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― Foi meu... pai ―começou Paulo, passando a mão no nariz, ele olhava fixo para o chão. E se iria contar isso para alguém teria que ser a pessoa que mais amo nessa vida. Ele meditou um pouco e voltou a falar. ― Eu estava tomando banho, iria ver você, depois que me disse que seus pais estavam brigando, imaginei que queria alguém para conversar ― Diego sorriu. ― No meio do banho ele entrou sem avisar... estava bêbado... e começou a dizer coisas... ― a voz de Paulo sumiu e o choro tomou conta.
― Continue, vai se sentir melhor depois de contar ― disse Diego o incentivando.
― Ele achou que seria legal comer o rabo do filho já que nenhuma vadia quer dar para ele. Eu tentei lutar, mas ia matar meu pai? Não sou como ele ― Paulo deslizou o dedo sobre as marcas do espancamento, com as lagrimas caindo sem parar. Diego viu que mais em baixo havia uma marca enorme e mais roxa que todas. ― Foi nojento sentir meu pai dentro de mim, não foi como você...
Diego novamente abraçou o primo que parou de chorar por alguns segundos. Paulo não suportava lembrar que o pai o estuprou dentro do banheiro. Enquanto ele tomava seu banho seu pai simplesmente chegou de um bar querendo transar já que a mãe de Paulo não estava na casa, ele procurou o filho. Uma das frases que Paulo refletiu durante a noite foi quando seu pai colocou o pau para fora e disse ― você não é viado? Então dá esse cu para mim seu muleque desgraçado ― essas palavras feriram Paulo mais que tudo. Ele se afastou de Diego.
― Nunca mais quero voltar para aquela casa ― depois voltou a abraçar o primo.
Diego se levantou e deitou Paulo em sua cama e, estendeu um cobertor sobre o corpo de Paulo. Após apagar a luz Diego foi para a sala contar para os pais que o primo estava em seu quarto. Bom, pelo menos contar a mãe.
― E ele vai dormi aqui hoje ― disse ele, finalmente depois de acordar a mãe que dormia no sofá.
― E seu pai ele não chegou? ― ela perguntou com ódio nos olhos. Olivia já estava farta da ausência do marido em casa.
― Não senhora, ainda não, eu vou para a cama e vou fechar a porta para ele não acordar o Paulo quando chegar ― disse Diego sem pensar direito. Depois de dar alguns passos para trás ele percebeu que foi uma má ideia falar que iria trancar o quarto, sabendo que sua mãe o jogaria para fora de casa na mesma hora sem pensar duas vezes se ela descobrisse o que os dois faziam na cama.
― Tudo bem ― quando ele viu que a mãe não desconfiava de nada ele respirou aliviado, com tantos problemas ela se esqueceu dos meus. ― Mas quando eu bater naquela porta pela manhã... abra. Agora pode ir ― ela jogou a mão para trás e sentou ereta no sofá pensando qual seria o primeiro palavrão que diria ao marido assim que ele entrasse isso é, se ela o deixasse entrar.
Diego fechou a porta atrás de suas costas e escorregou pela parede caindo no chão. Sentado ele colocou as mãos sobre os joelhos e olhou para a cama quando foi abrir a boca viu que alguém não estava na cama.
― Paulo?! ― ele perguntou em um tom alto olhando aflito para os cantos do quarto. Virando-se para procurar o primo ele parou de frente para o banheiro, temendo que o primo tentasse algo dentro do banheiro ele correu em sua direção. ― Paulo você esta ai? ― ele perguntou batendo na porta de laranjeira. ― Paulo me responde ―, mas nada se ouviu de dentro do reservado.
O que você esta fazendo primo? Não faça nenhuma bobagem, abra essa porta.
David olhou para o quarto de Ismael e apagou a luz do seu quarto. Virando-se ele viu os dois corpos se juntarem em um beijo intenso, depois a luz do quarto de Ismael se apagou e tudo ficou escuro. Ele já não podia ver mais nada. David fechou as portas de sua casa e saiu para ir ao hospital ficar com sua mãe. A Sra. Freitas já estava um pouco melhor, seus ferimentos internos já estavam cicatrizados e logo David poderia voltar com ela para casa.
Ao adentrar o quarto ele notou que a mãe já dormia, era quase meia noite e David também estava cansado por ter ficado de pé por horas recebendo os convidados. Ele se sentou na cadeira ao lado da cama de sua mãe e fechou os olhos... de repente Scott apareceu em seus pensamentos, Scott, sorria para David. Isso vez com que um sorriso aparecesse no rosto de David que entrava em um sono profundo.
― Eu estava pegando a toalha ― disse Paulo, puxando a porta lentamente olhando para Diego que desfez sua postura de preocupado. ― Não quero que ninguém veja meu corpo ― ele completou com um sorriso triste.
