OIIIIII, então, eu vi que tem um moço postando "Dois Heteros numa balada GLS" que de longe é um dos meus contos favoritos da época do orkut (sério). Então, eu decidi postar esse aqui, que também é um dos meus favoritos. Esse conto não foi escrito por mim, só estou postando, pois grandes contos como esse devem sim ser repassados. A narrativa continua igual. - Ele é bastante longo, tá - Bjs - Luís.
Você Quer Ser Meu Pokémon?
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❶
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Havia um grande relógio no meio da rodoviária. Eram 17h08min. O meu primo chegaria a qualquer momento.
- O ônibus do pivete tá atrasado, já era para ter chegado há oito minutos. – falou meu pai impaciente.
- Calma, amor, e não chame ele assim. – falou minha mãe.
Meu pai bufou como se decidisse que não valia à pena prolongar o assunto. A opinião de meu pai sobre o meu primo Guilherme era bem clara: meu primo era um vagabundo baderneiro e ponto final.
Guilherme era meu primo por parte de pai. Ele estava com 19 anos e ainda não tinha tomado um rumo na vida. Ele estava vindo para a minha cidade prestar vestibular para a universidade daqui.
- Meu irmão não está conseguindo controlar o pivete e aí resolveu mandar ele pra mim, para ver se eu dou um jeito na desgraça. Tenho certeza que é isso.
- Paulo... – dizia minha mãe com ar de censura e ao mesmo tempo sorrindo.
Paulo, meu pai, era militar e para ele não havia nada mais importante do que a disciplina. Eu e meu irmão sofríamos, mas de certa forma já estávamos acostumados. Marcelo, meu irmão, tinha 14 anos, eu era três anos mais velho que ele. Ele me odiava e eu odiava ele, a gente vivia brigando.
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- Mas que saco esse ônibus que não chega. – suspirou meu irmão Marcelo.
- Ônibus atrasa mesmo... Vocês não sabem disso? – debochou minha mãe.
Eu me perguntava como que estaria meu primo, fazia muito tempo que eu não o via. Mas nós tínhamos sido muito chegados quando crianças, só que depois meu pai fora transferido de cidade e aí a gente acabou perdendo o contato.
O ônibus da companhia Útil beirou lá na ponta da avenida, manobrando para entrar na rodoviária.
- Até que enfim. – falou meu pai. – Será que é o ônibus dele?
- Acho que deve ser. – disse minha mãe.
O ônibus estacionou no portão 12, era o ônibus de Guilherme.
Ficamos nós quatro, eu, meu irmão, meu pai e minha mãe, observando os passageiros descerem do ônibus e pegando as malas, atentos para tentar localizar Guilherme.
Então, um rapaz começou a caminhar na nossa direção, carregando uma mochila da Redley nas costas e trazendo um bolsão numa das mãos.
Seria meu primo? Eu indaguei. Acho que meus pais também estranharam. Guilherme estava mais alto, com os braços e o peitoral mais definidos, o cabelo raspadinho, todo modelete. A única coisa que eu reconheci nele foi a pinta característica que ele tinha perto da boca, que era um charme.
Ele esticou o braço para cumprimentar meu pai.
- Tudo bom, tio? – ele disse, com um irritante sotaque carioca.
- Tudo. – respondeu meu pai. – Como estão Pedro e Lidia?
- Tão bem. – e depois acrescentou com certo ar de ironia e tristeza. - Muito trabalho, como sempre.
Pedro e Lidia eram meus tios, pais de Guilherme, os dois eram advogados e ganhavam muito bem.
- Amor, vá pegar um carrinho para Guilherme poder por a mala dele. – disse minha mãe.
Meu pai olhou enviesado para minha mãe, não gostando do tom imperativo que ela tinha usado ali em público. Mesmo assim, obedeceu. Lá em casa meu pai eram quem dava as ordens, mas por trás dele, minha mãe que mandava.
