1 MÊS DEPOIS.
Eu e Fernanda estávamos muito bem, estávamos namorando e consegui convencê-la a voltar comigo e seu Rodrigo para Recife, até porque seria impossível namorar com 9h de distância, pela fé. Retomamos o nosso cotidiano normalmente, escola pela manhã e futebol (pra mim) e vôlei (pra ela) nas segundas, quartas e sextas. Manu havia retornado de viagem, fiquei extremamente feliz quando soube que ela havia conhecido uma garota através de sua prima durante essa mesma viagem e elas estavam se entrosando muito bem sexualmente segunda ela. Rebeca quando soube do meu namoro com Fernanda, a principio não acreditou e fez da minha vida um inferno. Gente, eu estava namorando a Fernanda e o amor que eu sentia por ela era incondicional, mas também não sou de ferro né? Rebeca sempre foi muito gostosa, um corpo divino por causa da academia e uma das garotas mais sensuais que tive o prazer (ou não) de conhecer, virava e mexia ela estava tentando me seduzir. Foi extremamente difícil de resistir porque pra mim sempre foi comodo leva-la pra cama e transar com ela até minhas energias sumirem, porém, pela primeira vez na vida eu estava levando alguém a sério, jamais poderia fazer isso com ela. Quando Rebeca se deu conta de que meu relacionamento era realmente sério e que eu não cairia novamente na sua rede ela simplesmente surtou. Primeiro saiu espalhando vários boatos sobre mim na escola (alguns verdadeiros) obtendo pouco resultado já que eu era amiga da maioria da galera e eles conhecendo muito bem a Rebeca e do que ela era capaz, ficaram do meu lado e apoiaram meu relacionamento. Minha preocupação era mesmo com a Fernanda, já que antes dela eu não valia nem um chiclete mascado, sabia que estava difícil pra ela ter que aturar certas coisas para não abalar o que aviamos construído juntas, mas então a Rebeca sumiu do mapa, descobrimos depois que ela teve que viajar para fora do país as pressas, até hoje não sei o motivo, foi ai que realmente eu e Fernanda tivemos paz. Amanda tava dando uns pegas na vizinha de Fernanda, fiquei chocada quando, num dia que fui dormir na casa dela dei de cara com Amanda e a garota de nome Ana Paula se agarrando em pleno corredor. Como assim aquela vaca estava comendo a vizinha da minha namorada e não me disse? Resultado, viramos o quarteto fantástico. Não existia um lugar que uma estivesse sem as outras três. Os dias foram passando, eu já havia completado 6 meses de namoro com Fernanda, estava tudo as mil maravilhas quando numa chega sexta-feira, dia de treino e justamente nesse disse o time de vôlei não iria usar a quadra ao lado pois nós do time de futsal havíamos vencido o campeonato Pernambucano e estávamos indo disputar o campeonato brasileiro no Maranhão, então teríamos que treinar a beça se quiséssemos vencer, nenhum tipo de distração seria tolerado e cá entre nós, impossível não se distrair com as gostosas do time de vôlei vestidas naqueles shortinhos minúsculos e regatinhas coladinhas, pense num ciúme absurdo que eu sentia da Fernanda usando aquele uniforme, o lado bom é que ela me recompensava na cama. Manu tinha conseguido um intercambio para o ano seguinte e nesse dia não poderia comandar o treino, pois tinha que resolver umas pendência da matricula, alguns documentos, passaportes e etc, e por isso pediu para que eu comandasse o treino, o que não era problema nenhuma já que eu tinha o costume de fazer isso sempre que ela precisava. Como sempre eu fiz a distribuição das posições. Pedi a Bianca (goleira) que organizasse o treino dela com a goleira reserva, Patricia e Juliana que agora estavam oficialmente namorando (lembram delas?) lideraram os exercícios da defesa, Amanda do meio campo e eu obviamente das atacantes, mas antes demos dez voltas andando e mais dez correndo ao redor da quadra, isso já era de praxe. Estava tudo bem, estava tudo legal até que sinto uma mão em meu ombro enquanto eu organizava os cones em suas posições para os exercícios com as bolas. Ao me virar me deparei com Rebeca vestida para treinar, não escondi minha surpresa ao dirigir minha palavra a ela.
- Rebeca, quanto tempo, chegou quando? (Eu)
- Cheguei ontem, fiquei sabendo pelo blog que o time venceu o campeonato, então liguei para Magali perguntando se eu poderia voltar e ela disse que tudo bem, então voltei. (Rebeca)
- Jura? Que legal, sua ajuda vai ser muito bem vinda. (Eu)
- Cadê a Manu? (Rebeca)
- Teve que resolver umas coisas do intercambio dela, me deixou liderando o treino. Vá lá dar umas voltas na quadra, se aquecer, depois vem pra começarmos o treino ok? (Eu)
- Sim senhora, capitã. (Rebeca) - *batendo continência*
- Ah, para com isso, sabe que não gosto quando você me faz sentir superior, estamos no mesmo time. (Eu)
- Ok Dani, desculpe, vou lá correr. (Rebeca)
Rebeca estava um tanto estranha, com um semblante pesado, mais seria do que o normal, mais na dela sabem? Ela que sempre foi uma garota super alegre, brincalhona e extrovertida. Algo estava muito errado, iria conversar com ela no final do treino para tentar descobrir. Depois dos exercícios fizemos um treinamento livre, ou seja, batemos uma peladinha. Nunca senti tanto orgulho daquelas meninas, nosso time estava preparado para o campeonato, com toda certeza chegaríamos as finais, quem sabe até levássemos o campeonato. Rebeca ainda estava meio fora de forma, mas nada que um pouco de esforço e força de vontade da parte dela não resolvesse. Fim do treino, liberei todas as meninas para o chuveiro e sai recolhendo os equipamentos quando Rebeca se aproxima:
- Dani, eu ainda não estou 100%, será que você pode me ajudar mais um pouco? (Rebeca)
- Claro que sim Beca, eu percebi que tá tendo um pouco de dificuldade em receber o passe e sua finalização caiu bastante. Você por acaso se machucou nessa viagem? Cade a força do seu chute? (Eu)
- Então, eu sofri um acidente de carro tem uns três meses, mas já fiz toda a fisioterapia e estou bem melhor, só falta recuperar a força e pra isso preciso chutar não é mesmo? (Rebeca)
- Claro que sim, vamos fazer o seguinte então, te dou o passe enquanto você vem correndo da defesa. Quero que já chegue chutando e rasgando a rede se possível ok? (Eu)
- Sim, tudo bem. (Rebeca)
Ficamos nesse exercício por cerca de uma hora e meia, todas as meninas já haviam saído do chuveiro e ido embora, como eu estava com as chaves da quadra não precisaria me preocupar com horário. A força de Rebeca estava voltando aos pouquinhos e ela já estava recebendo melhor o meu passe. Estava tão empolgada querendo ajuda-la que nem me dei conta que a hora tinha passado, quando escuto meu celular tocar "let me go - 3 doors down", Fernanda estava me ligando.
