Meus queridos amigos da CDC peço as mais sinceras desculpas pelo meu período de afastamento. Foram tantas coisas que me impediram de continuar com a história, ainda estou um tanto enrolado, mas tenho uma boa notícia passei na primeira fase de uma das seleções que estou tentando e peço para que cada um de vocês torçam por mim, para que eu consiga passar nas outras, quero muito o mestrado. Por isso do meu afastamento, tive que estudar muitas coisas para o projeto e a prova.
No mais obrigado pelo carinho e vamos ao conto. Saber o que a Isabela tem a nos contar.
Bem, confesso, por conta de algumas questões que não veem ao caso, eu acabei sabendo que o Sam iria sair aquela noite com a irmã e, bem, já que o Tim estava na cidade, o Sam também e eu tinha absoluta certeza de que eles ainda gostavam um do outro, pensei: “por que não dar uma mãozinha”, dar uma força pra ver se eles se acertavam logo de uma vez.
Podem até dizer que nós mulheres somos uma espécie complicada, tanto que, mesmo Freud, o pai da psicanálise, mesmo após todos os seus estudos não consegui descobrir, afinal o que querem as mulheres, tidas para ele como o continente negro. Mas eu acredito que as relações envolvendo os gays são mais complicadas.
No entanto, eu não tinha a mais remota noção das coisas que aconteceriam aquela noite. Não que eu não esperasse qualquer tipo de reação por parte quer do Tim, quer do Sam, eu os conhecia bem, mas os acontecimentos daquela noite...
Cheguei a casa de Tim por volta das 10p.m., buzinei e logo ele estava descendo. Engraçado como são as pessoas, eu o conhecia muito bem e havia me esquecido de um pequeno detalhe, ele, quando não está muito afim de fazer alguma coisa, ou quando está muito ansioso, consegue se vestir pior que um velho.
- Vamos Isa. – ele falava beijando o meu rosto.
- Assim, nem que a vaca tussa. Pelo amor de Deus, Tim. Nós vamos sair para nos divertir, não vamos a um velório, ou apresentar algo na aula do prof. Simank...
- Não me lembre daquele cara.. – ele falava ao mesmo tempo que eu.
- Que seja, mas você, vestido assim... não vai pra lugar nenhum.
- Eu tenho que tomar cuidado. Vai que...
- Tanto você quanto o Sam não são o estereótipo de gays... vamos lá... – disse saindo do carro e indo em direção a casa dele.
Foi muito engraçado entrar naquele quarto, o quarto que assistiu coisas que até mesmo deus duvida, nossas noites mais quentes, um ambiente que guardava lembranças de nós dois, agora era o quarto de um amigo. E, outra, cheia de caixas onde se havia escrito “Coisas do Timothy/Timmy”.
- O que são todas essas caixas? – eu questionava.
- Os despojos de guerra, digo, as coisas que eu tinha em casa. – ele falava triste.
- Tudo aqui? – perguntava entendendo a gravidade da situação.
- Ele não quis absolutamente nada. – Eu via seus olhos estarem tristes, numa tristeza que poucas vezes presenciara. Entramos em seu closet e enquanto eu procuro algo pra ele vestir começo.
http://www.youtube.com/watch?v=rpwJ5xvjhRU
- You with the sad eyes/ Don't be discouraged/ Oh I realize/ It's hard to take courage/ In a world full of people/ You can lose sight of it all/ And the darkness inside you/ Can make you feel so small... – começo a cantar enquanto olho para as roupas dele.
Você, com olhos tristes/ Não fique desanimado./ Oh, eu sei,/ É difícil criar coragem,/ Num mundo cheio de pessoas/ Você pode perder tudo de vista,/ E a escuridão dentro de você/ Pode te fazer sentir tão insignificante...
- Não Isa...
- But I see your true colors/ Shining through – canto apontando para ele – I see your true colors/ And that's why I love you – coloco algumas roupas em sua frente pra ver como ficam – So don't be afraid to let them show/ Your true colors/ True colors are beautiful,/ LIKE A RAINBOW. – Dou algumas roupas a ele e continuo cantando.
Mas eu vejo suas cores reais/ Brilhando por dentro./ Eu vejo suas cores reais/ E é por isso que eu te amo./ Então não tenha medo de deixá-las aparecerem,/ Suas cores reais./ Cores reais são lindas/ COMO UM ARCO-ÍRIS.
- Como um arco-íris?
