Duas Caras - Parte 26 (FINAL)

Um conto erótico de Guhhh!
Categoria: Homossexual
Contém 4316 palavras
Data: 11/10/2013 22:38:39

DUAS CARAS

Capítulo 26 – Último Capítulo

- Acho que as surras que te dei não foram o suficiente.

- Ah foram suficientes sim. Eu só não encho a tua cara seu velho desgraçado, por que eu tenho ainda um pouco de dignidade que minha mãe me ensinou de nunca erguer a mão para pai e mãe.

- Chega vocês dois. – Gritou Lúcia. – Pelo amor de deus. – Ela chorava desesperadamente.

- Chega mesmo. – Gritou Reinaldo. – Esse vagabundo não é mais meu filho. Suma dessa casa, eu se fosse você se esconderia. Por que eu esqueci que sou teu pai a partir deste momento. Amanhã mesmo vou mandar alguém que esta muito bem preparado pra te denunciar. Gabriel, você está encrencado, corrupção, lavagem de dinheiro, assassinato? – Reinaldo ria descontroladamente. – Eu não queria estar na sua pele.

Escutei tudo isso, e algumas lágrimas caíram por meu rosto. “Que monstro desgraçado” – Falei.

- Você não vai fazer isso. – Gritou Lúcia.

- Vou sim, e não vai ser você que vai me impedir.

- Tudo bem mãe. – Falou Gabriel. – Eu até faço questão de não ter mais um pai sabe. Nunca tive mesmo. Aliás, papai, nos encontramos na cadeia então. – Falou Gabriel rindo, escutei barulho da maçaneta do meu quarto se abrindo. Ele entrou e fechou a porta. Me olhouseus olhos estavam vermelhos e marejados. Ele se aproximou e sentou na minha cama, eu me sentei a o abracei. Ele me abraçou fortemente, suas lágrimas molharam meu ombro.

- Bruno. Desculpa te fazer passar por isso. Eu não aguentava mais ficar calado.

- Tudo bem Gabriel. Você não tem o porquê me pedir desculpas. Eu no seu lugar acho que faria pior.

Ele me olhou, secou suas lágrimas. E falou:

- Arruma suas coisas, vamos sair daqui.

- Vamos.

Arrumei minhas coisas que estavam já meio organizadas. Passamos pelo corredor e ouvi mais discussão entre os pais dele. Gabriel não quis se importar com isso, mas sei que ele sofria por sua mãe. Saímos daquela mansão, o Gabriel pegou um dos carros que estavam na garagem.

- Única coisa que tenho aqui e que me pertence. – Ele falou segurando forte o volante com as duas mãos.

Ele saiu com o carro, guiando pelas ruas naquela noite estranha que estava. Parou em frente a um hotel. O carro foi guardado por um manobrista, peguei minhas bagagens e o Gabriel as dele. Ele pegou uma chave e me disse:

- Não se importa de dividir o quarto comigo não é?

- Claro que não. – Falei.

Subimos 4 andares em um elevador. Entramos no quarto que tinha duas camas de solteiro. O quarto era bem confortável, mas não era um hotel de alto luxo, como eu costumava ver o Gabriel. Deitamos cada um em uma cama. Peguei meu celular e tinha 34 ligações não atendidas e 10 mensagens do Arthur, todas dizendo “Me atende por favor”. Involuntariamente uma lágrima escorreu por meu rosto. Doía demais isso.

- O que foi Bruno. – Falou Gabriel se levantando. – É o seu namorado?

- É sim.

- Liga pra ele então. Não sei o que aconteceu, mas vocês devem conversar. – Falou se sentando na beirada da cama.

- Ele me traiu. Eu não vou ligar. – Falei desligando o celular e jogando-o embaixo do travesseiro.

Eu me virei para o lado. Deixei o Gabriel ali. Queria poder assassinar minha mente que não parava um minuto de pensar no Arthur.

- Ei. – Falou Gabriel me puxando. – Não fica assim não. Tudo vai se resolver, de tempo ao tempo.

