Parte 1 – Um amor Possível – Narrado por Danilo
O Que É, O Que É? (Gonzaguinha)
Eu fico com a pureza da resposta das crianças
É a vida, é bonita. E é bonita...
Viver! E não ter a vergonha de ser feliz
Cantar e cantar e cantar
A beleza de ser um eterno aprendiz...
Ah meu Deus!
Eu sei, eu sei que a vida devia ser bem melhor e será
Mas isso não impede que eu repita
É bonita, é bonita . É bonita...
E a vida! E a vida o que é? Diga lá, meu irmão
Ela é a batida, de um coração
Ela é uma doce ilusão. Hê! Hô!...
E a vida
Ela é maravilha ou é sofrimento?
Ela é alegria ou lamento?
O que é? O que é? Meu irmão...
Há quem fale que a vida da gente é um nada no mundo
É uma gota, é um tempo, que nem dá um segundo...
Há quem fale que é um divino mistério profundo.
É o sopro do criador numa atitude repleta de amor...
Você diz que é luta e prazer
Ele diz que a vida é viver
Ela diz que melhor é morrer
Pois amada não é e o verbo é sofrer...
Eu só sei que confio na moça
E na moça eu ponho a força da fé
Somos nós que fazemos a vida como der, ou puder, ou quiser...
Sempre desejada, por mais que esteja errada
Ninguém quer a morte, só saúde e sorte...
E a pergunta roda
E a cabeça agita
Eu fico com a pureza da resposta das crianças
É a vida, é bonita. E é bonita...
http://letras.mus.br/gonzaguinha/Pra mim sempre de manhã é outro dia e eu agradeço a Deus por estar vivo. Meu dia começou bem, apesar de que na noite anterior eu afoguei minhas mágoas numa jarra de caipirinha, mas fossa pra mim só dura uma noite, afinal a vida é curta demais pra gente perder tempo chorando. Acordei de bom humor e já pensando como faria para paquerar algum gatinho pra satisfazer minha tara. Na verdade não precisava ser bonito, tinha apenas que ser gostoso, pois nem sou muito exigente. Transar faz um bem danado e ajuda a levantar o astral..
Fui pegar minha deliciosa amiga em sua casa e disparamos pra faculdade. Ela sempre reclamando “Devagar Dani pinguço, quer me matar de susto?”. Eu apenas ria e dizia “você já devia estar acostumada, sabes que eu adoro uma adrenalina”. Ela rebatia “É, mas não precisa me matar de susto”.
Eu e Pati chegamos cedo, mas ela entrou logo pra sala, pois iria apresentar um seminário, eu fiquei na espreita, pra ver se aparecia alguém interessante. Lembram do Nerd lindinho que eu paquerei um dia deses? Pois bem, ele estava mais lindinho ainda e eu que não sou santo, fui à caça. Ele entrou no banheiro e eu entrei junto “Como é seu nome menino bonito?”.
“Meu nome é Vicente. Mas você tem certeza que está falando comigo?”. Ele se atrapalhava nas palavras.
Eu sou muito caçador quando eu quero e já fui seduzindo o bofe “Bem, só estamos nós dois aqui, como eu não tenho costume de falar sozinho, só posso estar falando com você”. Falei tirando graça e já olhando fixo em seus olhos. Ele fez um ar de riso e disse “é que você é o cara mais bonito do campus, acho impossível que você esteja me olhando”.
Eu nem me dei ao trabalho de responder, já fui o levando para uma cabine. O abracei e coloquei minha língua na sua. Ficamos nos pegando, quando a gente ouve um barulho, como se alguém estivesse batendo na porta. Ficamos parados, ele saiu nervoso, mas marquei com ele na hora do intervalo, dava pra ver que ele não tinha muita experiência e eu sou um ótimo professor.
Não sabia, mas quem estava lá me observando há algum tempo era Wander, que ficou puto com a cena que presenciou, ele que esmurrou a porta do banheiro e saiu cuspindo fogo “Eu ainda irei acabar com a tua vida, Tangerina galinha”.
A aula foi normal e eu estava já ficando em lua de mel com o Professor Olavo. Mas não saia da minha cabeça o encontro com o Vicente, eu fiquei com muito tesão nele, que era loirinho, cheiinho, usava óculos e roupa folgada. Consegui me concentrar na aula com muito custo e quando deu o intervalo sai em disparada pro vestiário, com o tesão a mil.