- Com toda a certeza, um arco-íris lindo. Então, Show me a smile then,/ Don't be unhappy, can't remember/ When I last saw you laughing/ If this world makes you crazy/ And you've taken all you can bear/ You call me up/ Because you know I'll be there.
Mostre-me um sorriso então,/ Não fique infeliz, não me lembro/ Quando foi a última vez que vi você sorrindo./ Se este mundo te deixa louca/ E você aguentou tudo que consegue tolerar,/ Me chame/ Porque você sabe que estarei lá...
- Eu sei, eu sei.
Passados uns dez minutos escolhemos uma roupa e saímos do closet, estávamos prontos para a noite. Descemos e fomos em direção à boate. Lá chegando, muita música tocando, muita gente bonita e uns nem tanto. Mas, percebo que ele andava muito na defensiva, muito fechado.
- Qual é Tim, solta esse braço. – eu pedia, vendo-o todo entroncado.
- Não já tá de bom tamanho eu vir? – ele retorquiu.
- Não, você tem que se divertir também. – falava olhando bem nos olhos dele.
Enquanto andávamos, era muito engraçado, percebia uma série de olhares em nossa direção. Algumas pessoas com as quais eu não falava desde entrar na faculdade, e outras que creio que devam ter virado amigas dele posteriormente, após a nossa separação e que eu não conhecia.
- TIMMY, TIMMY! – gritava um cara alto, moreno, com alguns trejeitos. Ele foi para perto de nós. – Timmy, eu soube o que aconteceu. Você e o Sam se separaram, foi uma coisa tão triste... eu nunca esperava por isso. – falava enquanto o Tim mostrava desinteresse na conversa. “Bem, por que foi mesmo que vocês se separaram, não que eu queria fazer fofoca, longe de mim, mas você sumiu das redes sociais, na verdade ninguém tinha te visto... não me diga que o Sam foi infiel? Coitado, você deve ter sofrido tanto, mas sabe, foi melhor assim, ele vai ver, vai ver o que perdeu. Trair um cara lindo como você, eu sempre soube que ele não te merecia. Se precisar de um ombro amigo, você sabe, pode me ligar sempre que quiser.
- Certo Luke. – Ele falava com desinteresse – o seu número ainda é o mesmo?
- Claro que sim, vou ficar esperando. – o outro respondia todo empolgado, enquanto saia.
- Ele... ele tava kkkkkkkkkkkk? – perguntava.
- Querendo saber da minha vida pra espalhar pra Ashley inteira? Ou me cantando?
- Aham.
- Pois estava, esse cara é um descarado. Acho que já perdeu todas as pregas. – ele falava sério.
- Como?
- Ele dá em cima de todo mundo. Onde quer que você ande consegue encontrar, pelo menos uns cinco, seis caras que já o pegaram. Em baladas gay o número sobe pra uns dez.
- Não. – falava eu incrédula.
- Ele é conhecido, é primo de não me lembro quem, um amigo do Sam. – ele falava distante.
Continuamos andando um pouco e encontramos com um antigo amigo nosso, Mattew, ele estava mudado, do garoto gordinho da infância havia se convertido em um belo rapaz.
- Timothy, Timothy Miller? É você mesmo? – ele perguntava.
- Mattew Spencer, a quanto tempo. – Tim respondia enquanto apertava a sua mão.
- Isabella, você está linda não mudou absolutamente nada. – Mattew me olhava nos olhos. – se você não namorasse com este cara aqui – falava apontando pro Tim – não me escaparia.
- Bem, obrigada, você está ótimo. – Dizia eu, um tanto constrangida. – E... bem, Timmy e eu não estamos mais namorando.
-Não?! – perguntava animado.
Enquanto eu começava a conversar com Mattew percebi que o meu amigo estava um tanto aéreo, alheio aos acontecimentos daquele lugar, então tento seguir o caminho de seus olhos e me deparo com Sam, lindo como sempre, e ao lado dele a irmã.
- Matt... eu vou ter que ir ali falar com um amigo e volto já. – o olhava com um ar malicioso.
- Mas....
- Eu só vou ai falar com um amigo e já volto. – ele ainda tentou questionar algo, mas fui mais rápida e peguei o braço de Timmy e fomos em direção a Samuel. O nervosismo e apreensão do meu amigo eram palpáveis, creio que ele ainda não se sentia preparado para encarar o ex. Ele preferia ficar a distância, tomando uma série de providências, das quais, se ele não agisse, de nada adiantariam.
