Parte 1- Apenas Lembranças – Narrado por Danilo
De que são feitos os dias?
- De pequenos desejos,
vagarosas saudades,
silenciosas lembranças.
Entre mágoas sombrias,
momentâneos lampejos:
vagas felicidades,
inatuais esperanças.
De loucuras, de crimes,
de pecados, de glórias
- do medo que encadeia
todas essas mudanças.
Dentro deles vivemos,
dentro deles choramos,
em duros desenlaces
e em sinistras alianças...
Cecília Meireles
Mais uma vez preciso desabafar. Hoje é aniversário do meu pai. Hoje, dia 01 de março de 2013, ele faria 52 anos se estivesse vivo. Morreu muito jovem, aos 48 anos e não há um dia em minha vida que eu não lembre dele, de seu carinho, de suas palavras, de seu respeito por mim. Meu coroa era uma alma amiga e inseparável. Sempre dizia que me amava incondicionalmente e quando ele morreu naquele acidente de carro meu chão se abriu. Entrei em depressão e minha situação só não foi pior por que Olavo me deu carinho e total apoio. O amor do meu pai era a grande motivação da minha vida, mas ele se foi rapidamente, sem chances de 'Adeus'.
Eu não poderia deixar de relacionar a lembrança do meu Pai com outra motivação da minha vida , meu encontro com Marlon. Há 4 anos atrás – eu tinha apenas 18 anos.
________________________________________________________________________________
Era um dia sombrio e eu tinha acabado de sair da Igreja de São Sebastião aquela tarde. Meu pai tinha falecido fazia um mês e saí da missa, sem chorar, sem me despedir de ninguém, fui para a praça em frente a Igreja e fiquei sentado num banco, lembrando do meu velho, que brincou muito comigo ali, até que eu ouvi uma voz bem distante.
“Oi! Está tudo bem contigo? Você parece tão triste!”
Eu respondi com um sorriso muito triste “É que hoje faz um mês que eu perdi meu pai. Eu ainda não consigo acreditar que ele morreu. Ele era tudo pra mim”. Falei com o rapaz estranho e meus olhos estavam cheios de lágrimas.
“Poxa eu sinto muito. Desculpa ter perguntado isso”. Ele parecia bem sincero.
“Não! Tudo bem! E obrigado por tua solidariedade”.
“Meu nome é Marlon. Eu sei que isso não serve de consolo, mas, eu também não tenho pai, nem mãe, fui criado por uma tia, que já está bem idosa. Eu sou de Roraima, vim pra Manaus pra tentar a sorte”.
Fomo então dialogando. “Oi, meu nome é Danilo Eduardo. É claro que me ajuda sim. Eu preciso entender que minha dor não é a única no mundo. Isso pode me ajudar a seguir adiante”.
“Olha Danilo, desculpe minha a ousadia, mas você é tão lindo. Tem uma vida toda pela frente e acho que seu pai queria te ver bem e não que você ficasse sofrendo por ele”.
“Eu sei Mário. Mas é que eu não consigo evitar essa sensação de abandono. Meu Deus, eu estou sendo um chato contigo, desculpe”. Falei tentando causar uma boa impressão.
“Bem, primeiro lugar meu nome não é Mário, é Marlon. Segundo, você nunca será chato, você é lindo. Terceiro, quer ir lá pra minha casa? Lá a gente pode conversar melhor”.
Eu aceitei e fomos a pé. Ele morava perto dali, andamos cerca de quinze minutos. Fomos conversando e nos conhecendo e então eu pude finalmente notar que Marlon era o rapaz mais lindo e doce que eu tinha conhecido em minha vida. Era Loiro, olhos verdes, 1,88, 90 kl, forte, pele bronzeada. Cabelos ondulados e sedosos, seu estilo era parecido com o ator André Segatti, só que à época, bem mais jovem.
