Acho que dormi umas 12 horas direto sem acordar nem pra ir ao banheiro, nada mesmo, quando levantei também o quarto era o Lugar mais limpo que tinha, o Fred já tinha ganhado o mundo, eu me levantei, tomei um banho, e quem é ativo vai entender bem o que vou falar, sempre depois do sexo, onde foi feito tudo o que queria fazer ficamos meio bobos, com sorriso fácil, eu particularmente sou assim, depois de me arrumar fui me encontrar com o pessoal que estava nas piscina curtindo uma preguiça me juntei a eles e ao Fred, e ficamos o dia todo sem fazer absolutamente nada, a não ser aqui ali, acho que todo mundo tinha gasto suas energias no réveillon, liguei pra família para desejar feliz ano novo e mesmo assim porque o Fred ficou mandando, sou meio desligado com isso, acho que não preciso sempre ligar eles sabem que eu desejo o melhor pra eles, mas como sempre, quem manda é ele...
– Marcelo!?
– Oi Morr?
– Ja ligou pra sua família para desejar feliz ano novo?
– Eu não!
– E porque não!?
– Uai Môrr, você tinha ligado pra todo mundo eu pensei que tivesse enviados nossos votos como um casal, por isso nem
me preocupei em ligar, nem sou muito ligado nessas coisas você me conhece.
– É pra ligar agora Marcelo, família é família.
– Meu telefone esta no quarto, mais a noite eu ligo.
– Pode usar o meu, isso não é desculpa.
– Tá bem...
E lá fui eu fazer a social com minha família, ligar para meus pais e irmã tudo bem, mas o Fred me obriga a ligar pra um monte de gente, hoje em dia já me acostumei, mas antes eu ficava mordido de raiva quando ele me mandava fazer esse tipo de coisa, e ele fala de um jeito que fica complicado dizer não, então eu liguei, entre conversar amistosas e muita falsidade por parte de alguns outros parentes eu conclui minha missão, e por fim o resto de nossa viagem foi bem tranquilo, sem muitas surpresas ou coisas relevantes que mereçam algumas linhas deste conto... O regresso foi bem calmo e durante o voo voltamos conversando no avião sobre filhos, onde eles estudariam, que cursos fariam, e quais os valores que iriamos querer cultivar para torna-lo um cidadão melhor.
Mal sabíamos o que nos aguardava na volta, enfim... Voltamos a Goiânia, e antes mesmo de irmos a casa dele, fomos a concessionaria buscar o carro novo dele, que finalmente tinha chegado, eu fui junto para garantir que o vendedor não ficasse dando em cima dele, sempre com cara de bravo pra espantar a concorrência, mas tudo foi tranquilo, ele foi tudo aquilo que esperamos de um vendedor, foi profissional sem piadinhas ou brincadeiras de mal gosto ou duplo sentido depois de pegarmos o carro ele deixou no despachante e fomos pra casa dele na caminhonete, fui tomar um banho pra tirar meu cheiro de avião e ele foi buscar e Hello Kitty, eu já me sentia em casa estando na casa dele, parece estranho e meio psicopata, mais adoro o cheiro dele nas coisas, deve ser amor mesmo...
Lembro que eu estava na sala assistindo TV e comendo alguma coisa, ele chega com a Hello Kitty, deixa ela comigo no sofá e passa direto para o quarto de visitas, eu fiquei na minha sem falar nada, mas me lembrei que meu primo André estava se mudando para Goiânia e que iria morar um tempo com ele, isso foi o suficiente pra eu me ligar no que ele iria fazer naquele quarto, fiquei na minha esperando ele voltar e me dar o choque, não demorou muito tempo ele veio todo meigo falar comigo...
– Marcelo, Eu estava pensando...
Ja interrompi ele dizendo que negativo, ele não estava pensando em nada e que o meu primo poderia muito bem dormir em uma rede, ele me olhou com a tipica feição de quando esta emburrado e continuou dizendo que tinha que ir a um arquiteto pois os moveis do quarto deveria combinar com o restante da casa, para não ficar feio, sugeri a ele que comprássemos os moveis em um pregão pois afinal de contas meu primo nem era muito ligado nessas coisas de arquitetura e estética, ele cruzou os braços fez aquele bico dele, e ficou com a sobrancelha levanta, depois de um curto silencio ele continuou...