- Muito calor lá Rio, querido? – perguntou minha mãe para Guilherme.
- Bastante, tia Silvia.
Depois Guilherme se virou para cumprimentar meu irmão.
- Você deve ser o Marcelo. Cresceu hein moleque.
Marcelo sorriu e eles se cumprimentaram com um aperto de mão.
Em seguida, Guilherme se virou para mim.
- Marcos! – ele exclamou e veio na minha direção para me dar um abraço. – Você tá diferente, cara.
- Você também. – eu falei sem jeito.
- Você tá com o quê? 17 anos?
- Sim. Faço 18 daqui a três meses.
Meu pai voltou trazendo o carrinho. Ajudou Guilherme a depositar a mala e, então, fomos em direção ao nosso carro.
Reparei que Guilherme tinha um piercing na orelha esquerda, muito sexy por sinal. Daí, fiquei pensando que quando eu era criança havia uma história que dependendo do lado em que o garoto furasse a orelha para por brinco, ele era gay. Porém eu não me lembrava se era do lado esquerdo ou se era do lado direito. De qualquer jeito, eu não sei porque eu estava me preocupando com isso.
- Doeu colocar esse piercing aí? – eu perguntei com meu ar mineiro de ser.
Notei que meus pais se entreolharam preocupados com o meu súbito interesse no piercing. Eu sabia que meu pai jamais me deixaria colocar um.
- Nada cara. – ele respondeu. – Foi de boa, tranqüilo mesmo.
Entramos no carro. Pela janela eu observava o fim da tarde. Assentado do meu lado estava Guilherme, eu sentia o perfume dele invadir o meu nariz, um cheiro forte e gostoso, que de alguma forme fazia eu me sentir derretido. Derretido? Que coisa mais boióla, eu pensei, voltei a prestar atenção na paisagem da janela.
- Você vai fazer vestibular também? – perguntou Guilherme, interrompendo a minha contemplação da rua.
- Vou sim. – eu respondi.
- Que curso você escolheu?
- Direito.
- Blehh. – ele disse, fazendo uma cara fofinha de enjoado. – Acho que nesse aspecto meus pais me influenciaram negativamente. Quero passar longe de Direito.
- E você vai fazer o quê? – perguntei.
- Comunicação Social. – falou com orgulho. – Quero ser publicitário.
Escutei meu pai fazer um som de deboche lá na frente. Não sei se Guilherme também reparou, mas se escutou, fingiu que não tinha escutado.
- Poxa, publicidade é uma área muito legal. – falou minha mãe para amenizar, mas de forma totalmente artificial.
Chegando em casa minha mãe falou para Guilherme que ele ficaria no meu quarto, já que éramos próximos de idade.
- Tem problema? – perguntou minha mãe.
- Problema nenhum. Tá ótimo, tia.
- Então... Marcos, ajuda o seu primo a ajeitar as coisas dele e mostre a casa. – pediu minha mãe.
- Tá bem.
Subi com meu primo para o meu quarto.
- Bom... Esse daqui é meu quarto.
Ele entrou, deixou o bolsão no chão e andou pelo quarto.
- Maneiro. – ele elogiou.
Ele se deteve em frente a minha escravinha de estudos e pegou um porta-retrato que encimava na bancada.
- Quem é essa? – ele perguntou.
- Monise, minha namorada. – respondi.
- Ahh. – exclamou surpreso. – É claro.
Depois ele olhou minha coleção de medalhas.
- Você tem bastante medalhas, hein!?
- 53. – eu respondi na ponta da língua. - 31 de ouro. 14 de prata e 5 de bronze.
- Uauu. Temos um atleta na família. – ele sorriu. – Você compete em quê?
- Competia... Parei já tem tempo. Eu fazia natação.
- Que pena que parou. – ele falou. – Esporte é uma coisa boa.
- É, eu tava enjoado.
Depois disso Guilherme ainda olhou meus livros. Notei que ele era bem fuxiqueiro mesmo, gostava de reparar em tudo.
