Capítulo 3 – “Bijuterias” - Narrado por Danilo
Patrícia e Matheus tentaram me avisar algo, mas eu em minha correria não ouvi que Wanderley Bicalho estava de volta. Após a aula, eu que não sou santo, comecei a paquerar um garoto e qual foi minha surpresa? Esbarrei no traste do Wandeco (eu o chamava assim). Nossos livros, apostilas e cadernos foram pelos ares e se espalharam, nos xingamos e acabamos embolados no chão.
Ele me olhava enfurecido, parecia que tinha visto o diabo. Eu por minha vez lembrei logo do nosso último encontro e pra encurtar a conversa fomos pra porrada. Aprendi a brigar com Marlon, meu ex, que era professor de Karatê. Eu ia bater muito naquele puto, ia me vingar, mas felizmente fomos apartados por Olavo.
“O que é que está acontecendo aqui? Vocês estão loucos? vocês não têm vergonha não? Dois marmanjos brigando aqui no campus da universidade como se fosse dois garotinhos?”.
O barraco estava feito e todo mundo olhava pra gente, mas Olavo, com toda sua autoridade deu um basta e fomos embora com o rabinho entre as pernas, não sem antes nos xingarmos novamente e ele disse “Essa história não acaba por aqui” falei puto da vida “não mesmo, você não perde por esperar playboyzinho”.
Patrícia e Matheus foram tentar me acalmar e eu despejei toda minha raiva neles “Vocês sabiam que ele tinha voltado e não me contaram? Grandes amigos são vocês dois!”.
“Danilo, a gente tentou te falar mas você estava com pressa”, se justificou Matheus.
“Não interessa, vocês deveriam ter despejado de uma vez”. Falei irritado.
“Isso não é justo Dani, você vai descontar a raiva que você tem daquele idiota na gente?”.
“Querem saber? Eu estou com muita raiva de vocês também. Sabem que eu odeio aquele cara. Quando passar a raiva eu falo com vocês”. Saí cuspindo fogo e consciente que tinha ofendido meus amigos, que eu amo tanto. O fato é que eu sou bem calmo, mas quando se trata de Wanderley Bicalho eu me transformava.
Fui para casa e mais uma vez eu recebo aquela maldita mensagem “Boa tarde amor da minha vida. Reparaste como o céu está mais bonito? É por que você está nesse mundo. Te amo meu amor. Ass. Admiração Secreta...”. Mais uma vez eu tentei ligar para o referido número e não consegui. Era sempre assim, um número desconhecido e diferente passava cada mensagem. Como sempre um calafrio me atingiu.
Aquela tarde eu não teria que dar aulas e aproveitei para relaxar e assistir um filme do Almodóvar, que se chama 'A Flor do meu Segredo'. Queria espairecer um pouco e esquecer aquele incidente com o maldito. Quando já ia começar a assistir eu ouço minha campainha tocar. Fui atender e vi que era meu amado primo e irmão Yuri.
“Yuri! Que bom que você veio me ver primo”. Falei abrindo a porta, dando-lhe um abraço e já o levando para o quarto. Eu tinha feito pipoca e estava com o refrigerante no balde.
“Eu estava com saudades de ti primo. Assiste um filme comigo?”. E é claro que ele aceitou. Sentou na cama e eu fiquei no colo dele. O filme era muito engraçado e ao mesmo tempo tenso. Comentamos, rimos e meu primo me fez uma companhia agradável. Eu me sentia muito a vontade com ele. Meu primo é bem bonito e parece mais filho da minha mãe do que eu.
“Yuri, como está teu namoro com a Nicole? Faz tempo que eu não a vejo, eu a acho um doce e estou com muita saudade dela”.
“Ah primo, terminamos faz um mês. Tô gostando de outra pessoa. Ela é uma gata. Estou tentando chegar junto aos poucos e em breve ela será minha pra sempre”.
“Nossa, primo, mas ela é mais bonita que a Nicole? Isso é impossível, a Nicole é linda”.
“Ela é a pessoa mais encantadora que eu já vi na minha vida e eu sou louco por ela”.
“Caramba, até eu que sou gay fiquei super curioso para conhecê-la”.
