Demorou alguns segundos para que eu pudesse processar a proposta que meu professor e o diretor tinham feito, "Então, você topa, Lucas?", respondi para Lúcio que precisava pensar, apesar de ser inicialmente só por uma semana, era uma grande decisão para tomar. "Olha, tenho uma nova reunião, vou deixar vocês dois conversando. Lucas, pensa bem na oportunidade.", falou o diretor que saiu rapidamente da sala. Lúcio sentou ao meu lado, passando o braço por minhas costas, mesmo sem querer ele ainda me provocava muito, contra minha vontade desejava que ele me puxasse em seus braços. O imaginei me beijando e arrancando minha roupa enquanto eu sentava em cima dele, desabotoando sua camisa e calça, alisando seu pau por cima da cueca. Ele me deixando nu, alisando minha bunda, na minha mente ele já metia seu dedo em mim quando eu tive que voltar a me concentrar.
Ele já notava que havia mexido comigo e se afastou um pouco, mas minha mão instintivamente segurou seu braço, ainda o mantendo perto de mim. "E aí Lucas, o que você tem na cabeça?", ele me perguntou, eu obviamente levei tempo para responder, não queria que ele soubesse do desejo de estar nu em seu colo que me consumia, continuei dizendo que precisava pensar. "Vamos, vai ser só uma semana de início, não é nada sério, se você não gostar, nem durou tanto, é só mais uma experiência para a sua vida", "Acho que você está certo Lúcio, mas me fala mais sobre esse projeto".
O projeto era uma ideia da escola de fazer seus alunos melhorarem no inglês e conhecer mais da cultura do mundo, através de viagens ao exterior, de início, Estados Unidos, e, ao retornar, daríamos aulas aos outros alunos. Na primeira experiência passaríamos uma semana no país, para ver se nos adaptaríamos, e, se o mesmo ocorresse, voltaríamos por mais tempo. Na viagem cada aluno teria um tutor, o professor que o indicou para a experiência, e permaneceria com o mesmo durante todo o período. "Quantos alunos foram chamados?", "Por agora foram 4, Lucas, mas a previsão é para 10 nesse ano, mas não sei se posso te dizer quais são.", disse que tudo bem, apesar de não ter me conformado em não receber a resposta. Decidi aceitar, só pediria permissão aos meus pais para ir, "Você tem passaporte? estamos planejando ir semana que vem, se tudo estiver certo.", disse que sim, estava animado para viajar no fim das contas. Conversamos mais um pouco e Lúcio se retirou, aproveitei para mexer no computador do coordenador.
Depois de alguns minutos procurando achei a lista dos alunos chamados e seus tutores, estávamos eu e Lúcio, uma menina que nunca ouvi falar e minha antiga professora de Química, e as pessoas que eu conhecia, Marcela e a professora de Biologia e, surpreendentemente, Renan e Roger. Aquilo me assustou tanto, me fazendo lembrar do que acabava de ter visto, me fazendo lembrar de que Renan me esperava. Limpei todos os registros de que eu havia mexido no computador e corri até Renan.
Ele olhava sem expressão para a janela, seus dedos iluminados pela luz do sol enquanto seu corpo permanecia na escuridão. "Você sabe... Melhor, você não sabe. Nunca me imaginei fazendo aquilo, sempre escondi de mim mesmo o que eu sempre fui. Até namorei uma menina uma vez, sentia atração por ela, mas a verdade, a verdade mesmo, é que eu sou gay, mas nunca conseguiria suportar isso. Não tem como eu falar isso para meus pais, minha família, para ninguém.", ouvir isso partiu o meu coração e o que piorou é que ele não demonstrava a mínima emoção com isso, era como se seu rosto estivesse congelado numa expressão morta. "Você falou para mim", a única coisa que eu consegui pensar para tentar animá-lo, "Você descobriu, nunca te falei nada Lucas. Não queria que ninguém descobrisse, NINGUÉM, ainda mais daquele jeito, POR QUE VOCÊ ABRIU A PORTA? POR QUE VOCÊ ESTAVA LÁ?", ele começava a oscilar entre gritos e vozes baixas, e terminou com um choro, me abraçando e pedindo desculpas, "Você me salvou, Lucas. Aposto que teria sido bem pior se ele tivesse continuado, e eu aqui reclamando como um idiota,", "Tudo bem, Renan, não se preocupa com isso, mas eu estou morrendo de fome, vamos para minha casa comer."
Aquela situação estava muito desconfortável para mim e eu estava realmente morrendo de fome. No caminho Renan me pediu para não falar nada para Rafael por enquanto, já estava ficando acostumado em esconder as coisas dele, já que escondi Lúcio até aquele momento. Passamos o dia conversando e meu irmão estranhava a tristeza de Renan. Falei que ele iria dormir com a gente, já que achei que ele não tinha condições de voltar para casa.
Meu irmão estava quase ligando para a pizzaria quando Renan abriu a boca, "Rafael, eu sou gay", meu olhou para ele e não demonstrou reação, "Vão querer pizza de que?", vi o rosto de Renan se tornar um pouco assustado e nervoso, "Eu disse que sou GAY, você me ouviu?!!", ele gritou com lágrimas caindo do seu rosto. O que se seguiu me surpreendeu muito.