Emotion tempest
Capter 7 - Una isla en tu cama
Sky Point
Em breves segundos, tudo o que tinha passado naqueles meses que estivemos juntos, cada movimento que fiz para me aproximar dele me passaram pela mente. Aquela felicidade que tinha sentido por todo aquele tempo demostrou-se uma simples ilusão e que os meus dias passados tinham voltado com toda a força. Era impressionante como um simples acto podia dar cabo do interior de uma pessoa e reduzir todo o seu poder de raciocínio a nada. Momentos antes, aquele que estava na minha frente se demostrava um inocente nos meus braços e agora estava a minha frente em agindo de uma forma completamente inversa a aquela que me tinha demostrado.
Só nesse instante da minha vida pude saber como dói ver a pessoa que amamos beijando outrem.
La estava ele, beijando aquele desgraçado que vivia perseguindo-o.
Eu simplesmente virei as costas e sai. Passei no Seraphim que me olhava confuso tentando ainda segurar aquela criatura eufórica.
-Aeron, o que aconteceu?
Simplesmente não respondi e voei para fora sem destino em vista. A minha mente começou a ficar vazia deixando apenas a dor. Um sentimento de nostalgia diluía-se nos restantes que já se misturavam em uma tempestade.
Começaram a aparecer flaches de momentos passados.
Era um dia claro e voava ao pé de pequenas ilhas mais ao pé do litoral do olho de Tempest. O meu pai já me tinha dito muitas vezes para não ir para perto das paredes do turbilhão mas mesmo assim continuava a ir para la ver como as nuvens contorcem-se naquela enorme massa cinzenta. Usava meus poderes para tentar criar buracos nela mas a única coisa que conseguia fazer era pequenas vibrações no uivo do vento. Mas aquele dia era diferente, fiquei até mais tarde e já estava a escurecer. Estava ainda triste e frustrado com a minha primeira desilusão amorosa. Tentando esquecer o que me tinha acontecido. Era o inicio da minha adolescência e mesmo assim me tinha apaixonado e magoado.
O escuro ficava mais denso a cada minuto até que uma bola de fogo cruzou o espaço ao pé de mi e atingiu o turbilhão. Explodiu em uma onda de fogo que se apagava depois. Era uma coisa mesmo bonita de se ver. Logo a segui veio outra. Continuei sentado na rocha onde estava e nem sequer deixei que a curiosidade me guiasse para que visse o causador de tamanho fenómeno. A única coisa que me ocorreu foi que quem quer que fosse estava a descarregar as frustrações tal como eu. Portanto só fiquei a assistir. Quando parou não consegui resistir e fui ver o causador do que acontecia. Deparei-me com um anjo ruivo incandescente mais ou menos da minha altura. As madeixas vermelhar resplandeciam a luz da lua.
-Coração partido?
-Ah!? Estava alguém aqui!? Desde quando estas aqui?
-Calma pode ser? Porque tanto nervosismo?
-Ninguém é suposto saber dos meus poderes. Por isso.
-Está descansado, o segredo está seguro comigo. Chamo-me Aeron.
-Aeron? O Aeron?
-É. Ao que parece só o único por estas bandas pois ninguém teve a rica ideia de nomear o seu filho a partir do nome do seu país.
-Hahahaha. És divertido.
-E tu como e chamas?
-Seraphim. É um prazer conhecer-te.
-O prazer é todo meu. E o teu nome não podia ser mais apropriado para um dominador de Pyrokinesis.
-Obrigado. Normalmente as pessoas não vêem os meus poderes com bons olhos.
-Talvez seja porque estão muito ligados a primeira impressão e não tentam saber o que realmente se passa.
-Acho que tens razão.
Essa foram essas as primeiras palavras que disse a aquele que se tornou o meu melhor amigo. E mesmo assim estava a ignora-las completamente. Sentia que algo estava errado. Não sabia o que. E fiz o errado deixando-me afundar naqueles sentimentos.
Sea Point
Cheguei la e encontrei o caos instalado. Gorrion estava no chão inconsciente e Alondra não me parecia em bom estado também, apesar de estar de pé e responder aos ataques de Uru e de seu namorado Bu com toda a força possível.