Patrícia quis puxar assunto, mas eu despistei “peraí gata, que eu vou fazer um bofe lá no banheiro”, saí correndo e ela ainda disparou “cuidado seu louco”. Eu voltei para ela e mostrei três cartelas de camisinha, que só fez balançar negativamente à cabeça, rindo da minha palhaçada.
Ao chegar ele já estava lá e bem trêmulo, eu o puxei e fomos para a cabine reservada aos deficientes, claro que isso não foi nada bonito da minha parte, mas como não havia ninguém com dificuldade de locomoção e eu com o tesão a mil, fiz o bofinho.
O banheiro ainda estava vazio. Ficamos algum tempo só no amasso. Logo que tranquei a porta, ele trêmulo já foi abrindo minha calça e abaixando-a. Meu pau já estava duro e ele foi logo colocando na boca. Ele mesmo nervoso fez o melhor boquete que eu já recebi até agora... Ele deixou meu pau duraço, com meus 19cm, fiquei maravilhado, pois ele se concentrou na cabecinha, sugando fortemente e dando leves mordidas. Nunca imaginei que um menino nerd e de 18 anos pudesse me proporcionar tanto prazer com a boca. Eu o puxei e tirei sua roupa. Ele estava suadinho e eu fui sorvendo aquele líquido que escorria do seu peito. Parei e dei muita mordida em seus mamilos. Ele se contorcia, fechava os olhos. Eu tirei seus óculos e coloquei em um canto. Ele tinha os olhos verdes e brilhantes, talvez pelo tesão.
Eu tirei sua calça e pude perceber um corpo todo cheinho, mas sem exageros e isso aumentou meu tesão. Começamos a nos beijar e foi impossível não fazermos zoada. Ele começou a me lamber todo, começando pelo pescoço, braços, peitos, voltando a se concentrar no meu pau. Eu pirei quando ele começou a dar uma mordidinha no meu saco. Apertava com seus lábios a cabeça do meu pau que já estava vermelha, depois ele enfiou minha rola toda na sua boca. Eu estava sentindo muito tesão e comecei a gemer forte, mesmo estando em um um lugar público.
Ele continuou chupando devagarinho mas bem gostoso. Ele chupou meu saco. Ficou uns minutos só no boquete. Depois ele levantou e baixou de vez sua calça. Eu comecei a chupá-lo, chupei muito seu pau, que babava muito e eu chupava tudo enquanto ele delirava. O virei de costas e dei um trato em seu anelzinho, que estava limpinho e dava pra ver que era bem apertadinho. Então eu sentei no vaso, coloquei um preservativo e fiz sinal, ele começou a cuspir no meu pau, deixou bem lubrificado e sentou.
Foi uma sensação maravilhosa, pois meu pau foi apertado por aquele cuzinho e eu vibrei. Ele começou uma cavalgava numa suavidade que me deixava com um tesão alucinante. Voltamos a gemer. Ele continuou cavalgando, agora com uma rapidez impressionante e eu já estava quase gozando, quando o levantei e o joguei contra a parede da cabine e meti com força, chegando a fazê-lo lacrimejar e urrar de dor e prazer. O nerd safado começou a pedir "mais forte, mete com força, arromba o cu do teu putinho".
Aí eu pirei de vez e fui realmente metendo com força quando senti que ia gozar e falei “ai, eu tô quase gozando”. O safadinho saiu rapidamente e começou a me sorver com uma incrível maestria, enquanto eu gemia e falava. " Vou gozar, vou gozar" Ele pediu " goza, gostoso, me dá tua porra, lambuza minha cara com seu leite" E ele continuava chupando quando gozei. Gozei na boca e na cara dele, que se deliciava batendo uma punheta frenética.
A porra começou a escorrer pela boca e ele gemendo forte, soltou jatos de porra, que melou um pouco minha perna. Ele cuspiu meu gozo no vazo sanitário. Ficamos mais um tempinho nos limpando, nos beijando e nos acariciando. Ele pediu pra ir primeiro e disse que eu era maravilhoso, que depois queria me conhecer melhor.