Eu sabia que as coisas seriam complicadas, mas isso, eles mal conseguiram trocar um oi e Samantha já os havia afastado. Eles deveriam conversar, deveriam esclarecer as coisas, mas não, foram impedidos.
- Você viu, você viu não viu? – ele falava transtornado.
- Vi sim, mas ei, olha pelo lado bom...
- Lado bom? – questionava.
- Sim, ele disse oi. – tentava fazer alguma graça, para que ele aproveitasse, minimamente à noite.
- Engraçadinha. – falava em tom jocoso. – Acho que o Matt tá te esperando. Não é que a minha noite está péssima e só tende a piorar que eu tenho o direito de estragar a sua. Vá lá.
- Você nunca estraga nada...
- Vá. Eu vou ao bar, preciso de alguma coisa. – seu semblante era sério.
-Ok, ok, qualquer coisa nos vemos.
Deixá-lo só naquele momento, daquela forma, foi uma coisa sofrida. Poucas vezes o vi tão frágil, tão desprotegido. Em pensar, que de certa forma eu o atirei a isso. Não digo que eu o converti em gay, mas eu estava lá em um dos piores momentos de sua vida, naquele em que ele começara a perceber que o que sentia pelo Samuel não era um simples carinho de amigo, mas algo diferente. Algo especial.
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Não sei, pode ser paranoia da minha cabeça, mas, desde que vim pra Stanford estou notando algumas coisas, um tento estranhas com o meu namorado. Sabe, como se algo não estivesse certo, alguma coisa fora do lugar. Bem, mas quando eu percebi que isso estava diferente... vejamos.
Timothy e eu sempre fomos muito próximos, mas algumas coisas, algumas atitudes dele tem me deixado bastante intrigada. Uma delas foi à forma como ele passou a tratar o seu colega de quarto, Samuel, logo após descobrir que o mesmo é gay. Não que ele não tenha suas ressalvas, afinal, ele é filho de um oficial do exercito americano, nada mais natural do que ter certo nível de preconceito. Mas o que eu percebia nele não era apenas preconceito, era uma grande raiva, raiva por este colega de quarto ter “corrompido” o seu amigo e estar namorando com este, não que eu acredite que alguém possa corromper o outro. Mas, para o Tim parecia que eles até poderiam ser gays, mas desde que fosse longe dele.
O meu namorado passou a desenvolver uma fina arte, a de perseguir este colega de quarto, tudo o que o Samuel fazia poderia ser considerado errado, feio, ou como nas mais diversificadas sátiras que são feitas ao universo gay, promiscuo. Não importava, a pessoa que estivesse perto de Samuel era um possível rolo e este estaria a ponto de, ou mesmo traindo o namorado e caberia a Timothy defender a honra de seu amigo, protegendo-o de uma possível galhada, como se Clarkson, com todo o seu histórico necessitasse de proteção.
Eu assistia a todas estas presepadas de camarote, parecia que meu namorado tinha prazer em atormentar o outro, ou então tinha pavor de pensar que ele, como um gay, tinha uma vida amorosa/sexual, ou ainda pior, não gostaria de que ninguém se aproximasse de seu colega de quarto, como se este devesse ser casto. O ápice desta situação foi quando, mesmo depois de todos os meus conselhos, todas as minhas advertências o meu namorado foi tirar satisfação com o outro enquanto este conversava com um rapaz. Resultado, quebrou a cara e eu fiquei feliz com isso, quem sabe assim este cresceria, perceberia outras nuances em seu colega de quarto e abandonaria este preconceito torpe.
Após este episódio as coisas começaram a melhorar, Tim passou a tratar Sam com o respeito que este merecia e a, verdadeiramente, se importar com este, como no caso do musical, em que se prontificou a ir com o colega, já que eu não poderia. Confesso que esta atitude me surpreendeu. Mas, depois o musical alguma coisa aconteceu. Eu o percebia constantemente arredio, sempre muito irritado, principalmente quando o assunto era o Clarkson, seu melhor amigo.
- Timothy, você está estranho e não é de hoje, o que aconteceu? – Eu questionava.
- Não, não é nada.
- Timothy Brian Miller, me diz o que aconteceu, agora!
- Já disse não é nada, droga Isa. – respondia ríspido.
- Quer saber, que se dane. Pegue essa sua irritação e a enfie... enfie... aahhh – repondi o deixando sozinho.
