- Foi tão difícil assim? Diz ele se jogando na cama.
- Não, mas eu tava com medo.
- Eu disse que meus pais não eram monstros. E parece que você se deu tão bem com minha mãe quanto eu com seu pai.
- Em falar nisso, o que você e meu pai tanto falaram naquela festa?
- Nada demais. Ele me fez perguntas e eu as respondi.
- Que tipo de perguntas?
- Sobre minha vida, e depois falamos de futebol.
- Claro! Agora eu me lembrei que vocês torcem pro mesmo time.
Conversamos mais um pouco sobre a festa e depois ficamos deitados nos beijando.
- Quero passar o dia todo assim com você.
- Eu não posso, tenho que ir pra casa.
- Fica. Ele diz me beijando.
- Eu tenho que falar com o Biel.
- Biel, Carla parece que você tem mais tempo pros seus amigos do que pro seu namorado.
- Ok, eu fico com você, mas antes eu tenho que ir em casa.
- Eu vou com você. Ele diz levantando da cama e seguindo em direção ao banheiro.
- To esperando.
Ele volta, nós descemos, me despedi dos pais dele e fomos pra minha casa.
- Mãe.
Ela não respondeu fui ao quarto dela e ela está dormindo.
‘Pelo visto a festa foi boa’ pensei. Já eram 10hs e ela ainda estava dormindo.
Tomo um banho e volto pra casa de Wanderson. Já deitado na cama, vendo um filme com ele o Gabriel me manda um SMS.
- Alerta babado: Peguei seu amigo Carlos.
- Não acredito. Digo alto e Wanderson percebe.
- O que houve?
- Nada, esquece. Digo e começo a rir.
- Acho que você tem algum tipo de problema.
- Não acredito, como você conseguiu? Respondo ao SMS.
- Sedução, meu amor.
- Mas ele é hétero.
- De hétero a Parada Gay ta cheia. Eu começo a rir de novo.
- Com quem você ta conversando? Pergunta Wanderson.
- Com o Biel.
- Tinha que ser.
- Você ainda ta com ciúmes dele?
- Nem to. Ele vira o rosto e volta assistir o filme.
- Depois a gente conversa, meu namorado ta com ciúmes. Envio ao Gabriel e volto a assistir o filme.
Quando o filme acaba (Dou graças aos céus novamente, definitivamente ele e eu temos gostos totalmentes diferentes para filmes) ele me beija.
- Gostou? Ele me pergunta.
- Gostei muito interessante.
- Serio? Eu vi sua cara de tédio.
- Ta, eu confesso que não gosto desse tipo de filme.
- Celo, quando você não gostar de uma coisa pode falar.
- Eu sei, mas...
Ele me beija e me interrompe. Depois de muitos beijos a gente fica só se olhando.
- Posso te fazer uma pergunta? Eu digo.
- Pode.
- Quando você começou a gostar de mim?
- A amar, você quis dizer, né?
- É, pode ser. Me responde logo. Falo ansioso pela resposta dele.
- Sei lá, acho que no começo do ano passado, quando o Carlos aproximou a gente.
- Mas você ficou com varias garotas desde lá.
- É que eu tava muito confuso, você foi o primeiro homem que me chamou a atenção e eu não queria aceitar isso. Tentei varias vezes me apaixonar por uma garota, mas você não saia da minha cabeça. Eu cheguei a chamar uma garota pelo seu nome.
- Que garota? Pergunto rindo.
- Nem lembro se foi a Paola ou a Carol.
- Você queria me esquecer tanto assim? A ponto de pegar a garota mais rodada da cidade?
- Pra você ver o quanto você mexe comigo.