Eu também adorei o Vicente, mas o achava muito novinho, mas claro que queria sua amizade e quem sabe outras transas. Ele foi embora, eu me refiz mais um pouco. Quando eu abro a porta da cabine, quem eu vejo? Ele mesmo, Wander, que me olhava com fúria.
Parecia que queria pular em meu pescoço, ou talvez me encher de porrada. Estava claro que ele tinha sacado a foda com o garoto. Ele sendo tão preconceituoso deve ter desenvolvido uma homofobia grande e como eu era absolutamente assumido, mesmo sendo másculo, devia causar fúria nele. Eu não deixei de encará-lo, deu vontade de perguntar se ele tinha perdido um macho parecido comigo, mas, se eu fizesse isso seria porrada na certa e eu queria evitar isso, especialmente por causa do meu mestre Olavo Villaverde.
Preferi ignorá-lo. Lavei o rosto e saí de lá rapidamente, mas não sei o porquê, tive a sensação que o energúmeno estava com muita raiva. Eu resolvi deixar pra lá e voltei pra aula. Logo no final eu fiquei esperando Patrícia, mas fui surpreendido por uma mão masculina chegando por trás e fechando meus olhos. Eu passei meu dedo por elas e percebi poucos pelos “bem, meu amigo Matheus não é, pois ele tem as mãos peludas. Será o meu sonho de consumo chamado Bantô?”.
“Olha que eu acredito em Danilo!”. Ele falou tirando as mãos de meus olhos e sorrindo, com aqueles dentes que pareciam um teclado de piano, no mesmo instante em que eu virada para vê-lo. Ele é um homem lindo, um 'deus de ébano”.
Preciso apresentar Gilson Bantô: ele é um homem interessantíssimo, negro, 1,85, 90 kl, forte e malhado, cabelos cortados no número 1. Ótimo professor e capoeirista. Tem 28 anos. Olhos amendoados e cor de mel. Ele é professor do curso de Educação Física e faz mestrado. Formamos uma grande amizade e pra quem estiver curioso, sim, já ficamos. Mas ele me escondeu que estava noivo e quando eu descobri preferi cultivar só uma grande amizade, embora ele sempre me deu tesão, pois minha filosofia é “longe de bissexuais e gente comprometida”. Mas meu maior sentimento por ele é a admiração por seu caráter e sua dedicação à comunidade.
“Bantô! Quando foi que você chegou do Rio de Janeiro?”. E fomos engatando uma conversa.
“Cheguei ontem Danilo e trago grande novidades pra gente. Eu tenho umas ideias na cabeça, mas preciso de tua ajuda. Topas vir comigo hoje de tarde à comunidade?”. Ele se referia ao bairro Zumbi dos Palmares, comunidade periférica, onde ele fazia um trabalho voluntário com adolescentes em situação de risco.
“Claro Gilson, vamos sim, hoje tenho a tarde livre e estou curiosíssimo”.
Fomos para o bairro Zumbi dos Palmares, que não ficava muito distante da universidade. Ao chegarmos vi um monte de adolescente se aproximando e recepcionando o mestre. Ele me apresentou tudo e eu fiquei simplesmente encantado com tudo o que eu vi.
Era um espaço bem aberto, um terreno com uma área grande e sem luxo algum, mas havia muito verde e bastante limpeza. Era uma espécie de barracão, sendo que era de dois andares. Havia uma sala das mulheres, onde as mesmas praticavam artesanato de todos os tipos. Havia um espaço maior para teatro, dança e capoeira, claro que em dias diferentes. Outro espaço para informática e inclusão digital.
Ao redor do barracão pude perceber casas bem simples, algumas de madeiras outras de alvenarias. Muita gente na rua e todo mundo interagia: crianças, jovens, adultos e idosos. Uma bagunça bem organizada. Mas o que me deixou mais encantado era ver como as pessoas amavam Bantô, ele era uma espécie de ídolo de todos, pois mesmo sendo de uma família pobre, estudou e se tornou professor universitário, mas sem perder as raízes.
Ele me apresentou a todos e as pessoas foram super simpáticas comigo. Não tem jeito, eu sou um cara do povo. Ele então levou-me para uma sala menor e foi me explicando “Então Dani, eu trouxe você aqui pois consegui um financiamento pra gente trabalhar com saúde preventiva. Esse projeto tem a tua cara e queria muito que você assumisse, claro, você será remunerado, uma grana básica, não é muito mas é boa”.
