O telefone tocou...
Eu continuei a penetrando forte, ela gemendo, procurando o celular no bolso da saia...
Ah não ela não ia atender né? Quando viu o número no visor se levantou apressada do meu colo, indo atender no banheiro.
- Puta que pariu vey! - Bati no banco da frente.
Como ela podia sair daquela forma para atender uma ligação sem importância! Fiquei furiosa mesmo, quando estava ficando bom a porr a do telefone toca!
Respirei fundo umas 3 vezes tentando me acalmar, foi o tempo necessário para Poliana sair do banheiro. Seu rosto estava vermelho, eu desconfiava não ser pelo tesão de antes. Sentou ao meu lado, me olhou com olhar de choro e disse:
- Desculpa, era meu marido. Ele tem câncer no cérebro e o estado dele é grave. - Começou a chorar, deitando no meu ombro.
Ah não uma sentimental, poxa nós nem nos envolvemos para eu ter que consola ela de algo em sua vida. Podem me chamar de egoísta, embora seja o que muito de vocês vão pensar também, eu estava explodindo de raiva, pois não há nada mais chato que interromper uma transa antes do gozo, só porque um moribundo que não pode mais lhe satisfazer quer ouvir a voz dela, acredita que tudo vai ficar bem ou simplesmente matar a saudade.
- Calma. Respira. - A abracei.
Eu não queria ter que ouvir toda a história do pobre infeliz doente, queria é fazer Poliana gemer e gozar o resto da viagem. A vida é feita de oportunidades, se hoje não havíamos concluido, podíamos trocar telefone para desenrolar depois.
Não posso negar, a mulher mexeu com meus sentimentos mais safados, eu a queria mais uma vez então ouviria qualquer coisa.
Para encurtar a história; Poliana era casada há 5 anos com Denis, casaram quando ela engravidou de uma menina. Há três anos Denis descobriu que tem um câncer no cérebro, iniciando seu tratamento. Por ser jovem (30 anos) sua situação poderia se reverter, se curar após uma cirurgia delicada.
- Custa 40 mil reais. Um especialista americano salvou 7 de 10 pessoas operadas por ele. Eu preciso conseguir fechar esse negócio ou ele pode morrer em poucos mêses.
- Não chore, isso não vai resolver nada. Já tentou um empréstimo?
- Minha casa e nossos 2 carros estão hipotecados. Com o empréstimo mal consegui interná-lo, comprar alguns remédios.
- Espero que você consiga.
Sorri, lhe dei um selinho. Me empolguei, mas ela se afastou.
- Depois de tudo que te contei você ainda quer....?
- Bom, ele não pode fazer nada daquele hospital. Você precisa relaxar, vem cá vem.
- NÃO! Obrigada por me deixar sentar aqui, agora vou de pé o resto da viagem. - Levantou com a maleta, foi para perto da porta de saída.
Se ela não quer, ok! Coloquei de novo os fones de ouvidos, música Eu não gosto de ninguém- Matanza, fechando os olhos para ouvir. Dormi, acordei com o segundo motorista me tocando no meu ombro. As pessoas já tinham saído do ônibus, só tinha eu.
Se sou folgada não sei, agradeci por me acordar, fui para o banheiro, Lavei o rosto, escovei os dentes, arrumei meu cabelo, só então sai do ônibus sorrindo. Terra nova, vida nova!
-" Bora lá Liah, viver novas aventuras. Seu livro novo se chamará Novo Horizonte. Espero que seja uma fazenda mágica de verdade, pai. Você foi muito feliz nesse lugar, também quero ser. " - Pensei enquanto procurava um ponto de táxi.
Não tinha táxi, vi caminhonetes 3x4 por todo o estacionamento.
- Pelo menos não são burros. Gargalhei.
- A senhora está bem?
Meu Deus! Que é isso, novinha?! Assim eu cometo pedofilia!
Uma jovem estava com um short curto, uma camisa xadrez, botas cano longo até os joelhos, chapéu de peão, com uma corda de rodeio pendurada no pescoço/corpo.
- Ei...Senhora?
- Senhora não, Liah. Com você aqui estou melhor ainda.
- Como assim?
- É que estou precisando de ajuda para encontrar um táxi. - Tive que disfarçar meu interesse senão podia me dar mal.
- Aqui não tem táxi, Dona. Diga aonde quer ir, pode ser que eu passe por lá, então te dou uma carona.
- Você dirige?
- Sim.
- Quantos anos você tem?
- Você é da polícia?
- Não.
- Então sem perguntas desnecessárias. Vai dizer aonde vai ou não? Não tenho tempo a perder, Sra.
- Fazenda Novo Horizonte.
- Sério?! Eu também. Vamos.
Tinha porcos na carrocaria da picape, fedia. Mal cheguei na cidade fui chamada de senhora, estava andando num carro fedido, o calor era infernal, meu estômago doia...algo comigo não estava bem, suava frio, aos poucos a visão ficou escura, desmaiei.