Sobrevivência - Capítulo 9

Um conto erótico de Soccer
Categoria: Homossexual
Contém 1726 palavras
Data: 31/10/2013 22:04:43
Assuntos: Gay, Homossexual

PARTE 9

Senti o calor em meu corpo ao amanhecer. O sol entrava pela janela aberta e eu me vi deitado na cama ao lado de Lucas. Qualquer dúvida sobre a veracidade da noite anterior desapareceu quando visualizei aquele corpo moreno colado ao meu. Ele era lindo demais. Sua bundinha estava encostada no meu pênis e suas costas ao meu peito, me fazendo sentir sua respiração enquanto ele dormia profundamente. O cansaço da noite anterior nos impediu de tomarmos banho e agora eu começava a sentir nojo de mim mesmo pelo fato de ter o corpo grudado de suor e sêmen seco. Beijei com vontade seu pescoço e ele se estremeceu ao acordar.

- Acorda dorminhoco – saudei

- Hum... Que horas são?

Olhei para o relógio e vi que eram 9 da manhãRespondi

- Tenho que ir pra casa...

- É, mais vamos nos lavar primeiro - ri – não seria legal você aparecer em casa todo gozado. Ele riu, ainda com sono.

– É verdade.

Eu me levantei e o peguei no colo. Ele se assustou com minha atitude mas logo se confortou. Levei ele para o chuveiro e abri a torneira. Um jato d’água o molhou todo. Pequei a bucha e a enchi de sabão, passando-a delicadamente por seus músculos. O ensaboei todo enquanto ficávamos em silêncio tendo apenas a trilha sonora da água batendo em seu corpo. Nádegas, pernas, braços, pênis. Fui limpando tudo e depois de estar todo ensaboado entrei debaixo d’água. Nos lavamos ainda em silêncio. Não sei se era vergonha, mas acredito que o momento era perfeito demais e não exigia palavras. Nos enxaguamos e secamos um ao outro. Nos enrolamos na mesma toalha e voltamos pro quarto, comigo abraçando-o por trás. Nos beijamos mais uma vez. Como era bom o gosto da sua língua. Nos vestimos e quando terminamos já era hora de quebrar o silêncio. Ele começou:

- E então? Como vai ser agora?

- Não sei - me limitei a responder.

- Vamos continuar ficando juntos?... Quer dizer... eu quero.

- Eu também, mas existem alguns probleminhas.

- Eu sei, meu pai será um deles.

- Como assim? - não era nisso que eu estava pensando.

- Meu pai é bem conservador. E eu não estou em condições de largar a casa. - depois de olhar constrangido pra baixo continuou - eu sei que você é bem resolvido, mas eu gostaria de mais tempo para ele saber. A gente... podia ficar escondido por um tempo?

Esse com certeza era o menor dos meus problemas. Resolvi não contar o que eu queria.

- Claro.

- Legal. Eh... Deixa eu ir pra casa... Tchau.

Me deu um beijo e saiu.

Ele com certeza estava um tanto envergonhado. Na verdade eu também. Lucas imaginava que eu trabalhava em uma empresa de eventos. Como eu iria contar pra ele sobre meu verdadeiro emprego?

“Por que você está se preocupando com isso? Foi só uma noite”.

Tentei me convencer disso. Mas no fundo eu já sabia que a coisa estava indo por um caminho diferente. Pena que eu só ia perceber isso um pouco tarde. Ao terminar de arrumar o apartamento e colocar os lençóis para lavar decidi dar uma volta e malhar um pouco na praia, coisa que eu estava abandonando e não podia. Caminhei, corri, malhei, suei e voltei para tomar mais um banho e comer algo.

Mas antes, liguei para Roccio.

- Alô!? – Sua voz era de desconfiança – O que houve Fabio? Você não é de me ligar a essa hora. Da última vez foi pra me avisar que você tinha sido preso.

- Não, relaxa - eu não consegui segurar a risada, era verdade o que ela falava - é que eu gostaria de lhe agradecer pela dica. Obrigado mesmo.

- Funcionou? – agora sua voz mostrava um misto de excitação e curiosidade.

- Funcionou sim. Você estava certa.

- Já almoçou?

- Não.