- Vem. Deixa eu te mostrar o resto da casa.
Mostrei onde era o banheiro, a cozinha e os outros cômodos.
De repente tocou a companhia.
- Deve ser Monise, eu vou lá atender. – falei. Eu tinha chamado Monise para lanchar conosco, apresentá-la ao meu primo, essas coisas.
Abri a porta.
- Oi amor.
- Oi lindo – disse Monise, me dando um selinho.
Apresentei Monise ao Guilherme e pouco depois minha mãe colocou o lanche na mesa.
Conversamos, coisa e tal. Depois do lance fui levar Monise de volta para casa, ela morava perto de mim.
No meio do caminho, resolvemos ir na pracinha, tomar um sorvete.
- Parece ser gente boa seu primo. – falou Monise.
- É, mas ele é conhecido entre os familiares por ser “o” rebelde. Você tem que ver o vovô falando dele. O tio mandou ele pra cá pra ver se meu pai dá um jeito nele ou pelo menos ajuda, já que meu pai é meio rígido.
- Ah, entendi. E ele vai ficar quanto tempo?
- Um mês. Só até o vestibular. Minha mãe matriculou ele no ‘Opção’.
‘Opção’ era um cursinho preparatório para o vestibular.
Comemos nossa casquinha e deixei Monise em casa. Eu gostava muito de Monise, mas ela tinha umas características que eu não gostava muito, ela se irritava facilmente e implicava comigo por pequenas coisas, de vez em quando isso me cansava.
Voltando para casa, quando entrei no meu quarto, me deparei com Guilherme sem camisa e descalço, só com uma toalha na cintura.
Nossa, que moleque gostoso. Foi a primeira coisa que eu imediatamente pensei. Peraí, isso é coisa de veado e eu não sou veado. Afastei o pensamento da minha cabeça.
- Eu acabei de sair do banho. – disse Guilherme.
- Ah sim. Vou sair do quarto pra você poder se trocar.
- Não precisa não. Eu não tenho vergonha. Além disso, você é meu primo, oras. Parece até que esqueceu das brincadeiras que a gente fazia quando éramos garotos.
Eu me lembrava muito bem das brincadeiras. Eu tinha 9 anos e ele tinha 11. Brincávamos de lutinha com nossos paus, como se fossem espadas, lembro que o pau de nós dois ficava duro. Mas na época eu ainda era muito inocente e nem tinha muito pudor na brincadeira não. De qualquer jeito, eu preferia não lembrar dessas brincadeiras, me sentia envergonhado.
- Você ficou vermelho! – exclamou Guilherme e começou a rir.
Depois de alguns segundos pocando na risada, Guilhereme sugeriu:
- Que tal se a gente recordasse nossas brincadeiras?
Na hora fique mais vermelho ainda, igual um pimentão.
- Tá doido!?
Guilherme riu mais ainda.
- Eu tô zuando cara. Vocês mineiros não tem jeito.
Acabei saindo do quarto para deixá-lo mudar de roupa. Eu estava meio sem graça de ficar no quarto com ele mudando de roupa, ainda mais depois dessa brincadeira que ele tinha feito.
Peguei meu pijama e fui tomar meu banho. O som da risada de Guilherme não saia da minha cabeça, era um som tão agradável de escutar...
Depois do banho voltei para meu quarto, Guilherme estava lendo um livro. Lendo um livro? Fiquei surpreso, confesso que não esperava isso de Guilherme.
- O que você tá lendo aí? – perguntei curioso.
- O Príncipe. – respondeu Guilherme.
Foi tão inesperado que fiquei até um pouco boquiaberto. O Príncipe de Maquiavel era uma obra clássica, onde ficou conhecido o lema “Os fins justificam os meios”. Jamais pensei que Guilherme pudesse ler um livro desses.
- Bom, eu estou indo ver televisão. – eu falei. – Se você quiser vir comigo... Mas pode continuar aí lendo seu livro também, se quiser.