Ele me contou que tinha concluído o ensino médio, tinha 22 anos, estudava inglês, trabalhava e era vendedor em uma sapataria no centro da cidade. Era um rapaz pobre e batalhador, que veio tentar a sorte, mas já havia percebido que não havia espaço pra ele crescer. Ele tinha um sonho de ser modelo, e acreditem, ele tinha beleza e charme pra isso.
Ele não morava em um apartamento e sim num quartinho numa vila de casas, só um cômodo, tudo em miniatura: cama de solteiro, ventilador pequeno, não tinha ar-condicionado, o fogão era de duas bocas, um guarda roupa duas portas, uma TV antiga e a geladeira bem surrada. Não sei por que, mas fiquei simplesmente fascinado com isso. Era tudo bem simples, mas incrivelmente bem arrumado e limpo. Ele me mostrou as revistas de moda que ele colecionava. Tinham muitas e descobri também que ele estava fazendo um curso de modelo duas vezes por semana à noite. Foram horas agradáveis e quando dei por mim já estava perto das 22 horas.
“Marlon, já está tarde, eu preciso ir”. Falei tentando ser bem educado.
“Não vai embora. Fica, eu gostei de você! Você é lindo Danilo” ele falou isso e já foi me dando um beijo sereno e doce. Eu correspondi e disse “Marlon, eu não tenho muita experiência cara. Eu só fiz sexo uma vez, o cara me deixou muito mal e me humilhou, eu fiquei no fundo do poço”.
Ele me abraçou e disse “Eu só quero uma chance pra fazer você tirar esse fato traumático da tua vida. Você vai ver que nem todo cara é sacana. Eu gostei muito de você Danilo”.
Eu me entreguei a ele. Ele era muito forte e malhado. Sem nenhuma dificuldade me colocou em seus braços e me levou pra cama. Eu estava nervoso, pois era minha segunda transa, mas me deixei levar pela emoção.
Marlon me deitou na cama e foi tirando sua roupa, ficando só com uma minúscula cueca. Ele subiu em cima de mim e ficou em cima do meu pau. Começou a beijar-me e a tirar minha roupa, arrancando tudo. Ele esfregou a cara no meu pau que já ficou duro feito rocha e então tirou minha cueca e começa a me chupar, meu cacete já estava babado. Nossa, eu nunca tinha experimentado aquilo, uma boca molhada de macho, que devorava meu membro. Subia e descia, enviava meu pau até o talo todo dentro da boca. Eu pirei mesmo foi quando ele levantou minhas pernas e começou a lamber meu cu “nossa que botãozinho delicioso, tão apertadinho” ele falava, enquanto lambia muito. Eu só me abria e ele me explorava.
Ele me soltou por uns instantes e dessa vez eu cheio de tesão tomei a iniciativa. Apertei seu pau por cima do tecido e vi que estava tinindo de duro, já melado. Eu tirei e saltou um membro do tamanho do meu, uns 19 cm, mas muito grosso. Não me fiz de rogado e comecei a chupar muito. Ele delirava. Comecei a punhetá-lo devagarzinho e ele começou a gemer aos poucos, quando aumentei a velocidade e ele gemia cada vez mais alto. Fui passando a língua na cabecinha só pra deixá-lo cada vez mais louco. Voltei a a chupar, colocar e tirar aos poucos.
Marlon tinha um pau lindo e eu com muito esforço consegui colocá-lo todo dentro da boca, até a garganta. Ele empurrou minha cabeça contra seu pau pra forçar mais ainda e eu engasguei, mas aguentei firme. Fui tirando e colocando tudo de novo. Fiz um vai e vem por um bom tempo até que ele anunciou o gozo. Eu tirei da minha boca boca e o beijei. Ele não ejaculou.
