Finalmente crio coragem e bato na porta. Segundos depois Camila vem atender.
Camila - Dan?! (Fala surpresa)
Eu - Hey, podemos conversar?
Camila - Dan, eu não quero mais brigar...
Eu - Eu não vim aqui brigar... Vim me desculpar, na verdade...
Camila - Entra.
Eu entrei e nos fomos pra sala.
Eu - Seus pais estão em casa?
Camila - Não. Eles saíram, mas já estão de volta.
Eu - Bem, vou direto ao ponto. Desculpa ter agido feito idiota. Não deveria ter gritado com você. Principalmente porque eu sou o culpado do nosso namoro não ter dado certo. Por favor me perdoa.
Camila - Não precisa se desculpar Dan. Eu também me alterei. E você não tem culpa de não ter dado certo entre nos. Às vezes não é pra ser. Eu gosto muito de você Dan. Quero muito que passamos ser amigos.
Eu - Eu também...
Ela vem até mim e me abraça.
Camila - Você falou com o Ian?
Eu - Falei sim. Como você sabe?
Camila - Depois que você saio daqui ontem, eu ligue pra ele e contei o que houve. Fiquei preocupada com você.
Eu - Verdade, ele comentou que você falou com ele.
Camila - O que ele falou?
Eu - Posso confiar em você?
Camila - Sempre.
Eu - Eu sou gay.
Ela não parece muito surpresa.
Eu - Que cara é essa?
Camila - Eu já desconfiava...
Eu - Serio?
Camila - Eu via o jeito que você olhava pros outros rapazes. Eu achava estranho, mas não me importava, já que nós estávamos juntos.
Eu - Me perdoa...
Camila - Você não tem que se desculpar por quem você é. O melhor que tem a fazer é se aceitar e ir atras de alguém que você ame de verdade.
Eu - Brigadão Camila, por ser compreensiva.
Camila - Que isso. Nós somos amigos agora.
Eu - Só quero te pedir pra não comentar nada com ninguém por enquanto. É que meus pais ainda não sabem. Quero contar pra eles com calma.
Camila - Não se preocupa com isso. Por mim ninguém vai saber. Mas só eu sei até agora?
Eu - Você e o Ian.
Ela sorrir.
Camila - Ele é um cara bem legal né?
Eu - Sim. Super legal. Vou me encontrar com ele mais tarde.
Camila - Huuuum... Encontrar é?
Eu - Só pra conversar. Afinal, ainda não estou pronto pra me envolver com ninguém.
Camila - Sei... Você tem razão.
Eu - Bem, eu já vou. Depois falo contigo.
Camila - Tudo bem. Espero que dê tudo certo.
Eu - Valeu.
Digo a abraçando e indo embora.
Vou pra casa. Quando chego dou de cara com minha mãe.
Jéssica - Meu filho, tudo bem com você? Ontem não te vi, chegou e se trancou no quarto. Tá acontecendo alguma coisa?
Eu - Camila e eu terminamos.
Jéssica - E não tem volta. Casais brigam o tempo todo...
Eu - Não. É pra valer. Vamos ser só amigos.
Jéssica - E você esta bem com isso?
Eu - Tô. Eu não era apaixonado por ela, só a curtia. Achava bom esta em sua companhia.
Jéssica - Então qual é o motivo dessa carinha triste?
Era a minha deixa. Vai ser agora que eu conto.
Eu - Mãe, eu...
Jessica - O que?
Eu... Eu tenho que ir estudar agora. Com licença.
Subi correndo pelas escadas e fui direto pro quarto.
Tranco a porta e fico parado em frente ao espelho.
Eu travei a palavras simplesmente não saíram. Eu sou um covarde! Fico vendo meu reflexo, fico vendo o quão desprezível eu sou.
Como não tenho coragem de deixar as pessoas verem como eu realmente sou. Não mereço o amor de ninguém.
Eu - Você me dar nojo!
Falo pro meu próprio reflexo. Em seguida me jogo na cama.
Passo o resto do dia fico estudando, ou tentando, já que meus conflitos insistiam em tirar minha concentração.
Lá pelas 6:30, guardo meus livros e vou tomar banho. Depois do banho, me arrumo e fico esperando o Ian chegar.
Logo escuto o barulho da buzina do lado de fora. Olho pela janela e vejo seu carro.
Desço as escadas e falo com meus pais que estão na sala.
Eu - Estou de saída e não sei que horas vou chegar.
Pai - Tenha cuidado meu filho.
Eu - Eu sei me cuidar pai. Amo vocês. Tchau.
- Nós também te amamos. (Falaram juntos)
Vou até o carro de Ian e entro.
Eu - Oi.
Ian - Oi. (Fala me puxando pra um abraço)
Eu - Você é bem pontual né?
Ian - Sim. Não gosto de deixar as pessoas esperando. Assim como, não gosto que me deixem esperando.
Eu - Tô contigo nessa. Odeio ter que esperar pelos outros.
Ele sorri.
Eu - O que foi? Eu disse algo engraçado?
Ian - Não. É que você me lembra um amigo. O engraçado é que ele sempre me deixava esperando, tava sempre atrasado.
Agora eu sorriu.
Ian - Você tá muito bonito hoje.
Fico com vergonha. Não sou acostumado a receber elogios de outros homens.
Eu - Obri... Obrigado. Você também esta muito bonito hoje. Alias, você esta sempre muito bonito.
Ian - Perdão. Eu me expressei errado. Quis dizer que você esta mais bonito hoje que nos outros dias. Não que você só esteja bonito hoje.
Eu - Onde nós vamos?
Ian - Vou te levar num barzinho que abriu a pouco tempo. Lá é super bacana. O ambiente é tranquilo. Música ao vivo... Perfeito pra conversar.
Eu - Parece perfeito.
Ian - Você vai gostar...
Continua.