Um dos meus piores defeitos é a curiosidade, eu gostaria muito de saber o que afligia ao meu querido Tim, mas, como este não me respondia decidi procurar seu novo amigo, Sam, quem sabe ele soubesse? No entanto, ele nada me respondeu, disse que também estava achando o comportamento de meu namorado estranho e era, principalmente com relação ao Clarkson, eles não andavam mais juntos e toda vez que os dois acabavam se encontrando Timothy ficava arredio e não queria encará-los.
- Voltamos a isso? – questionava.
- Não, da outra vez ele nem queria olhar na minha cara, mas agora, estamos bem. Digo, o problema não é comigo, acho que é com o Clarkson, mas eles são amigos, devem resolver tudo logo.
- Não sei. O Tim nunca foi de brigar tanto tempo com o Clarkson. Tem alguma coisa errada nessa história.
- Tem, claro que tem, o Timmy...
- Timmy? – questionava.
- É, um apelido que eu coloquei. Ele é muito cabeça dura, mas depois ele melhora.
Aquela conversa não me tranquilizou, pois qual falha Clarkson deve ter cometido pra justificar a raiva de Tim? E porque ele deixou que Sam o colocasse o apelido de Timmy, ele detestava esse nome. Não, não poderia ser isso, aos poucos eu passei a prestar mais atenção em meu namorado e, como o seu colega de quarto havia me informado a questão realmente se resumia ao Clarkson, sem o melhor amigo ele ria, brincava, em suma, era uma companhia agradável, na presença deste sua fisionomia mudava drasticamente, como se assim pudesse deixar claro o seu desconforto com a presença do outro. No entanto, ao invés da situação melhorar, em três semanas ela piorou, pois Samuel saiu do quarto por alguma razão. Fato este que o deixou muito chateado.
- Isa, o Sam veio falar com você? – perguntava aflito.
- Não, por que? – retorquia.
- Não, nada.... nada... assunto meu. – respondia enquanto tentava sair, ao que impeço. Ele me devia explicações. Ele estava horrível, com um humor do inferno e não iria me dar a menor satisfação, pera lá...
- Que merda é essa? O que tá acontecendo aqui, heim, Tim? Primeiro a sua briga com o Clarkson, agora o Sam..
- Não está acontecendo nada, entendeu? – ele era ríspido.
- Timothy Brian Miller...
- Já deu Isabella O’Conner, toda vez que você fica com raiva ficar falando meu nome completo. O que aconteceu foi que o Clarkson andava traindo o Sam, isso mesmo, traindo, o Sam descobriu e acha que eu estava acobertando o idiota do Clarkson, como ele pode fazer isso? O Samuel confiou nele e ele o trai.
- Tim, por favor. – eu tentava trazê-lo de volta.
- Por favor o que? Ele não podia ter feito isso, colocado o meu nome em uma coisa dessas, agora o Sam foi embora não sei pra onde e... e...
- Você está sentindo falta dele? – perguntava.
- Não, de forma alguma, estou ótimo, só não queria que ele, ah mas o Clarkson me paga, eu vou... eu vou acabar com ele... você me entende, ele.
- E o que isso te interessa Tim?
- Como?
- É isso mesmo, o que o fato do Clarkson está traindo o Sameul te interessa? – ela observa a minha cara perplexa e continua – Sim, pois o que mais poderíamos esperar do Clarkson? Ele sempre faz isso.
- Sim, mais... mais é diferente...
- Diferente o que? Diferente como?
- Diferente ué? Antes ele era pegador... agora...
- Agora o quê? Não é por que ele está com um homem que muda quem ele é. Você mesmo, já acobertou diversas escapadas dele e agora, age assim? – eu queria entender o que acontecia.
- Mas... nunca....
- Lilian, Helena e Thaís, três amigas que o Clarkson traiu e você acobertou. Não vou dizer que o fato dele estar traindo o Samuel não me deixa chateada, claro que não, gosto muito do Sam, mas não me surpreende e nem a você. Eu posso até ficar com raiva, mas pouca, pois eu já o conheço e sou amiga dele há muitos anos, mas você Tim, você está completamente transtornado. O que nos leva a questão, o que está te incomodando é o fato do Clarkson está traindo o namorado, ou o fato de o namorado traído ser o Samuel? – eu era direta.
- Isa, como? O que você está querendo insinuar? – ele me olhava incrédulo.
- Não estou querendo insinuar nada querido, só estou perguntando. Então? – ele ficou calado. Ficamos assim por dias inteiros, não horas, minutos não sei ao certo, ficava aquela tensão no ar e ele não me respondia. – Tim, você está assim porque você gosta do Sam?