Foi até o armário, pegou uma camisinha e colocou em seu pau que estava duro feito aço. Colocou-me de quatro na cama, abriu minhas pernas e me lubrificou bem. Eu estava delirando de tesão. Sabia que ia doer, mas estava pronto pra ele. Ele foi metendo com uma maestria impressionante, aos poucos, firme, forte e com muito carinho. As vezes tirava tudo, lubrificava e metia mais um pouco. Até que entrou tudo. Eu fiquei totalmente preenchido por aquele pau grosso e delicioso. Ele parou uns instantes e começou a dar beijos em minha nuca. O tesão era tanto que eu comecei aos poucos a rebolar em seu caralho.
Impressionante como ele deixou eu me acostumar e foi tirando e metendo bem devagar. Eu estava nas nuvens e ele me falou “relaxa esse cuzinho que agora vai ser só meu. A partir de hoje você será meu Danilo, só meu”. Falou isso me dando um beijo na boca e intensificando a metida. Ele começou o movimento de vai e vem. A dor já estava quase imperceptível. E ele começa a bombar e eu senti seu saco encostando em mim.
Eu comecei a gemer alto e ele socava tudo e tirava enquanto eu batia uma punheta. Ele também gemia forte e dizia “Agora você vai ser meu putinho Danilo. A partir de hoje você vai saber o que é um macho de verdade, que te come, que te devora, agora você vai ser só meu e eu vou te comer todo dia”.
Ele meteu muito e eu rebolei muito. Já estávamos suados. Já fazia um bom tempo que ele me socava. Ele quis mudar de posição, me colocou de frango assado e começou a socar com mais animalidade. Nós estávamos num prazer absoluto, num prazer que eu nunca havia tido igual. Era como um sonho pra mim, ter um homem mais velho, lindo e viril me comendo, me devorando com um tesão alucinante. Eu me entreguei pra ele.
Nossos corpos suados batiam um no outro, chegando a fazer um estalo. Ele urrava de prazer, metia muito forte e de vez enquanto ainda com o seu pau dentro de mim parava e encurvava-se e me beijava. Eu comecei a arranhas suas costas e a rebolar pra ele. Eu estava entregue totalmente. Então o gozo foi vindo e eu tive espasmos, conseguindo apertar mais o pau dele em meu buraco. Ele foi me apertando e anunciando o gozo “Danilo eu estou gozando, ai, eu tô gozando, eu te quero pra sempre”.
E gozamos juntos, eu lambuzei a barriga dele e ele encheu meu cu de porra na camisinha. Ele caiu em cima de mim e nossos corpos foram relaxando um com o outro. Ele começou a beijar meus cabelos, a acariciar meu rosto e eu fui deixando as lágrimas caírem. Ele quebrou o silêncio e disse “Foi lindo. Eu nunca tive tanto prazer assim, eu juro que é verdade Danilo”.
“Eu acredito Marlon, pois eu senti a mesma coisa”.
E ficamos assim juntinhos, naquela cama minúscula, sem nem ao menos tomar banho. Conversamos muito e ele me contou várias coisas da vida dele. Do que ele gostava, de como ele era solitário e sem amigos. Descobri também que ele era faixa preta de karatê, Ele prometeu me ensinar a lutar, dizendo que eu tinha que aprender a defender-me. Depois me falou uma poesia muito linda, de sua autoria, que me fez ficar encantado.
“Vida é acaso e paixão.
Fugir ou se entregar?
Nas artimanhas da dúvida o coração responde!
É preciso amar, criar a dois, o que esse mundo não te dá”.
Eu experimentei um pedaço do céu aquela noite e não voltei pra casa. Fomos preparar uma janta, feita de macarrão miojo e carne conservada em lata. Foi a melhor macarronada que eu comi. Ficamos até de madrugada conversando, e claro que rolou outra transa. De manha ele me emprestou uma roupa, ficou um pouco grande, mas usei assim mesmo. Eu fui direto pra faculdade e ele pra loja de sapatos.
Quando nos despedimos ele falou olhando firme em meus olhos “agora meu príncipe eu preciso só de uma chance pra gente ficar juntos. Eu prometo que nunca vou te magoar.”
