro existia um cara sensível, um homem amável, capaz de lutar por aquilo que ama.
- ainda não terminei. – ele disse enxugando minhas lagrimas que teimavam em cair. – eu quero eternizar a nossa relação, quero voce só pra mim, isso é por você – ele disse colocando a mão sobre seu peito sentia as batidas do seu coração. – e isso é pra você – ele foi até a mesinha de cabeceira e pegou uma caixinha, se antes eu já chorava agora com certeza as cataratas do Niágara estavam com inveja dos meus olhos. – Felipe, voce aceitar casar comigo estar Ra sempre ao meu lado amando e respeitando um ao outro?
Fiquei sem palavras, ele abriu a caixinha e lá estavam duas alianças de prata, era a coisa mais linda e perfeita que já tinha visto, dentro de cada uma havia a data do nosso primeiro beijo e a inicial de cada um, “B” para mim e “F” para ele. Não consegui nem responder, a minha única reação foi abraçá-lo e beijá-lo o que fui logo retribuído, não sei por quanto tempo fiquei beijando ele, perco a noção do tempo quando estou ao seu lado, tudo se torna indiferente pra mim. Ele separa nossos rostos, o mais lindo de tudo era o sorriso que estava estampado em seu rosto.
- isso seria um sim? – ele perguntou entusiasmado.
- Sim, claro que sim.
Voltamos a nos beijar, agora com mais intensidade, era incrível a forma como nossos lábios se encaixavam perfeitamente, logo estávamos pelados sobre a cama que voltara a ser nossa. Sim transamos. Transamos não, fizemos AMOR. Era a única coisa que preenchia aquele quarto, AMOR, o sentimento mais puro e lindo que já foi inventado, eu o amava, ele me amava e agora mais do que nunca estaríamos ligados inteiramente um ao outro.
...
Dias se passaram...
Bruno contou para os amigos que eu sou seu namorado, muitos se afastaram, pois já era de se esperar, outros o apoiaram.
Conseguimos encaixar os nossos horários, agora ele me levava para a escola e me trazia de volta pra casa, coisa que eu confesso que adorei, era bom ver a cara das pessoas muitas vezes com inveja. Risos.
Meses se passaram...
Eu concluo o ensino médio, Bruno conseguiu uma promoção no emprego, tínhamos uma vida estável. Visitávamos minha mãe e a minha sogrinha, nosso pai evitava nos ver, sempre que íamos lá ele saia de casa, ia para um sitio que havia adquirido a pouco tempo.
A vida ia passando...
A cada dia eu aprendia mais com o Bruno, ele me ensinava como ser um homem de verdade coisa que meu pai nunca fez, me ensinava a amar as coisas que a vida nos dá, eu me esforçava pra ser o namorado perfeito e parece estar conseguindo estávamos mais apaixonados, mais ligados que nunca. O amor nos invadiu de uma forma inexplicável e eu queria que ele não saísse de lá tão cedo. Melhor nunca mais saísse.
Felipe e Bruno, dois rapazes que se conheceram na escola, se tornaram amigos, descobriram o amor entre dois homens, namoraram, passaram por dificuldades, desavenças, brigas, descobriram que são irmãos, mas nada disso foi capaz de abalar esse amor, enfrentaram as barreiras e decidiram viver esse amor incestuoso, prova de que devemos lutar pelo que queremos, eu lutei e consegui.
FIM, ou talvez não