*5 ANOS DEPOIS*
21 anos em Edu, 5 anos se passaram, a 5 anos eu fui o menino mais trouxa do mundo, a 5 anos eu larguei minha vida, larguei alguns amigos, larguei o amor da minha vida pra trás, que agora não faz o mínimo sentido na minha vida. Agora tudo veio como um filme na minha cabeça quando cheguei aqui.
Eu e minhas amigas procuramos uma escola próxima, não ia querer acordar 5 da manhã. Achamos uma próxima, e amamos, nos matriculamos e íamos começar na segunda, ainda estávamos em uma típica terça feira. Eu estava me sentindo triste, meu coração estava doendo, mas eu tinha que parecer feliz, pra não estragar o clima. Brasília era um ótimo lugar para curtir, então era isso que eu ia fazer, curtir, recomeçar minha vida. A escola era ótima, não namorei ninguém, não queria me machucar, é claro que fiquei com alguns carinhas, afinal não queria ficar na seca pra sempre. Terminamos o ensino médio de boa, e esperamos 1 ano e começamos a fazer faculdade. Bruna fez design gráfico, Mônica fez medicina veterinária e eu fiz teatro, e tipo, nossa...ninguém fez direito. Bruna ganhava muito com seu trabalho, Mônica passava quase o dia todo fora, e eu sempre correndo pra lá e pra cá. Já estava trabalhando em uma peça, e íamos apresentar ela em 4 cidades: em Divinópolis em Minas Gerais, em Brasília (OBVIO), em Boa Vista em Roraima, e Goiânia em Goiás (a cidade da minha antiga vida). Não fiz muitos amigos lá, mas ainda era aquele menino Dark de antes, e fiquei mais maduro, não ficava mais triste devido a certas pessoas, mas ainda tinha uma cicatriz no meu coração. Mudei de aparência também, alisei meus cabelos e puxei umas mechas vermelhas, fiz uma coisa, que nunca acreditei que ia fazer: ACADÊMIA, peguei um corpo (GRAÇAS A DEUS), e fiz umas tatuagens que eu amei, coloquei um piercing preto no canto da boca, coloquei outro pequeno no nariz. Fiquei muito diferente. No teatro fiz alguns amigos, mas em especial o Sammy, um menino que passou a animar meus dias, por que não tinha pessoa que ficasse perto dele que não começasse a rir, ele também ficou muito amigo da Bruna e da Mônica, vivia em nossa casa, saiamos todos os fins de semana, era gay também, ele era meio metidinho de uma maneira engraçada tipo aquelas pessoas que falam “Ui, to lindo hoje”, “Espelho espelho meu, existe alguém mais perfeito do que eu?”, a gente morria de rir com ele, mas ele era o Sammy que a gente amava e sempre vai amar. Quando me contaram que a gente ia se apresentar em Goiânia eu quase tive um ataque cardíaco. Estavamos no meu quarto preparando minhas malas pra partimos pra Goiânia.
-E aí bicha? – perguntou Sammy
-Tudo bom, como você tá? – perguntei ironicamente
-Você sabe que a gente vai se apresentar em Goiânia não é? – perguntou
-Sim – disse
-E se você se encontrar com seu boy magia? – perguntou ele
-Ex boy magia, e se eu encontrar ele eu apresento a ele o peso da minha mão. – disse rindo
-Mas e aí? E se ele aparecer? – perguntou
-Ele vai assistir a peça como muitas pessoas normais. – disse
-E se ele quiser falar com você? – perguntou
-Sammy, me ajuda a arrumar a mala que você ganha um pouquinho mais – disse
-Você não tá me pagando nada – disse ele rindo
-Vem logo bicha – disse
Terminamos de arrumar minha mala, chamamos as meninas e pegamos o voo pra Goiânia, eu fiquei a viagem inteira, pensando se eu iria encontrar o Diego, como ia ser, enfim...todas as possibilidades possíveis, de encontrar o Diego, ficou martelando na minha cabeça. O Sammy, pegou o fone e ficava cantando a viagem toda “Never Been Hurt”, eu quase fiz ele engolir o celular. Bruna dormiu (QUE NOVIDADE), e Mônica ficou conversando comigo durante a viagem. Quando chegamos, encontramos nossos pais e começamos a chorar, conversar, um ajudando o outro a pegar a mala. Sammy ia dormir em minha casa, e quando viu meu quarto gritou
-Bichaaa, esse aqui é seu quarto? – gritou
-Esperaaaa bicha mal comida – gritei subindo as escadas
Quando entrei no meu quarto, comecei a chorar, tudo estava como antes, cada pôster em seu lugar, menos algumas coisas que eu levei, lembrei da minha cama, onde eu sempre chorava, onde transei algumas vezes, seja com Diego, Marcello, e uns carinhas. Aquilo tudo veio em minha cabeça como um filme, e Sammy me abraçou
-Querido, eu sei que você tem péssimo mal gosto, mas não precisa chorar por isso – disse ele ironicamente me abraçando
-Ah, me deixa em paz sua bicha despachada – disse rindo e chorando ao mesmo tempo
-Mãe, eu estou ouvindo vozes de veados encalhados – disse Laysa entrando no quarto
-Laysaaaaa – quase pulei em cima dela
-Oi mano, tá gato em, se você não fosse meu irmão, e não fosse gay, eu mesma já teria pegado – disse Laysa
-Nossa, e esse corpão, tá parecendo uma panicat, mas não tão vulgar, e 4 vezes mais linda – disse
Laysa já estava com 15 anos, idade que eu mais amei na vida. Estava ficando de noite, e eu precisava ensaiar mais uma vez, só que no devido local da peça. Ensaiamos tudo direitinho, e quando ia pra lanchonete
-Oi – disse um moço que me era familiar
-Oi – disse ele
-Sabia que você ficou mais bonito – disse ele rindo
-Nossa, obrigado, mas elogiar alguém assim de cara é muito estranho – disse rindo
-Uai, você era mais especifico – disse ele
-Cara na boa eu nem te conheço, eu tenho que ir – disse
-Me conhece sim – disse ele
-De onde? – disse
-A gente teve uma historia tão linda – disse ele
-Nossa, eu tive uma historia com uma pessoa que eu nem conheço, tá bom então, prazer Edu – disse apertando a mão dele
-Prazer...Marcello – disse o moço lindo apertando minha mão.
-Marcello? – perguntei com os olhos cheios d’água.
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