“Gilson você sabe que dinheiro não é problema. Explica melhor e a gente conversa, meu tempo é corrido, mas eu quero contribuir e iremos fazer muita coisa boa juntos”.
E ele foi me explicando que a ideia era trabalhar com os jovens e adolescente sobre saúde preventiva, desde o uso da camisinha, até alimentação, esporte, prevenção contra drogas, dentre outras coisas. Precisaríamos também chegar aos pais e que todos os voluntários teriam um objetivo comum, que era melhorar a autoestima e qualidade de vida dos moradores.
Eu fiquei completamente encantado com com a proposta e topei na hora, prometendo ver como a universidade poderia contribuir diretamente com isso. Já pensava no apoio do meu guru Olavo.
Ao nos despedirmos percebi muita atenção das pessoas e confiança que todos tinham em Bantô e isso me deixou ainda mais impressionado. Ao sair ele puxou minha mão e disse “Estou muito feliz que você gostou do projeto Dani. Você é maravilhoso. Eu sonho um dia em ter uma chance com você”.
Eu suspirei fundo “Maravilhoso é você Bantô, em todos os sentidos, mas nós não temos chances juntos como namorados. Você é noivo e eu não tenho vocação para ser o fura-olho de ninguém, muito menos ser o outro. Mas a minha amizade, ah, a amizade, meu carinho e o meu respeito você tem”.
Ele deu um sorriso triste e fez que sim com a cabeça. Eu não contei conversa, já fui correndo pra minha moto, pois senti que o clima com Gilson havia esquentado bastante e antes que eu caísse em tentação, preferi abrir no trecho. Parado em frente ao semáforo eu sinto de novo o celular vibrar e a mensagem misteriosa “Não fuja de mim meu amor. Danilo você ainda será meu...”.
Eu não continuei a leitura, apenas apaguei a maldita mensagem e voltei a pensar no Gilson, não pude deixar de ficar encantado com aquele homem maravilhoso, mas mesmo eu, que não sou nenhum santo, tenho meus valores. Pensei no estranho do quarto escuro “poxa, nem pra ele ser o Bantô e ser solteiro, aí sim eu casaria novamente”, claro que eu sabia que não era o Gilson, pois ele tinha acabado de chegar de viagem “Será Gilson? Será que você é o homem da minha vida?”. Esbocei um sorriso e saí em velocidade, experimentando a doçura do encantamento por um homem de verdade e aquela maravilhosa sensação de liberdade... Continua
Viver! E não ter a vergonha de ser feliz
Cantar e cantar e cantar
A beleza de ser um eterno aprendiz...
Ah meu Deus!
Eu sei, eu sei que a vida devia ser bem melhor e será
Mas isso não impede que eu repita
É bonita, é bonita . É bonita...
Parte 2 – Explode Coração – Narrado por Wander
Explode Coração (Gonzaguinha)
Chega de tentar dissimular e disfarçar e esconder
O que não dá mais pra ocultar e eu não posso mais calar
Já que o brilho desse olhar foi traidor
E entregou o que você tentou conter
O que você não quis desabafar e me cortou
Chega de temer, chorar, sofrer, sorrir, se dar
E se perder e se achar e tudo aquilo que é viver
Eu quero mais é me abrir e que essa vida entre assim
Como se fosse o sol desvirginando a madrugada
Quero sentir a dor desta manhã
Nascendo, rompendo, rasgando, tomando, meu corpo e então eu
Chorando, sofrendo, gostando, adorando, gritando
Feito louco, alucinado e criança
Sentindo o meu amor se derramando
Não dá mais pra segurar, explode coração...
http://letras.mus.br/gonzaguinha/46274/
Aquele dia eu acordei com uma ideia genial. Eu iria investir em Deborah. Eu ouvi dizer que ela estava namorando, mas isso não importava. Eu iria botar pra cima e tentar casar com ela o mais rápido possível. Ela era filha de um importante político do Amazonas, com muita influência no meio empresarial e judiciário. Sim, ela seria minha galinha (literalmente) dos ovos de ouro.
