AQUI ESTÁ MAIS UM CONTO DE "NA RIQUEZA E NA POBREZA".
AVISANDO TAMBÉM QUE POSTAREI OUTRO CONTO DO MESMO AUTOR QUE FOI FINALIZADO.
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[Gabriel]
Triiiiiiiiim, tocava meu despertador. Em plena segunda-feira acordar às 06 h é um martírio.
Bom, sou o Gabriel Valle. 19 anos, loiro e olhos verdes, 1,79 m magro. Terminei o ensino médio, prestei vestibular mas não passei. Fiquei um tempo sem fazer nada até que meu pai conversou comigo sobre a possibilidade de eu arranjar emprego. Trabalhei 5 meses como embalador em um supermercado, até eu pedir demissão para trabalhar em uma lanchonete. Ganhava pouco mas como eu ainda morava com meus pais, estava bom. Eu morava com meus pais, meu irmão de 17 anos e uma irmã de 15.
Nesse ano eu resolvi entrar um pouco mais tarde no cursinho, tinha que me dedicar no novo trabalho já que eu estava namorando uma garota, Cecília e não era um senhor namoro, nós nos pegávamos. Ela era até legal mas eu sem ela viveria muito bem.
Eu morava em um bairro tranquilo, sossegado, um edifício onde meu pai era o síndico e eu o ajudava as vezes com as tarefas e obrigações. O mais comum era eu cobrar os condôminos até que certo dia estava eu no 15º andar cobrando o pessoal e ao finalizar aquele andar fui ao elevador e dei de encontro com um cara. Ele foi ao chão junto com a caixa que carregava consigo. Me desculpei e o ajudei.
- Ah... Meu nome Gabriel. - disse eu estendendo a mão.
- Giuliano. Prazer.
- O prazer é meu.
- Você é novo aqui.
- Uhum. Estou me mudando hojeIsso mesmo. Algum problema?
- Não não. É que nesse andar era o único desocupado.
- Ahhh. Bom Gabriel, prazer em te conhecer mas eu tenho uma casa para arrumar.
- Deixa que eu te ajudo com a caixa.
- Que isso. Tá de boa.
- Nem vem
Ele vendo que eu iria mesmo ajudar, acabou cedendo. A casa dele estava até arrumada, deduzi que ele alugara mobiliada, mas alguns móveis estavam novinhos. Tinha cara de apartamento de solteiro, sem nem mesmo um animal ali, tudo bem decorado e arrumado.
- Então, em que andar você mora?
- Moro no 25. Láááá em cima.
- Hummm.
- Nossa, essa sua caixa estava mesmo pesada hein. - disse eu sentando em seu sofá.
- Hahaha eu disse que carregaria sozinho. Você aceita água? É a única coisa que posso te oferecer agora.
- Aceito sim, valeu. E você, trabalha com o quê?
A gente, pelo menos eu, não mantinha a conversa forçadamente, apenas por educação e sim, estávamos nos conhecendo e contando sobre a vida, sempre fui muito falante.
- Trabalho numa empresa de festas em geral.
- Ahhh legal. Bom, eu tenho que ir. Legal te conhecer.
- Beleza. Qualquer hora a gente se esbarra por aí, sem precisar me derrubar.
- Desculpa.
- Relaxa.
E assim nos despedimos. Não passou despercebido o quanto ele era bonito, começava pelo nome: Giuliano. Eu me considerava hétero, até então eu só beijei um cara mas foi rápido e não tenho frescura ao dizer que acho um homem bonito. Na verdade, Giuliano além de bonito era elegante pois tinha pinta de cara sério e legal ao mesmo tempo. E como ele havia dito, a gente ainda ia se esbarrar por aí.
[Giuliano]
- Merda. Rachou. - disse eu ao ver o estrago que a queda fez ao celular.
Peguei o copo que o Gabriel tomou água e coloquei na pia. Montei minha cama e a televisão e depois fui tomar banho. A fome se manifestou e lembrei que eu não havia feito compras e o jeito seria ir à uma padaria, mas eu não conhecia nada naquele bairro e sei que pareceria muito abuso, mas o jeito seria pedir ajuda ao Gabriel já que ele era a única pessoa com quem eu havia falado ali naquele prédio, com exceção do porteiro.
Fui até o 25º andar mas não sabia qual apê e voltei para o elevador com o fim de ir à portaria pedir a informação mas nem foi necessário, Gabriel saía do elevador por obra do destino.
- Olha só, Giuliano. Que faz aqui?
- E aí cara. Vim te pedir um favor. Sabe me informar uma boa padaria por aqui!? Não conheço nada nesse bairro.
- Sei sim. Vamos lá.
Caminhamos por uns 7 minutos. Ele me contava um pouco sobre o antigo morador do apê que eu estava e que como seu pai era o síndico, sabia muito sobre os condôminos.
- Veja 20 pães de queijos e dois achocolatados. – ele saiu pedindo mesmo
- Como é que você sabe que eu gosto de pão de queijo? - perguntei.
- Perdão, sou meio impulsivo. Até porque, quem não gosta??
- De boa khahaha Tá bom assim.
- Não, se você quiser eu cancelo o pedido.
- Deixa disso, eu já disse que aceito.
Ele finalmente sentou e esperamos o pedido enquanto conversávamos. Ele trabalhava em uma lanchonete e tinha vontade de cursar administração. Soube também que namorava há pouco tempo e quando o pedido chegou, ele notou.
- E você, está noivo!? - disse ele apontando para o anel no meu anelar direito.
- Ahhh, não não. Foi um presente do meu ex. Infelizmente esqueci se tirar. - disse eu tirando-o.
Por mais que o Pablo tivesse me magoado infinitamente, eu sou muito apegado a presentes, e o anel era bonito mas não fazia sentido eu ficar com ele.
Gabriel deu uma risadinha de canto de boca.
- Que foi!? - perguntei.
- Nada. Deu a impressão de você ter falado MEU ex.
-Não foi impressão. - retruquei dando uma mexida no achocolatado.
- Cara, desculpa. Eu não sabia que você...
- Tá de boa. A culpa não é sua.
- É que você nem tem jeito de ser. Todo grandão e...
- Ah, então para ser gay eu tenho que ser afeminado, odiar futebol e gritar para o mundo todo "Olá, eu sou gay" !? Daá licença. - disse eu me levantando. Havia me irritado com o que havia dito.
- Hey, me desculpa. Eu...
- Tá aqui. Bom apetite.
Joguei R$50,00 na mesa e saí dali deixando-o lá. Após 2 minutos de caminhada meu celular toca.
- Alô!?
- Senhor Giuliano Villela Piazón? Aqui é Lorenzo, advogado do sr. Pablo. Ligo para lhe avisar que o meu cliente entrará com o processo lhe acusando de calunia. Devido ao senhor afirmar que ele está envolvido por trás do escândalo em sua empresa.
Era só o que me faltava. Mais um processo.
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Obrigado aos que acompanham e até aos que reconheceram o conto. Espero que gostem.
Boa Leitura!!!