Cap.6
- Eu ein, o que houve com ele- falou Fabrício
- Eu não sei
NARRAÇÃO DE GILBERTO
Depois de descobrir aquilo, da pior forma possível, comecei a chorar. Sai correndo da casa do Fabrício. Eu não podia acreditar que a pessoa que a anos eu estava apaixonado, mas nada podia fazer, estava agora namorando e prestes a se casar com meu irmão. Eu peguei o carro e comecei a dirigir pra o lugar mais longe possível. Enquanto me lembrava de todos os nossos momentos juntos, de como sempre fomos melhores amigos, e de todas as nossas confissões um para o outro. Eu sempre me senti diferente, mas nunca tive coragem pra contar pra qualquer pessoa que seja. E talvez essa falta de coragem tinha me feito perder para o meu irmão o amor da minha vida. Eu estava me culpando, me chamando de burro na minha mente, por ter sido tão covarde, e ter perdido ele para um medo. Um medo, que se eu não parasse ter, faria eu estragar a minha vida. Logo cheguei numa praia de muitas pedras. Subi numa, e comecei a chorar. Com culpa, com medo, com raiva, com todos os piores sentimentos que eu já tivesse. A vontade de me jogar daquela pedra, pra acabar com aquela dor que eu sentia era imensa, mas eu não faria isso. Não acabaria com minha vida, por causa de um homem. Decidi que eu não iria mais esconder, iria lutar por ele. Peguei meu carro, e fui pra casa. Assim que cheguei lá passei direto pro meu quarto. Entrei, tomei um banho, e me deitei. Comecei a pensar em tudo o que tinha acontecido, quando ouço a porta ser aberta.
- Posso entrar- escutei a voz do Chris
- Pode- falei, me virando, pra vê-lo. Então ele veio, e se sentou ao lado da minha cama.
- Por que você estava daquele jeito de manhã
- Foi só porquê eu fiquei surpreso
- Surpreso a ponto de chorar. Conta outra Gilberto, eu nunca te vi chorando cara.
- Você quer mesmo saber o motivo- falei, sendo que ele somente balançou a cabeça em sinal de concordância. Então me levantei, e me aproximei perigosamente do rosto dele- eu fiquei triste porquê você não devia estar com ele, e sim comigo, fiquei morrendo de ciúmes quando vi vocês dois juntos, eu sou apaixonado por você Chris, sempre fui, mas nunca tive coragem de dizer. Agora a coragem veio, e eu vou lutar por você. E você ainda vai ser meu. Só meu.
E então depois que eu falei isso, ele se levantou com cara de espanto, e saiu do quarto, fechando a porta. E então fiquei pensando se eu fui muito exagerado, mas acho que fui na dose certa.
NARRADO POR CHRIS
Na hora que sai do quarto do Gilberto, encostei minha cabeça na parede, e pensei. “Como Assim”. E o pior, é que aquela declaração havia mexido com o meu coração, coisa que eu nunca achei capaz de acontecer. Sempre achei que meu coração pertencia ao Fabrício, e assim seria durante toda a vida. E agora não, sentia um sentimento diferente. Fui dormir e fiquei pensando em cada palavra que ele havia me dito. “Eu sou apaixonado por você Chris, sempre fui, mas nunca tive coragem de dizer”. Essa era a frase que mexia comigo. Que me deixou balançado. Acabei pensando nisso, pegando no sono. E desde aquele dia nunca mais tive paz por parte do Gilberto. Ele diversas vezes se seduzia pra mim, deixava a porta do banheiro aberta de propósito. Ele estava usando truques baixos, mas eu não iria ceder. Fabrício não merecia isso. E assim passou se várias semanas. Até que certo dia, estava só ele e eu em casa. Filipinho tinha ido ver uma tia, e o Fabrício estava expondo seus quadros numa feira de arte. E enquanto eu lavava louças, senti uma mão me segurar pela cintura, e alguém dar um beijo na minha nuca. Me arrepiei todinho, e de longe vi que não era o Fabrício, o perfume era bem diferente, me virei, e sem defesa, fui beijado pelo Gilberto. Mas não foi um beijo qualquer não, foi um “senhor” beijo. Aja beijoqueiros na minha vida ein. Ele explorava cada canto da minha boca, e eu tentava resistir, mas não consegui, e acabei correspondendo aquele beijo caloroso. Ele só parou quando eu o empurrei, e comecei a falar merdas pra ele, como se não tivesse gostado, mas na verdade eu havia gostado e muito. Ele tinha bem mais pegada que o Fabrício. Então fui para o banheiro, pensando naquele beijo que ele tinha acabado de me dar. Até que ele bateu na porta.
- Abre- eu não respondi- abre logo, eu sei que você gostou, não minta pra mim- falou ele, e nessa hora abri.
- O que você quer de mim- falei
- Isso- nessa hora de novo, ele avançou em cima de mim, me dando um beijo, ainda mais quente, e dessa vez me encostou na parede do banheiro, e ficou passando a mão na minha perna. Tudo isso em uma fração de segundos, que não me deu tempo nem de pensar no que eu estava fazendo. O beijo foi tão quente, que quando ele parou foi eu que retomei a situação, agora virando ele de lado, e o imprensando na parede. Só fui parar quando pensei no que eu estava fazendo.
- O que eu estou fazendo- falei, saindo correndo
Continua
E agora, qual dos dois. Votem e comentem por favor. Valeu