Deborah era uma garota fútil e carente. Eu só precisava chegar junto e aos poucos usar minha sedução. Sabia que ela se amarrava em meu corpo desde a adolescência e modéstia a parte eu sabia usá-lo muito bem com as mulheres, e ela já havia me experimentado muitas vezes.
Naquele dia eu e meu irmão fomos cedo pra faculdade. Nos despedimos ao chegarmos e eu fiquei esperando pra ver se via Deborah, pretendia começar meu plano logo. Mas pra minha surpresa eu vejo o Tangerina encostado numa coluna e espreitando os caras com cara de safado. Ele se aproximou de um gordinho que usava óculos, conversaram e foram para o vestiário. Não sei por que, mas eu fiquei curioso e fui atrás deles.
Ao chegar no vestiário percebi uns gemidos e amassos. Aquilo me deu nos nervos e escutei sons de beijos. Fiquei enfurecido com o descaramento do safado do Tangerina e pra acabar com a farra eu dei um soco forte na porta do banheiro e saí em disparada. Fiquei escondido e olhando, percebi que instantes depois eles saíram, portanto, não deu tempo de fazerem nada. Ponto pra mim, que consegui atrapalhar aquele filho da puta. Fui pra aula contente, mas com a ideia de que eles iriam continuar no intervalo o que tinham começado.
Dito e feito. Fiquei na espera e os dois safados foram direto pro vestiário, dessa vez, foram pra um mais distante e eu sabia que lá rolava pegação. Com certeza aquele safado já tinha feito outras vezes. Eu fui atrás e percebi que eles estavam no lugar onde era reservado pra pessoas portadoras de deficiências . Eles começaram a gemer e a falar baixinho. Foi dando-me uma sensação estranha, de raiva, ciúme, nojo, indignação. Eu comecei a ficar possesso, minha cabeça rodava de ciúmes.
Não estava acreditando que eu me estava me preocupando com uma foda daquele puto do Tangerina. A raiva começou a subir na minha cabeça, uma sensação terrível como se tivesse sendo traído. Eles gemiam, fazia barulho de beijos e até mesmo de foda. Eu resolvi ficar ali e deixar claro pra ele que eu sabia de todas as safadezas dele.
Eles demoraram pra caramba, mas eu permaneci lá, até que eles saíram. O garoto ficou todo desconfiado quando me viu, já o safado do Danilo me encarou com uma segurança no olhar que me deixou ainda mais puto. Tive vontade de voar no pescoço dele e dar muito na cara daquele viado, mas acabou que eu não fiz nada. Ele saiu altivo, eu fui em seguida muito puto e com muita vontade de matar aquele canalha e eu comecei a pensar em vingança, não sei de que, pois ele não tinha feito nada pra mim, mas a verdade era que eu estava louco de ciúmes.
Depois da aula eu encontrei meu irmão e já saí correndo de lá, até me esqueci do plano com a Deborah. Não queria olhar pra cara do Danilo. À tarde só pensava em encontrar meus padrinhos e eu fui pra casa deles. Ao chegar lá Dona Jurema, minha madrinha foi logo me agarrando e dando-me mil beijos no rosto e dizendo “filho você está mais lindo do que nunca, eu estava com tanta saudades de você”.
Meu padrinho ainda não havia chegado e fiquei conversando com minha segunda mãe. Eu tinha muito carinho pela Madrinha Jurema, pois diferentemente do Olavo, sei que ela preferia a mim ao Danilo. Ela me contou várias coisas e não sei por que, ela deu ênfase no casamento do sobrinho dela com outro rapaz e como eles tinham construído uma linda família.
Falamos de muitas coisas e ela estava a par da situação precária que minha família se encontrava. Minha madrinha prometeu me apoiar e falar com Olavo pra ele ser mais generoso comigo, que se eu precisasse de emprego ela falaria com seu sobrinho pra eu trabalhar com ele numa construtora, eu mudei o rumo da conversa, pois trabalhar não fazia parte dos meus planos. Algum tempo depois chegou Olavo que disse “Muito bem Wanderley, vieste na hora exata e pontualidade é uma qualidade que eu aprecio muito”.