Eu respondi “Eu sei que tudo está muito recente, mas minha resposta é sim Marlon, eu quero construir minha vida com você”...
_______________________________________________________________________________
Quatro anos se passaram e eu não sou mais um garoto. Apesar da saudade do meu pai e da dor por ter sido traído pelo homem que eu amava, eu já não sofria como antes. Já não pensava mais em Marlon como antes e me sentia bem com isso, cada dia mais forte e destemido. Eu agora era um homem. Mesmo sem querer acabava sabendo coisas sobre ele. Descobri que tinha se tornado um modelo famosíssimo e muito requisitado na Europa, porém eu não conseguia sentir nada, a não ser mágoa por ele ter me dado um golpe, tirado tudo o que meu pai me deixou e me largado na mais absoluta miséria.
Meu Mundo e Nada Mais (Guilherme Arantes)
Quando eu fui ferido ii tudo mudar
Das verdades que eu sabia...
Só sobraram restos
Que eu não esqueci toda aquela paz
Que eu tinha...
Eu que tinha tudo hoje estou mudo
Estou mudado
À meia-noite, à meia luz, Pensando!
Daria tudo, por um modo de esquecer... (bis)
Não estou bem certo que ainda vou sorrir
Sem um travo de amargura...
Como ser mais livre
Como ser capaz
De enxergar um novo dia...
Eu que tinha tudo hoje estou mudo
Estou mudado
À meia-noite, à meia luz, Pensando!
Daria tudo, por um modo de esquecer... (bis)
Eu queria tanto estar no escuro do meu quarto
À meia-noite, à meia luz, Sonhando!
Daria tudo, por meu mundo
E nada mais...(3x)
Mesmo com o peito cheio de saudades eu fui pra faculdade. Naquele dia não vi nem mesmo meus amigos Matheus e Patrícia, muito menos Wander, o que eu agradei a Deus por isso. Na hora do intervalo eu estava combinando uma passeata contra o aumento da passagem de ônibus, éramos um grupo de militantes universitários e estávamos à frente dessa atividade.
Enquanto discutíamos estratégias de mobilização lá mesmo nos corredores da campus, fui surpreendido com uma cena que me deixou indignado. Um trote tardio na faculdade e o rapaz estava quase morrendo de humilhação e fobia...
Sou totalmente contra os trotes e nesse dia vi uns malucos veteranos amarrarem um rapaz numa coluna do campus, o deixaram só de cueca, fizeram vários desenhos obscenos nele. E começaram a obrigá-lo a comer muita porcaria. Como ele estava se negando a comer eles começaram a bater nele com uma toalha molhada, deixando marcas profundas em seu corpo.
Eram três caras que estavam fazendo isso. Eu conhecia todos, principalmente o líder deles. Algumas pessoas começaram a rir, outros passavam com pena, mas nada faziam. Eu fiquei revoltado com aquilo e fui socorrer o garoto, que parecia ter uns 18 anos. Ele parecia uma criança indefesa e com muito medo.
“Para com isso Cristian! Chega! Você quer matar o garoto?”.
“Não se mete nisso Danilo. Ele nem é do teu curso”. Ele falava enfurecido.
“Não interessa. Eu não vou deixar você continuar com essa humilhação pública”. Fui pra cima dele.
Eu simplesmente desamarrei o rapaz, devolvi as roupas dele e disse “Vai embora daqui agora, deixa que eu me entendo com esses caras”. Ele saiu correndo com medo e eu fui cercado pelos três.
“Então você acha que simplesmente pode vir aqui e estragar nossa diversão? Agora nós vamos te colocar no lugar dele”. Ele falou com muita crueldade e ameaça.
“Você não passa de um covarde não é Cristian? Mas eu não tenho medo de você. Vem sozinho e te prepara pra apanhar, bota pra cima otário”.
E ele veio mesmo pra cima de mim com muita fúria, mas não veio sozinho e nem desarmado...
Continua...
