Cap. 40
Passou um mês. Éramos muito juntos, o Tony varias vezes brigou comigo. Num dia de aula, na saída marquei de falar de novo com o Fábio. Mas fiquei esperando ele. E nada. Fui pra sala dele, ver se ele estava lá. Não o vi. Será que ele tinha ido embora. Mas no intervalo eu disse pra ele esperar lá no portão. Sai procurando ele. Até que depois de passar pela quadra, já iria embora. Quando ouvi gritos de “socorro, me larga”. Era a voz dele. O Leo tava fazendo alguma coisa com ele. Peguei um pedaço de pau que vi lá. E contornei, até acha-los. Era justamente o que eu pensei. Na hora que eu cheguei, três garotos estavam com o pau pra fora, e o Fábio ajoelhado. Vi restos de camisa, e logo pensei, “esses filhos da puta ia abusar dele”. Na hora que eles me viram, se assustaram, subiram a calça e saíram, mas o Leo ficou...
Leo: Olha só quem vemos aqui. O viadinho que roubou meu namorado. Andam se divertindo muito- falou ele em tom de sarcasmo.
Eu: Primeiro: Você também é o viado, gosta de homem. Segundo, eu não roubei seu namorado, você perdeu ele. Terceiro: Vai te fuder, não te interessa a minha vida...
Leo: Olha, agora já tem coragem, antes se tremia de medo...
Eu: Te manda Leo, antes que eu abra a boca, e diga o que vocês andaram fazendo.
Leo: Tá, eu vou...
Ele começou a andar, mas assim que passou de mim, tentou me acertar. Eu fui mais rápido, e acertei uma paulada no braço dele. Ele saiu gritando, e se jogou no chão...
Leo: Aiiiiiiii, caralho, você quebrou meeu braçooo...
Eu: Posso fazer pior Leo, te manda antes que me arrependa.
Ele saiu correndo devagar, e gemendo. Fui olhar o Fábio, e aí vi mais ainda o quanto ele era gostoso. Nossa, ele era todo saradinho, bem branquinho, e tinha um dote bem respeitável. E combinando com o rosto dele, se o momento não fosse tão desfavorável, teria ficado de pau duro com certeza. Mas ele tava bem machucado. Ele estava cheio de marcas. Com certeza o idiota do Leo tinha batido nele, e ainda queria abusar dele. Fui ver ele mais de perto, e ele estava desmaiado. Tentei acordar ele sem tanto exagero, até que ele acorda.
Fábio: Ah, que dor, Ai. SOCORRROOOOOOOOO...
Eu: Calma, Calma, sou eu Fábio, Lucas. Você tá com muita dor...
Fábio: Ah Lucas, que bom que está aqui- ele tentou forçar o sorriso, mas logo o desfez, estava com muita dor- Ai, tá doendo muito.
Eu: Aonde
Fábio: As minhas costas, ele chutou muito elas...
Eu: Vem.
Consegui levantá-lo, e vim trazendo ele, até a saída do colégio. Incrível que não vi ninguém. Chamei um táxi, e coloquei ele no carro. Fui levando ele para o hospital. Ele gemia muito, e estava com a cabeça nas minhas pernas. Mandei o taxista ir mais devagar, pra não doer tanto. Peguei o telefone dele, e avisei a mãe dele. Ela disse que iria ao hospital, em tom seco. Sinceramente, pelo que ouvi no telefone, pra ela tanto fazia ter ele ou não como filho. Imaginei mesmo, ele sofria demais, não ter o apoio da própria mãe deve ser horrível. Logo estávamos chegando lá. Paguei o táxi, e logo estava trazendo ele para o hospital. Chegamos, e fizemos uma entrada pra ele. Logo estávamos com a médica. Contamos a história, e ela logo mandou ele fazer um raio x. Esperei e logo a mãe dele chegou. Ela foi direto no balcão, e a secretaria apontou pra mim. E eu com uma cara de tacho. Até que ela veio na minha direção e falou.