Que nada, eu queria era agradá-lo pra conseguir mais dinheiro. Falamos um pouco e ouvimos a campainha tocar, sendo atendida por uma moça que trabalhava na casa. Então ela entrou e eu reconheci aquele rosto que eu não via há muito tempo, era ela, Dona Mayara, a linda mãe de Danilo. Ela cumprimentou a todos e foi muitíssimo bem recepcionada por Jurema, com aqueles beijos no rosto que as mulheres educadas costumam dar uma na outra.
“Olavo, desculpe eu vir sem avisar, mas eu liguei pro hospital e disseram que você tinha vindo pra casa, eu tomei a liberdade de vir. É muito importante. Gostaria que você participasse também Jurema”. Ela falava num tom imperativo e ao mesmo tempo como se tivesse pedindo um favor.
“Desculpe Mayara, mas eu marquei com meu afilhado e hoje vamos falar sobre coisas muito importantes”, falou meu padrinho.
Eu tentei contornar “Tudo bem padrinho eu posso esperar, pode falar com Dona Mayara”. Ela esboçou um sorriso e disse “Ótimo. Que rapaz educado! Como vai Wandeley?”.
Eu a cumprimentei também e nunca imaginaria que ela me reconheceria e muito menos que ainda lembraria meu nome. Meus padrinhos foram com a mulher para a biblioteca e demoraram um bocado...
______________________________________________________________________________________________
A Conversa com Mayara, Olavo e Jurema – Narração do autor
Eles entraram os três e fizeram uns instantes de silêncio. O clima estava tenso entre os três. Eles continuaram em pé e Mayara foi disparando “eu vou ser direta, sem rodeios, eu vim aqui por que vocês precisam me ajudar a convencer Danilo a voltar pra casa e a trabalhar comigo na empresa”.
Jurema falou “Mayara, penso que esse assunto não é nosso. Você tem que tratar isso diretamente com seu filho e não conosco”.
Ela falava de maneira muito séria “E você acha que eu não tentei Jurema? Eu tentei várias vezes, mas ele está enfeitiçado pela ideologia socialista, quer mudar o mundo, como se isso fosse possível”.
Olavo iniciou sua fala “Você me desculpe Myara, mas creio que você deve respeitar seu filho, suas convicções, sua maneira de ver o mundo. Ele é um jovem muito especial”.
“Não me venha com essa conversa Olavo. Vocês me devem isso. Foi você e o pai dele que colocaram essas ideias revolucionárias na cabeça do meu filho”.
O clima esquentou e os ânimos também. Olavo alterou a voz “Dá pra ver que você não conhece o filho que tem. Ele sempre foi assim. Ele tem personalidade, tem ideias e ideais próprios. Você melhor do que ninguém deveria saber que ele não é um maria-vai-com-as-outras, o Danilo não é um pau-mandado”.
“Se isso fosse verdade ele não teria caído no conto do vigário daquele traste com quem ele foi casado. O que que aconteceu com ele? Ficou e continua na miséria. Ele é sim, muito bobo”.
E Olavo ponderou “Mayara isso poderia ter acontecido com qualquer pessoa, inclusive com o meu amigo Daniel. O Danilo só era um garoto, mas ao contrário do que você esperava, ele deu a volta por cima, tomou sua vida nas mãos e vive muito bem por sinal”.
Ela gritou “na miséria, como um 'zé-ninguém'. E não adianta você querer jogar na minha cara meu casamento. Se não fosse por mim essa família já teria se desfeito. Mas eu não vim aqui discutir com você Olavo. Eu vim aqui exigir que você me ajude a convencer o Danilo a voltar pra casa. Você me deve isso, já que o Daniel morreu. E eu quero isso pra ontem e eu sei que ele te ouve”.
Olavo suspirou e falou “Eu até andei conversando com o Danilo. Tentei fazer isso, não por você, mas por ele. Pra não ter que levar uma vida tão sacrificada. Mas quer saber? Agora eu acho que ele deve é ficar bem longe de você, dessa sua visão egoísta. Seu filho é muito melhor que nós todos juntos e no que depender de mim, ele não vai se corromper”.
Ela olhou pros dois e falou “muito bem, Seu Olavo Villaverde e Dona Jurema, mesmo sem a ajuda de vocês eu irei ter meu filho de volta. E espero que vocês saibam que essa história não acaba por aqui. Vocês ainda irão pagar caro por terem roubado meu filho de mim”.
