Poliana estava à minha espera tomando suco de laranja.
- Eu é que te pergunto, Liah.
- Meu pai era dono dessa fazenda.
- Eu não acredito! O destino deve estar conspirando contra mim só pode!
- Você veio aqui para...?
- Comprar a fazenda.
- Fala sério você pode inventar desculpa melhor para vir me ver.
- É sério. Como lhe disse no ônibus, preciso muito fechar esse negócio.
- Espera lá fora, por favor.
Ela saiu. Destino gosta de pôr obstáculos em nossos caminhos, puta que pariu! A mulher que teria sido minha mãe está enterrada nessa terra, histórias da vida do meu padrasto foram vividas nesse solo, Poliana deve imaginar a minha resposta, NÃO.
Destino.... Gosta de brincar com a vida das pessoas continuamente!
- Poliana? - Desci a escada chamando por ela.
- Está no escritório. - Disse Delfina, levando uma jarra de suco e um copo para mim, para dentro da sala usada como escritório.
Me serviu, saiu, fechando a porta. Atrás da mesa de negócios havia um quatro imenso com a foto de meu pai, na parede em frente tinha a de sua esposa. Uma frase escrita na parte de baixo da foto:
- " Para que nunca perca a inspiração, para que saiba que nunca te abandonarei, para que olhes o retorno de seu trabalho. "
O quadro de Helena, mulher de meu pai.
Fiquei olhando o quadro atentamente, intensamente, perdi a noção do tempo, Poliana pigarreou chamando minha atenção:
- Podemos conversar?
- Claro. - Me sentei na cadeira de meu pai. Senti algo estranho, um arrepio. - Não vou decepcioná-lo.
- Não entendi.
- Não estava falando com você. Agora diga sinceramente o quê veio fazer aqui?
- Comprar a fazenda. Ela vale 20 milhões, mas como está hipotecada e o prazo de validade para quitar com o banco expira em duas semanas, o valor diminui de 3 à 6 milhões. Eu estava pensando em 4. dezesseis milhões está bom para você?
- Eu não vou vender a fazenda nem por 100 milhões. Quando meu pai era um simples vendedor de leite ele começou a juntar dinheiro, poucas moedas e colocou em um cofrinho de lata, presente de sua avó. Com 18 anos ele tinha 5 cofrinhos com o total de mil reais cada um, foi com esse dinheiro que ele deu de entrada para comprar essa fazenda. Aos 20 anos se casou aqui no jardim com Helena e foi muito feliz com ela até sua morte.
- Sim, é uma aventura memorável a vida do finado "Seu Jorge". -
Meu pai era conhecido por "Seu Jorge". - Bom, você poderia escrever um livro e contar a vida dele, a sua. Quem sabe não seja o Best-seller que você tanto busca?!
- Sem gracinhas quando falar do meu pai ok?!
- Tudo bem, vou ser bem objetiva, ou você me vende a fazenda e deixa o sentimentalismo para chorar em frente ao túmulo de seus finados pais, adotivos, ou eu serei obrigada a comprar do banco. A hipoteca vai vencer, você não tem dinheiro para pagar. Adoraria fazer negócios contigo.
- Esse tipo de negócio está fora de hipótese. Sinto muito ter feito você perder seu tempo viajando.
- Se você não quer vender, sua irmã venderá. - Se levantou da cadeira, pôs os papéis na maleta, indo em direção à porta.
- Espera aí, mas que irmã?
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Meninas não se irritem e nem dê nota 0, contar sobre a irmã vai render o sexo gostoso que todas esperam.
Afinal, quem será a irmã?
Bjs