- Ah sim. Claro. Vou com você.
Liguei a TV, em um dos canais estava passando “Beleza Americana”. Meu filme predileto, eu não canso de assisti-lo. Quer dizer, então é óbvio que a televisão ficou nesse canal, nem me dei ao trabalho de perguntar se Guilherme queria ver outra coisa, nesse sentido fui até um pouco mal educado.
A verdade, porém, é que eu fiquei mais conversando com Guilherme do que assistindo ao filme propriamente.
Guilherme me contou dos seus planos para o futuro.
- Sabe, não sei se quero fazer faculdade. – ele confessou. – Eu tenho espírito empreendedor, quero abrir um negócio. Tá no meu sangue, eu sinto isso. Eu não sirvo pra faculdade.
- Sakei, pow, você tem que correr atrás do seu sonho então véi. – falei.
- Vai parecer meio gay isso que eu vou falar agora, não liga não, mas eu acho lindo o seu sotaque de mineiro cara. – ele falou, sem qualquer pudor. – Mas voltando ao assunto, eu tenho um contato lá em São Paulo, acho que vai rolar de abrir uma produtora de eventos no interior de São Paulo. Sabe, tipo, quem organiza formaturas, casamentos, shows. Bom, eventos de forma geral, o nome já diz, produtora de eventos.
Agora eu entendia porque meu avô se referia ao Guilherme como quase-grande sonhador de quase-projetos quase-realizáveis. Não sei como meu avô tinha bolado esse apelido, mas fazia muito sentido. O projeto de Guilherme parecia quase-perfeito pela forma como ele falava, mas se alguém fosse parar para pensar bem, aquilo que ele estava dizendo era totalmente inviável e fora da realidade. Mas de alguma forma, o jeito como ele falava das coisas, seduzia e fazia tudo parecer possível.
- Você já falou para seus pais desse seu plano? Afinal você vai precisar pedir dinheiro emprestado para eles, né?
- Ainda não falei. Vou esperar que as coisas se acertem mais. – ele falou.
Conversamos mais um pouco e depois o filme acabou. Fomos, então, dormir. A minha cama era do tipo bicama, eu dormi na parte de cima e ele na de baixo.
Acordei com o sol de sábado entrando pelas frestas da persiana. Olhei para baixo, Guilherme ainda dormia, parecia um anjo, todo esparramado na cama. Fiquei ali parado, contemplando meu primo.
Depois desci para tomar café-da-manhã. Tive uma discussão com meu irmão sobre quem ia comer o resto do cereal, como sou mais velho, impus a minha vontade e meu irmão acabou tendo que fazer uma torrada com manteiga.
Logo em seguida apareceu Guilherme com carinha de quem acabara de acordar, de camisa branca, short xadrez de pijama e de chinelo.
Mesmo com aquela cara de sono, ele conseguia ser charmoso. Isso me deixava incomodado, eu não sabia por que.
Falei para ele ficar a vontade, que ele podia fazer uma torrada com manteiga ou misto-quente, o que ele preferisse.
- Beleza, pode deixar que eu me viro. – ele falou com o aquele sotaque de carioca.
Fui para a sala ver televisão. Mas meu irmão já estava lá.
- Marcelo, deixa eu ver televisão, você sabe que agora passa “Arrested Development”. – eu falei.
- É, mas eu cheguei aqui primeiro e eu estou a fim de ver outra coisa. – ele resmungou.
Arrested Development era uma série de comédia que passava na Fox. Era a série de comédia mais engraçada que existia, eu adorava (infelizmente hoje em dia não passa mais). Eu sabia que Marcelo estava fazendo aquilo só de implicância comigo, porque eu tinha ficado com o resto do cereal.
Peguei meu celular, fui para o corredor e disquei o número lá de casa. Deixei o telefone tocar três vezes, então desliguei o celular e fingi atender o telefone.