Jurema respondeu “sinto muito Mayara, mas foi você mesma que afastou seu filho de você. Não coloque a culpa nos outros por não conseguir transmitir seu amor de mãe”.
“Você se acha melhor mãe, melhor esposa e melhor mulher do que eu não é Jurema? Mas a verdade é que você não passa de uma dona de casa, eu não, eu sou uma mulher de sucesso”. Ela tentava jogar na cara da outra, que tinha uma vida bem simples.
Mas Jurema respondeu à altura “O sucesso está na felicidade minha querida. E neste quesito, você é um verdadeiro fracasso. Eu sou uma dona de casa com muito orgulho, sei dar amor pro meu marido, meus filhos, netos e noras e sou muito amada por toda a minha família. Eu sou um sucesso e não você”.
Mayara saiu cuspindo fogo. Passou pela sala como um raio, nem cumprimentou Wander, que sentiu o clima tenso.
_______________________________________________________________________________
Retomada da Narrativa de Wander
“Caramba, o que aconteceu aqui? A mulher saiu cuspindo fogo pela boca”. Falei tentando tirar graça.
“Não foi nada não Wanderley, tem gente que acha que pode mandar nos outros e quando é contrariada fica assim, ensandecida. Mas vamos lá filho, agora a conversa será entre nós”.
Meu padrinho me chamou pra biblioteca e começou sua proposta: eu deveria continuar a faculdade, ele bancaria meu transporte, livros e mais um salário por mês. Eu deveria conciliar faculdade e um estágio que ele já havia arrumado num escritório jurídico. Deveria ter boas notas e no final do ano ele sempre me daria uma grana a mais, pras despesas natalinas. Falou que eu deveria também ajudar nas despesas de casa e convencer a minha mãe a trabalhar e mudarmos pra um lugar menor. Ele até sugeriu falar com o sobrinho dele pra ver se poderia fazer um preço acessível, num aluguel de um apartamento de dois quartos.
Resumindo: teria que trabalhar e estuda e viver como assalariado. Ele custearia apenas minha educação. Confesso que mesmo esperando por isso fiquei decepcionado. “Poxa ele é meu padrinho e é rico, poderia muito bem me bancar com um conforto. Mas eu sabia por que ele estava fazendo isso. Ele queria me colocar no mesmo patamar do Danilo”, que eu soube que havia saído de casa e vivia uma vida muito simples.
Eu cheguei a questionar “Então eu e minha família teremos que viver como pobres? O senhor não vai fazer nada além de me dar uma pequena ajuda? O Senhor era o melhor amigo do meu pai”.
“Isso mesmo Wanderley. E não fique com essa cara de poucos amigos, por que eu não irei mudar de ideia. Você vai viver com a sua nova realidade. Vai andar de ônibus, trabalhar e estudar, viver uma vida bem simples, como faz a maioria do povo brasileiro”.
“Sabe o que eu não entendo? Por que o senhor está me castigando?”.
Ele fez um ar de riso e disse “Eu não estou castigando você. Só estou mostrando que você precisa amadurecer, assumir sua nova condição de vida. É claro que se houver alguma coisa urgente eu estarei aqui pra te ajudar, mas você não será mais um 'boa-vida'. Você terá que batalhar pra conquistar suas coisas, assim como...”
“Assim como o Danilo não é? Ele é sempre será referência na sua vida não é mesmo?. Pois bem, eu aceito. Até por que eu não tenho opção, mas saiba que eu estou muito decepcionado, esperava que o senhor me amparasse como um pai”.
“Não me venha com chantagem emocional Wanderley, pois comigo isso não funciona. Eu sei que você vai se sair bem, só precisa se adaptar. Saiba que eu amo você muito meu filho e isso é uma oportunidade pra você mudar”.
“Eu sei que o senhor gosta mais do Danilo do que de mim. Tudo bem eu ainda vou dar a volta por cima. Você vai ver seu Olavo. Mas por enquanto, eu vou embora, de ônibus, pra começar logo minha adaptação”. Falei com um sarcasmo que eu mesmo achei um exagero.
Eu sai sem abraçar meu padrinho, muito puto. Beijei minha madrinha e prometi voltar pra vê-la. Minha cabeça rodopiava e eu tinha uma sensação de profundo abandono. Não conseguia ver coerência no que meu padrinho estava fazendo.