- Ótimo, então vamos nos encontrar no La Mole próximo a praia. Quero saber os detalhes. Sabe onde fica?

- Sei, claro.

- Ótimo nos vemos lá em uma hora e meia. Até.

Antes que eu pudesse dizer mais nada ela desligou. É impressionante como ela era capaz de decidir tudo enquanto eu só concordava. Mas fiquei feliz de ter uma opção melhor do que minhas aventuras culinárias nesse almoço. Me arrumei e fui ao encontro. Fiquei mais uma vez impressionado quando ao chegar ela já se encontrava no local.

- Sente-se. - falou, indicando a mesa.

- Boa tarde. Falei enquanto me sentava e vi que a mesa tinha três lugares.

- Então querido? – ela disse apoiando o queixo nas mãos como uma criança prestes a ouvir uma historinha de princesas.

Eu ri mais uma vez e comecei a narrar. Pedimos duas bebidas por enquanto e falei de todo o encontro. Lembrei também como o havia conhecido e todas as pistas que ele havia deixando ao longo de nossos curtos encontros.

- Meu Deus! - ela exclamou levando um gole de suco à boca (ela só bebia na AIME)

- Meu Deus! – repeti.

- Estou muito feliz por você. Sério, estou mesmo. Torço muito para que você consiga tudo. Pra dizer a verdade eu te mandei aqui por dois motivos.

- Como assim?

- Bem, eu já ia te ligar e você pode então imaginar então a surpresa que eu tive de você ter feito isso antes. Há uns 5 dias eu recebi uma ligação de Henri Grezz, um cineasta norte americano e dono de uma Cia de entretenimento gay como a AIME. Ele se mostrou muito interessado em conseguir uma nova estrela brasileira já que os brasileiros são muito bem vistos nesse cenário. Marcamos de almoçar aqui daqui a 20 minutos e eu falei pra ele de você.

Era muita informação de uma só vez. Talvez por isso eu não tenha mostrado o contentamento que antes eu sempre me imaginei sentir ao descobrir que iria começar carreira internacional.

- O que foi? Não gostou?

- Não! Não é isso é que foi - tentei colocar um sorriso - meio de uma vez. Eu não imaginava.

Ela me analisou bem antes de falar:

- Hã, ta? Tem certeza? Se quiser eu posso dizer que você não pode vir.

- Não! É... não. Acho que vai ser legal. Eu não conseguia mostrar excitação e isso com certeza não passou despercebido do olhar atento de Roccio. Mas ela não teve tempo de dizer nada só que:

- Bem, ele chegou.

Eu me virei. Era fácil de reconhecer aquele homem bem branco e bem vestido. Mesmo sendo uma roupa muito usada na zona sul era como se ele tivesse uma placa dizendo “Turista” pendurada no pescoço. Apesar de muito branco sua cor caia bem com os cabelos louro claro e seus olhos azuis. Parecia ser alemão. Devia ter uns 30 ou 40 anos. Era difícil dizer pois parecia bem conservado.

- Boa noitez - ele disse em um péssimo português. Provavelmente se confundiu na hora de falar.

-* Boa tarde. – respondi em inglês.

Modéstia à parte meu inglês era muito bom, graças ao intercâmbio que fiz no exterior quando meus pais eram vivos. Ambos pareciam bem impressionados. O olhar de Roccio era divertido. Acredito que ela estava em dúvida se eu sabia realmente falar inglês ou estava apenas tentando aparecer com uma saudação que qualquer criança sabe.

-*Você deve ser Fabio não? - ele disse agora em inglês - Roccio me falou muito bem de você.

- *Espero que sim - eu ri – estávamos esperando o senhor para pedir. Sente-se.

Com certeza isso deixou Roccio certa de meu controle da língua, tanto que depois disso falamos o tempo todo em inglês para poupar nosso visitante.

P.S. vou parar de colocar * para sinalizar o inglês que isso é muito chato. rsrsrs

– Ele não é bonito como você me disse Roccio. - eu me virei pra Roccio realmente decepcionado com o seu comentário. Roccio riu - ele é muito melhor - completou.

Agora eu estava sem graça. Com certeza minha chefe sabia sobre esse humor sedutor do americano.