_________________________________________________________
Parte 2 – Uma Proposta mais que indecente – Narrado por Wander
Garganta (Ana Carolina)
Minha garganta estranha quando não te vejo
Me vem um desejo doido de gritar
Minha garganta arranha a tinta e os azulejos
Do teu quarto, da cozinha, da sala de estar
Minha garganta arranha a tinta e os azulejos
Do teu quarto, da cozinha, da sala de estar
Venho madrugada perturbar teu sono
Como um cão sem dono me ponho a ladrar
Atravesso o travesseiro, te reviro pelo avesso
Tua cabeça enlouqueço, faço ela rodar
Atravesso o travesseiro, te reviro pelo avesso
Tua cabeça enlouqueço, faço ela rodar
Sei que não sou santo, as vezes vou na cara dura
As vezes ajo com candura pra te conquistar
Mas não sou beato, me criei na rua
E não mudo minha postura só pra te agradar
Mas não sou beato, me criei na rua
E não mudo minha postura só pra te agradar
Vim parar nessa cidade, por força da circunstância
Sou assim desde criança, me criei meio sem lar
Aprendi a me virar sozinho,
e se eu tô te dando linha é pra depois te abandonar
Aprendi a me virar sozinho
e se eu tô te dando linha é pra depois te abandonar
Link: http://www.vagalume.com.br/ana-carolina/garganta.html#ixzz2fv1I9Pnq
Minha cabeça rodopiava e eu tinha uma sensação de profundo abandono. Não conseguia ver coerência no que meu padrinho estava fazendo comigo. Eu queria tanto continuar sendo rico e ele não estava me apoiando nisso.
Quando ia à pé, qual foi minha surpresa? Dona Mayara parou o carro e disse “Oi Wanderley, parece que não conseguimos atingir nossos objetivos hoje, mas juntos, poderemos dar a volta por cima, entre no carro, que agora eu é que preciso falar com você”.
Aquela mulher me deu calafrios, mas em minha cabeça não tinha opção, pelo menos eu não iria voltar de ônibus pra casa, já que minha ida tinha sido de táxi, pago por minha madrinha “andar de ônibus, jamais”, pensava. Pois bem, entrei no carro e eu fiquei com uma sensação estranha, pensando que Mayara gostava de garotões bonitos como eu. Seria uma ótima maneira de me vingar do Danilo, e não seria nenhum sacrifício, já que sua mãe era jovem e bela.
“Você parece estar com o pensamento longe meu jovem!”.
“Desculpe Dona Mayara, eu só estava pensando na vida. Você vai me deixar em casa?”.
“Não Wanderley, eu vou levá-lo pra minha casa. Depois que conversarmos eu pagarei uma corrida de táxi para sua casa”. Pronto, agora tinha certeza que ela gostava de garotões. Eu já sabia o que ela queria e o que eu iria fazer. Quem sabe até poderia explorar a mãe do desgraçado, fazê-la se apaixonar por mim, então eu iria sambar na cara do meu inimigo. Mas não era nada do que eu estava pensando.
Quando cheguei à mansão dos Baldinis vi como eles eram ricos. Eu já havia frequentado àquela casa com meus pais, mas nunca tinha reparado no luxo e na sofisticação, isso por que à época essas coisas nem passavam pela minha cabeça, muito menos que um dia ficaria na pior.
Mayara me convidou para ir em sua biblioteca. Tudo muito fino e de bom gosto. Ela me convidou a sentar e foi falando “Você realmente se tornou um rapaz muito bonito Wanderley, você lembra muito o ator Sidney Sampaio, poderia até ser um modelo se quisesse ”.
“Obrigado Mayara, mas tenho outros planos pra minha vida e claro que minha beleza vai me ajudar”.
Eu passei a mão por cima da sua e disse “Eu posso usar muito bem o que me é favorável inclusive para trazer alegria para outras pessoas”. Falei isso em um tom insinuante e deplorável, como se eu tivesse oferecendo meus serviços para aquela mulher.