- Que egoísta eu sou, você com milhões de problemas piores que o meu, e vindo me ajudar. Sendo que deveria ser ao contrário.

- Sempre superei meus problemas sozinhos. – Falou. – Mas eu gosto tanto de você Bruno. Você desperta o meu lado bom, me faz muito bem.

- Não entendo como desperto o seu lado bom.

- Sendo você mesmo Bruno. – Gabriel se aproximou mais de mim. – Inteligente, simpático. – Já podia sentir sua respiração. – Que apesar de tudo que enfrentou se tornou mais forte. – Seus lábios estavam a centímetros do meu. – Tenho muito orgulho de você. – Seus lábios colaram nos meus, fiquei sem reação, sua mão percorria meu rosto até se fixar em minha nuca pressionando mais ainda minha boca a sua. Correspondi aquele beijo calmo parecia em câmera lenta. Uma mão segurei seu braço, com a outra seu rosto. Por mais errado que fosse aquilo, por mais complicado que minha vida havia ficado, aquele beijo pareceu limpar tudo da minha cabeça. Fomos parando o beijo em selinhos. O Gabriel ficou me encarando, seus olhos estavam brilhando, lindo, rosto perfeito e jovem apesar da barba por fazer, que era um charme a parte. Soltei um sorriso tímido com aquilo tudo, com todos os pensamentos que já tive sobre ele. Das vezes que o vi sem camisa, e tantas outras coisas.

- Esse sorrisinho é do que? Posso saber?

- Não pode não. – Falei. – Segredo de estado. – Ri.

- Só de te ver sorrindo me acalma sabia?

- Parece que tudo que eu faço você admira. – Falei. – Credo. Imagina se eu for fazer alguma coisa no banheiro. Vai achar esplendido?

- Admiro seu humor. Já o banheiro, prefiro nem comentar. – Ele riu.

Ficamos mais um pouco conversando. O Gabriel resolveu tomar um banho e eu fiquei assistindo televisão, alguns minutos depois saiu do banheiro enrolado apenas em uma toalha, deixando aquele peitoral másculo, seu abdômen definido, aquilo me excitou quase que instantaneamente.

- Podia ter vestido uma roupa antes de sair do banheiro não acha? – Falei.

- Deveria se contentar que sai de toalha. – Ele deixou a toalha cair. – Hum caiu. – Ele deixou a toalha cair de propósito. Deixando a mostra sua rola, aquilo foi o ápice da minha excitação. Grossa com a cabeça rosada, com veias grossas, um saco grande, poucos pelos e seu pau estava meia bomba.

- Cobre isso! – Ordenei, jogando um travesseiro nele. Ele agarrou o travesseiro e colocou tapando aquela pica deliciosa. “Meu deus Bruno o que ta acontecendo com você” – Pensei.

- Tem alguém bastante animado. – Falou rindo olhando para o meu pau. Que estava completamente duraço dentro do meu calção.

Ele se aproximou de mim. Largou o travesseiro e percebi que seu pau já estava praticamente duro, devia medir facilmente uns 20 centímetros. Ele me deitou na cama, beijando meu pescoço.

- Não faz isso Gabriel. – Ele me calou com um beijo mais rápido, violento, cheio de excitação. Deitou sobre mim, senti sua rola roçar minhas pernas, e minha rola que com seus movimentos já estava saltando a cabeça pra fora do calção. – Por favor Gabriel, não podemos fazer... – Ele me calou com um chupão no pescoço que me fez arrepiar.

- Xiii. Fica quieto. – Sussurrou em meu ouvido. – Eu sei que você quer, eu também quero. – Ele voltou a lamber meu pescoço, meu queixo. Mordeu meu lábio inferior e beijou-me vorazmente.

Eu não consegui mais resistir, era uma luta da razão contra o tesão, aquele sentimento que tinha pelo Gabriel desde que nos conhecemos, aquela excitação reprimida, aquele desejo estava a flor da pele. Não tinha como negar, me entreguei por completo aquele momento.