Ela: Com licença, você é o Lucas..
Eu: Sou eu mesmo, porquê...
Ela: Porquê eu sou a mãe do Fábio, me chamo Larissa.
Nossa, de longe deu pra ver que ela era das antigas. Daquela que não se atualiza, que vive o de antigamente.
Larissa: Cadê ele.
Eu: Tá fazendo raio x.
Larissa: O que foi que aconteceu.
Respirei fundo, e ah, decidi contar desde o inicio.
Eu: Hoje de tarde, cheguei no colégio, e estava a procura de um amigo meu. E acabei escutando uns barulhos ao lado da escada. Fui ver o que era, e acabei achando o seu filho chorando, jogado. Assim que eu cheguei, ele se assustou, e tentou correr. Mas eu o acalmei, e falei pra ele me contar o porque estava assim. Ele falou que tinha perdido o pai- nessa hora ela deixou uma lágrima escapar- e que todo dia, era xingado e humilhado por uns garotos, porque ele era gay- nessa hora ela levantou a cabeça- e me falou que além disso não tinha apoio de ninguém, só do pai. E que ele estava a ponto de tentar se matar- nessa hora ela olhou pra mim, surpresa- De tanta tristeza, pois não tinha nenhum amigo. Nessa hora me comovi, e decidi que seria seu amigo. Até consegui trocar ele de sala. Passamos a aula toda, e no final, não o achava, até que escutei barulhos, vindos da parte de trás da quadra. Eu fui ver, e o achei, sendo agredido e abusado, por três garotos, que estavam humilhando, batendo e tentando fazer com que ele fizesse sexo forçado com eles. Eu tirei eles de cima dele e o trouxe pra cá. Espero que a senhora o apoie pelo menos agora, porque a senhora não sabe o quando ele deve sofrer com essa falta de apoio.
Nessa hora ela até chorou, será que eu tinha tocado o coração dela.
Larissa: Eu, nunca suportei a ideia de ter um filho gay. Desde quando ele me falou isso, que eu fiquei com um desgosto horrível, que acho que me afastei dele. Mas eu nunca deixei de amar ele, acho que se ele morresse, eu iria morrer junto- falou ela, com agua nos olhos.
Eu: Então, tente passar apoio pra ele, seu filho é uma boa pessoa, não merece ser maltratado, nem humilhado, nem deixado de lado. Ele sofre muito com a falta de carinho.
Larissa: Tá bom, eu vou tentar me aproximar dele- falou ela, limpando as lágrimas...
Logo, apareceu a doutora chamando a gente...
Doutora: Olá, vocês já podem vir comigo.
Fomos acompanhando ela. Até que chegamos na sala...
Eu: Cadê ele
Doutora: Ele vai ter que ficar internado, ele teve um problema sério na coluna, e talvez não volte a andar.
Cara, fiquei pasmo. E a mãe dele quase desmaiou. E caiu no chão. Mas logo estavam dando água, e ela acordou.
Eu: Cadê ele.
Doutora: Eu levo vocês lá.
A mãe dele já estava super desesperada. Eu de longe vi ele, e ele estava deitado numa cama. Eu entrei primeiro...
Fábio: Oi Lucas..
Eu: Oi Fábio, você tá bem
Fábio: Já, a dor passou, como é bom te ver.
Eu: Eu conversei com a sua mãe...
Fábio: Foi, e aí
Eu: Contei desde o inicio, e ela disse que ia tentar se aproximar de você- nessa hora ele sorriu
Fábio: Eu estou achando que você é um anjo sabia- falou ele passando a mão no meu cabelo- desde que você apareceu minha vida só melhorou, tem horas que acho que eu devia te agradecer muito.
Eu: Só de ver o quanto você está feliz, já fico agradecido. Adoro ver meus amigos feliz.
Fábio: Acho que isso não basta...
Ele me beijou
Continua
E aí, Fábio se apaixonou pelo Lucas...
Votem, Comentem e Avaliem...