Ela simplesmente caiu na gargalhada e disparou “Hahahhahaha! Contenha-se rapaz, pois eu não gosto de frangotes. Eu sou uma mulher e gosto de homens de verdade, você não faz meu tipo. Meu tipo seria Olavo Villaverde, seu padrinho, mas ele já é muito bem casado e eu não sou nenhuma vagabunda pra correr atrás de homem comprometido”.
“Desculpe, eu não pretendia lhe ofender. Agora eu é que estou com vergonha”. E realmente estava.
“Calma rapaz. Embora você seja apenas um frangote, mas não deixa de ser um homem lindo e interessante, e eu preciso sim de sua beleza e sedução. Não para mim, mas para conquistar uma pessoa muito especial”.
“Eu já tenho meus planos Dona Mayara. Desculpe mas eu preciso ir”. Falei levantando da poltrona.
“Fique onde você está Wanderley”. Ela falava de forma muito imperativa, não deixando nenhuma saída para os pobres mortais.
E foi falando coisas sobre mim “Eu sei a situação da sua família Wanderley. Sei que vocês estão na rua da amargura. Sabe como essas notícias se espalham no meio social. Devo dizer que essas coisas acontecem com as famílias que só delapidam seu patrimônio. Seu pai não era rico como meu marido e o Olavo, mas com certeza ele deixou muitos bens, porém sua mãe gastou tudo com futilidades: festas, viagens, luxos, tudo para estar presente nas colunas sociais. O dinheiro não é um poço sem fundo, se não investirmos ele acaba”.
“Por que que a senhora está me dizendo isso?”.
“Por que eu sei que você é um rapaz de futuro, inteligente e ambicioso e não vai se contentar viver em uma vida de pobreza. Eu estou disposta a lhe oferecer uma chance de recomeçar sua vida. Você precisa apenas fazer o que eu mandar”.
“Dona Mayara, eu não sou nenhum criminoso. Não farei nada que coloque minha reputação e família em risco. Posso não ser nenhum santo, mas estou longe de ser um mafioso”.
Ela riu de novo e foi disparando a proposta “Você não fará nada ilegal. Eu também não sou uma malfeitora. Você só terá que se aproximar de uma pessoa muito especial, como eu falei antes, fazê-la se apaixonar por você e mudar seu pensamento”.
“É alguma vingança? Essa mulher é um desafeto seu? Quem é essa mulher?”.
“Hahahahhaha. Não seja ingênuo Wanderley. Não estamos falando de uma mulher. Estamos falando do meu filho Danilo”.
Rapidamente ela ficou séria, olhou pra mim e continuou “Eu sei que você o conhece, pois bem, quero que você o namore e o faça se apaixonar por você. Tenho certeza que você sabe que ele gosta de homens”.
Minha cabeça começou a rodopiar. Eu não estava acreditando na proposta daquela mulher. Como ela sabia que eu também gostava de homem? Eu atônito falei “impossível. Primeiro eu não curto homem. Segundo, eu e seu filho somos desafetos. Ambos nos detestamos mutuamente”.
E ela disparou sarcasmo “Como os homens são ingênuos! Meu filho sempre foi apaixonado por você. E não venha se fazer de desentendido, pois eu sei muito bem o que ocorreu entre vocês há 5 anos atrás. Você quer que eu relembre os detalhes sórdidos?”.
Ela jogava na minha cara tudo com muita crueldade e eu não sabia como ela tinha descoberto tudo. Tentei blefar em vão “e o que a senhora acha que sabe?”.
Ela friamente abriu uma gaveta, pegou várias cópias de cartas escritas à mão por Danilo quando era adolescente e deu-me para ler. Descreverei algumas frases.
“Ele é o garoto mais bonito da escola, mas é tão indiferente comigo. Ele é meu príncipe”.
“Hoje eu vi o Wandeco beijando a piranha da Deborah, meu Deus, como meu coração ficou louco de ciúmes”.