― Não precisa ficar com vergonha de mim primo. É... meu pai ainda não chegou, mas minha mãe deixou você ficar ― Diego se virou e caminhou para a porta sem dizer nada.
Depois que Diego saiu, Paulo trancou a porta e começou a tomar seu banho. Antes de Diego voltar para o quarto Paulo saiu do banheiro e pegou as roubas do primo. Logo depois que ele se deitou na cama Diego apareceu com duas xícaras na mão.
― Minha mãe fez chocolate quer?
― Sim ― disse Paulo levantando-se puxando junto com ele o fino cobertor que estava sobre a cama de Diego.
― Você esta muito triste ― comentou Diego minutos depois de se sentar a cama. ― Lembra-se do meu peixe? ― Paulo assentiu com a cabeça. ― Então quando ele morreu, eu também fiquei triste e meu pai me levou para um lugar lindo eu até esqueci o peixe.
― Você era criança ― comentou Paulo, com um sorriso, o único depois que chegou. O plano de Diego de fazer Paulo esquecer-se do que aconteceu, começou a funcionar. ― Ainda é.
― Não importa. O que importa é que lá é um parque lindo. Vou levar você lá amanhã ― terminou Diego se levantando e pegando as duas xícaras. Após leva-las para a cozinha ele voltou e trancou a porta do quarto apagando a luz e tirando a camisa e o short, ficando apenas de cueca ele deitou atrás de Paulo e o abraçou.
― Di, muito obrigado ― disse Paulo, se virado para o outro lado encontrados os olhos de Diego que brilhavam com a pouca luz que entrava no quarto.
― Você não precisa agradecer eu gosto de você.
― Eu te amo ― disse Paulo, depois de um beijo na testa de Diego.
Diego ficou sem ter o que falar. Ele só piscou e ficou olhando os ombros do primo que já estava mais calmo. Diego não conseguia pegar no sono, não conseguia entender que tipo de pai faria aquilo com o próprio filho. E agora como será que Paulo vai ficar? Será que nunca mais vai ser o mesmo, tomara que meu plano de certo.
No dia seguinte Diego acordou com Paulo o balançando lentamente. Ele abriu os olhos e deu um sorriso ao ver que o primo não foi embora no meio da noite.
― Quem esta discutindo a essa hora? ― perguntou Diego desfazendo o sorriso, a resposta era clara.
― São seus pais ― respondeu Paulo em um sussurro. ― Pelo que ouvi seu pai chegou agora e sua mãe esta brigando com ele.
― Vamos sair daqui ― decidiu Diego, pulando da cama levando o cobertor junto com ele. Se virando aos poucos ele se lembrou do que o primo disse na noite passada, mas já era tarde Paulo estava totalmente descoberto. Por sorte, ele estava com as roubas, isso não mostrou muitas de suas marcas. Mesmo assim Diego conseguiu ver algumas.
― Vamos naquele lugar que você falou ontem? ― investigou Paulo se levantando puxando os lençóis. Ele não deixou os olhos tímidos de Diego o intimidar, no fim das contas ele só estava o ajudando.
― Sim, só não esperava ser tão cedo ― disse Diego, ajudando o primo a arrumar a cama.
Os dois logo terminaram e foram juntos para o banheiro cuidar da higiene pessoal. Paulo agradeceu aos céus por Diego ter escovas de dente sobrando. Depois de jogar água no rosto os dois foram juntos para a sala, de ontem viam às vozes alteradas. Diego olhou para Paulo quando os dois saíram do quarto. No meio do caminho ele sentiu seu rosto queimar. Conforme as palavras eram pronunciadas.
― Eu já disse que estava no trabalho ― explicou Gabriel, mais uma vez. Sendo esse seu único argumento, Olivia, estava uma verdadeira fera.
― Eu liguei para seu escritório mil vezes e ninguém me atendeu ― disse ela com uma irritação afiada na ponta de língua.
― Estava vendo alguns casos para a semana que vem. Se você não comprasse tantas coisas eu não teria que trabalhar até tarde ― exclamou Gabriel, se sentando no sofá.
― Então agora a culpa é minha, você é mesmo um filho d...
Por alguns segundos o silencio reinou na sala de estar dos Teodoro. Diego entrou seguido por Paulo que olhava para baixo.
― Bom dia mãe. Bom dia pai ― disse Diego sem parar de caminhar para a porta.
― Bom dia filho eu não sabia que estava acordado ― disse Gabriel olhado para a esposa esperando que ela respondesse o filho, mas Olivia não se deu ao luxo de abrir a boca.
― Vou sair ― avisou Diego levando o braço para a porta. ― Volto antes do almoço.
