Sobrevivência - Capítulo 7

Um conto erótico de Soccer
Categoria: Homossexual
Contém 886 palavras
Data: 25/10/2013 13:40:02
Assuntos: Homossexual, Gay

PARTE 7

- Acho que você fez uma coisa certa.

Eu estava no escritório de Roccio no dia seguinte ao meu último encontro com Ângelo.

- Eu sei. – respondi – não quero me envolver agora.

- De certa forma é isso que me preocupa um pouco. – ela rebateu e eu não entendi – Até queria tocar no assunto com você.

- Como assim? - respondi.

- Bem... vejamos... como vou começar. – ela olhou para o ar aparentemente procurando uma maneira. Então se levantou e veio por trás de mim massageando minhas costas. - Olha – começou - não é que eu queria que você tivesse aceitado o convite do Ângelo. Não é isso. Eu já vi acontecer com vários aqui. As primeiras semanas são maravilhosas mas o estigma do garoto de programa dificilmente sai da cabeça do antigo cliente. A relação se torna quase que como uma relação contratual e a medida que o tempo passa, tende a ficar insuportável. Se você não estiver totalmente independente - o que você Fabio, ainda não está - acaba que dando poder demais ao antigo cliente e vivendo a mercê de seus desejos. O que eu quero dizer é que não me preocupa o fato de você ter sido esperto o bastante pra não cair na armadilha, mas é que parece que você está vendo armadilhas em tudo.

Eu definitivamente não estava entendendo nada.

- Pode ser mais clara?

- Claro. - ela pensou mais um pouco – Me diz uma coisa. Com quantos caras você saiu desde que entrou aqui, que não fossem clientes? E qual foi a última vez que gozou?

Eu me pus a pensar: Ricardo? Não! O canalha me deixou na mão. Ramirez? Sim, mas foi há umas duas semanas. E depois dele só veio as duas vezes com o Ângelo e não gozei em nenhuma.

Baixei a cabeça constrangido. Não precisei dizer nada, pois ela foi logo falando.

- Está vendo?! Você está se esquecendo que sexo não é só dinheiro, Fabio. Cuidado com isso.

- Mas não tem problema. Eu posso gozar ainda. Não entendi qual é o problema.

- O problema é que você está transformando uma coisa maravilhosa em apenas profissão. - ela suspirou – Não me leve a mal. Gosto do seu trabalho. Eu tenho família e o dinheiro que você trás aqui pra dentro é muito. Mais até que muitos veteranos. Mas é com você que estou preocupada. Legal fazer os clientes sentirem prazer. Mas você também tem...

- O que você pretende?

Ela riu e falou:

- Primeiro que tire esse fim de semana de folga. Depois, vá para uma boate, encontre um cara bem bonito e transe com ele sem se preocupar. Volte a conhecer seu corpo, suas necessidades. Sinta prazer. Já vi isso acontecer com muitos aqui e não quero o mesmo pra você. Não quero que se torne um objeto de prazer vazio.

- Por que você se incomoda tanto?

- Não sei. Acho que você me lembra meu filho ou como eu gostaria que ele fosse um pouco.

- Como assim?

- Isso não é assunto pra agora. Nisso ela se levantou e abriu a porta pra mim. - Por esse fim de semana está dispensado. Não apareça aqui ou eu te ponho pra fora.

- Você não faria isso – desafiei.

- É verdade. Mas ficaria muito chateada se você continuar nesse tipo de vida. Vai, aprenda e volte.

Eu ri e sai. Dei um beijo em seu rosto e ela ficou vermelha. Depois sai. Não entendi ao certo o que ela queria. Não sabia o que ela tinha pedido. Quando estou na metade do caminho de casa escuto alguém me buzinando. Eu me viro e vejo um belo Vectra parando ao meu lado. O vidro abaixa e em seu interior está Lucas.

- Fala ai cara. Não se esqueceu né.

“De que?” pensei. Depois me caiu a ficha. O aniversário dele era hoje.

- Então, você vai?

- Lógico - comecei a me lembrar do que Roccio havia me dito.

- Que carrão é esse? - perguntei olhando a lataria escura do carro

- Presente de 18 anos - me respondeu feliz da vida.

- Vai dirigi-lo hoje?

- Lógico vou levá-los nele. Entra ai. Te dou uma carona.

Eu entrei no carro e ele saiu. O veiculo ainda exalava um cheiro de novo.

- E então - comecei – quem mais vai?

- Acho que você não conhece. - respondeu me olhando.

Fiquei impressionado de como ele sabia dirigir bem imaginando que ele acabara de tirar a carteira

– São só quatro contando contigo: André, Rodrigo, Thiago e você.

– Legal

- Que bom que você vai.

- Como?

- Hã? Nada - ele tinha ficado vermelho – só que é legal você ir.

- Ah... obrigado – agradeci.

Nisso entramos e subimos no elevador.

- Cara então agente se vê as 22:00 valeu?

- Tranquilo – respondi enquanto nos separávamos. Cada um para seu apartamento. - Ah pêra ai.

- O que foi? - ele se virou surpreso.

Então eu o abracei e falei dando um beijo no rosto:

- Feliz aniversário.

- Valeu. - sua voz era fraca em meus braços, dava para senti seu coração acelerado.

Entrei em casa e vi a hora: 20:00. Então lanchei e fui enrolando até tomar banho e me arrumar. Num dado momento vi que estava excitado. Não entendi porque, então me lembrei de Lucas. Seu corpo esculpido e seu rosto juvenil. Uma combinação perigosa. Lembrei mais uma vez de Roccio. Por algum motivo estava começando a entender o que ela queria me dizerPor hoje é só.

Adoro deixas vocês curiosos, cuecas!

lipesoccer13@gmail.com

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Comentários

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Vc como sempre nos deixando curiosos hem Soccer????? Concordo com o que a Roccio falou: um garoto de programa sem independência financeira se envolver com um cliente é mto arriscado. Acho que ele nunca deixará de ser visto pelo namorado/cliente com tal. Sei não, mas acho que o Fabinho guarda algum sentimento pelo Angelo, mas ainda tem esse ninfetinho na jogada...Queria eu ter tantas opções assim em minha vida, mas o negócio tá brabo(rsrsrrsrs).

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