O Gabriel começou a me despir, começando por minha camiseta, posteriormente meu calção e a minha cueca. Sentia espasmos com seu toque, suas mãos quentes em minhas costas me causavam arrepios. Passei a beijar seu pescoço, descendo por seus mamilos que estavam durinhos, seu abdômen chupando e lambendo cada um de seus gominhos. Ele empurrou minha cabeça mais pra baixo, indo de encontro ao seu pau que já estava babando. Segurei seu pau pela base, dei umas lambidas na cabeça e por todo o corpo daquele cacete.

- Chupa de uma vez. Vaiii. – Gabriel gemia.

- Cala a boca. – Apertei de leve suas bolas, fazendo gritar de dor. – Eu faço o que eu quiser. – Dei um sorrisinho safado, e voltei apenas a lamber, deixei toda molhada à cabeça de sua rola.

Não conseguia mais nem mediar as palavras e minhas ações, estava totalmente envolvido pelo tesão e o calor do momento. Chupei toda a sua rola, ele me pegou pela cintura me fazendo deitar na cama, cuspiu em sua mão e foi lambuzando meu cu.

- Pode colocar uma camisinha. Vai saber em quantas vadias já meteu essa rola ai.

Ele respondeu com um sorrisinho safado, pegou uma camisinha em sua carteira e encapou sua pica.

- Posso agora? – Perguntou colocando seu pau na entrada do meu cu.

- Pode. Vai devagar.

Ele respondeu acenando com a cabeça e foi enfiando lentamente sua rola em mim, que dor filha da puta que eu senti, a pica dele era muito grossa, entrou rasgando. Ele abafou meus gemidos com o beijo, minha dor eu descontava nos lábios dele, mordi e mordi muito. Suas costas não houve parte as quais não arranhei.

- Que cuzinho apertado. – Falou Gabriel. – Sua primeira vez?

- Não. Não é a primeira, mas não cheguei a ter a terceira.

- Sua segunda vez?

- Esperto. – Ri. – Agora mete como macho Gabriel. Ou eu vou mostrar como macho mete e te fazer ser meu viadinho.

Ele riu, e me pegou violentamente pela cintura me virando de quatro. Enfiou sua rola na entradinha do meu cu, segurou forte minha cintura, e meteu sua rola de uma vez. Doeu... Doeu pra cacete, mas senti tesão com a pegada. Sua rola acabava com meu cuzinho literalmente. O Gabriel me fodeu nas mais variadas posições, ele gozou metendo em mim num frango assado, gozamos praticamente juntos com ele me masturbando. Caímos deitados de lado, exaustos na cama com seu pau ainda dentro de mim. Gabriel beijava minha nuca e acariciava meus cabelos. Na hora lembrei-me da ultima coisa que gostaria de lembrar naquele momento... Arthur! O que havia acontecido com o Gabriel foi puro tesão, mas amor, eu só sentia por aquele idiota. Sexo é sexo... Mas amor é amor. Eu prefiro o amor.

- Isso não devia ter acontecido Gabriel.

- Mas já aconteceu Bruno. – Parou de acariciar meus cabelos e puxou meu rosto ficando mais perto do seu. – Eu adorei, sei que gostou também.

- Gostei sim, não vou mentir. Mas foi só tesão, eu amo o Arthur. EU AMO! – Gritei.

- Calma. – Falou tirando seu pau que já estava praticamente mole de dentro de mim, se sentando na cama. – Eu sei que você o ama.

- Sabe?

- Sim. Acho que você não percebeu. Mas me chamou de Arthur enquanto transamos.

- Não chamei.

- Chamou sim. Sabia que não tinha percebido, mas isso não importa.

- Desculpa Gabriel. – Eu realmente não tinha notado isso. Aquele idiota não saia da minha cabeça mesmo.

- Não tem o que se desculpar. – Ele falou. Ficamos um pouco ali ele acariciando meu rosto, e seu celular tocou.

Ele atendeu.

