Como Chamas 3x15: A PISTA QUE FALTAVA.
- Sim mãe, eu estou bem. - Eu falei apoiando o celular entre o ombro e a cabeça. - E já comi também. Nick deve chegar daqui a pouco.
Minha mãe mandou um beijo e então eu desliguei. Ela havia viajado a trabalho e ficaria quatros dias fora da cidade, deixando apenas Nick e eu. Em outro tempo, eu definitivamente faria uma festa, mas com tudo que estava acontecendo, eu não estava muito no clim para festas.
A companhia tocou, larguei o telefone da mesa de vidro da copa e corri ate a porta. Estiquei os pés e olhei através do olho magico. Leon estava parado do outro lado.
- O que esta fazendo aqui? Eu falei quando abri a porta. Ele sorriu, um pouco sem graça.
- Quero conversar. Ele falou entrando. Apertei a maçaneta, sem fechar a porta. Que parte de eu-não-quero-mais-ser-seu-amigo ele não entendeu?
- Porque não vai conversar com sua namorada?
- Não começa com isso. Cara, como você pode ser egoísta desse jeito?
- Do que você esta falando, Leon?
- Eu não vou ficar com você de novo Dan. Sem mais beijos ou qualquer outra coisa além de amizade.
Respirei fundo, eu já esperava levar um fora, mas não desta forma. Ate parece que eu estava implorando por um beijo dele. Ta bom, talvez, no fundo, eu estivesse, mas nunca falaria isso em voz alta.
- Mais alguma coisa? Perguntei como se não me importasse.
- Sim, larga a mão de ser desse jeito cara. Poxa, posso não gostar de você desse jeito, mas eu sou seu amigo. Eu quase me encrenquei feio com meu pai pra você poder olhar aqueles arquivos. Que tipo de pessoa faria uma coisa dessas a troco de nada?
- Para você com isso. Você me deixou entrar lá e seu pai sabia. Vocês queriam que eu fosse correndo ao assassino ou coisa assim. Você é um mentiroso.
Leon deu uma gargalhada afetada.
- Vai me dizer que você nunca mentiu?
Fiquei em silencio, eu podia muito bem dizer que eu não mentia, mas isso não era verdade.
- O que você quer?
- Ser seu amigo. Sei que é chato, mas cara eu sinto sua falta. Das nossas conversas e tudo mais. Eu não tenho muitos amigos, digamos que ser filho do xerife é meio chato para algumas pessoas, mas você não liga pra isso.
- É claro que não. Sou seu amigo e não do xerife. São coisas completamente diferentes.
Leon abriu um pequeno sorriso feliz e se aproximou.
- Então chega dessa besteira?
- Ta. Foi só o que eu disse.
- Vai atender meus telefonemas e responder minhas mensagens? Vai me aceitar no facebook?
Eu não agüentei e tive que rir. Fechei a porta e fomos nos sentar no sofá, e, eu estava estranhamente feliz.
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Entrei na escola rapidamente naquela noite, sorrindo para todos que me cumprimentavam. Era incrível como as vezes seu me sentia muito feliz.
Jordan surgiu em meu campo de visão e o abracei. Ele ficou surpreso, mas acabou retribuindo.
- O que aconteceu? Ele perguntou.
- Nada, eu só estava com vontade.
Eu o soltei e vi Marcie e Gregori encarando a cena, confusos. Me aproximei deles sorrindo.
- Eu sinto muito por ser um idiota e sinto falta de vocês. Falei.
Marcie revirou os olhos e me abraçou, Gregori riu e passou os braços em volta de nos dois.
Caramba, eu percebi que sentia falta ate o cheiro artificial de morando do shamppo de Marcie.
- Quero todos vocês lá em casa amanha a noite depois da aula. Falei.
- Pra que? Marcie perguntou.
- Vamos conversar, fazer uma daquelas noites de jogos que sempre fazíamos.
Gregori piscou e então sorriu ainda mais, parecendo entender o que eu disse.
- Eu sempre quis ser convidado para umas de suas festas. Ele disse.
- Mas eu convidei você na minha ultima festa.
- Junto com quase toda a escola ne? Eu quero dizer uma festa privada.
- Hum, ta bom. Marcie e eu começamos a rir e seguimos todos para a sala de aula.
