- Mas quê porra é essa aqui, Amanda? Pra transar comigo que sou seu namorado você não estava pronta né? Mas com essa sapatão safada você tá!
Diego estava irritadíssimo, esbofeteou o rosto de Amanda, derrubando-a no chão.
- Tire as mãos dela seu desgraçado!
Fui para cima dele, desviou do meu soco tentando me atingir logo em seguida, consegui me livrar do golpe. Corri para o lado do túmulo onde estava meu cavalo, antes de alcançar o animal Diego me segurou pelos cabelos, caindo deitado por cima de mim no túmulo. Me virou olhando nos meus olhos, sorrindo maliciosamente ao ver meus seios desnudos.
- Olha que reparando melhor em você, você é muito gostosa! Acho que está na hora de você provar um sexo de verdade, da forma tradicional, do jeito que Deus manda, sendo um homem e uma mulher.
Rasgou os botões ainda fechados de minha camisa, eu lutando, porém minha força comparada a de um peão do campo, era mínima. Ele tirava sua calça quando Amanda se levantou do chão, cambaleando, pegou um vazo com flores e bateu na cabeça de Diego. O mesmo desmaiou no meu peito, sua nuca sangrava. Levantei rapidamente, cada uma nós duas montamos em nossos cavalos e galopamos para a casa sede da fazenda.
Quem nos visse logo saberia que houve algo, Amanda correu comigo para meu quarto. Tranquei a porta, pulei na cama, ri alto.
- O quê foi isso? Hahaha.
- Você não conhece o Diego, se eu fosse você não estaria rindo. Não é uma cena de um de seus livros, ok?! Diego não vai deixar ficar por isso mesmo. Quer a definição de homofóbico? É o nome, Diego.
- Nosss se eu pegasse minha mulher com outra ficaria uma fera. Se eu a pegasse com um homem, acho que ficaria o dobro de nervosa, aff.
- O fato que o irritou tanto nem foi a traição...
- Foi você perder a virgindade. Aliás, isso foi uma grande novidade para mim, irmãzinha. - Poxa eu não conseguia parar de rir.
- Depois que pegar sua grana na venda da fazenda vai embora e essa sua aventura não passará de apenas um caso insignificante.
- Não vou vender a fazenda, muito menos você, caso o maldito do seu DNA dê positivo e você seja realmente filha de Jorge.
- Preciso desse dinheiro, ainda mais agora que estraguei o meu futuro casamento.
- Francamente, esse Diego só tem músculo.
- Ele é lindo, educado e romântico quando quer ser. Gostei muito do nosso lance, mas acho que não sou lésbica.
- Quantos anos você tem, Amanda?
- Dezessete.
- Tive minha primeira experiência antes disso, gostei muito, por isso só fico com mulher até hoje. Devia tentar conversar um pouco com o seu Diego e tudo ficará bem. Agora vou tomar banho.
- Não sabe com quem mexeu.
Não escutei, já estava dentro do banheiro.
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Diego acordou sentindo muita dor em sua nuca, colocou a mão, viu o sangue grosso.
- Eu vou te matar, sua sapatão miserável!
Perto do túmulo de Helena fica a casa dos peões, Diego chegou lá com dificuldade, limpou o ferimento com álcool, fazendo pressão com uma toalha no machucado para parar de sangrar.
Um companheiro de alojamento chegou, vendo o estado em que Diego se encontrava. A raiva, ódio o mantinha de pé, contudo na verdade seu estado era um pouco grave, em sua nuca havia um buraco.
- Diego o quê houve? Abriu um buraco na sua nuca rapaz!
- Foi a desilusão do amor.
- O quê?
Diego desmaiou novamente. O peão chamou Delfina, colocaram Diego na caminhonete, levaram para a cidade, para o posto de saúde.
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Como eu não tinha comido nada, depois do banho Amanda me chamou para comer uns sanduíches, preparados por ela. Pão de leite com presunto e queijo, com coca-cola gelada.
- Agora sim, parece que estou em casa. Comer bobagem no meio do dia é bem a minha cara.
- Isso não é saudável, Liah.
- A vida seria mais feliz se não tivesse tantas regras. Qual o problema se a gente não quer almoçar e comer um sanduíche delicioso como estes que você fez? Ah, não é saudável... Que se dane, um dia eu vou morrer mesmo, pelo menos não terei me arrependido da comida que comi ou deixei de comer.
- Você é maluca!
- Só as vezes, querida.
Começamos a rir, eu fazendo cócegas nela, ela em mim, é claro terminou em beijo. Em determinado momento Amanda se afastou.
- Melhor você se controlar, Liah. Embora eu seja quase irresistível, você sabe né?! Sou hetero.
- Tudo bem, sua nada convencida, haha.
Ouvimos latidos dos cachorros no quintal, pela janela vimos um carro estranho chegar.
- É o advogado do meu pai. Mas o quê ele faz aqui?
Desceu do carro, ajeitou a gravata e os óculos de grau no nariz, tirou de dentro da pasta um papel, me entregando.
- Eliane, os bens de seu pai foram confiscados até o DNA comprovar se Amanda realmente é filha de Jorge. Você não poderá tocar em nem um centavo da conta sua conta pessoal por esta veinculada ao dinheiro de seu falecido pai. Aqui está a ordem judicial assinada pelo juiz, autorizando o congelamento da fortuna-herança de Demerval Jorge Brasil. Sinto muito, mas vocês tem 24 horas para deixar essas terras.
- O resultado chega em um mês, até lá vence o prazo da hipoteca da fazenda. Como vamos pagar as dívidas, Liah?
- Não há nada que se possa fazer, Pablo?
- Sim, Eliane. Vender os carros, os quadros da coleção do pai de vocês. Não será o suficiente para quitar os 5 milhões da hipoteca, mas terão algum tempo à mais.
- Em 24 horas? No fim de semana? Aqui não é São Paulo ou Rio de Janeiro, onde as coisas acontecem em poucas horas. - Disse Amanda.
- Realmente eu sinto muito, meninas. A história vivida aqui nesse lugar é linda, mas vocês deviam desapegar.
Pablo deixou o papel em minha mão, entrou no carro, saiu.
- Droga! Ferrou tudo!
- Verdade, Liah. Já sabe para onde vai?
- Infelizmente sim.
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Por mais que você fuja, uma hora você tem que aceitar, o teor da vida.
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Pessoal que está enjuado de mim, a história está acabando, não perca o último capítulo.
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Quem quiser se comunicar comigo, meu e-mail: maniaca.psicopata.naneura@hotmail.com
Bjs