- Alo? ... O que? – Gabriel ficou pálido. Seu olhar de desespero, de pavor, me assustou. Ficou um minuto apenas escutando, sem reação nenhuma, sem falar absolutamente nada, seu celular escorregou de sua mão, e seu olhar ficou estranho. Fixo para mim.

- O que foi Gabriel? – Falei me aproximando dele.

- Minha mãe...

- O que tem sua mãe? O que aconteceu?

- A governanta de casa me ligou. Meus pais estavam discutindo. Ela ouviu um tiro vindo do quarto deles... – Gabriel voltou a ficar quieto, uma lagrima escorreu de seu olho.

- Meu deus, o que aconteceu Gabriel?

- Minha mãe atirou no meu pai.

Quando ele falou isso, eu fiquei chocado, imaginei o quanto aquela mulher havia sofrido nessa vida a ponto de cometer isso, e que deve ter feito isso pra proteger seu filho.

- Mas e ele? – Perguntei.

- Morreu. Não conseguiram reanimá-lo... Mas o pior... – Ele começou a chorar.

- O pior o que Gabriel? – Eu tava apavorado já.

- Ela depois de atirar nele, tomou um monte de remédios. Ela tomou mais de 10 caixas.

- Ai não. – Falei abraçando ele.

- Ela ta em coma no hospital. – Ele correspondeu ao meu abraço. Abraçou-me com força, era horrível ver aquele homem chorando, mexia comigo. – Aquele desgraçado conseguiu mesmo acabar com minha mãe.

- Calma Gabriel, seu pai já pagou caro pelas coisas que fez.

- Pagou nada. A morte é pouco demais.

- Não pense assim. – Alisei seu rosto. – Sua mãe vai sair dessa.

- Queria tanto acreditar nisso.

- Pois acredite. Por tudo que sua mãe já passou, ela vai sair dessa, ela é uma mulher forte, venceu uma leucemia, venceu um câncer na mama, vai vencer dessa também Gabriel.

- Não gosto nem de lembrar. – Falou Gabriel. – Durante dois anos a vida da minha mãe foi hospital, e aquele desgraçado do meu pai não dava a mínima pra ela.

- E o que vai fazer? – Perguntei.

- Não sei. – Falou ele pegando o controle da televisão. Ligou num canal de noticiários que estava falando da morte de seu pai. – Olha isso. – Falou. – Só pode estar sendo um pesadelo

As noticias estavam acontecendo ao vivo em frente à casa dos pais do Gabriel.

“Mulher mata empresário Reinaldo de Oliveira, pai do Deputado Gabriel Marques”.

- E o pior que tudo tem que mencionar meu nome. Não vou ter mais sossego nessa vida Bruno.

- Vai sim Gabriel, e eu vou estar sempre ao seu lado.

- Pare, por favor.

- Por quê?

- Porque assim me apaixono mais por você. – Ele esboçou um sorriso.

- Bobo. – Abracei-o, e beijei sua bochecha.

- Eu vou lá no hospital.

- Quer que eu vá com você?

- De jeito nenhum meu amor. Você já ta fazendo muito por mim. Fique e descansa.

- Rsrs. - Soltei um sorriso tímido.

- Que foi?

- Você me chamou de amor Gabriel.

- Só falei a verdade. – Ele deu um sorriso lindo. – Vou me arrumar e vou indo.

Ele terminou de se arrumar e veio me dar um selinho pra se despedir, mas virei o rosto e ele beijou minha bochecha. Ele saiu e eu desliguei a televisão, para tentar dormir.

***

- Acorda dorminhoco. – Acordei com o Gabriel me chamando. – Bom dia.

- Bom dia. – Falei me espreguiçando. – Que horas são?

- Quase 11 horas da manhã.

- Nossa dormi demais. – Falei coçando meus olhos. – Por que me deixou dormir tanto?

- Você precisava descansar. – Ele deu um sorriso de leve, ele estava abatido, pálido, olhos vermelhos, com a mesma roupa que havia saído para ir ao hospital.

