O restante do dias se arrastou....e se transformou em dois dias....depois em 2 semanas...
Já faziam duas semanas que ele havia partido, e eu não tive noticias via e-mail, ou MSN, muito menos uma ligação. Nessas duas semanas o Carlos e a Marília foram os melhores amigos do mundo, não me deixaram só nem por um minuto na escola. Contudo, eu ainda não tinha retomado minhas aulas de física com o Carlos. Em casa minha mãe fazia de tudo para me animar. O tio João me matriculou no conservatório de música, e comecei a estudar lá 4 dias depois da partida do Alex. Os meninos da banda fingiram que nada havia acontecido, e eu não ouvi sequer uma piadinha deles sobre a música ou sobre a briga na rua. Os vizinhos comentaram por várias dias a briga, mas nenhum deles sabia o real motivo.
Eu ainda estava sofrendo, mas jurei para mim mesmo que ia continuar a viver, eu iria me dedicar a minha banda, estudaria música, e leria meus livros que sempre me permitiram viajar pelos mais diversos mundos.
No Mangá de Tsubasa, Sayoran e os outroa haviam chegado em mundo devastado onde as pessoas protegiam os últimos reservatórios de água. É a partir desse ponto que a história de amor entre Sayoran e Sakura muda completamente de direção. Depois do mundo de Tokio será a vez de Sakura tomar as rédeas da sua vida, tomar suas próprias decisões que iram interferir e alterar o futuro de todos. O sayoran que ela ama é na verdade um clone de Sayoran Lee, descendente do Mago Clow, criado por Fei Wiange Reed para coletar as penas da sakura e assim cumprir seu plano maligno de dominar o poder das Ruinas. Mas O verdadeiro sayoran colocou seu coração, uma parte de sua alma dentro do clone, e por isso ele era um menino tão bom. Mas agora o selo mágico que mantinha o coração de sayoran Lee dentro do clone se quebrou e ele perde o coração, tornando-se um ser frio e cruel capaz de matar e ferir os amigos. O Fay tenta impedir que o clone perca seu coração, mas acaba seriamente ferido por ele, que rouba metade do seu poder mágico. O verdadeiro sayoran aparece e luta contra o clone, e quase o derrota, mas a sakura desperta e impede que o verdadeiro machuque o clone que ela ama. Como conseqüência o clone derrota o verdadeiro e foge para outro mundo deixando os amigos e a sakura para Trás.
Pobre Sakura, eu sei o que ela está sentindo, ver a pessoa que vc ama se transformar em outra e partir deixando vc para trás. Mas diferente de mim, a Sakura não se entregou ao sofrimento, tomou as rédeas da situação, fez suas próprias escolhas e mostrou a todos o quão forte e determinada ela era capaz de ser mesmo sentindo uma dor imensa.
Ela me inspirou, era isso que precisava fazer! Tomar as rédeas da minha vida, não deixar que o sofrimento me dominasse. Já estava na hora de parar de me culpar, e parar de ter pena de mim mesmo. Era hora de ser tão forte quanto a Princesa Sakura. E eu ia começar substituindo o Alex.
Peguei o telefone e liguei para a Marília
-Alô?
-Oi, que fala?
-É o Renato Marília
-Ah, oi!
-Marília, eu estava aqui pensando na banda e a gente tah precisando de um novo guitarrista, já passou da hora da gente substituir o Alex, vc não acha?
-Com certeza!!!
-Então o que vc acha de a gente marca uns testes, eu posso tentar conseguir o mini auditório do colégio. Também acho que precisamos de um baixista e alguém pra fazer a percussão.
-Gostei de ver, vc finalmente está de volta!
-é, eu acho que finalmente voltei a respirar
-Vc não sabe como eu estou feliz de te ouvir falar assim.
A gente conversou por vários minuto no telefone, depois eu liguei para o Carlos, estava na hora de voltar a estudar física, se não ia acabar reprovando.
-Alô, Carlos
-Oi Renato!
-Cara, estou precisando dos seus serviços!!
-Hora hora, achei que vc nunca fosse pedir...então...em que motel vai ser?
-Para Carlos!!!
Auhauhauhau, nos dis rimos jntos no telefone.