- Amor? (Fernanda)
- Oi minha vida. (Eu)
- Onde você está bebê? Nem veio aqui em casa e já são quase 17h, aconteceu alguma coisa? (Fernanda)
- Já é essa hora toda amor? Desculpa, é que a Rebeca voltou para o time, to ajudando ela aqui. (Eu)
- A Rebeca voltou amor? (Fernanda)
- Sim, ela ficou sabendo que vencemos o campeonato e falou com a Magali para voltar e participar do brasileiro, só que ela sofreu um acidente de carro durante a viagem e perdeu um pouco da potência do seu chute, então estou ajudando ela aqui, mas daqui a pouco vou te ver, só o tempo de finalizar aqui e ir. Posso tomar banho na sua casa? (Eu)
- Deve, hoje quem vai te dar banho sou eu, um banho especial. (Fernanda)
- Eita que assim eu fico molhada só de imaginar amor, vou correr aqui tá? (Eu)
- Vem logo, quero fazer amor contigo a noite toda. Vai dormir comigo né? (Fernanda)
- Ai meu Deus, claro que vou amor, já estou indo, me espera de toalha. (Eu)
- Te esperarei nua mesmo, vem logo, te amo. (Fernanda)
Desliguei o telefone morrendo de tesão, nem me dei conta de que Rebeca estava bem atras de mim e escutou tudo (tive que por no viva-voz porque o eco da quadra era muito grande e não daria pra ouvi-la direito).
- Nunca pensei que fosse viver para ver você de coleira por tanto tempo Dani, que bom que está feliz. (Rebeca)
- Err, obrigada Beca, a Fernanda é a mulher da minha vida, não me vejo mais sem ela. (Eu)
- Fico feliz, de verdade. Bom, você tem que ir né? Vamos, deixa eu te ajudar a recolher o material então que a noite promete. (Rebeca)
Juntamos todo o material para guardar dentro do armário que ficava na própria quadra, brincávamos rindo e felizes. O clima entre nós estava bem descontraído, nem parecia que havíamos brigado por causa do meu namoro. Eu estava com muita saudade daquela gargalhada gostosa da Rebeca. Fui fazer a contagem das bolas e estava faltando uma de areia (nota:uma bola idêntica a que usamos para jogar, a diferença é que por dentro ela é toda de areia como aqueles pesinhos que usamos para evitar que as portas batam. Usamos elas para exercícios de musculatura).
- Está faltando uma bola. (Eu)
- Olha ali na quadra de vôlei, eu vou pegar. (Rebeca)
Ela foi buscar a bola e voltou correndo gritando "Dani, pensa rápido" e jogou a bola. Eu não sabia que era a bola de areia, afinal de contas todas são iguais. Por instinto dominei a bola com a perna, mas o impacto foi tão forte que o peso da bola fez com que minha rotula se deslocasse, virando completamente para o lado direito do meu joelho. (nota:procurei no google uma imagem que mostrasse mais ou menos como meu joelho ficou e o mais próximo que consegui encontrar foi essa aqui. http://i1.ytimg.com/vi/3uaJjeNkvLA/hqdefault.jpg). A principio achei que Amanda tinha jogado a bola por pura inocência, como o corpo ainda estava quente, não teria sentido o peso da bola e por isso jogou a de areia para que eu dominasse ou até mesmo agarrasse apenas para guarda-la. Cheguei a conclusão que foi proposital quando, ao cair gritando de dor e chorando no chão implorando por ajuda ela veio lentamente caminhando em minha direção, juntou seu material, pegou sua mochila e saiu da quadra. Nunca senti tanta dor em minha vida, tanto física como sentimental, que ódio que eu estava sentindo da Rebeca. Eu não conseguia me levantar, o celular estava na minha mochila e como eu estava sozinha na quadra e muito provavelmente no colégio também, ninguém poderia me ouvir. Depois de um tempo tentando me acostumar com a dor e não obtendo resultado nenhum já que meu corpo cada vez ficava mais frio e a dor só aumentava, tentei me rastejar até minha mochila para alcançar o celular para ligar pra alguém, quando vejo Amanda correndo em minha direção, se agachando logo em seguida ao meu lado. A dor era tanta que eu não conseguia nem falar, com a sua ajuda tentei levantar, senti uma dor terrível em toda minha perna e apaguei de dor.