– Coloca seu chinelo agora que já estamos de saída
Depois de muito insistir acabei vencido pelo cansaço, então coloquei meu chinelo e fomos falar com o arquiteto para projetar o guarda-roupas, mesa de estudos e cama, tudo isso que poderia ser compro por um valor muito menor do que aquele que pagaríamos ali, porém seu eu falasse isso ao Frederico ele iria apelar comigo, e faria greve de sexo, não poderia eu me sujeitar a isso, gosto muito de sexo, na hora de pagar tivemos mais uma discreta briga, quase que imperceptível, ele ia pagar com o cartão dele, então passei na frente e entreguei o meu para o caixa, assim que passou ele falou...
– Esta achando que eu não tenho como pagar os moveis do quarto? Ficou reclamando no meu ouvido falando pra ele dormir em uma rede e agora vem pagar a conta?
– Môrr o primo é meu te deixar pagar por isso seria uma sacanagem muito grande, ele nem é da sua família, já estou achando muita folga ele ficar na sua casa, mas enfim ao menos os moveis eu pagarei para aliviar suas despesas.
– Já pagou Marcelo, mas já que veio ciente disso poderia me poupar do drama que sempre faz né.
– Se eu não reclamar não sou eu.
Saímos do arquiteto e fomos ao shopping porque ele disse que queria comprar um travesseiro, colchão e um jogo de cama para o quarto do André, na entrada do shopping encontramos com o Luiz, ex-namorado dele, o cara deu aquela secada nele, e por infelicidade a minha no dia o Fred estava com a bolsa que ele deu de presente, e o cara usou aquilo pra puxar assunto, achei o fim... Eu no lugar dele cortaria volta de onde o Frederico estivesse, e pior que isso ele teve a cara de pau de me cumprimentar estendendo a mão a mim, eu não ia cumprimentar mesmo mas se fizesse isso depois o Môrr me torraria a paciência, fiz o simpático e cumprimentei ele, os dois trocaram algumas palavras na frente do shopping e finalmente fomos as lojas e as compras....
O Fred andando na minha frente e eu reclamando no ouvido dele, falando do Luiz, no começo eu tinha ciumes dele por conta da historia dos dois, mas agora eu nada mais sentia por ele, a não ser raiva pelo episodio que tínhamos protagonizado, era eu reclamando e o Fred saindo em defesa dele dizendo que as pessoas mudam, e que eu jamais poderia deixar de confiar nisso, até porque é uma coisa linda ver uma pessoa melhorar, entramos na loja ele comprou um monte de coisas de quarto, toalhas, lençóis, edredons, travesseiros e outras coisas, na hora de carregar aquilo na saída da loja eu sofri, era muita coisa e muito peso, e nesse aspecto eu sou meio antiquado.
Me sinto na obrigação de carregar as coisas pra ele, pagar a conta, dirigir quando saímos, sou meio antigo, eu sei que é um pensamento totalmente ultrapassado mas em todos os meus namoros eu fui assim, e velhos hábitos são difíceis de mudar, no caminho eu cai na bobeira de perguntar a ele se ainda faltava mais alguma coisa, ele tinha me dito que faltava o ar-condicionado, carpete e um abajur, eu sempre falo pra ele que terei que arranjar outros empregos, novas fontes de renda, pois ele vai acabar me falindo, ou vender meus órgãos, namorar com ele não é barato mesmo, criar gado sai bem mais em conta, no entanto quando eu quis ficar com ele eu já sabia onde estava me enfiando, literalmente falando...
– Esqueci de comentar precisamos comprar também um Puff, para o quarto.
– Que Puff é esse Môrr!? Ele não precisa disso não e muito menos de um ar-condicionado o carpete e o Abajur eu pago...
– O Carpete é mais caro que o Ar-condicionado Marcelo, só para sua informação, mais pode deixar que ele eu compro, e para sua sorte tenho um ar-condicionado desmontado, vamos usar ele no quarto do André!
– Que carpete é esse!? Uma coisa de mais de mil reais pra ele pisar em cima? Isso não existe Môrr, precisa maneirar nos gastos, ainda bem que o Luiz te deu essa bolsa, vamos vender ela, se continuar gastando assim, vamos precisar!
Ele começou a rir da forma que eu falava, e ele sempre diz que começo a coçar a cabeça quando ele fala que quer comprar alguma coisa, eu costumo falar que é porque minha cabeça doí, sei que vai vir prejuízo e por isso mesmo me desespero, mas logico que sempre falo isso brincando não me importo em gastar o custo beneficio é proporcional, ou melhor é superior então vale a pena investir, sem contar que o André iria me pagar se não se formasse com menção honrosa na faculdade, quem estava me dando prejuízo era ele, então teria que estudar e muito pra me deixar orgulhoso....
continua....