“Relaxa primo, em breve você saberá quem é e teu primo então será o homem mais feliz desse mundo”.
“Tá bom, eu fiquei um pouco triste pela Nicole, mas tudo o que eu quero é tua felicidade Yuri. E olha, quero ser convidado para o casamento”.
“Você será mais que um convidado Nilo. Você fará parte do meu casamento”. Comecei logo a perceber que ele me queria como seu padrinho e isso me deixou muito feliz, pois eu amo muito meu primo.
“Eu te amo Yuri. Você é meu irmão”. Declarei-me.
“Eu é que te amo. Mas não se esqueça que eu sou 5 anos mais velho que você, portanto Nilo, você é que é meu irmão”. Ele por vezes me lembrava que era o irmão mais velho.
Ficamos conversando mais um pouco, falando da gente. Ele sempre querendo me proteger, e se mostrava tão carinhoso. Perguntava tudo sobre a minha vida. As vezes eu sentia algo no olhar do Yuri que eu não conseguia decifrar, diria que ele é uma pessoa misteriosa.
Eu fiz um lanche pra gente e meu primo saiu de minha casa já a noite e ele conseguiu acalmar meu coração. Falou-me que minha mãe queria muito me ver e eu prometi a ele que iria no outro dia, depois que eu ministrasse as aulas de biologia no cursinho preparatório.
No outro dia eu fui pra faculdade. Fiz as pazes com meus amigos, afinal, precisava me desculpar com eles, pois eu tinha sido um estúpido e não poderia viver sem aqueles dois, que eram as pessoas que eu mais amava no mundo.
Eles estavam juntos e conversando, quando me viram ficaram em silêncio e eu me aproximei e disse meio envergonhado “Patrícia, Matheus, me perdoem por ontem. Eu sei que eu fui um idiota com vocês”.
“Foi mesmo viu Danilo, a gente não merecia um coice daqueles não. Eu estou muito triste com você”. Patrícia falava sem me olhar.
“Poxa meninos, vocês conhecem a minha vida, sabem como eu fico sem chão com a presença daquele sujeito. Eu estava possesso”.
E desse vez foi Matheus que tomou a palavra chegando bem perto de mim “a gente entende teu lado Dani, de minha parte você está perdoado”. Ele me deu um abraço forte. Pati veio também e demos um abraço triplo “ah seu chato, eu jamais ficaria com raiva de ti por muito tempo”.
Eu cheguei a lagrimar e eles também, e o amor entre nós era tão grande que a gente tinha prometido nunca se separar. Matheus enxugou as lágrimas e disse “Danilo tenta superar essa história. Você agindo assim com agressividade só demonstra que ainda gosta dele, que não superou o passado”.
Eu também enxuguei as lágrimas e falei “Menos, Matheus, bem menos. Eu tenho é raiva daquele sujeito, mas não quero mais discutir com vocês por causa dele, ele não merece nossa atenção”.
Deu tudo certo e fizemos as pazes. Como eu amo aqueles dois. Graças a Deus eu não vi o Wandeco e isso me deixou aliviado e me permitiu começar bem o dia.
À Tarde fui ver minha mãe na empresa onde ela trabalhava, melhor dizendo, na empresa que meu pai deixou pra ela. Quando cheguei tive que esperar um pouco. Ela sempre fazia isso. Dava-me um chá de cadeira. Quando já estava indo embora o secretário dela me mandou entrar.
Tenho que falar sobre minha mãe. Ela tem 50 anos, super enxuta, tem o o temperamento forte e é uma executiva de sucesso. Mayara é uma mulher fria, calculista e autoritária, talvez por ter que sobreviver a um mundo de negócios dominado por homens. Ela tem uma beleza estonteante, faz o estilo Luiza Brunet, uma mistura de branco e índio, foi dela que eu herdei a origem indígena.
“Danilo, meu filho, que saudades”. Falou dando-me um beijo no rosto. Eu também a beijei e ela continuou “Pelo menos a pobreza não te deixa feio. Você realmente se tornou um homem lindo filho”.
“Ao contrário do que você e os outros ricos pensam mãe, falta de grana não é doença e nem defeito”. Respondi à altura.