Ela derrubou-os la fora enquanto eu corri para ter com Gorrion inconsciente.
-Lir! Tenta fazer alguma coisa para ajuda-lo. Além de ter sido completamente espancado pelo Bu e pelo seu gangue ainda usou os seus poderes de forma irracional. Pelo poder daquela bomba sónica, os pulmões dele devem estar em papas.
Deixei que ela tomasse conta daqueles dois que restavam e concentrei-me no desmaiado a minha frente. Ele respirava com dificuldades. Realmente de acordo com o fluxo sanguíneo que conseguia apanhar, ele tinha vários estragos internos graves. Ele com certeza vai morrer se não fizer nada. Comecei por usar a manipulação da água para tratar os ferimentos. O sangramento parou e a regeneração dos tecidos dos pulmões.
Segundos depois já estavam em condições de retomar as suas funções o melhor possível no momento mas mesmo assim não obtinha resposta alguma.
FAZ-LO RESPIRAR! Nessa situação em que o pânico estava a tomar conta de mim o sangue frio de Zain salvou o dia. Rapidamente, comecei a fazer respiração boca-a-boca alternando com massagem cardíaca. Por meros instantes enquanto abaixava-me em uma das vezes para lhe dar mais ar tive uma visão passageira de uma face aterrorizada de Aeron.
Nesse exacto momento, mesmo sabendo que estava a fazer a coisa certa senti-me mal, como se soubesse que ele estava partido e sem concerto. CONCENTRA-TE! TENS UMA VIDA NAS MÃOS QUE TU MESMO PUSESTE EM PERIGO ENTÃO EMENDA O TEU ERRO PRIMEIRAMENTE! Realmente comecei a gostar deste meu outro lado. Apesar de Zain ser fruto do meu auto flagelo provocado pelas duvidas a cerca das razoes que a sociedade tinha para me por de parte em choque com a minha própria e inconsciente vontade de viver, uma mascara que aos poucos ganhou vontade própria e muitas vezes me aterrorizou também, mesmo assim nesse momento quando iniciei um processo de auto compreensão e aceitação, tornou-se no meu único pilar de apoio. Aquele que esta sempre com a mente fixa no que é mais importante.
O coração dele retomou os batimentos e voltou a respirar. Ele ia viver. Nessa altura Alondra voltou e encarou-me:
-O que que se passa Lir? Não conseguiste salva-lo? Disse ela já com uma expressão entristecida.
-Não é isso, acho que o Aeron viu-me a tentar salva-lo e entendeu tudo errado.
-Então vamos atrás dele e explicamos tudo.
-Não. Deixa. É melhor assim.
-O que queres dizer com isso? Acertou-te algum ataque na cabeça enquanto estavas distraído?
-Depois vais entender tudo mas talvez seja para o melhor que ele me odeie agora.
Ela me olhava com olhos de linguado esbugalhado e sem nenhuma reação, nem parecia a mesma pessoa que tinha conhecido a um tempo atrás.
-Não diz nada para ele ta bem. Gorion deve acordar em breve. Por favor mantem-no sob olho e é melhor que ele fique de repouso e seja observado por alguém mais capacitado.
TENS A CERTEZA QUE VAIS FAZER MESMO ISSO? Não vejo outra solução. OK, O QUE DECIDIRES EU SIGO, NÃO QUE TENHA ESCOLHA. MAS SENDO A MINHA FUNÇÃO PROTEGER-TE PORTANTO TINHA DE TE PERGUNTAR OUTRA VEZ PORQUE LA NO FUNDO TENS UMA DUVIDA. Sabes que nunca tens a total certeza quando se está numa situação como esta. Descobri como eliminar a hidra de uma vez por todas e é isso que vou fazer. ENTÃO FORÇA. FOI BOM O TEMPO ATÉ AGORA. Sim foi. Principalmente os últimos.
-Desculpa pelo susto aquele dia, revelaste ser uma grande amiga.
-Credo quem tem que se desculpar um milhão de vezes sou eu por ser tão infantil e me deixar manipular.
Dei-lhe um abraço apertado e por um momento senti a hesitação dela em me deixar ir.
