Uma semana, ele reagia aos meus toques, ele sabia que eu estava lá. Meu irmão , não teve essa sorte, e apesar de termos uma relaçao conturbada, ele era meu irmão, o Miguelito do Feh.
O pai dele havia sido preso, homicidio, sequestro e tortura, levou bons 65 anos de cadeia, pedi para não levarem a público, afinal não queria pessoas estranhas se metendo nas nossas vidas.
Sete dias, Lucas não saiu do lado dele em nenhum instante, bem, tive que expulsa-lo para ir comer e tomar banho, enquanto eu ficava olhando meu Feh, com aquele tubo respiratório e recebendo soro.
Tocava em seus dedos passando que eu estava com ele, eu sentia o movimento, mesmo que interminado, de seus dedos querendo enlaçar os meus.
-Voce...está com uma cara horrivel Michel !
Olhei rápido, ele olhava para mim com seu rosto pálido e meigo, sim, ele tinha essa cara quando não estava mal humorado. Sorriu e apertou meus dedos, mesmo que fraco, mas ele conseguiu.
-Olha quem fala! Você está bagunçado! - Me aproximei e beijei sua testa, poderia beijar sua boca eu não me importava, mas Feh sim, ele viraria o rosto.-Que bom que acordou meu amor!
-Sua voz está rouca! E o Miguel...
Balancei a cabeça em negação, quatro dias atrás foi o velório, muitos apareceram, seus amigos e nossos parentes, apesar das loucuras, meu irmão tinha bons amigos, so era influenciado demais por nosso pai. Eu soube que morreu, mas não fiz questão de ver, minha preocupaçao era o meu Feh.
-Eu não pude ficar com ele!-Vi sua lágrima manchar seu rosto sonolento.
-Ei! Calma! Nos ficamos! Você so dormiu primeiro que ele! Ele está agradecido!
Abracei meu pequeno, enquanto acariciava seus cabelos bagunçados. O Feh e muito apegado as pessoas, mesmo que elas magoem ele, digo isso em experiencia própria. Eu ja o magoei demais, não quero faze-lo de novo.
Não posso deixar de sentir ciúmes dele, mesmo que seja meu irmão, eles ja fizeram coisa...coisas que apenas EU e mais ninguém deve fazer com o Feh.
-....Tudo bem com você? - Perguntei assim que suas lágrimas cessaram.
-Não Michel, eu to morrendo de fome! Aiii eu preciso comer!
-Capaz seu chato, passou uma semana recebendo soro! - Sorri para ele, minha cara tambem não tava uma das melhores, olheiras, barba, e sono...Como eu queria beijar aquela boca...-Ei, apenas os médicos podem fazer isso!
Assustei quando ele retirou a agulha de sua veia, ele gemeu, e aquele gemido me deu uma coisa, uma semana sem sexo. Colocou um algodão e sentou na maca. Ele deu um sorriso sem graça e me abraçou.
-Eu fiquei aqui desde aquele dia! - Falei enquanto acariciava suas costas, ele me apertava o forte que ele estava.
-Eu sei! Senti quando segurava minha mão! Você fica bem de barba sabia?
-Não! Eu to louco para te beijar! Você também esta com uma barba.
-Mas fica, bem, pelo menos fica com uma carinha de mau, e quanto ao beijo, deixa eu escovar meus dentes primeiro... Mas e o Lucas?
-Está la fora, com tua mãe! Esta meio em choque ainda, e está com raiva de você! Mesmo assim ele não saiu do seu lado esses dias.
-Ele é como eu! Chato, mas se preocupa! E deve estar mesmo, eu não falei que o pai estava vivo.
-Michel acho ja...Acordou finalmente Fernando! - Ele abriu a porta e olhou fixamente para o Feh, Feh fez o mesmo, senti quando apertou forte minha mão.
-Oi! Tudo bom mano! Eu...
O tapa ecoou pelo quarto, Feh não se mexeu, ficou na mesma posiçao que o impacto lhe impusionara, vi a vermelhidão se apossar de sua bochecha, enquanto eu estava de boca aberta, tentando entender que porra o Lucas falava, era muito rápido.
-Não vai dizer nada!
Depois de uma centelha de palavras que nem eu e entendi ou aconpanhei, Lucas disse esbtavejando, era como o Feh, levantando uma de suas sombracelhas.