Ela fez um ar de riso e foi disparando veneno “Você sempre com uma resposta na ponta da língua não é Danilo? Mas eu não quero discutir com você. Chamei você aqui para dizer que seu tempo se esgotou. Quero que você volte para minha casa ainda esta semana e que comece a trabalhar comigo com urgência. Você tranca o curso esse ano, começa a trabalhar na empresa e depois volta pra faculdade ano que vem”.
Eu suspirei fundo “Eu pensei que você estava com saudades do seu filho, mãe, mas pelo visto você só quer mandar em minha vida. Com licença, vou embora”, falei dando meia volta.
“Fique onde você está Danilo. Eu ainda não acabei”. Eu realmente parei e virei para ela, que continuou.
“Quando é que você vai parar de brincar de ser pobre? Essa sua opção preferencial pelos pobres é ridícula. Essa sua militância em favor dos necessitados é patética. Eu preciso de você no comando da empresa junto comigo e pra ontem, você me deve isso”. Ela falava de forma imperativa.
Eu respirei fundo novamente e tentei responder à altura de novo “Primeiro Dona Mayara, eu jamais brincaria de ser pobre, eu tenho muito respeito pelas as pessoas que não têm dinheiro. Segundo, a sua opinião sobre a minha luta social, que você considera ridícula e patética, é um problema seu, não meu. Terceiro, eu não nasci pra viver no cabresto de ninguém. Eu não te devo nada, a empresa é sua e eu vou continuar tocando a minha vida, da maneira como eu escolhi”.
“Escolheu Danilo? Que eu saiba você foi roubado, por ser ingênuo e burro. Sempre acreditando que as pessoas são boas. E sabe o que aconteceu? Você ficou na miséria. Aquele rapaz, que foi seu marido, tomou tudo o que era seu e fugiu. Como era mesmo o nome dele? Ah, lembrei, era Marlon, ele era lindo não é? Será que você não vê que estou te dando a chance de dar a volta por cima?”. Ela despejava com uma crueldade impressionante.
“Não. Você está querendo é me dominar, me humilhar, mas você não vai conseguir. Você se lembra do que você me falou quando eu fui te pedir ajuda Dona Mayara? Que só ajudaria se eu fosse igual a você. Mas como eu recusei ser um burguês você também me escorraçou e ainda me disse que eu iria voltar de joelhos procurando por você”.
“Eu só fiz isso para que você perceba sua ingenuidade e que o mundo é uma selva”.
“Você não me ajudou, se recusou a me estender a mão. Se não fosse pelo Olavo eu estaria na rua. A senhora fez exatamente o que o Marlon fez comigo, acertou-me com um punhal. Só que eu não voltei de joelhos e não vou voltar nunca. Adeus... M-a-m-ã-e”.
“Você vai voltar Danilo. Vais novamente ser enganado por um fulano qualquer, por que você é um bobo, não tem personalidade, não tem maldade e o mundo é dos mais espertos. Mas a vida vai te ensinar e você vai voltar pra sua casa, de onde nunca deveria ter saído. E eu vou te receber de braços abertos, por que és meu filho. Eu e o meu dinheiro vamos te receber”.
“Faça bom proveito do seu dinheiro Dona Mayara, pois ele não me interessa”.
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Logo depois que eu saí da empresa minha mãe recebe um telefonema de um conhecido seu e disse “Ele veio sim, mas não aceitou voltar”.
A pessoa falava e ela respondia “Calma eu vou conseguir. Ele vai assumir a empresa e então conseguiremos tudo o que a gente planejou”.
O diálogo continuava e ela respondeu “Não fala assim comigo. Eu estou fazendo tudo o que eu posso, mas você sabe que ele é indomável. Não se preocupe eu vou conseguir trazê-lo de volta e você terá tudo o que quiseres. Também te amo”.
Mayara desligou o celular, respirou fundo e falou para si mesma “Você vai voltar Danilo, eu juro que eu vou conseguir te colocar no eixo, minha vida e a dele dependem de você”.
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Voltei pra casa totalmente em frangalhos. Minha mãe fez aflorar toda a mágoa que eu tinha em meu peito. A tristeza tomou conta de mim e quando cheguei em casa foi impossível não lembrar da discussão que eu tive com minha mãe, lembrei também de Wander e Marlon.