Ao entrar, eu fui me sentar ao lado de Kristen, mas Marcie segurou meu braço.
- Não vai voltar para seu lugar? Ela apontou para a cadeira ao lado da dela. De um lado estava Marcie e do outro Jordan. Mas eu não podia simplesmente ignorar Kristen, não depois de todos os momentos legais que tivemos.
- Jordan, se importa de sentar atras de mim?
- Não, porque?
Eu sorri.
Minutos depois estava tudo em ordem, Marcie de um lado e Kristen do outro, Jordan atras de mim passando as mãos nas minhas costas o tempo todo e Gregori atras de Marcie. Tudo do jeito que deveria ser.
- Festa na minha casa amanha a noite. Te mato se não for. Falei a Kristen que sorriu extasiada. Aquela garota adorava uma boa festa.
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- Alo? Eu atendi o celular ao descer do carro de minha mãe. Agora que não havia ninguém para me buscar, Nick pegara o carro emprestado, isso era uma coisa boa de ganhar um irmão mais velho com habilitação.
- Dan, precisamos que você venha a delegacia, agora. Disse o detetive Jones em um tom urgente.
- O que aconteceu? Perguntei já ficando nervoso.
- Não se preocupe que não é nada demais, só queremos conversar. Ele insistiu.
Abri a porta e voltei para dentro do carro, Nick olhou confuso para mim.
- Já chego ai.
Minutos depois, eu entrei na delegacia e Nick veio atras de mim.
O xerife, Leon, os pais de Violet e o detetive estavam dentro do gabinete com a porta aberta.
Entrei sem bater na porta.
- O que foi? Perguntei evitando o olhar de todos e me focalizando no detetive.
- Bom, Dan, nós...
- Queremos saber tudo que você sabe sobre essa garota. Disse o pai de Violet apanhando uma foto na mesa e me entregando. Na foto, estávamos eu e Thabita olhando aflitos um para o outro naquela estrada vazia daquela cidade esquisita.
Um no se formou na minha garganta. Provavelmente a policia não tirou aquela foto.
- Aonde conseguiram isso? Perguntei.
- A mesma pessoa que nós mandou as fotos do inserido do mausoléu. Apenas deixou debaixo da porta. Disse Jones.
- Quem é essa garota? Leon e Nick perguntaram juntos.
- A garota que matou a minha filha. Disse o pai de Violet parecendo rancoroso e irado.
Todos se voltaram para mim e me encararam, esperando uma resposta. Bem, estava na hora da verdade, ou pelo menos metade dela.
- Eu descobri que Thabita esteve na mesma festa em que Violet foi... Bem, ela esteve lá e conversou com Violet segundos antes de tudo acontecer.
- Você a viu na festa? Jones me perguntou.
- Bom, eu não a vi, mas tenho uma amiga que tem uma foto que mostra isso. Mas porque tem tanta certeza de que ela a matou? Eu digo...
- A arma do crime esta com as digitais dela, Dan. Disse Leon me olhando.
Alguma coisa na minha cabeça pedia para não desistir dessa história. Era impossível que Thabita estivesse me enganando todo aquele tempo. E quanto a meu perseguidor? Porque ele queria se livrar dela se ela era grande culpada afinal?
- Eu estava em um festival e ela me encontrou e veio falar comigo. Disse que não tinha matado ninguém e que estava correndo perigo.
- Perigo, porque? Perguntou o xerife.
- Eu não sei.
- Ela estava fugindo de quem? Insistiu Jones.
- Thabita não me disse, mas ela parecia assustada.
O pai de Violet suspirou.
- Ela estava fugindo da policia, essa garota matou minha filha!
- Mas não sabemos disso com certeza, ta! - Eu falei me exaltando. - Ela pode ter pegado na arma depois de tudo. Me explica, como uma garota entrou com uma arma em instituição como aquela? Eu não consegui esconder nem meu celular!
- Como você pode dizer uma coisa dessas? Minha filha era sua amiga! A mãe dela gritou.
- Mas...
- Não há o que discutir. Disse o pai dela. Eu abaixei a cabeça derrotado. A policia não estava me ajudando a muito tempo mesmo, parece que eu teria que voltar a fazer a minha própria investigação.