-Eu deveria! -Feh falou rispido, como quando um pai chama a atenção do filho - Se você pensa assim tudo bem Lucas, não vou te impedir, não contei sobre ele porque ele estava louco, o que você acha que ele iria fazer, te abraçar e dizer o quanto sentiu nossa falta, ele nunca sentiu Lucas, ia te usar para me machucar, ia machucar você...Agora se você é burro o suficiente para me chamar de puto e me odiar, vá em frente, eu passei os últimos seis anos cuidando de você, me dediquei a te educar, agora me desculpe se eu não fui um bom irmão, não vou te impedir de ir embora, vou achar bom, porque o mesmo pode acontecer se continuar a viver comigo, vá em frente, me chingue dê um tapa no meu rosto, se isso for te fazer bem, eu não ligo, desde que esteja a salvo...
Feh lagrimava, e Lucas estava estático, eu via a vermelhidao em seus olhos, eu não ia deixar acontecer de novo, não ia arriscar perder meu Feh. Que a morte nos separe, mas que ela não venha tão cedo.
-Eu...desculpa, eu não quis ser mal agradecido mano, mas poxa você...- Lucas falava baixo, tentando suprimir as lágrimas, mas nem ele conseguiu, nem mesmo o Feh que é o maior controlador que eu conheço consegue, uma vez que as lágrimas descem, não há como parar.
-Eu o quê Lucas? Você fica fazendo drama porque eu não falei que o pai estava vivo, depois do que ele fez com você, depois do que ele disse, você fica com raiva de mim...
-Eu, desculpa...
-Lucas, vai esfriar essa tua cabeça...Depois tu fala com teu irmão, deixa ele descançar, e pensa bem...Não fala qualquer coisa. - Me intrometi na conversa, Feh fez um leve apertão, Lucas saiu, de cabeça baixa. Mas correu e abraçou Feh forte.
-Nunca mais ouse morrer de novo seu idiota, e a segunda vez que tu faz isso, se tu tentar morrer de novo eu mesmo te mato...-Lucas sorriu e saiu.
Foi meio ilógico o que epe disse mas, ok, irmãos.
-Será que ele vai me odiar para sempre!
-Não, ele não te odeia! So esta na puberdade.
Ambos rimos, a porta se abriu, e uma mulher extremamente bela entrou, era a mãe do Feh, seus cabelos eram pretos e sedosos, seu rosto estava em uma maquiagem leve, e vestia roupas que lhe deixavam um charme de poder, como uma delegada. Sorriu para mim e me abraçou, agradeceu por cuidar do filho dela, me lembro quando ele me apresentou para ela, ela veio de Costa Rica apenas para nos ver.
Deixei os a sos, era mãe e filho, não queria me intrometer, o cheiro de álcool e produto de limpeza era evidente no corredor, respirei fundo, e quando atravessei, o braço daquele médico esbarrou no meu, o fodido tinha se aproveitado do meu Feh.
-Cuidado otário! - Eu disse bravo, pouco me importava se era um hospital.
-Perdão! Eu conheço você? - Aquele cara ainda era cínico? Filho de uma...bitch.
-Conhece, não se faça de tolo Iago, você foi o medico que cuidou do Feh há três anos, e cuidou dele quando ele teve aquela baixa e voce tamben foi o mesmo cara que o agarrou há uns 7 dias , meu nome e Michel, lembre bem, se tocar no MEU Fernando de novo, se olhar para ele ou apenas falar com ele, eu te quebro...agora use esse seu cinismo e aja como se nada tivesse acontecido doutor, porque sou eu quem ele ama...Tenha uma boa tarde.
Sorri para ele depois de o ameaçar, sentei naquela caideira esverdeada, e mexi em meu celular, ele ficou me encarando por uns quinze segundos e depois saiu rápido, otario, se tem medo de mim, nunca serviria para cuidar do que é meu.
...
Ele deixou às flores brancas no túmulo, a lápide era acizentada, talvez fosse granito, o nome dele estava entalhado em baixo relevo e pintado, abaixo a foto dele, uma a qual estavamos os três , eu, Feh e ele.
A grama ainda estava verde , recem posta, o céu estava limpo, e apenas uma nuvem nos pretegia do sol.
"Miguel Tavares Melinni, um bom amigo e irmão!"
Feh leu o que estava escrito e sorriu de canto, levantou e me encarou com seus olhos. Não estavam vermelhos, ou tinha intenção de chorar.