Diego abriu a porta e se afastou dando a passagem para Paulo que saiu em um piscar de olhos. Logo atrás dele Diego estava saindo olhando para trás vendo os pais olhando para os lados.
― Aonde vamos? ― perguntou Paulo admirando o céu sem nuvens. O vento passava pelos garotos balançando suas roubas e seus cabelos.
― Rua 123.
No quarto da Sra. Freitas o silencio era como em um cemitério, em suas noites mais calmas, não se ouvia nada além da respiração de David. Que ainda dormia. O som do celular de David quebrou o silencio que durava há horas. Mas o som não foi o bastante para acorda-lo, nem chegou perto.
― David! ― gritou a Sra. Freitas cansada do som do celular. ― Atende essa porcaria barulhenta.
Ele deu um pequeno pulo da cadeira levando a mão no bolso o mais rápido que conseguiu. Ele deu uma rápida olhada para ver de quem era, mas não encontrou nenhum nome.
― Oi ― disse ele tentando mudar a voz para não mostrar que estava com sono.
― Oi, sou eu Scott, se lembra de mim?
― Claro que sim. Como conseguiu meu numero? ― David andou até a porta e saiu.
― Eu disse que estava seguindo você ― ele parou por alguns segundos, que usou para rir. ― Pedi para sua amiga... Eduarda.
― O que falou para ela? ― perguntou David alarmado. Scott não poderia contar nada a ninguém. O que os dois fizeram ficava somente entre eles.
― Calma, não disse nada de mais só pedi e ela passou. Também acho que ela nem vai se lembrar.
― Melhor assim ― David suspirou aliviado. Seu segredo estava seguro.
― Então eu liguei porque você saiu correndo ontem...
― Desculpa ― pediu David, o interrompendo novamente com a voz alarmada.
― Tudo bem família é sagrada. Como ia dizendo... nem deu tempo de marcamos alguma coisa para fazermos hoje. Que tal um almoço conheço um lugar quase deserto, vai ser impossível alguém te reconhecer comigo. E também não vamos fazer nada de mais.
― Que horas?
― Você que sabe ― disse Scott, depois de ouvir qual seria a melhor hora ele disse em qual restaurante iram almoçar. Nada muito fino, perfeito para a descrição dos dois. David desligou depois de ouvir sua mãe gritar por ele.
Ele colocou o celular de volta ao bolso da calça que usara na noite passada e voltou para ver o que sua mãe queria.
― David eu quero ir embora ― disse a Sra. Freitas tentando se levantar da cama. Claro que ela não conseguiu e quase caiu, mais uma vez. David foi rápido em segurá-la em seus braços.
― Mãe o médico disse que a senhora não pode ir para casa... não ainda ― ele a deitou na cama tentando controlá-la. David já não sabia quanto tempo mais a mãe teria que ficar no hospital e pensando por esse lado; já se passaram uma semana ela já deveria estar boa para ir embora.
― Não interessa o que ele disse, se eu tiver que morrer eu vou morrer de qualquer jeito ― ela buscou uma forma de se livrar do filho tentando empurra-lo para trás jogando as pernas para fora da cama. ― Me larga! ― disse ela em um tom parecido com um grito abafado.
― Está bem ― falou David levantando os braços, ele não iria lutar. ― Vou chamar o médico para ver se você pode ir para casa... mas a senhora tem que ficar calma.
Ela abriu um sorriso de orelha a orelha se acalmando na cama. David saiu para procurar o médico responsável por sua mãe. Depois de pedir para uma das enfermeiras, que levam remédios para sua mãe, que chamassem o doutor ele sentou na recepção esperando que alguém aparecesse. Ele não precisou esperar muito para ver o homem de meia idade entrando no saguão segurando uma prancheta entre os braços. Conversando David se levantou e explicou a ele que sua mãe queria ir embora. David não pode deixar de comentar que sua mãe já parecia estar bem. O doutor não disse nada só o seguiu para o quarto.
David abriu a porta e, esperou que o doutor entrasse para ele o seguir.
― Mas cadê a Sra. Freitas? ― perguntou o médico intrigado ao ver uma cama vazia com os lençóis desarrumados. Não havia mais ninguém no quarto, depois de todo o tempo que David esperou sua mãe já estava longe.
― Eu... eu não sei. Ela estava aqui eu pedi para ela ficar ― David não acreditou que sua mãe foi capaz de sair correndo do quarto.
― Vou mandar a segurança encontra-la ― disse o doutor saindo do quarto apresado.
― Eu sei que é perigoso, mas quero encontrar você hoje... Sim, não me de desculpas eu quero ficar com você de novo. No mesmo lugar de sempre agora tenho que ir ― disse Gabriel, desligando o celular após ouvir sua mulher se aproximar.
Continua...