Cap. 4
NARRADO POR LEONARDO
Eu nem acreditava que a gente tinha vivido tudo aquilo. Era tudo tão mágico, eu e o Felipe estávamos muito próximos. Não sei nem como minha mãe nunca perguntou nada. Eu estava vivendo a melhor parte da minha vida. Era carinho pra cá, abraço pra lá. Amorzinho pra cá, Lindinho pra lá. Que amor é esse. É o meu amor. Só meu , que sempre vai ser meu. Aquele fim de semana, só serviu pra criar mais amor ainda. Deixei lá naquela arvore, a mostra de que eu o amava, e que sempre o amaria, do fundo do meu coração. Logo, infelizmente, tínhamos que voltar pra cidade. Poxa eu queria passar mais tempo a sós com o Felipe. Mas, aconteceu uma coisa que eu nem imaginava. Por uma distração, do nada, nós batemos, e eu não lembro de mais nada.
NARRADO POR FELIPE
Quando me toquei, vi que estávamos com o carro, quase debaixo de uma arvore, e olhei pra ele. Ele estava todo ensanguentado e apagado. Me desesperei. Tirei o cinto na marra, e comecei a tentar faze-lo acordar.
- Acorda, meu amor.
Mas ele não acordava. Medi o pulso dele. UFA. Estava vivo. Tinha que ser rápido. Peguei meu celular, e tinha sinal. Liguei na mesma hora pra emergência. Eles chegaram rápido, tiraram o Leozinho do carro, e o colocaram na ambulância, eu quis acompanha-lo, mas a mamãe que foi com ele, ela já estava lá com a gente. Eu entrei no carro do papai, e saímos em direção ao hospital. Eu não parava de chorar, estava com muito medo, não queria nem pensar na possibilidade de perder o Leozinho. Eu não teria mais motivo pra viver.
- Felipe, não precisa chorar tanto- falou Jorge dirigindo- nem eu que sou o pai dele estou tão desesperado
- Ele pode morrer, eu não sei o que vou fazer se eu perder o Leo- falei muito desesperado.
Eu tinha sofrido apenas algumas escoriações, mas o acidente tinha sido mais pro lado dele. E é por isso que ele estava pior que eu. Até que chegamos no hospital. Eu sai praticamente correndo. Até que vi a mãe lá.
- Cadê ele, mãe- falei chorando
- Tá lá meu filho- falou apontando pra um corredor
- Eu vou entrar- falei, indo em direção ao corredor, mas acabei barrado por algumas pessoas.
Até que eu me sentei num lugar, lá. E voltei a chorar. E comecei a pensar “ É culpa minha, eu não vou me perdoar se ele morrer”. Até que apareceu um médico lá.
- Quem são os familiares do senhor Leonardo.
- Nós- falou mamãe apontando para o Jorge, pro pai e pra mim.
- Bem, o seu filho, teve alguns problemas na coluna. E pode não voltar mais a andar - voltei a chorar- ele vai passar por uma cirurgia daqui a pouco, e se tudo der certo, ele de...- nessa hora o doutor ia terminar, mas uma enfermeira chegou correndo.
- Doutor, ele está tendo uma parada cardíaca.
E nessa hora, eu tive que ser segurado, pra não cair no chão.
- Meu irmão vai morrer. O que vai ser de mim- falei
- Calma filho, o Leo não vai morrer- falou papai, tentando me consolar.
Algum tempo depois, o médico voltou.
- O quê houve doutor- falei
- Ele sofreu uma parada cardíaca, talvez porque perdeu muito sangue, mas já foi reanimado, e está na UTI, a cirurgia dele será esta noite, e depois nós veremos como ele reage.
Passei praticamente uma semana toda no hospital. Foi esse o tempo pra ele deixar a UTI, e ir pro quarto. De acordo com o médico, a cirurgia tinha sido um sucesso, e assim que ele pudesse, iria iniciar o tratamento, pra logo voltar a andar. Perguntei dele se ainda existia chance dele não voltar a andar. Ele só disse que tudo era possível.
Lembro- me da hora que trouxeram ele pro quarto. Ele estava com alguns cortes no rosto, mas continuava lindo do mesmo jeito. Assim que ele chegou, o médico falou.
- Ele está em coma induzido, não deve demorar muito pra acordar. Não faça muito barulho tá. E não deixe ele fazer movimentos bruscos. É você que vai ficar aqui com ele.
- Sim Doutor, sou eu.
- Meus parabéns viu, você é um exemplo de irmão.
Assim que ele saiu, eu fiquei o observando. Porquê tinha acontecido aquilo com a gente. Ele corria o risco de não andar mais. Depois de um momento de tanta felicidade, ele tinha ficado assim. E comecei a falar, pra mim mesmo, pensei.
- Você não sabe o quanto eu te amo. O quanto eu sofri nesses últimos dias, com medo de te perder. Eu não sei o que seria de mim sem você- falei passando a mão sobre os cabelos dele- Porquê nós tivemos que sofrer aquele acidente, porquê- falei já em prantos- Isso é tudo minha culpa. Se eu não tivesse me distraído, você nunca estaria assim, aqui nessa cama. Estaríamos felizes, em casa. Me desculpa, me perdoa. Eu nunca iria me perdoar se tivesse te acontecido alguma coisa de mais grave. Eu te amo, meu amor.
Até que ele acordou. E quando me viu, sorriu.
- Não precisa se desculpar por nada, ninguém tem culpa de nada.
- Você ouviu Leozinho- falei, assustado.
- Ouvi, e eu te amo também viu- falou ele, tentando se erguer, pra me beijar.
- Não se mexe, o médico disse que você não devia se mexer muito.
- Então você vai ter que me beijar
- Vai ser um prazer
E então nos beijamos. Depois de 1 semana, eu estava morrendo de saudade de sentir a boca dele colar na minha, de sentir aquele calor que sobe, quando você beija a pessoa que você mais ama. Mas tivemos que parar, tinha gente chegado.
- Filho, você acordou- falou mamãe, vendo que o Leozinho tinha acordado.
- Oi mãe- falou ele, olhando pra ela, que veio e beijou a testa dele.
- Está se sentindo bem meu filho
- Estou mãe.
- Nós ficamos tão preocupados com você, principalmente o Felipe. Queria que você visse, ele mal saiu daqui.
Ficamos lá conversando. Até que ela foi embora, e eu continuei com ele, obvio.
- Tem horas que eu não acredito que a gente conseguiu se apaixonar um pelo outro- falou ele alisando a minha mão
- Eu também não entendo. É doidera do coração, mas uma doidera muito boa, eu adoro te amar Leozinho
- Eu mais.
- Eu muito mais.
Nos beijamos apaixonadamente. E eu recebi uma mensagem do Jorge, pedindo pra mim vir aqui fora, pra pegar uma coisa. Fui lá, e ele pediu pra mim entrar. Assim que entrei, ele começou.
- O quê significa isso Felipe.
Continua
O quê será que o Jorge quer agora. Votem ai, daqui a pouco Eu me Apaixonei.