-Já amor! Pensei que estava chorando! - Sorri sem graça, ele me olhou e pôs minha mão em seu rosto.
-Ja chorei demais eu acho! Sempre tão quente! - Acariciei seu rosto e toquei sua orelha gelada, ele não se permitiu chorar.
-Você...fica tão estranho quando é romântico!-Beijei seus lábios e comecei a puxar-lo para fora daquele cemitério estranho com casinhas.
-Idiota! Para de me deixar sem graça! - Ele sorriu, diferente das outras vezes, era um sorriso sincero e envergonhado.
-Eu gosto de te deixar assim! E oras eu sou velho! Você é meu chatinho!
-Vou te deixar em greve de sexo! - Ele correu e entrou no carro, minha beleza estava toda arranhada, corri e puxei ele para sentar ao meu lado.
-Faça isso não, e maldade! - Fez um bico, e mordi seus lábios devagar, ele gemeu um pouco alto, logo fez meu pau endurecer.
-Experimenta tentar!
-Desculpa, me perdoa, beijo de desculpa?
Sua boca tocou de leve, tive que puxar seu corpo mais próximo, sua língua passeava devagar, senti seu gosto adocicado enquanto também descobria lugares novos naquela boquinha morna.
-Calma ai grandão! Se excitar não vai ser nada bom.
-Tu me deixa assim Feh! Quer sentir.-Puxei sua não em direção a minha calça estufada.
-Nope! Dirija!- Ele puxou a mão e deu um sorrisinho sacana, olhou para mim, e apertou o cinto. - Vamos!
-V-vamos!
Era uma surpresa, e para isso tive que enrolar o Feh,, até o horario estar perto das 17:00 horas. Ele ja estava irritante, mas eu não ia falar nada, até porque estragaria a surpresa.
-Porque está me levando para o Fim da Linha?
Era assim que ele chamava a parte daquela região da Classe Alta, a quais os prédios eram totalmente belos e luxuosos, onde havia a praia do rio, feita artificialmente, e adiante o prédio a qual eu estava levando.
-O nome e Ponta Negra Feh! - Sorri para ele, fazendo a curva e entrando no estacionamento abaixo de um dos hoteis.
-Aqui? Eu não quero sair! - Ele me deixou, na primeira parte do estacionamento.
-Feh! Vem logo! Sai desse carro! - Tentava abrir a porta mas ele havia travado.
-Não! Eu to igual a um mendigo e você me traz para esse prédio! Me leva embora, por favor, para casa! - Ele destravou a porta e se encolheu no banco, abri e toquei lhe a face, estava (parecia) pensativo.
-Você não está igual a um mendigo! Vem logo Feh! Por Favor! Vem...-Beijei sle devagar enquanto puxava-o para fora, fechei a porta e travei o carro.
-Hey! Isso é trapaça! - Feh me batia devagar, enquanto eu puxava ele para o elevador do prédio.
Ele estava encolhido no elevador, parecia em pânico, na medida em que avançava Feh ficava mais claustrofobico, apertava minha mão fortemente e repirava desconpassado.
Pronto, finalmente 24° andar, ele relaxou quando o ar entrou em seus pulmões, na parte esquerda estava totalmente rodeada de flores e baloes. O local tinha as pessoas conhecidas, umas 30 pessoas.
-Michel? O que é isso?
-Surpresa, meu chatinho!
Uma faixa estava escrito em azul marinho, "Bem Vindo Feh!" , ele me olhou com os olhos brilhando enquanto as pessoas vinham e o abraçavam, devagar, ainda estava cicatrizando as feridas. Conversou com Lucas, e o que me pareceu foi que deu tudo certo entre eles, abraçaram-se como irmãos...Apesar de tudo eu sinto falta do meu irmão, era louco e tal, mas ele era o que sempre me ajudava a pregar peças nas pessoas quando éramos crianças, a mãe do Feh me deu parabens novamente, enquanto pediu para cuidar dele...Ela sabia, todos sabiam menos ele.
Feh me puxou, não se importando com os outros, e me beijou, um longo e demorado beijo, enquanto eu ouvia aplausos e assobios, Feh me empurrava devagar em busca de oxigenio.
-Por que tudo isso? - Ele me perguntou, olhando profundamente em meus olhos.