Quando ia à pé, qual foi minha surpresa? Dona Mayara parou o carro e disse “Oi Wanderley, parece que não conseguimos atingir nossos objetivos hoje, mas juntos, poderemos dar a volta por cima, entre no carro, que agora eu é que preciso falar com você”... Continua
Nascendo, rompendo, rasgando, tomando, meu corpo e então eu
Chorando, sofrendo, gostando, adorando, gritando
Feito louco, alucinado e criança
Sentindo o meu amor se derramando
Não dá mais pra segurar, explode coração.
Dialogando com o Manu!!!!!
Mais um capítulo feito especialmente para vocês meu amores e espero que gostem!!!! Não me deixem só!!! Kkkkkk.
Lipe31: meu querido, não precisa pedir perdão. Eu sei que nossa vida é corrida, mas devo dizer que fiquei mega feliz com teu comentário. Wander é uma pessoa que ainda causará muitas reações, mas confesso que eu o adoro. Ele divide opiniões por seu caráter. Danilo já é o oposto. Você tem razão, o conto está só começando.
Jhoen Jhol : estava sentindo sua falta meu príncipe. O Dan é uma pessoa especial e isso causa frisson nas pessoas. Tem alguém realmente louco/a por ele na história. Descobriremos na reta final. Obrigado pelo carinho. Você é um leitor maravilhoso. Ah, e seja bem vindo sempre!!!!
Dericky: só tenho uma coisa a dizer: Valeu pelo carinho gato...
Otilia Sabrina: Voltei pra vocês. Estava sentindo tua falta. Manda um abraço pro teu amigo. Se quiseres dizer o nome dele eu mandarei por aqui meu abraço pra ele. Também estou feliz por ter conseguido voltar. Um beijo querida!!!!
Sonhadora19 : minha linda você é muito sensível e já começa a intuir algumas coisas. Só posso dizer que tudo está conectado. Todos os detalhes estão conectados no romance, minha língua coça de vontade de contar, mas não posso, pois quero guardar um pouco de surpresa.
Rafael Guimarães: lindão, prometo sempre mantar um padrão de postagem. Um beijo pra você gato.
Marcos Botelho: seja bem vindo querido. Que bom que está gostando do texto. Quanto à editora, vou pensar no assunto. Já tenho os direitos autorais, depois a gente vê o que faz. Eu tenho muito romance pra contar, mas não tenho muito tempo pra escrever. Valeu pelo carinho amado.
D.D.D.: a história é maravilhosa, mas isso acontece por que há escritores e leitores maravilhosos como você. Quero te ver escrevendo de novo ein? E me fala, que eu gosto de prestigiar.
Edu19>Edu15: Oi gatinhos: saibam que o Danilo vai ser muito feliz, pois ele merece e tem verdadeira vocação pra isso. Um beijo amores!!!
Lando32: Amore sei que você gosta do Derley e confesso que fiquei surpreso com isso. Te amo, um beijo!!!!
Fabi26: brigado pelo carinho gata. Espero conseguir manter esse padrão até o final. Um beijo!!!!
Geo Mateus: a mãe de Danilo é uma pessoa bem difícil não é mesmo? Só dou uma dica, ela tem motivos pra ser assim. Mas será que esses motivos justificam? Saberemos no decorrer da história.
Thiago Silva: realmente o Dani sofreu muito, mas como percebes ele é bem forte. Não se preocupe, ele ainda será muito feliz. Você é que é um foto e obrigado pelo carinho.
Gordo1979: valeu pelo incentivo amigo. Espero que continue gostando.
Alhambrafb: você ficou indignado né? Kkkk. Isso é ótimo, a gente não pode perder a capacidade de se indignar com a injustiça. Sobre o Marlon, é muita pretensão dele achar que o Danilo ainda ficará esperando por ele né? Ou será que as palavras dele foi só enrolação? Veremos em breve. Também odeio pessoas manipuladoras e que prejudicam os outros e infelizmente tem gente assim no mundo.
Agradeço a todos e todas pelo carinho e por acompanharem esse modesto trabalho. Meu único objetivo é contribuir pro romantismo, pois sem ele o mundo perde a graça.
Fiquem todos e todas com Deus, meus amados e amadas!!!! Até breve