-Os serviços no motel vão ter que esperar, eu toh precisado mesmo de aulas de física
-Ah ta, que tal na sexta?
-Na sexta tah ótimo, valeu!
Eu estava disposto a começar uma nova fase na minha vida, e eu faria isso.
No dia seguinte, quando sai de casa para ir para ao colégio eu estava preparado para encarar a mureta do vizinho vazia mais uma vez, mas ao invés disso a Marília estava ali. Ela sorriu para mim quando me viu, e veio me dar um abraço de bom dia. O perfume dela era muito bom, flores de laranjeira, era um perfume que me lembrava os verões que eu passei no interior na casa da minha avó. Eu beijei o rosto dela, e senti ela enrubescer.
-é muito bom te ver aqui de manhã, sabe, a mureta vazia me trás...
-shiiiii- ela disse colocando o dedo na boca em sinal de silencio –Quanto mais vc falar mais lembranças vão vir a tona. Cadê o cara quer botar um ponto final no passado?
-Está aqui!!! Eu disse levantando a mão, como quem responde a uma chamada
-Muito bem! Agora vamos andando que o primeiro horário é de física
A caminhada ao lado dela foi muito boa, nos conversamos sobre os planos que eu estava fazendo para a “Tsubasa”, eu queria investir pesado na banda. E o primeiro passo era ir até o gabinete do diretor para requisitar o mini-auditório para os testes de novos membros.
Assim que chegamos no colégio eu avistei o Carlos
-E aew pessoas?´
-Oi Carlos- dissemos eu e Marília em coro
-Tudo certo pra sexta-feira?
-Estarei lá, pronto para estudar física...
-Vcs ainda estão estudando física juntos?- Ela perguntou
-Na verdade eu tinha dado uma parada, nõ tava com cabeça pra estudar, mas ontem eu liguei pra esse animal e a gente marcou de estudar sexta.
-eu adoraria me juntar a vcs, mas eu estou muito bem em física e sinceramente não tenho plano de perder mas nenhum momento da minha vida estudando essa matéria.
-é uma pena vc não poder ir estudar com a gente- Carlos disse com o seu pior olhar safado para cima da Marília – Quem sabe não rolasse uma “química” entre a gente?
-Cara, vc é sempre estúpido assim, ou tah se esforçando?
Eles continuaram a bater boca, eu apenas fiquei rindo deles. De vez em quando essas cenas ocorriam. Os dois adoravam discutir sobre qualquer assunto, e quando o Carlos resolvia jogar uns chavecos para Marília era que ela ficava com mais raiva. Essa foi uma das coisas que primeiro me intrigaram no Carlos, do mesmo jeito que ele dava umas indiretas para cima de mim ele fazia com a Marília, até esse momento isso nunca tinha me chamado atenção.
Eu deixei os dois discutindo e fui entrei no pátio interno do colégio, atravessei o hall e me dirigi a escada cinza do lado direito do pátio, subi e me vi em um pequeno corredor cheio de portas, na ultima porta eu sabia que ficava o gabinete do diretor e era para lá que eu estav indo.
Bati duas vezes na porta e a secretária dele abriu.
-Olá dona Amélia, eu gostaria de falar com o Profº Edmundo
-Pode entrar, ele já vai receber vc.
Eu entrei em uma pequena sala de espera, onde haviam 3 cadeiras em uma parede, ma planta murcha em um dos cantos, e a mesa da secretária, na outra parede onde estava a porta do gabinete propriamente dito do Profº Edmundo, havia ainda alguns quadros, reconheci um deles, era uma réplica do quadro Narcisismo e Metamorfose de Salvador Dali. Eu estava admirando o quadro quando a porta do profº Edmundo se abriu e ele me convidou a entrar.
Eu sempre achei o profº Edmundo um charme de homem, ele tinha cabelos castanho escuro, olhos cor de mel, uma barba sempre muito bem feitaque cobria boa face de sua face, lhe dando um ar sério. Ele usava um camisa de mangas compridas preta sem bolso e uma calça social cinza, o cinto castanho escuro combinava com o sapatos sociais da mesma cor. Ele tinha um porte atlético, muitas vezes eu e o Alex ficamos imaginando como ele devia ser todo sarado por debaixo dessa roupa toda.