- Alô? – falei alto, fingindo conversar com alguém pelo telefone. – Tá tudo bom. Vou chamar ele pra você.
Deixe o telefone em cima da mesinha e fui para a sala de televisão.
- Marcelo, é a Bianca. – falei.
Bianca era a peguete do meu irmão. Marcelo se levantou do sofá e foi atender o telefone.
Eu peguei o lugar dele e deitei no sofá, apanhei o controle-remoto e mudei o canal.
Pouco tempo depois voltou meu irmão furioso.
- Não tinha ninguém no telefone! – ele bradou.
- Não? – falei, me fazendo de desentendido. – Deve ter caído a ligação, então.
- Mentira! – ele falou irritado. – Me devolve o controle remoto.
- Eu não. Foi na roça, perdeu a carroça. – falei rindo.
Meu irmão ficou puto e tirou a tomada da televisão para fora.
- Põe essa tomada de volta, agora! – eu ordenei.
- Então me devolve o controle.
Eu ameacei levantar do sofá, meu irmão ficou com medo e correu para o quarto, gritando.
- Você é um desgraçado!
Eu não tinha o costume de bater no meu irmão. Mas ele sabia que quando eu resolvia bater nele era para machucar mesmo e daí ele ficava com medo. Porém eu só usava essa estratégia em último caso e quando meus pais não estavam em casa. Como agora de manhã meus pais estavam fora, caminhando no parque, eu era então o soberano da casa e não havia nada que ele pudesse fazer.
- Você e seu irmão não seu dão muito bem, né? – falou Guilherme, chegando na sala.
- É... Paciência... – respondi. – Senta aí que essa série é boa. Arrested Development, já viu?
- Já ouvi falar, mas nunca vi. – ele falou.
Guilherme sentou-se no outro sofá e cruzou as pernas, colocando o pé em cima do joelho da outra perna. Pelo ângulo, dava para ver toda a coxa dele e perceber que ele estava sem cueca, eu conseguia até ver um pedaço do saco dele e alguns pentelhos do saco. Aquilo me deixou excitado e meu pau começou a ficar duro dentro do meu short, tive que colocar uma almofada na minha frente para que ele não percebesse a minha ereção, já que eu também estava sem cueca. Ora e outra eu dava uma espiada na perna de Guilherme, eu já não estava nem conseguindo me concentrar direito no meu programa.
De tarde tive uma nova discussão com meu irmão.
Eu estava entrando no banheiro, quando meu irmão veio correndo.
- Marcos, deixa eu tomar banho na sua frente, é que eu vou ter que encontrar com Bianca daqui a pouco.
- Hun... Deixa eu ver aqui... – falei, fingindo que estava pensando. – Não!
E fechei a porta.
- Por favor véi.
- Não. Ela que espere.
E de propósito tomei meu banho bem devagar. Quando sai do banheiro meu irmão estava quase pulando em cima de mim.
- Você também gosta de implicar com seu irmão, né cara? – falou Guilherme sorrindo.
- Ah... Ele também é babaca comigo...
No dia seguinte, domingo, acordei espreguiçando meus braços. Olhei para baixo, lá estava Guilherme todo esparramado na cama e com o pau duro.
Pau duro?
Tomei um susto. O pau de Guilherme estava durão, quase explodindo para fora do short, mó barraca armada mesmo.
Talvez ele estivesse tendo algum sonho erótico, eu imaginei.
De qualquer maneira eu estava impressionado, o pau dele havia crescido muito desde a nossa época de criança.
Quando eu percebi, meu pênis também estava duro. Quer dizer, meu pau tinha ficado duro só de ver a pica dura do meu primo. Senti-me um pouco constrangido, mas ao mesmo tempo eu estava gostando de ver aquele mastro duro na minha frente, aquelas pernas e braços torneados, aquele corpo na minha frente estava mexendo com os meus hormônios. Tive vontade de começar a me masturbar enquanto observava aquele corpo na minha frente, mas me segurei.
