Peguei meu ônibus e graças a Deus não tinha ninguém em casa quando cheguei, mal entrei em casa tirei toda minha roupa...botei para lavar...e segui para o banheiro e tomei um banho demorado no qual eu pensei sobre muitas coisas. Sai do banho mais calmo.
Aquele era meu ultimo dia de férias e no dia seguinte eu teria q encarar a escola,e tds aquelas pessoas que me maltratavam desde que eu era criança...Não era como se eles me xingassem ou botassem o pé para eu cair quando eu passava...era pior...era como se eu não existisse...eu era ignorado por quase td os grupinhos da minha classe desde sempre...mas devo admitir que depois dos treze anos, com as mudanças da puberdade eu comecei a chamar atenção de algumas meninas...mas como disse antes eu não sabia nem o que fazer ou o que falar quando uma delas vinha falar comigo...e tão logo eu ficasse sem graça, vermelho pimenta ou não tivesse mais assunto para falar eu voltava a ser desprezado...
Dormi cedo naquele domingo, no dia seguinte acordei 6:30 da manhã me arrumei para sair, dei um beijo na minha mãe e fui andando para a escola que ficava a três quadras de casa. Chegando na minha sala, vi as mesmas caras de sempre (embora nenhum deles tenha dado o menor sinal de que me reconheceu) mas ai eu olhe para o fundo da sala, onde eu normalmente sento e vi um rosto branco e lindo que fez minha face queimar vermelho pimenta! O Garoto da loja de Mangás estava sentado do lado da cadeira onde eu normalmente sento...Meu coração desparou...e o mundo ao meu redor parecia funcionar em câmera lenta, eu sentia o calor no meu rosto ficar mais intenso a cada passo que eu dava na direção dele...ele olhou pra mim e abriu um sorriso tão lindo que me fez perder o chão...
O Cabelo dele era castanho claro meio bagunçado e ele usava um óculos de aro preto...ele devia ter a minha altura e era forte meio sarado...tinha ombros largos e os olhos eram verdes e se destacam no rosto dele...ele era lindo...e mesmo só tendo me visto uma única vez (diferente de todos ao naquela turma) ele me cumprimentou, assim que ele me viu e abriu aquele sorriso lindo, ele se levantou e acenou para mim. O meu coração disparou e a minha mente Tbm se encheu de duvidas...mas eu me controlei...eu tinha que me controlar...aquele momento não era a hora de ter uma crise existencial...afinal alguém naquela escola tinha ficado feliz por me ver e me cumprimentou...isso era muito novo para mim...e eu tinha que aproveitar.
Eu consegui chegar até meu lugar, ele se sentou de novo ao meu lado e sorrindo disse:
- Ainda bem que eu fui naquela loja ontem, conhecer alguém da minha nova escola antes do inicio das aulas em uma cidade grande como essa é muita sorte.
- Re..re..almente foi muita coincidência - eu consegui gaguejar
-“Nesse mundo não existem coincidências” ele me disse com o mesmo sorriso q me deu na porta do banheiro no dia anterior
-“só existe Hitsuzem” (o inevitavel ou o destino, seriam boas traduções dessa palavra) eu completei a famosa frase que permeia o universo Clamp.
-Vc realmente é fã de mangá, né?
-Eu gosto muito mesmo, mas essa frase é bem conhecida...td mundo q já leu ou assistiu sakura conhece.
-Vc quer dizer quem já leu sakura ou está lendo tsubasa e xxxHolic?
-Tsubasa e xxxHolics? Esses eu ainda não vi na Loja. Qual é a história desses mangás?
- Bom, vc não viu na loja pq ainda não tem versão brasileira...mas vc encontra na internet...a história dos dois mangás se cruza...e os personagens de tsubasa são a Sakura e Syoran...só que ele já estam grandes e a história se passa em outras dimensões paralelas as de sakura.
A essa altura do campeonato eu já tinha me controlado e me envolvido na conversa...afinal como assim exitia um mangá q continuava a história da sakura e do Syaoran e eu não conhecia...como eu podia pensar em qualquer outra coisa depois disso...uahuahauhau...
