- Claro que eu topo. É tudo que eu sempre quis, ficar com você e livre dessa vida. Mas amor, eu …
- Eu sei, tua mãe. A gente dá um jeito Dee. Tudo se dá um jeito, eu só não admito mais você vender o corpo. E se aquele traficante filho da puta vier insistir nisso, eu mato ele. Aprendi a atirar muito bem.
Nessa hora pensei em falar do Sam, a tentativa de me matar, o Kauê e o retorno do Ferdinando, mas achei melhor esperar. Aquele Thor novo era surpreendente, e eu não queria estragar nossa noite juntos por causa de tantos problemas e também temia que ele fosse intervir. Na minha cabeça, o Ferdinando estando planejando uma morte, não tinha como falhar. Queria que o Sam levasse fim sem o Thor sequer ouvir falar mais dele. Seria perfeito.
- Thor, eu vou sair sim, pelo teu esforço, mas vou logo procurar emprego então, não quero ficar dependente de tudo. E claro que não quero que você sustente minha família também de tudo. - Eu ia usar o dinheiro do Kaue para sustentar minha família por enquanto e depois daria um jeito. Não podia mais ficar trasando com quem pagasse depois do retorno do Thor.
Eu queria muito mais dele naquela noite, mas nossos corpos anseiavam pelo simples contato de um com o outro, só saber que ele estava deitado ali do meu lado me preencheu com uma paz tão grande que logo adormeci.
Acordei com o sol alto e ouvindo vozes animadas na cozinha, quando parei para prestar atenção, vi que era a Nic e o Thor, rindo e conversando. Ela gostava bastante dele e com certeza estava feliz com o retorno também. Levantei e peguei uma calção e então percebi que ainda havia uma mancha de esperma seco na minha bunda e coxa e resolvi tomar um banho.
Sai do banheiro lindo e cheiro e fui para a cozinha. A Nic e o Thor estavam fazendo almoço juntos. Enchi uma xícara com café preto e sentei na mesa para ouvir a conversa. Não ri muito porque costumo acordar meio emburrado mesmo.
- Está feliz Dee? - Indagou Nic animada, acompanhada de um olhar brincalhão do Thor. - Quem diria hein, agora está casado com homem de bota.
- Tô é com medo dele agora. - Falei de cara fechada. - Vai que ele resolve atirar em mim qualquer dia.
- Fica assim não amor. - Falou Thor me abrançando pelas costas da cadeira. - Você sabe qual a única pistola minha que você deve se preocupar.
- Cachorro sem vergonha. - Ralhei. - Vai trabalhar hoje não?
- Estou no turno da noite. Ontem era folga.
- Noite? Vou ficar dormindo sozinho?
- Vai, mas em compensação ganho mais. - Explicou animado.
Logo o Lipe chegou e comemos juntos. Como que advinhando que eu não fazia mais programas, nenhum cliente ligou naquele dia. Passei a tarde com o Thor e fui para a faculdade na mesma hora que ele saiu para trabalhar, foi então que notei que ele tinha uma moto, que estava nos fundos da casa. Ele ainda por cima tinha tirado carteira. Me levou a faculdade de moto mas não podia ir me pegar por causa do turno da noite.
As aulas transcorreram transquilas, na saída combinei com a Samanta de ir na casa dela no fim de semana concluir o trabalho, peguei um ônibus para casa e fui. Foi bom ver o Lipe assim que cheguei, ainda não tinha conversado com ele a respeito da volta do Thor.
- Amigo. - Falou ele correndo para me abraçar. - Eu tô tão feliz por ti. Olha essa carinha sorridente.
- Eu nem acredito que ele voltou Lipe. E tá sabendo já? Acabaram meus dias de programa.
- A Nic me disse. E olha, tenho novidade também, eu também vou largar os programas, o Fábio me fez aquela proposta hoje e topei na hora. Vou voltar a estudar e ele vai me dar uma ajuda. Sabe, eu estou gostando mesmo dele, quero muito que dê certo pra valer.
- Que bom Lipe. Cara, está tudo ficando perfeito. Só falta...
Interrompi minha fala com o toque no telefone.
- Alô? - Falei.
- Dee. - Ouvi a voz do Ferdinando do outro lado da linha. - O circo está armado, você vai ligar ainda hoje para o Sam e dizer que sente falta dele, tente marcar uma coisa a sós para amanhã a noite. Você vai levar ele para um motel que vou passar o endereço por mensagem. Pode fazer isso?
- Espera um pouco. - Corri para o quarto e fechei a porta para falar melhor, sob o olhar desconfiando do Lipe. - Ferdinando, não dá pra adiar não? Meu namorado voltou a morar comigo, prometi até não fazer mais programa, ele agora é policial.
- O Thor?
- Ele mesmo.
- Dá um perdido nele e você se livra de mim amanhã e ainda recebe a grana do Kaue.
- Não dá pra adiar só um pouco?
- Não, comigo é prego batido e ponta virada, e você já está nisso. Se peidar para dentro entra na mira também. E não fala nada ao teu namorado, ninguém merece polícia se metendo nos meus assuntos.
- Tá bom. Eu dou meu jeito.
Ele desligou do outro lado e fiquei com o coração na mão. Ia fazer algo muito arriscado, mas precisava daquilo para poder viver tranquilo com o Thor, viver nosso amor teria um preço e esse preço era me envolver na morte do Samuel. Decidido, peguei o telefone e disquei, esperei apenas três toques para ouvir a familiar voz de um traficante do outro lado.
- Dee?
- Oi Sam. Preciso te pedir uma coisa.
Continua.
Até amanhã pessoal.
Aviso: Como A História de Diego está perto do fim desse arco, vou finalizá-lo e depois continuo A Cigarra e a Formiga.
A quem perguntou, não pretendo revisar e lançar a história de Diego, porque a do Caio foi mais trabalhosa revisar do que escrever e adoro criar coisas novas, mas talvez eu faça isso depois com mais tempo. Mas revisarei e farei PDF e Epub para distribuir, como fiz com A História de Caio.
O próximo arco da História de Diego pode encerrar a história toda, haviam mais coisas planejadas, mas da pra para englobar tudo, vamos ver como fica. A Cigarra e A Formiga e talvez começar A História de Caleb, que to doido para começar também, porque ela é completamente diferente das outras. O Caleb se passa em tempos mais atuais, em tempos de Whatss app, Scruff, Hornet e etc. É a história de um típico garotinho da nova geração usando a tecncologia para conseguir sexo todo dia que acaba aprendendo a reconhecer e valorizar o amor. Para quem não sabe A História de Caio de passa em 2006 e a do Diego em 2008.
Provavelmente farei a operação em outubro e até lá vou terminar todas essas histórias se o cisto não inflamar de novo. Minha maior demora é porque ao mesmo tempo que escrevo aqui terminei um livro de não-ficção e estou concluindo mais um para lançar ainda esse mês.
Agradeço a todos vocês que acompanham e me incentivam com seus e-mails e comentários ou apenas com sua leitura, que fica computada e verifico no site. Não tenho palavras para agradecer a paciência que estão tendo comigo com esses probleminhas que tive, obrigado também pelo carinho que dispensam aos personagens, cada um deles tem um pedacinho de mim e sinto que o carinho também é direcionado para minha pessoa.
Abraços para todos.
Ian (alahric@yahoo.com.br)