De repente meu primo se mexeu na cama. Talvez ele estivesse acordando, me virei de costa e fingi que estava dormindo.
Escutei alguns barulhos, ele realmente havia acordado. Eu continuei fingindo que estava dormindo.
Passou algum tempo e de repente eu comecei a escutar uns gemidos baixinho.
Virei meu rosto, fingindo que estava acordando, e me sobressaltei com o que vi.
Guilherme estava de joelhos na sua cama, com o pau para fora e se punhetando.
- Que isso? – exclamei.
- Pow, eu acordei de pau duro e aí vi essa bundinha empinada na minha direção... – ele falou.
Eu olhava aquela pica dura na minha frente. O pau do meu primo era lindo.
- Tá doido!? – censurei. - Olhando bunda de homem véi?
- Cara, tô na seca. Eu tô aceitando meter meu pau em qualquer lugar. – ele falou de forma maliciosa. – Dá sua bundinha pra mim, cara. Me ajuda aí.
- Cai fora, doido. Eu não curto essas paradas não. Eu tenho namorada!
- Sortudo, pode meter nela sempre que tem vontade. – ele retrucou. – Me ajuda aí priminho. Vai!?
Nisso, senti a mão dele apertar a minha perna.
- Não véi! – falei com ênfase, mas senti um arrepio ao sentir a mão dele me tocar.
- Tá certo. – ele disse murchando. – Vou ter que me satisfazer sozinho.
- Pois é.
Ele voltou a se deitar na cama e continuou se punhetando ali mesmo, na minha frente. Guilherme fechou os olhos e seu rosto começou a se contorcer em prazeres enquanto a mão dele massageava seu próprio pau.
Eu simplesmente não consegui desviar os meus olhos dele, parecia um imã.
Eu escutava os gemidos de prazer que de vez em quando ele soltava baixinho.
Então, o ritmo começou progressivamente a ficar mais intenso e rápido. A mão dele começou a massagear o pau com mais velocidade.
Poucos minutos depois dois jatões brancos saíram do pau de Guilherme, melecando a sua própria barriga, ele tinha gozado. Guilherme soltou um suspiro de alívio.
- Desculpa, mas eu tava precisando muito. Era aqui e agora ou eu ia ter um infarto – ele justificou.
- Tranqüilo. – falei, fingindo não me importar. – Se quiser, eu posso buscar um papel para você limpar essa lambança nojenta que você fez.
- Ah... Se você puder, eu agradeço. Valeu.
Levantei da cama para ir buscar um papel para Guilherme.
De repente, escutei uma exclamação.
- Cara! – falou Guilherme.
- Quê? – perguntei.
Ele estava apontando em direção ao meu pau.
- Você tá de barraca armada, cara! Você ficou de pau duro de me ver batendo punheta.
Que mole que eu dei. Eu pensei. Não tinha lembrado que eu estava de barraca armada. Fiquei sem graça, mas consegui rapidamente emendar:
- Nada a ver véi. As vezes eu acordo de pau duro ué... Por acaso você nunca acordou de pau duro não?
E em seguida sai do quarto, sem saber se minha desculpa tinha colado ou não.
O resto do domingo passou de forma usual. Depois do almoço ajudei minha mãe limpar a louça e varri a cozinha. Lá em casa meu pai obrigava que os dois filhos ajudassem minha mãe nas tarefas de casa, então as vezes tínhamos que limpar banheiro, varrer a casa, passar a roupa etc. Normalmente a gente se revezava nas obrigações, era também só nos finais de semana, porque dia de semana a gente tinha empregada.
De tarde resolvi ir ao cinema com Monise, chamei Guilherme para ir conosco, mas ele recusou, disse que ia adiantar umas matérias para o vestibular, causando certa perplexidade nos meus pais. Por sinal, eu devia ter batido uma foto do rosto dos dois quando ouviram Guilherme dizendo que não ia para poder estudar um pouco. Simplesmente hilário.