Eu descobri que o nome do Cara era Alexander...mas tdm chamava ele de Aléx...segundo ele a sua madrinha estava bêbada quando escolheu seu nome e na falta de idéias só olhou o rótulo da garrafa. Nos conversamos até a aula começar e durante a aula conversávamos por papel...e depois no intervalo muito mais...eu Fiquei sabendo que ele era novo na cidade, que era quase meu vizinho e que assim como eu era filho único. As pessoas da escola ficaram impressionadas de eu conversar com alguém por tanto tempo, principalmente pq era um novato. No horário da educação física eu fui para a arquibancada como sempre e o Alex foi jogar bola com os outro meninos... ele jogava muito bem...marcou 2 gols e ainda dedicou um a professora...depois da educação física voltamos para casa juntos (ele se mudou para uma casa bonita que ficava 1 quarteirão depois da minha. No caminho descobri q tínhamos muitas coisas em comum...ele era apaixonado por livros como eu e já tinha lido os livros q eu já li...além da paixão por animes, mangás e videogame...ele tinha como hobb desenhar e tocar violão. Quando chegamos na porta da minha casa eu queria muito convidar ele para entrar... mas me contive...afinal eu conhecia o cara só fazia algumas horas.
Quando minha mãe chegou para almoçar, o tio João veio com ela. Ela disse que eu parecia feliz,e eu contei q fiz um novo amigo q tinha tudo haver comigo....ela me abraçou e disse q pelo visto ia economizar uma nota em terapia, eu ri com ela e fomos sentar para almoçar o churrasco q ela comprou no caminho. Tio João começou a contar as histórias do trabalho dele e eu fingia q ouvia. O tio João é uma cara q sempre foi um bom exemplo pra mim, ele não é meu tio de verdade é só o melhor amigo daminha mãe. Ele é Gay, mas ninguém diz, o cara não tem o menor jeito afeminado, é um bom médico, respeitado pelos seus pacientes.Eu me lembro de sempre saber q ele era gay. Quando eu era moleque eu perguntei pra ele pq ele não era gay como os q a gente vê na TV q se vestem de mulheres, acho q se um moleque me perguntasse isso eu ia ficar sem jeito, o tio João não, ele sentou do meu lado e me explicou com palavras q uma criança entendesse várias coisas sobre homossexualidade. Eu sempre me senti a vontade para conversar com ele sobre tudo. Quando passei pela puberdade minha mãe pediu que ele conversasse comigo pq além de amigo da família ele era meu médico.
Eu Pensei sobre a confusão mental pela qual eu estava passando, e decidi q em breve eu teria uma conversa com ele, mas primeiro eu teria que tentar me entender. Eu sabia q era seguro conversar com o Tio João, meu pai morreu quando eu tinha 3 anos, mas tenho certeza q eu não poderia conversar com ele sobre oq eu fiz no banheiro e sobre o Alex e a vontade do meu coração de sair correndo quando vejo ele.
Dei boa noite aos dois e fui até o meu quarto, e fiquei pensando sobre o dia q eu tive e sobre o sorriso q o Alex me deu saindo do banheiro...e nessa hora um frio de excitação correu pela minha espinha...eu lembrei do que o carinha punheteiro do mictório me disse “Achei que hoje era meu dia de sorte, Primeiro bati uma pro garoto q acabou de sair daqui, mas nem ele nem vc quiseram me chupar,acho q não tive tanta sorte assim” O cara tinha batido uma pro Alex...será q ele era acostumado a fazer isso? Ir de banheiro em banheiro publico procurando por alguém disposto a bater uma pra ele...eu não podia acreditar!!!
Outro pensamento me ocorreu “ se ele deixou o cara bater pra ele...talvez ele goste de caras...e talvez a gente possa ser mais do que amigos” esse pensamento me assustou tanto quanto me excitou...Definitivamente eu tinha que pensar sobre minha sexualidade...” e se eu realmente for gay???” fiquei muito inquieto e resolvi entrar na net para procura pelo tal do Tsubasa...encontrei os scans do mangá e comecei a ler...me apaixonei pela história!!!
No dia seguinte, quase cai para trás quando sai de casa e encontrei o Alex sentado na mureta da casa em frente a minha...