Decidi pôr-me logo a caminho antes que mudasse de ideias. Não sei o que fazer para chegar novamente ao oceano. Sai a procura de alguém que me desse uma boleia e encontrei Seraphim que por algum milagre tinha conseguido acalmar a Kaly.
-Podes levar-me até la em baixo se faz favor?
-Claro! Mas o que que aconteceu com o Aeron?
-Ele viu-me a fazer respiração assistida no Gorion e tirou as piores conclusões.
-Desculpa. Fui eu que o enviei para lá pensando que podia ajudar mas acabou por piorar as coias. Aquele escaldado.
-Não há problema, as coisas vão acabar por se acertar. Mas diz-me uma coisa, reparaste que a ilha esteve a vibrar? Isso foi extremamente esquisito.
-Tu conseguiste reparar nisso até no meio de toda essa confusão, és mesmo surpreendente. Vou tentar abrir os olhos ao cabeça dura do Aeron e tudo vai esclarecer.
-Obrigado mas dá-lhe pelo menos um dia assim já vai estar mais recetivo.
-É verdade, eu que o conheço há muito tempo sei muito bem que não vale a pena forçar a bola de fogo.
Voamos em direção ao oceano e ele me pousou na água.
-Então até breve.
-Adeus e obrigado… por tudo.
Nessa altura ele abaixou-se a abraçou-me se olhando todo.
Sequei-o e ele voou em direção aos céus.
“DAL-HE UM DIA.” DA-LHE UM DIA!? TENS NOÇÃO DE COMO ELE VAI FICAR QUANDO SOUBER QUE JÁ SERIA TARDE DEMAIS? Faço uma vaga ideia mas mesmo assim não há forma de voltar atras. Sou o único que consegue fazer isto.
Passei em casa e conversei normalmente com a minha irmã. Queria vê-la mais uma vez, mas não contei o que ia fazer sob pena de ficar confinado no quarto para sempre.
-Vou sair!
-Espera ai. Anda cá.
Ela abrasou-me.
-Eu te amo muito.
-Eu também te amo e desculpa por tudo o que já te fiz passar e muito obrigado por estares sempre do meu lado.
-Credo que discurso é esse? Até parece que não vou te ver de novo. Senti no meu pescoço o pequeno calor que as lagrimas dela emanavam antes de se dissolver por completo na água do mar.
Fui a procura do esquadrão de vigia da Hidra. Era chefiada pelo príncipe Nereu e composta pelo grupo que tentou me matar. Depois de ter salvo a vida deles tentaram compensar-me dessa forma. Com a rede de informações providenciada por eles conseguiria encontrar a Hidra sem perder muito tempo e aplicar o plano.
Nem sequer precisei ir ao príncipe pois logo encontrei um dos integrantes do esquadrão que me indicou onde mantinham a vigila da criatura.
Cheguei lá o céu já se encontrava completamente escuro a única luz que tinha era aquela proveniente do Aqua core que tinha recolhido de uma área muito rasa e deserta onde a luz do sol tão teria problemas em chegar. Não sei porque esses minutos pareciam se prolongar infinitamente. Pensava em todos os momentos bons que tinha passado até agora e os menos bons.
A meses atrás nunca me imaginaria onde estou agora, com amigos, cooperando com que me queria matar, obtendo reconhecimento do meu povo e apaixonado. Nessa altura não consegui conter a tristeza e angustia pois nem com toda a coragem do mundo se pode evitar o medo que trás a morte.
Light Point
Estive desaparecido mas não morri. Simplesmente estive sem computador e foi difícil de continuar a escrever o capítulo pois este ano a universidade está puxada. Não posso prometer quanto a publicação dos próximos mas farei os possíveis para que cheguem a vocês o mais breve factível.
Obrigado a todos os que acompanharam ate agora e desculpas pelo ocorrido mas sabem quando o destino goza com a nossa cara, pois isso mesmo que aconteceu pois sempre lembro que um leitor já tinha feito um comentário, há alguns capítulos atrás em como os contos fantasiosos têm sempre o mau hábito de pararem a meio mas não vou me deixar vencer por essa maldição!
Espero sinceramente que gostem.
Abraços
lucariosinister@hotmail.com Para quem quiser comunicar.