Quando eu estou triste, não tem jeito, eu fico na fossa mesmo. Coloquei uma música melancólica, fiz uma jarra de caipirinha e aos poucos fui bebendo e me lembrando do que aconteceu no passado, foram cinco anos de mágoa e decepção.
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Há 5 anos atrás, minha primeira decepção – Eu era o goleiro do time da nossa turma e naquele dia eu fiz bonito. Era nosso último jogo do ano, pois as aulas tinha se acabado e já havíamos até feito a formatura. Eu não era um atleta igual ao Wander, mas eu salvei o time. No vestiário eu fui cumprimentado por todos. Naquele dia todo mundo elogiou o Tangerina, mas sinceramente a única opinião que me interessava era do Wandeco (eu o chamava assim em minha intimidade).
Perguntaram por ele e disseram que ele estava aos beijos com a chefe da torcida do time do 3º Ano C, uma menina linda e fútil, chamada Deborah que não saia da cola dele. Foi inevitável eu sentir ciúme, embora eu soubesse que pra ele eu não existia, era apenas um bobo, o Tangerina, a quem ele ofendia constantemente e não cansava de esnobar, sim, eu sentia ciúmes dele e muito.
Todos foram embora do vestiário e eu resolvi tomar meu banho, na verdade eu tinha vergonha do meu corpo, por ser o gordinho da turma. Quando eu entrei no chuveiro eu percebo a presença dele, que não tirava os olhos de mim. Eu fiquei com muito medo, mas fiquei super excitado.
Ele ficou ao meu lado e eu já estava de cacete duro e o tesão a mil. Ele parou ao meu lado, e ficou de frente para o espelho, já com o pau a meia bomba, e continuava a me olhar. Tremi dos pés a cabeça e ele olhou disse “Me chupa vai, eu sei que você quer isso”.
Eu estava ofegante, pois sempre tive vontade e já tinha batido muita punheta pensando nele, mas ao ajoelhar-me e colocar meus lábios no pau dele eu senti algo realmente extraordinário. A água batia em minha cabeça e eu comecei a chupar o pau do Wandeco. Ele encostou a mão na minha cabeça e fodeu minha boca. Seu pau era grande e delicioso. Ele só gemia, socava em mim e fechava os olhos. Até que eu senti seu pau inchar e ele gozou, foi tanta porra que escorreu pelo canto na minha boca. Eu sorvei aquele líquido agridoce e foi uma sensação maravilhosa. Eu ainda lambi o pau dele até ficar bem limpinho. O mais incrível é que ele não amoleceu, pelo contrário, parece que ficou ainda mais duro, um verdadeiro ferro, ele me devorava com os olhos.
Fui surpreendido por ele me levantar. Deu-me um abraço forte e beijou-me vorazmente, enquanto a água nos molhava. Ele ainda abraçado a mim, apertou a minha bunda (que sempre foi grande) e foi enfiando o dedo no meu anel. Eu só me abri. Ele me virou e começou a lamber meu cuzinho virgem. Eu estava nas nuvens, tremendo da cabeça aos pés. Ele lambeu muito, depois mordeu, lubrificou. Eu encostei no azulejo do banheiro e ele posicionou o pau no meu rego e foi metendo.
Eu estava totalmente entregue e lubrificado e em poucos segundos ele estava bombando com força. Eu pirei quando ele falou “Danilo, eu sempre quis te possuir cara. Você tem o cuzinho muito gostoso, eu sonhei muito com esse momento”.
Eu apenas gemi e falei “é todo seu Wandeco, eu me guardei para você”. Ao ouvir minha resposta ele bombou tão forte que chegava a fazer aquele barulho “ploc, ploc, ploc”. Ele me pegou no colo e me levou para um banco desses que ficava no meio do vestiário. Eu deitei de costa e barriga pra cima. Ele abriu minhas pernas e me comeu de frango assado. Eu enlacei minhas pernas nele e senti sua macheza.
