Omita-me - Parte I

Um conto erótico de Melissa Heinz
Categoria: Heterossexual
Contém 741 palavras
Data: 19/11/2013 14:47:21
Assuntos: Heterossexual

Mesmo assim, obstante aos protestos, eu a beijei. Deixei-a com uma enorme fúria. Obtive a pergunta clássica após dar-lhe um beijo desprevenido: “o que você está fazendo?”, ela gritou. Eu estava apenas querendo passar-lhe uma espécie de calor para confundi-la, mas eu não contaria. Que ela descobrisse por si só. Descobrisse com os arquivos pesados que guardava em seu coração e não em seus livro. Eu queria que ela pudesse concluir algo a partir da sua essência, mas todas suas justificativas vinham com o anexo de fontes biográficas.

– O que você está fazendo? – Ela perguntou novamente, cansada do meu silêncio, enquanto deslizava, tremulamente, os dedos pelos livros que jaziam sobre a mesa da biblioteca. Encontrava-se imóvel, com lágrimas que anteriores ao beijo ainda escorriam. Amélie estava chorando demais; simplesmente por que o professor de Ciências Políticas deu-lhe zero na apresentação de um trabalho argumentando que não existiam fontes que comprovassem supostas más intenções de Marx. Ah, mas existiam! E Amélie – como sempre – teve que discutir com o seu mestre, na frente de todos os alunos, até que a primeira lágrima escorresse mediante a humilhação e ela se refugiasse na biblioteca. Julgando-se tola: como sempre.

Minha ação? Foi imprevisível inclusive para mim: fui atrás dela. Deixei que ela se acolhesse em uma mesa, e então, após alguns segundos de quietude, inesperadamente apareci. Taquei-lhe meus lábios nos dela somente para fazê-la questionar-se da minha atitude. E ao que ela questionou, eu perguntei retoricamente:

– Não crê, Amélie, que reprime demais aos seus desejos?

Sua angústia aumentou, pois não queria ninguém a julgando. Queria apenas que a esquecessem. Por isso, levantou-se da mesa a qual estava sentada, ainda tremendo, e dizendo que eu era terrivelmente estúpido preparou-se para correr em direção a porta de saída da biblioteca. Mas eu não deixei. Ao perceber que ela partiria, puxei-a pelo braço ao ponto de machucá-la; e trazendo o corpo dela ao meu, pus-me enlouquecidamente a deslizar meus lábios pelo seu pescoço, tentando subi-los novamente até sua boca. Porém, Amélie se desviava demais, tentava fugir. Não falava com nitidez, apenas murmurava pedindo para que eu a soltasse, pois tinha receio e vergonha de que alguém que estava do outro lado de biblioteca a visse sendo assediada por mim.

– Não lhe soltarei enquanto você não se libertar! – Falei em seus ouvidos e a prensei próxima a estante de livros: com tanta força que dessa vez consegui obrigar seus lábios tocarem os meus. Ela gemia baixinho, como que a sentir uma nova sensação. Será que Amélie jamais havia sido beijada? Talvez sim; pois ela passava a maior parte do tempo distraída com aqueles malditos livros sobre Marx.

E, no instante em que outra lágrimas escorreu de seu rosto, coloquei minha mão sobre seus seios e surpreendi-me com a maneira como por baixo dos tecidos consegui senti-los enrijecer. Disse para Amélie que ela parecia estar gostando. Ela negou. E deu um impulso para que pudesse soltar-se dos meus braços, mas diante da sua tentativa virei seu corpo. Agarrei-a ainda mais, fazendo com que de costas para mim, eu pudesse segurar sua cintura e roçar meu órgão em suas nádegas, mesmo que ambos estivessem cobertos por nossas vestimentas. Peguei uma de minhas mãos e subi por baixo de sua saia, me excitando com a maciez de suas coxas. Logo meus dedos alcançaram sua roupa íntima, fazendo-me não pensar duas vezes antes de pô-los a acariciar freneticamente seu clítoris volumoso sob a calcinha.

Amélie gemeu. Subi minha outra mão por baixo da sua blusa e fiquei brincando com os bicos dos seus seios enquanto continuava a masturba-la. E ela, colocava a empinar seu corpo para sentir meu pênis endurecer ainda mais ao encostar em sua bunda.

– Diga-me que está adorando. – Eu mandei em tom baixo enquanto fazia movimentos circulares naquele seu delicioso seio. Enquanto sentia sua lubrificação mesmo por cima da calcinha apertada. Minha frase despertou a razão de Amélie, e envergonhada e aproveitando-se da minha distração, ela afastou-se de mim. Repetiu que eu estava sendo estúpido; endireitou a roupa; agarrou um pequeno exemplar que estava na estante de livros, com a intenção de aparentar que esteve na biblioteca com algum propósito e não para chorar.

– Eu sempre odiarei você! – Ela exclamou. E deixou a biblioteca em tremenda fúria e desejo. Muito desejo. Pois era certo de que Amélie deslizaria seus dedos por seu corpo ao chegar a casa, provavelmente revivendo ou continuando parte do pequeno deleito em que vivenciou comigo naquela tarde.

Siga a Casa dos Contos no Instagram!

Este conto recebeu 0 estrelas.
Incentive Melissa Heinz a escrever mais dando estrelas.
Cadastre-se gratuitamente ou faça login para prestigiar e incentivar o autor dando estrelas.

Comentários

Este comentário não está disponível