De noite voltei do cinema chateado com Monise. “Para variar” a gente tinha assistido o filme que ela tinha decidido e não o que eu queria... Aff!
- Cara, se você animar a gente pode assistir esse filme aí agora de noite, depois do lanche. Topa não? – convidou Guilherme.
- Não sei véi. Acabei de chegar do cinema, ir no cinema de novo? Não parece uma boa idéia.
Guilherme pareceu meio desapontado.
- Mas tipo, deixa a gente lanchar primeiro, de repente eu animo sim. – falei.
- Beleza! – ele sorriu, contente igual uma criança.
Depois do lanche, acabei topando ir ao cinema com Guilherme, pois eu queria muito assistir ”Cartas de Iwo Jima”, um filme sobre a Segunda Guerra Mundial.
- Tá, eu só preciso tomar meu banho e me arrumar. – falou Guilherme.
- Tá beleza. – falei.
Fiquei no meu quarto, usando o computador, mexendo no MSN, conversando com meus colegas.
Passaram-se mais ou menos uns 30 minutos, então escuto Guilherme entrar no quarto.
- Esstou pronto. – ele falou, puxando o 's'.
Olhei meu primo dos pés a cabeça, ele estava simplesmente tudo de bom. Ele tinha conseguido ficar mais gatinho do que ele já era, eu estava impressionado.
- Então vamos. – falei, afastando esses pensamentos impróprios do meu cérebro.
Durante o caminho, Guilherme ficou lembrando dos nossos tempos de infância.
- Lembra que eu te chamava de “Dodói”? – ele perguntou.
Eu dei uma risada, já tinha quase me esquecido daquilo. Quando crianças, Guilherme gostava de pirraçar o sobrenome que eu tinha herdado da minha mãe que era “Godoi”. Ele ficava me chamando de “Dodói”, distorcendo meu sobrenome, na época eu odiava, mas ele só me chamava por esse nome.
- Eram bons tempos, né cara?
- Eram. – respondi e depois provoquei. - A gente não precisava se preocupar com as responsabilidaaaades... neeeé Guilherme!?
Ele me olhou fazendo uma linda cara de sonso.
- Tira era essa ironia aí da frase, porque que eu sou responsável. – ele falou rindo. – E outra coisa, já te falei que você pode me chamar de Gui.
- Tá bom, Gui!
Compramos um pacotão de pipoca para nós dois e entramos na sala do filme.
O pacote de pipoca ficou no colo de Guilherme, vire-e-mexe nossas mãos se esbarravam quando eu ai pegar pipoca. Comecei a sentir um certo clima estranho no ar.
Próximo do meio do filme a pipoca acabou e Guilherme colocou o pacote de pipoca vazio na cadeira do lado que estava sem gente.
Eu estava ocupando os dois braços da poltrona e Gui estava com os braços em cima do colo.
De repente senti o braço dele encostar no meu, como que pedindo um pedaço do braço da poltrona para ele poder apoiar o seu braço. Cheguei meu braço um pouquinho pro lado para dar espaço pra ele.
Subitamente sinto a mão de Guilherme em cima da minha. Que isso?. Com o susto, tirei minha mão dali e resolvi deixar meu braço em cima do meu colo mesmo.
Continuei assistindo ao filme, mas com o coração batendo acelerado, me sentindo aflito. Por que eu estava me sentindo assim?
Vagarosamente, fui voltando meu braço para onde estava e coloquei minha mão por cima da mão de Guilherme, sentindo toda a maciez da pele dele.
Meu coração parecia que ia saltar da minha boca. Era tão bom sentir a mão dele.
Senti ele fazer um carinho na minha mão, foi tão gostoso...
Percebi ele virando o rosto na minha direção. Virei meu rosto na direção dele também.
Nossos olhos se encontraram no escuro do cinema. Ficamos um olhando o outro. Eu via a claridade do telão do cinema refletir nos olhos castanhos de Gui. Ele parecia um príncipe.