- Quer dizer agora que eu sou gay por me preocupar com o cara? – ele retorquia.
- Você é gay Tim? – ele continuava sem responder. – Bom, o silêncio também é uma resposta.
- De onde você tirou essa ideia maluca...
- Ideia maluca, é uma ideia maluca TIMMY? – carreguei no apelido e comecei a despejar tudo o que estava entalado na minha garganta – Eu estou preocupada com você a semanas, você está grosso, um idiota e eu perguntando sempre o que era e você incapaz de me dizer o por que. Não, deixa eu falar, e, em meio a todo esse alvoroço eu não via mais o meu namorado, via outra pessoa, apenas o via quando estávamos com o Sam. Você tem ideia do que tem sido minha vida essas semanas, sem saber o que te afligia, sem poder estar com você, afinal eu sou, eu era o que? A sua namorada. NA.MO.RA.DA como se isso significasse alguma coisa pra você. E sabe o que mais, você não me faz de idiota, eu ando te observando, deixa eu te dizer uma coisa, o motivo pra você estar com raiva do Clarkson é somente um, você morre de ciúmes do Samuel, isso...
- Eu.. eu não....
- Me explica então por que você ficou tão chateado de tê-lo visto com o Clarkson, me diz, me diz por que depois que você descobriu que ele era gay ficava tão revoltado toda vez que ele estava perto de algum homem, você ia tirar satisfação, você ia brigar, você ia “defender a honra do seu amigo”, – carregava na ironia e acidez enquanto meus olhos enchiam de água – que defender não ia nada, você ia era mostrar pro Samuel aquilo que você realmente queria, ou seja, ele... por isso você decorou as musicas de Wicked e foi com ele... um momento perfeito...
- Você está viajando...
- Estou viajando Timmy? Quantas pessoas te chamam assim e você ainda fala com elas, ou estão com os dentes intactos, respondo, uma. Por isso que você não acobertou, ou não entendeu o Clarkson, como ele pode estar traindo o Samuel que é tudo o que você quer?
- Ele não... eu só.... eu.... eu te amo, Isa.
- Se você me ama, se sente qualquer coisa por mim, me diga a verdade, você é gay.
- Não, eu não vou dizer isso, pois não é verdade, eu não sou gay.
- Tim, por que você queria saber se o Sam tinha falado alguma coisa comigo? Me diz, por favor, uma das coisas que eu mais gostei em você sempre foi a sinceridade... você...?
- Eu... o Sam me beijou uma vez, mas isso, olhe foi apenas uma vez... isso não faz de mim gay... eu não sou gay.
- Se isso fosse verdade porque você estaria tão preocupado, tão obsecado, em saber onde ele está. Tim, nós fizemos planos juntos... uma vida... eu não posso...
- Eu estou com você, porque te amo, vê se me entende. O beijo foi um erro, não significou nada. Olha isso nunca tinha me acontecido antes... foi culpa dele, mas eu não sou gay... eu não fui criado assim, eu sou de uma família militar, não posso ser gay.
-Você não pode ser gay? Você quer que eu me compadeça por você ser um gay homofóbico?
- Eu não sou homofóbico e eu não sou gay. Eu nunca fiquei com nenhum homem, eu sou um homem que as mulheres gostam. Você já experimentou todas as minhas qualidades. Eu vim pra cá por você... como você se atreve... – respondia transtornado
- E porque você acha que isso me dói tanto? – meus olhos se convertiam em duas torrentes de lágrimas – Eu... sabia que não éramos perfeitos, mas dávamos tão certo, mas não vou servir de fachada, eu quero um homem que me queira, que ande comigo pela rua, em sua casa, onde quer que seja e fale de mim com amor, que fale de mim pois me quer tanto que não consegue se calar. Você pode me dar isso? Você pode? Não. E eu não me contento com menos.
- Olha, eu não sou um gay... eu não me identifico com eles, não tenho trejeitos, quero ter uma família, mulher, filhos, quero ser um oficial do exército...
- Não são todos os gays que são afeminados, eles tem famílias e trabalhos e, algum dia poderão também se casar.
- Não está me escutando.
- Alto e claro, você odeia a você mesmo. – era taxativa.
- Não é isso. Olha, eu prometo... trabalhar isso, prometo... que... que aquele beijo foi meu único deslize... eu prometo, eu volto pra igreja, vou pra uma terapia... eu não sou gay.
- Eu não estou te pedindo para que mude quem você é Tim, se não está preparado para se aceitar, não posso fazer nada a respeito, mas você está mentindo e eu mereço algo melhor.