“Ele me colocou hoje um apelido, me chamou de Tangerina, fiquei triste, chorei trancado no banheiro, mas não consigo ficar com raiva dele”.
“Hoje eu o vi no vestiário da escola. Ele estava nu. Ele é realmente meu príncipe, meu coração quase sai pela boca, ainda bem que ele não percebeu”.
“Hoje ele usou um brinco e descoloriu o cabelo, nossa, como ele consegue ficar ainda mais bonito? Wander eu te amo e vou te amar pra sempre”.
“Hoje eu perdi minha virgindade com ele, mas ele me magoou muito, me chamou de viadinho, só quis me usar, ele me bateu e estou muito triste principalmente por tudo o que aconteceu, e ele ainda vai embora pra sempre, meu Deus eu não vou aguentar ficar longe dele”.
“Fazem dois meses que ele me deixou, foi embora do Brasil e eu não consigo tirá-lo da minha cabeça. Ai Wander como eu te amo, volta pra mim meu amor. Parece que meu coração vai explodir de saudades”.
Eu li e não estava acreditando no que via. Ele realmente era muito apaixonado por mim quando adolescente e tudo o que veio em minha cabeça era como eu o tinha deixado há cinco anos. Eu nunca me senti tão amado e isso causou uma grande confusão até que eu fui despertado por Mayara.
“Então Wanderley, agora você entende minha proposta?”.
“Você quer que eu seduza seu filho. Mas a troco de que? E o que eu ganharia com isso?”.
“Eu quero que meu filho volte a se apaixonar por você. Eu quero então que você o convença a assumir os negócios da família. Ele precisa voltar pra casa e a assumir a empresa e temos pouco tempo”.
“Eu não estou entendendo. Por que você não pede isso pra ele?”.
“Por que ele é teimoso. Eu já falei sério com ele, já ameacei, mas está com a cabeça virada ideologicamente. Não quer saber de dinheiro, quer salvar o mundo. Meu filho é socialista e Infelizmente não passa de um romântico sonhador. E é aí que você entra. Quando o Danilo está apaixonado ele fica vulnerável. Você terá condições de mudar o temperamento altruísta dele e transformá-lo em um homem ambicioso”.
“Eu só não estou entendendo por que a senhora quer tanto isso”.
“Por que eu quero que meu filho seja igual a mim e não ao pai dele. Quero que ele seja um empresário de sucesso e ele vai ser, por que inteligente e carismático ele é. Só precisa acordar pra vida. Eu já tentei várias vezes fazer com que ele caia em si, mas ele é muito teimoso. E só a sua influência poderá reverter esse jogo. Claro, se ele estiver realmente apaixonado por você. Resumindo, em pouco tempo eu quero meu filho de volta a essa casa e assumindo os negócios da família”.
“Tá! E o que eu ganho com isso?”.
“Estou disposta a dar um carro novo e mais duzentos mil reais. Você não ficará rico, mas poderá recomeçar sua vida e ainda amparar sua família, se é que você se importa com eles”.
“É claro que eu me importo Dona Mayara, ao contrário do que a senhora pensa, eu não sou um mal caráter, mas eu já tenho em mente o que fazer pra sair dessa miséria em que eu me encontro”.
E continuei “Depois, devo dizer que seu filho me odeia, exatamente pelo o que aconteceu no passado e ele mudou muito, não é mais um adolescente inseguro, eu sei por que eu já tive o desprazer de cruzar com ele na universidade, acho impossível esse plano dar certo e eu já tenho meus próprios planos”.
E ela insistiu “Depois você pensa nos seus outros planos. Eu sei que você achou pouco o que eu te ofereci, pois bem, te dou um apartamento, um carro novo e mais quinhentos mil reais. É pegar ou largar”.
Caramba, aquela mulher jogava pesado, usava todo o poder que tinha. Eu fiquei pensativo e falei “e caso eu aceite, como faremos pra eu me aproximar de Danilo? Já que ele me odeia”.