-É tudo para você! Aproveita!
-Você vai me deixar ou algo do tipo? Vai voltar para Berna?
-Por que pensa isso? - Perguntei sentindo uma coisa estranha na garganta. Estou mentindo?
-Geralmente, e o acontece quando as pessoas me presenteam, ou elas me deixam, ou simplesmente não querem mais me ver!
Beijei ele da melhor forma que pude, sua linga tocou a minha, enquanto eu o puxava para perto do parapeito.
-Acha mesmo que vou te deixar? Nunca, porque eu te amo! Eu não me imagino mais vivendo sozinho...-Abracei ele por trás, os outros degustavam o pequeno banquete.
-E em casar? Ter filhos? Essas coisas Michel! Eu...você adora crianças, lembro de quando você foi visitar aqueles meninos na ala do hospital com aqueles palhaços!
-Você casaria comigo Feh?
-Porque pergunta? - Ele se virou e ficou me encarando, era engraçado ve-lo olhando para cima.
-Sim ou não? - A pergunta era seria , mas ele parecia não entender.
-Sim! E claro! Se pudessemos!
-Sabe que podemos! Eu quero me casar contigo!
-Eu também, quero me casar com você!
-Você iria comigo para Espanha? Eu e você?
-S-sim ,eu acho! - Ele ficou confuso. Ajeitou uma mecha do cabelo, o vento era forte.
-Feh! Você aceita se casar comigo, morar na Espanha e viver feliz ao meu lado!
Todos ficaram em silencio, se eu não conhece ele, diria que ficara horrorizado, mas ele estava apenas surpreso, longos segundos se passavam, meu joelho ja estava doendo. Por favor não de uma de Alice e saia correndo, por favor! Mas ele apenas sorriu e me puxou, gemendo devagar e me dando um beijo, meio selvagem, a qual eu fiquei sem fôlego.
-Sim!
Assobios e palmas ecoaram , Lucas veio abraçar ele, seguido de sua mãe, e os amigos da faculdade, encostei no parapeito e vi Feh sorrir enquanto conversava com os outros que também parabenizavam, todos sabiam e claro, e todos ali apoiavam. Senti um frio ao meu lado seguido de uma sensação de nostalgia e lembrança.
-Meus parabéns! Não via aquela expressao há tempos! Obrigado mano!
Virei me para olhar, mas não havia ninguem ali, talvez fosse apenas um reflexo, ou miragem, mas eu podia jurar que era Miguel, talvez fosse.
-Hey Feh! A gente viaja hoje a noite!
-O QUÊ? ORA SEU...
Corri enquanto ele me perseguia pela cobertura, parei e o peguei pela cintura beijando de novo e deixando ele vermelho.
-Brincadeira ,seu chato!
-Idiota! - Esse sim era o meu Feh, um Feh que mesmo me chamando de idiota me amava, me deixava louco e agressivo, um Feh que eu estranhava quando era ou tenrava ser romântico, o meu Feh...
-Dessa vez, minha vida ao seu lado será perfeita!
-Ei! Ei que disse isso! Não vale colar Michel! - ele fez bico e sorriu, ainda me olhando nos olhos.
-Eu sei! Mas eu te amo, meu chatinho, fofinho, Feh!
-Eu também te amo Michel, e ja pode tirar essa barba!
-Nem casamos e ja quer mandar em mim...
-Eu mando em você...Michel.fica em pé, viu você esta em pé!
-Eu ja estava em pé antes! Vem cá seu chato! Pirralho...
-Me pegue se for capaz...
-Ora seu...
Ele correram novamente, até cansarem de agir como boboes, ate Michel agarrar o outro e beijar intensamente ao som dos assobios de seu cunhado e sogra, até a noite escurecer, e eles irem felizes em direção ao aeroporto, até finalmente chegarem aonde recomeçariam a ser felizes.
-Hey Michel! O que a gente diz...quando se despede! Tchau e adeus é muito forte.
-Que tal! Até algum dia, a gente se ver por aí...
-Esse é bom! Colou do Miguel. Mas, e isso, até algum dia, quem sabe a gente se encontra de novoFimEntao, fim né, obrigado por todos que leram e acompanharam ate aqui. Bem demorou, maa finalmente acabou, obrigado, por todos que foram legais e votaram, pode.ter ficado vago, mas e esse o fim, bem, e isso, então, até a proxima.