- Ainda podemos falar...
- Por favor, me deixe sozinha, pois agora sou eu que quero ficar sozinha. – ele se retirou e eu fiquei chorando. Não era fácil terminar um relacionamento, mas era necessário, por mais que eu o amasse ainda tinha o meu amor próprio. Com uma mulher ainda poderia até existir uma concorrência, mas com homem, não. Eu não me via em um futuro preocupada se meu marido estava me traindo com outros.
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Voltei a ficar perto de Mattew, ele me recebeu com um enorme sorriso.
- Quem era aquele cara que você foi falar? Algum namorado? – ele perguntava agarrando as minhas costas.
- Com certeza, eu já peguei metade desta boate. – fazia uma cara fingida. – ele é apenas um amigo.
- E onde está o Miller? Você o carregou pra falar com aquele cara e ele não voltou, te deixou sozinha pra ficar com aquela gata que tava... – ele falava, ao que eu me segurava pra não rir. – que foi, qual é a graça.
- Mattew, você faz o que? – perguntava calmamente.
- Sou psicólogo, por que?
- Bem, vou te contar uma coisa, mas segredo de profissão. – ele fazia uma cara como se dissesse “pode contar” – O problema do Tim não é com aquela garota, é com o irmão dela. Depois de muito tempo o nosso amigo decide entrar para o exército e não diz pro loiro.
-Sim, não entendo, qual o problema disso. Ele quer entrar pro exército deste os sete anos, acho que ele demorou foi muito a se alistar, eu realmente achava que depois que de tanto tempo ele já teria que falar com o coronel Miller.
- O problema é que ele morava com o Sam, e não disse nada. – tentava ser mais específica.
- Sim, lógico ele indo pro exército iria morar em uma vila militar, nada mais sensato, gasta menos, tem como aproveitar mais. – ele parecia totalmente obtuso a nossa conversa – e não acho que tenha sido uma falta tão grave, qualquer coisa ele só arrumava uma outra pessoa pra dividir o aluguel... se essa é a questão eu tenho um amigo que está procurando um lugar pra morar, vou pedir o telefone desse cara e...
- O Sam é gay. – interrompi.
- Sem problemas, o meu amigo também. – ele falava com um brilho nos olhos – quem sabe eles se acer.... espera esse é o cara que a irmã tava leiloando... ele tem um canto, meu amigo tá afim dele. Vou ligar ago..
- Ouse fazer isso e o Tim te mata. – fui dura.
- Como?
- Pra um psicólogo você até que é lesado heim. Tá vendo aquele cara lá – falo apontando pro Sam – ele foi o motivo da minha... ei ei espera lá
Naquele momento parei de falar e saí correndo em disparada, alguma coisa tinha acontecido, tipo o Tim estava no meio da pista empurrando um cara que estava do lado do Samuel, eles estavam começando a brigar... isso não vai dar certo.
Continua.
Iutibrx: Obrigado pelo carinho, este capítulo também vai teve uma música, o hino gay antes de Gaga. :D
Geo Mateus: É isso que eu aposto, eles erram e ainda vão errar muito, tanto no passado quanto no presente.
Bnm: Obrigado pelo carinho, espero te encontrar mais vezes.
agatha1986: Obrigado pelo carinho.
Iky: Eu sei, mas quando é que tu vai voltar a escrever o teu heim? E eu não tenho leitor número 1, nada de polemizar os posts, mas você é um querido amigo.
Perley: Pode apostar que ele vai tentar... se vai conseguir não sei, mas ele não vai desistir tão cedo.
Plutão: Obrigado pelo carinho, não sei se foi você, mas já haviam comentado acerca dos flashbacks, e devo confessar que dão um trabalhinho, mas eu gosto. Sou fã de once upon a time, foi de lá que eu tirei a ideia. Eu posso dizer que, feliz, ou infelizmente a situação deles ainda vai demorar a se resolver de alguma forma, pois eu pensei um monte de coisas, ai não sei se isso é bom ou ruim. Abraço.
Resposta aos comentários do período de editais
mateuslc: Obrigado pelo carinho e estou de volta. :D
Geo Mateus: Obrigado. Eles estão voltando, no caso agora foi a Isa, mas da próxima acho que eles voltam a narrar.
Oliveira Dan: Senti sua falta no último conto, mas, de certa maneira atendi ao seu pedido, o período de editais não passou ainda, mas está ai um novo capítulo :D.
Oliuh: Prefiro não comentar.