- E sua mãe? – Perguntei.

- Ela não resistiu. Teve duas paradas cardíacas, na primeira conseguiram reanimar ela, mas na segunda não conseguiram. – Ele estava muito abalado, sua voz era trêmula e seu olhar era triste.

- Sinto muito. – Falei me levantando, e abraçando-o.

- Me sinto tão bem com você. – Falou afundando seu rosto em meu pescoço.

- Também me sinto bem com você ultimamente Gabriel.

Ele saiu do meu abraço, segurou meu rosto.

- Sabe Bruno, eu não sou digno para você.

- Digno pra mim? Como assim?

- Você é um cara maravilhoso, honesto, sofreu tanto na vida e nem por isso não deixou de ter princípios e valores.

- Gabriel...

- Deixa eu falar. – Me interrompeu. – Eu não tenho o caráter que você tem. De fato você não é como eu era na sua idade. Eu só pensava em festas, via as merdas que meu pai fazia e ficava calado. Principalmente as traições a minha mãe.

Ele falava tudo de um jeito que parecia ter um peso enorme em seu coração com essas lembranças, as palavras eram fortes.

- Permiti que ele me destruísse. Eu faria até um pacto com o diabo pra não sair da Assembleia e acabar com a vida de quem quer me destruir. E eu ia fazer isso, começando com o presidente da Câmara, tenho documentos forjados que iriam tirá-lo da presidência, e posteriormente a sua cassação. Depois um grupo de deputados que são minha oposição, semana que vem eles viajarão para São Paulo para um Congresso, eu iria mandar sabotar a aeronave que seria fretada para eles. Já estava tudo acertado. E por último a Adriana, seria esculachada, despejada de casa, por que a casa dela esta em meu nome, a conta bancária bloqueada por roubo a dinheiro público da minha campanha e a processaria por difamação.

- Meu deus Gabriel você não iria fazer tudo isso né? – Fiquei pasmo com tudo o que ele disse.

- Iria sim Bruno. Mas não vou mais. Eu vou deixar que todas as acusações caiam contra mim, eu vou entregar meu mandato ao partido, e vou me entregar, contar tudo o que fiz, confirmar os desvios, confirmar a morte do Deputado Gilmar, que estive envolvido no assassinato. E a origem do dinheiro da minha campanha política.

- Não Gabriel, você não vai fazer isso. – Meus olhos encheram de lágrimas. – Você vai passar uns 20 anos de sua vida na cadeia, por algo que você não cometeu. – Eu o abracei.

- Cometi sim. Como não? Deixar com que meu pai me manipulasse e permitir que todas essas coisas acontecessem. Eu sou culpado também Bruno.

- Não é! Eu não quero que você vá preso. Eu não vou deixar.

- Bruno. – Ele segurou meu rosto e voltou olhar fundo em meus olhos. – Eu preciso salvar um pouco da dignidade que me resta, vou devolver o dinheiro desviado aos cofres públicos, vou vender algumas propriedades, alguns bens para isso. Daqui algum tempo vou ter direito a herança dos meus pais. Com o dinheiro vou montar uma ONG que lutará a favor as crianças abandonadas, esse era o sonho da minha mãe. Eu vou realizar e vai ganhar o nome dela. Lúcia Maria de Oliveira Marques.

- Que linda a sua atitude meu amor. – Abracei-o.

Ele soltou do abraço e me encarou.

- Meu amor? Você me chamou de meu amor Bruno? – Ele fez um sorrisinho lindo.

- Nem eu sei o que eu falei. Estou emocionado, eu sou uma manteiga derretida e falo coisas que eu nem penso. Mas vem do coração. Se eu disse isso é por que eu te amo. Desde o primeiro dia que te vi já senti uma sensação diferente por você. Eu pensei que fosse só o tesão. Mas acho que tem algo a mais.

- E o Arthur?