- Obrigado - respondi tentando recobrar a cor branca do meu rosto. - é que você ainda não me viu de cueca.

- Fabio! - Roccio exclamou ficando vermelha mas não conseguindo segurar o riso.

- Fabio o que? – desafiei - você também não viu ainda. Não fale enquanto não souber.

O objetivo tinha sido concluído. Henri estava rindo e parecendo muito bem a vontade;

- Espero um dia ver. – ele disse - mas, terá de esperar.

- Como assim? – Roccio interveio

- Bem querida, eu recebi uma ligação urgente dos EUA e tenho que voltar pra lá urgente. Só vim aqui porque odeio faltar um compromisso, e é claro estava curioso sobre o garoto que você tanto me falou. Mas, eu estarei de volta em duas semanas. Espero que você ainda esteja aqui quando voltar – disse ele me olhando.

- Não pretendo sair da cidade. – respondi.

- Ótimo. Então eu vou indo - e se levantou cumprimentando a nós dois e saiu.

Não pude deixar de sentir um certo alívio.

- Então? Perguntou Roccio. - O que achou.

- Ele parece ser legal - disse levando o copo a boca como se minha voz pudesse me trair.

- Você não parece muito certo. Não quer sair do país?

- Não sei. Agora eu não sei

- Parece que alguma coisa te prende aqui. Ou alguém.

- Nada a ver com o Lucas.

- Eu não disse nada dele. - ela tinha um sorriso de triunfo no rosto. Eu me traíra - pra dizer a verdade nem lembrava de seu nome.

Ela suspirou e pedimos a comida. O único comentário feito durante o jantar foi dela.

- É! Parece que finalmente você achou alguém que te fizesse pensar na vida.

Eu nada respondi, com medo de me trair novamente. Acabamos de comer e saímos. Eu disse que iria pra AIME naquela mesma noite. Me parecia obrigação ir. Eu não sabia o porque mas acho que tinha de provar pra ela que estava errada. Onde já se viu? Jogar fora toda a minha chance por causa de uma noite? Eu já havia feito amor com vários homens. Um à mais ou um à menos não era diferença.

“Mas nenhum foi como ele” senti essa resposta vir dentro de mim.

Porém, meus pensamentos são interrompidos pelo som do meu celular.

- Alô?

- Fala Fabio. Ta lembrado - meu coração da uma balançada ao ouvir aquela voz – Rodrigo - Pô não se esqueça de vir no nosso show amanhã. Ta lembrando né?

- Claro! – menti - vou estar sim.

- Ótimo. – eu coloquei um convite VIP debaixo de sua porta. Depois você pode usá-lo pra ir ao camarim.

- Legal - tentei mostrar animação.

- To com saudades de você. - ele não devia ter dito isso - te espero amanhã a noite.

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Comentários

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consegui ler o 8, muito bom!!! conto delicioso, estou adorando!

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Muito bom...... Cara naum estou conseguindo ler o capitulo 8. Tem como vc mandar para o e-mail : nicolasvasconcellosguerra@yahoo.com. Naum quero perder um capitulo dessa historia envolvente e maravilhosa.... Continua....

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ñ tô conseguindo ler o capítulo 8! mais até aqui o seu conto é perfeito!! extremamente excitante e complexo!!!! adorando meso!!

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Socccceeerrr... Como consegue? Cara tu sempre supera minhas espectativas. Quando acho que o conto ja esta encaminhado e ficando previsivel eu quebro a cara. Lucas é lindo e tudo o mais, porém não acho que deva abrir mão tão facil assim de tudo. Afinal o Lucas nem resolvido é. Meio complicado essa situação. Bjao e posta logo.

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nossa ele já se envolveu, pensava que ele ficaria com o agnaldo...

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Simplesmente incrível. O Fábio tem um grande dilema a enfrentar pela frente.

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Lucas, Rodrigo e ainda tem o carinha casado. São tantas opções (rsrsrsrsrrs). Resta saber se Fábio está disposto a abandonar a vida de programas por um relacionamento. E se ele tiver apaixonado pelo Lucas? E se Lucas descobrir que ele é michê? Esse conto tem td pra render. Soccer, me responde uma coisa: a história é real ou fictícia? Bjo! Ateh a próxima!

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