Ele deu um sorriso. O sorriso dele era perfeito.
Retribui meio sem jeito o sorriso.
Senti o rosto dele ir se aproximando do meu. De repente parecia que o tempo tinha parado.
Os lábios dele se juntaram aos meus. A boca dele tinha gosto de morango.
Senti sua mão tocar meu rosto. Nossas línguas se abraçaram dentro de nossas bocas. Era uma sensação diferente, mas era bom, muito bom, era delicioso aquele beijo, suave e romântico, ardente e eufórico, misterioso e excitante.
Ficamos longos minutos nos beijando. Meu corpo se derretia e se arrepiava com aqueles lábios suculentos e com aquela língua saborosa.
De repente algo vibrou.
Vibrou dentro do meu bolso.
Era meu celular.
Eu tinha recebido uma mensagem SMS de Monise. Ela estava me pedindo desculpas por ter sido intolerante e mandona e no final dizia “Eu te amo”.
Li a mensagem e guardei novamente meu celular no bolso, em seguida voltei minha atenção para o filme. A cabeça de Guilherme ficou parada no ar, esperando que eu voltasse a beijá-lo.
Um sentimento de culpa começou a corroer a minha mente e eu comecei a me sentir sujo. Pra quê que eu tinha beijado meu primo? Onde que eu estava com a cabeça?
O filme terminou, as luzes do cinema se acenderam, eu e Guilherme não trocamos palavras, eu não conseguia nem olhar na cara dele.
No caminho de volta para casa, Gui abriu a boca para falar.
- Eu gostei. – ele falou.
- Pois eu não. – eu respondi com prontidão.
- Estou falando do filme! – ele enfatizou.
- Ah!
Eu estava totalmente sem jeito. Eu andava olhando para o chão, eu simplesmente não conseguia olhar para outro lugar.
Eu estava reparando numa pomba morta que estava esmagada no asfalto, quando senti a mão de Guilherme segurar com força meu braço.
- Eu disse que gostei! – ele disse olhando no meu rosto.
- Tá, eu achei o filme médio e daí?
- Estou falando disso daqui. – e ele me puxou pelos braços e me lascou um beijo.
Por que o beijo dele tinha que ser bom? Ele podia beijar mal, aí eu não teria problemas...
Aff... Olhas as coisas que eu estou pensando...
- Vai dizer que não gostou? – ele perguntou.
- Eu tenho namorada. – exclamei com convicção. – Olha pra mim, vê se eu tenho cara de bicha?
- Você não respondeu a minha pergunta. – ele falou e me puxou novamente para mais um beijo.
A minha cabeça ia pifar. Ao mesmo tempo em que eu estava gostando, eu não estava gostando. Aquilo simplesmente não estava certo.
- Isso não tá certo véi. – eu falei.
- Quem importa com o que é certo? – ele contra argumentou, me puxando para um novo beijo.
- Para! Eu vou te dar um soco se você tentar fazer isso de novo.
- Tá bem... Tá bem... – disse Guilherme, baixando a bola.
Percorremos calados o resto do trajeto. Minha mente estava um vulcão em erupção, eu não estava entendo mais nada.
Quando cheguei em casa, liguei para Monise, eu precisava urgentemente ouvir a voz dela.
Conversei com ela durante uns dez minutos, mas o som da voz dela não me trouxe tranqüilidade, pelo contrário, minha cabeça repelia o barulho da voz dela, o que me deixou mais confuso.
No meu quarto, Guilherme veio me pedir desculpas.
- Cara, queria te pedir desculpas. – ele falou.
- Fica frio, tá tranqüilo.
- Que bom... E assim... Espero que isso fique só entre a gente. Não comenta com ninguém não.
- Pode ficar sossegado. – eu falei.
Mas eu não estava nem um pouco sossegado. Por fora eu estava fazendo esse teatrinho, mas por dentro eu queria desesperadamente agarrá-lo e sentir o calor do seu corpo.