- Não deixei de amar ele, mas vou ter que aprender a viver sem ele. – Uma lágrima escorreu do meu olho. Meu coração batia e batia forte ainda pelo Arthur, nem toda a mentira, nem toda a traição fizeram com que o sentimento pela primeira pessoa que amei acabasse.

- Bruno eu não mereço seu sentimento. Você tem que viver. Não pode amar uma pessoa que vai passar os próximos vários anos na cadeia.

- Para de falar nisso, por favor. Você não vai ser preso, sei lá, vamos pra outra cidade, estado, sei lá, país. Com você vou até outro planeta.

- Jamais. Já disse vou salvar um pouco do que resta da minha dignidade e do meu caráter.

Estava sendo muito duro isso tudo, conversamos mais e eu fui tomar um café da manhã. O Gabriel organizou o velório e o enterro de seus pais, constantemente tinha repórteres o importunando, e ele não deixou de responder a nenhum.

***

*7 dias depois*

“Deputado Federal Gabriel Marques entrega mandato e revela esquemas de fraudes e corrupções. Ex-deputado mineiro devolve todo o dinheiro aos cofres públicos, mas mesmo assim deverá ter a prisão determinada ainda hoje”.

E essa era a manchete de todos os jornais que circulavam por aquela manhã em Brasília. Me doía o coração. Gabriel vendeu todos os seus bens e devolveu tudo o que havia desviado. Se entregou e contou toda a verdade a Justiça, só não foi preso por que ainda não havia entrego o mandato. Durante esse tempo de volta a Brasília, todos os dias o Arthur me ligava, mas eu não atendia.

*Horas depois*

Sede da Justiça Federal de Brasília. – Penitenciária

- Bruno, a minha prisão já foi sentenciada pelo juiz. Não tenho que fazer, meu advogado vai entrar com um processo para eu aguardar o julgamento em liberdade, mas isso é demorado. Eu sei que serei condenado, por ter me entregado a sentença vai ser reduzida, mas mesmo assim, ficarei pelo menos 10 anos na prisão.

- Eu vou te esperar. Eu sempre vou te esperar Gabriel.

- Não. – Falou Gabriel. – Você tem uma vida toda pela frente, é jovem, continua sendo essa pessoa incrível que você é. E lembre-se, as pessoas erram, mas precisamos dar uma outra chance a elas.

- Do que você está falando?

- Você sabe de quem. – Gabriel segurou meu rosto. – Conversa com ele, dá essa chance a ele, de pelo menos se justificar. Não podemos julgar sem ouvir as partes.

- Eu vou conversar com ele.- Falei. – Mas eu vou te esperar sim. Vou estar de braços abertos pra quando sair te esperando. – Abracei-o.

- Como amigo. E vou esperar esse abraço quando eu sair. E o apartamento é seu. – Ele me deu um beijo no rosto. Seu olhar vermelho era triste, ambos chorávamos.

- Tchau Gabriel.

- Tchau Brunão. Até quando eu sair. – Ele me abraçou forte. E me surpreendeu com um selinho.

A despedida foi horrível, eu fiquei com ele até o último momento que foi possível.

*2 dias depois*

O Gabriel confiou em mim, uma conta bancária dele e um apartamento que tinha em Brasília. Ele não conseguiu a possibilidade de responder em liberdade até o julgamento. A minha faculdade consegui financiar, enquanto consegui um emprego em uma grande rede de Supermercados. A Adriana não a vi mais, e nem fazia questão de vê-la.

...

Eu estava terminando de me vestir depois do banho e a campainha tocou. Fui atender.

- Arthur! – Falei já virando as costas. – Entra.

Ele entrou, fechou a porta. Fomos até a sala.

- Obrigado por me deixar falar. – Arthur disse se sentando no sofá.

- Isso mesmo. Agora fala o que quer. – Falei sentando no outro sofá.

- Belo apê. – Ele falou olhando todos os cantos.

- Não muda de assunto. – Falei irritado.

- Ok. Bruno, só me escuta o que vou falar, não me julga e não me critique antes de eu terminar de falar.

- Tudo bem. – Cruzei os braços e esperei ele falar.