“Nós iremos bolar um plano. Não agora. Precisaremos pensar muito bem nos detalhes, pois Danilo é ingênuo mas não é burro. Ele já se decepcionou muito no passado e agora está muito escaldado”.
“E o que aconteceu com ele no passado? Eu sei que não foi só comigo que ele se decepcionou”.
“Se você não sabe é melhor nem saber. Então Wanderley, aceita minha proposta? Aceita ser o Namorado de Aluguel do meu filho?”...
Suspirei, olhei fundo em seus olhos e respondi “Aceito! No que depender de mim a senhora alcançará seus objetivos. Eu serei o melhor namorado que seu filho já teve. Ele irá se apaixonar por mim novamente e em breve ele estará comendo nas suas mãos”... Continua...
“Vim parar nessa cidade, por força da circunstância
Sou assim desde criança, me criei meio sem lar
Aprendi a me virar sozinho,
e se eu tô te dando linha é pra depois te abandonar”....
______________________________________________________________
Mais um Capítulo feito especialmente para vocês meus queridos/as! Hoje vocês entenderam por que o nome do romance se chamar “Namorado de Aluguel”.
Dialogando com o Manu!!!!!!!!!
Vamos bater um papo?
fabi26 - Amante de Séries - Lucas M. - Dericky - diiegoh' - frannnh - Só posso agradecer pelo apoio e carinho. Continuem perseverando, pois a a partir do capítulo 6 a história começa a pegar fogo.
Thiago Silva meu lindo a mãe do Danilo é realmente uma cobra, o caráter dele é herdado do pai Daniel, que morreu quando ele tinha 18 anos, e valeu pelo carinho gato.
Edu19>Edu15, você tem razão, esses dois ainda irão aprontar muito juntos, mas será que Wander é realmente uma cobra? Em breve a gente vai saber
Rafael Guimarães. em breve eles começarão a se relacionar e isso vai trazer surpresas para todos, fica ligado no capítulo 6
D.D.D a mãe do Tanja causa raiva mesmo né? Olha em janeiro já tenho terminado esse romance, vai ser legal por que poderei acompanhar o teu. Não deixa de escrever, beijos gato.
Perley amado o Wander é um personagem diferente, a grande questão da história é o caráter dos dois e quem influencia quem. Fique ligado que em breve isso virá a tona. Quanto ao Danilo, tudo o que posso dizer é que o que ele sofreu até agora é fichinha perto do que ele vai passar (tadinho né? ou não?).
-Marcos Botelho querido não assisti a Usurpadora, foi pura coincidência se as Sabrina e Paola se parecem, kkkkk. O nome verdadeiro da Sabrina é Ádria (que Deus a tenha em bom lugar). Valeu pelo carinho amado.
sonhadora19 gata eu fico impressionado como você consegue captar toda a mensagem, isso é prova de muita sensibilidade. O que posso dizer é que tua intuição está corretíssima. Você é D+ . Um beijo -
lipe31 – Vamos ver se o Wander vai mudar né? Alguns torcem por ele e outros querem vê-lo morto, kkkkk. Sou um brasileiro nato e um amazonense da gema, embora tenho um espírito cosmopolita. Eu prefiro narrar do lugar de onde estou, pois eu acho mais verdadeiro e as histórias e pessoas que inspiram o romance são daqui mesmo. Também tem o desafio de mostrar um pouquinho da amazônia aos meus queridos amigos que moram em outros lugares e ainda não tiveram a oportunidade de vir aqui. Um beijo meu amado e obrigado pelo carinho.
A todos e todas, tem um detalhe no romance que talvez ninguém tenha notado, vamos ver quem vai se manifestar e acertar o que eu estou querendo dizer. Quem descobrir eu prometo mandar um brinde aqui das Terras Manauaras, fica o desafio. Um beijo em todos e todas e fiquem com Deus!!!!!!!!!!!!