Ele me comeu muito e não tirava sua língua da minha. Ele metia sem dó e não me deixava escapar. Totalmente entregue comecei a sentir uma sensação estranha e um prazer indescritível, quando anunciei meu gozo “Wander eu tô gozando amor, mete mais, me lambuza com teu leite”. Falei isso e apertei o pau dele com meu anel, foi suficiente para ele gozar livros de porra e devorar a minha boca.
Ficamos ainda uns instantes juntos, ele em cima de mim, sem tirar o pau de dentro. Até que foi retirando devagar. Pegou a minha mão, levantou-me e levou-me para o chuveiro. Dessa vez tomamos banho juntinhos, nos esfregando um ao outro. Ele se vestiu primeiro e o peguei pensativo. Eu estava nas nuvens, pois tinha certeza que havia encontrado o homem da minha vida, por isso levantei sua cabeça e falei “Você não sabe como eu sonhei com esse momento Wander. Eu te amo, sempre te amei”.
Ele me empurrou e nervoso começou a rir da minha cara “Você não passa de um viadinho mesmo não é Tangerina? Olha pra você e olha pra mim moleque. Eu sou lindo e você é feio. Eu gosto é de mulher, eu sou homem porra, você acha eu iria namorar com você?”.
Eu fiquei sem chão “Mas, a gente acabou de transar e foi tão bom. Eu ainda era virgem”.
Ele gargalhou na minha cara e disparou com desprezo “Te enxerga seu boiola, eu fiz isso só pra saber se você era gay mesmo e eu pude comprovar que você não passa de uma bichinha. Agora eu vou sair daqui e vou espalhar pra todo mundo que você é gay”. E ele realmente fez isso.
Eu queria bater nele, mas ele é que bateu em mim, resultado, fiquei caído no chão e a dor não foi pelo murro, mas pela humilhação de ser usado e descartado na mesma hora “Fica aí no chão, que aí é teu lugar. Eu tenho nojo de você, seu viado”.
Eu nunca fui tão humilhado em toda a minha vida. Sofri muito, amaldiçoei-me, mas prometi para mim mesmo que ele não iria me vencer, que eu daria a volta por cima e que ainda seria muito feliz.
Bijuteria (Bruno e Marrone)
Quando a noite cai é que eu sinto a falta que você me faz
Saudade em quem não passa e nem me deixa em paz
A sombra de um amor que já brilhou demais...
Você foi prá mim a coisa mais bonita que me aconteceu
Não pode imaginar os sonhos que me deu
E quanta insegurança me deixou o adeus...
Amei você
Sem truque, sem maldade, fiz o meu papel
Eu quis lhe oferecer, o que ninguém me deu
Você não acredita, mas eu fui fiel...
Amei você, mas hoje posso ver
Que foi melhor assim
Preciso te esquecer prá me lembrar de mim
A vida continua...
E no brilho de uma pedra falsa
Dei amor a quem não merecia
Eu pensei que era uma joia rara
Era bijuteria
Das mentiras, das palavras doces
Vi calor no teu olhar, tão frio
Da beleza, do teu rosto esconde, um coração vazio...
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Em um ano eu dei a volta por cima com a ajuda do meu pai. Ah, quanta saudade eu sinto dele. Daniel Eduardo Baldini era tudo para mim. Aceitava-me e acolhia-me do jeito que eu era. Eu contei tudo pra ele, pois sabia que se eu fosse falar com minha mãe ela iria me criticar. Eu disse a meu pai que eu não queria mais ser aquele nerd gordinho e feiinho. Ele riu e me falou “Danilo meu filho, você nunca foi e nunca será feio. Você é lindo e eu te amo muito, mas se você quer melhorar sua aparência pra se sentir mais seguro, tudo bem, você tem o meu apoio”.
Foram doze meses de profunda mudança. Meu pai me levou para me consultar com Olavo e ele me indicou todos os profissionais de saúde que eu precisava: dermatologista, ortopedista, nutricionista e ainda me indicou um personal trainer.
Foi ali, aos dezesseis anos, convivendo mais diretamente com Olavo Villaverde que eu decidi que eu queria ser médico e ajudar as pessoas e queria fazer isso pelo resto da minha vida. Naquele mesmo ano eu comecei a faculdade de Medicina. Meu pai, que era um grande empresário, ficou um pouco triste, pois ele queria mesmo era que eu trabalhasse com ele no estaleiro (ele tinha várias balsas, portos e era um sucesso no ramo aquaviário), mas me apoiou incondicionalmente.