- Vou ser muito breve. Primeiro, só entrei nesse esquema de falsificação de dinheiro, por ameaças do Antônio, e ele não é meu tio. É o traficante que me vendia drogas, não sei como ele descobriu que eu tinha 15 mil reais na poupança. Eu devia dinheiro pra ele, e ele disse que ia mandar dar cabo de mim, e de você também se eu não pagasse todo meu dinheiro da poupança a ele, de troca ele pouparia a minha vida e a sua, e me daria uma pequena participação do negócio dele. Me desculpa Bruno. – Seus olhos antes marejados, já lacrimejavam com mais força. – Sei que te enganei, eu fui um idiota, mas fiz tudo isso pra te proteger. Eu estava desesperado, com medo do que poderia te acontecer.

- Arthur. – Falei, levantando do sofá e me sentando ao lado dele. – Isso doeu demais em mim.

- Eu sei. – Ele ficou cabisbaixo. – Aquela mulher que você flagrou me beijando, é Amanda, filha do Antônio, ela é uma puta desgraçada que só quer tirar vantagem, disse que contaria ao pai dela que eu abusava dela, se eu não ficasse com ela. Ele me mataria com certeza.

- E aí o que resolveu então? Vai continuar sobre as chantagens dela?

- Eu contei tudo para o Antônio. Das chantagens, ele disse que sabia a filha que tinha.

- E ainda tá trabalhando lá?

- Não. Um dia depois do ocorrido eu já saí de lá. Ele disse que me deixaria em paz porque paguei a minha divida com ele.

- Tudo está resolvido então?

- Não. – Ele falou se aproximando mais perto de mim. – Falta você me perdoar, voltar pra mim. Eu não vivo sem você, eu não como direito, eu não durmo, não tenho vontade pra mais nada, sentido da minha vida era você. – Falou alisando meu rosto.

- Arthur. – Afastei sua mão. – Eu te perdoo sim. Mas a minha confiança você perdeu.

- Eu fiz tudo isso pra te proteger Bruno. Eu não me perdoaria se alguma coisa te acontecesse.

- Arthur...

- Por favor Bruno. – Ele se ajoelhou. – Volta pra mim. – Pegou minha mão. – Fica comigo de novo. Você é minha vida. – Ele se levantou, roçou sua face na minha, que estava com barba que parecia a dias que não fazia. Aliás sua aparência era péssima. – Meu amor. Meu tudo. Eu te amo tanto. – Seus lábios roçaram os meus. – Por favor Bruno.

Ele me deu um beijo calmo, diferentes de nossos beijos, ele parecia procurar uma brecha pra atacar. Eu não correspondi, tentei me fazer de forte. Mas não consegui, meu coração falou mais alto. Correspondi aquele beijo que anteriormente era calmo, agora passou ser voraz como nossos beijos que era uma marca registrada. Ele parou nosso beijo, me encarou.

- Eu te amo Bruno.

- Eu também te amo Arthur. Sempre te amei.

Eu tinha um tesão intenso pelo Gabriel e um carinho muito grande... Mas amor, só pelo Arthur. Me entreguei novamente a essa paixão, eu conhecia o Arthur só pelo olhar, vi que era verdade o que me falou. Beijei-o como se fosse a última coisa que fizesse na vida. Naquela noite nos amamos, matamos nossa saudade. Uma coisa eu aprendi, não deixar mais que me enganassem, o Gabriel sempre que podia eu ia visita-lo, construímos uma amizade muito grande, o Arthur e eu noivamos, eu e o Diogo, resolvemos fazer uma parceria pra quando nos formássemos na Faculdade. O Arthur passou a morar comigo no apartamento que o Gabriel deixou para mim, e a pedido do Gabriel iniciei a criação da ONG Lúcia Maria para crianças abandonadas e órfãs em Belo Horizonte, junto com o primo do Gabriel, Alessandro. Mas infelizmente o Gabriel foi condenado a 9 anos de prisão em regime fechado. E eu estava lá no dia do julgamento, dei todo o apoio que poderia dar ao meu grande amigo. E a promessa ainda estava de pé. Eu estaria o esperando de braços abertos pra quando saísse da prisão...

FIMMeus amores, infelizmente chegamos ao fim de “Duas Caras” pra mim foi maravilhoso escrever, cheio de desafios. Muito obrigado a todos que acompanharam em especial: Alê12, Bruno Del Vecchio, Ru/Ruanito, Kelvin!, Jota15, agatha1986, Santis, caamilaa, Docinho21, Edu19>Edu15, Thiago (HPD), (Al), MaiquinhoHell, beel fernandes e chicao02. Agradeço mesmo a todos vocês. Sobre Destino Traçado, você está certo Jota15, é praticamente a 3ª Temporada de Amar contra o destino. Eu vou escrever pra vocês, mas não tão já. Espero conseguir esse ano ainda, se não só em janeiro haha. Um beijão a todooos! Muito obrigado mesmo e até a próxima minha gente.

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Comentários

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Lindo Guh :D Trágico e perfeito. O melhor conto seu ^^ sabe disso. Vou esperar seu próximo conto. <3

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Perfeito Guga. Final mais que perfeito, muito bem escrito e elaborado. Um beijão meu lindo.

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Naum acompanhei seu conto antes, li tudo hoje.Parabéns! Muito interessante a sua história por se aproximar bastante da realidade. Quisera ter políticos corruptos arrependidos como o Gabriel. Abração

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Adorei o Final, até chorei pelo Gabriel, pelo meu chará, Guhhh você é demais o desfecho final ficou show de bola. Eu acho os meus tão fraquinhos, mas voltando a você. Eu não quero que me abandones, adoro ver seus comentário. Na verdade eu lhe amo, assim como os demais. Beijo e até breve.

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Caracas meu, final tipo super legal. Adorei ele ter ficado com o Arthur. A atitude do Gabriel foi fantástica e foi a correta. Concordo com o Kelvin! foi o final que a história e os personagens mereciam. (Quero essa terceira temporada de ACD tipo pra ontem já kkkkkk)

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Tem que ter 2° temporada!!! O Bruno ficou meio confuso em relação aos sentimentos dele para com o Gabriel..

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perfeito final, triste pela prisão do Gabriel, mas tipo, achei ele super correto, fiquei muito admirado com ele. Fiquei feliz pelo Arthur não ser o pilantra que pensei. apesar de ter torcido por gabriel e bruno depois da traição do Arthur, eu concordo que foi melhor ficar com o arthur, que fez tudo isso pra proteger o Bruno. nossa foi super demais. Já estou com saudades, quero segunda temporada também! e ahh sabia que era uma terceira temporada de amar contro o destino *-* amei essa noticia, pfvr num demora a começar a postar ele rsrs beijos Guhhh!

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Me surpreendi. Não esperava que o Gabriel fosse se entregar, nem que o Bruno voltaria para o Arthur. Não foi o final que eu achava que fosse ter, mas foi o final que a história e os personagens mereciam. Gostei. Parabéns. 10

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Perfeito, mais preferia Bruno e Gabriel!!!!!!!!!

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Sabia que o Arthur ñ era mal e mim surpriendi muito com o Gabriel ele se mostrou um cara muito legal, seu conto foi maravilhoso e vou sentir saudades.

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Muito bom, seu conto foi maravilhoso.....

parabéns

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olha desculpa mas não gostei do final queria o bruno com o gabriel, arthur mentiu uma vez sobre o serviço e não acredito nessa historia de filha piranha...

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Cara demais o final, perfeito, depois tu bem que poderia fazer uma segunda temporada, nem que fosse micro, só pra mostrar como ficou o futuro de Bruno, Arthur e Gabriel.

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Cara demais o final, perfeito, depois tu bem que poderia fazer uma segunda temporada, nem que fosse micro, só pra mostrar como ficou o futuro de Bruno, Arthur e Gabriel.

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