Ele fez um seguro de vida em meu nome, comprou um apartamento pequeno pra mim e um carro popular. Ele sabia que eu não gostava de ostentação e tinha herdado isso dele. Eu estava indo muito bem no curso de medicina, aliava meu novo estilo de vida e estudo. Pasmem, comecei a ficar bonito. Emagreci cerca de 15 kilos, minhas espinhas sumiram, parei de usar óculos e tirei o aparelho dos dentes. Eu já estava gatinho e já fui ficando mais popular. Percebi que a sociedade dá muito valor à aparência e eu fui me sentindo mais seguro. Claro que mesmo com minha popularidade eu continuei cultivando minha amizade com Matheus e Patrícia, a amizade entre nós só crescia.
Pouco mais de um ano meu pai me deixou e partiu pro andar de cima. Ele morreu num acidente de carro e eu só não enlouqueci de vez por que eu tinha também meus dois amigos e Olavo. Era como se meu pai tivesse me confiado a ele e ficamos cada vez mais próximos. Por vezes batia uma saudade tão grande que meu coração parecia que ia explodir, foi então que eu conheci minha segunda paixão, Marlon.
Foi uma paixão tão grande que eu não contei conversa, deixei tudo pra trás e fui morar com ele. Ele era aspirante a modelo e o homem mais lindo que eu já vi na minha vida, mas como em minha cidade não havia muito campo pra esse tipo de serviço, não dava para sobreviver. Eu o sustentava com o dinheiro que meu pai me deixou e embora o conflito com minha mãe fosse grande, Marlon e eu vivemos uma felicidade plena por 1 ano, éramos muito felizes e companheiros, até que aconteceu minha segunda e maior decepção.
Em uma semana de março de 2009, eu fui com o Professor Olavo e outros acadêmicos para uma área ribeirinha para fazermos um trabalho de saúde básica, passamos quatro dias e foi uma experiência maravilhosa, o contato com o povo me deixava muito mais humanizado.
Eu só estranhei o fato de não ter conseguido falar com o Marlon pelo celular, só dava fora de área. Um colega me deixou no prédio onde eu morava e ao chegar em meu apartamento, mas uma coisa estranha, minha chave não coube na fechadura, reparei que havia sido trocada. Eu comecei a tocar a campainha e a bater, mas Marlon, não me atendeu. Dona Isaura, uma vizinha viu meu desespero e foi em meu socorro “Ele não está mais aí filho. Ele se mudou”.
“Como se mudou Dona Isaura? Nós não tínhamos planejado nada”.
“Vem comigo Danilo. Acho que alguma coisa grave aconteceu com você!”.
Entrei no apartamento dela e vi minhas duas malas. Ela me entregou um envelope lacrado. Meu corpo começou a tremer e eu desabei a chorar. A mulher me abraçou e disse “Calma filho, vai ficar tudo bem”. Eu abri o envelope e comecei a ler.
“Danilo meu amor, me perdoa, mas eu tive que fazer isso. Desfiz de nossas coisas para correr atrás de meu sonho. Quando você receber essa carta eu já estarei longe. Estou com o coração apertado, mas tive que vender nossos móveis, apartamento e o carro. Também saquei o restante de dinheiro que tínhamos no banco. Acredite, não havia outro jeito, mas eu prometo pra você que eu volto pra te buscar e vou te devolver tudo. Dar-te-ei a vida que você merece. Não me odeie por favor. Sei que você é rico e pode voltar pra casa da sua mãe, tendo todo o conforto possível. Fica com Deus meu amor. Eu te amo muito. Do sempre teu, Marlon”...
Aquela punhalada foi pior que a que eu senti com o Wander, ou talvez tão cruel quanto. Eu estava ali, sem casa, sem família, sem meu pai, sem meu companheiro, na mais completa miséria e ferido mortalmente.
E no brilho de uma pedra falsa
Dei amor a quem não merecia
Eu pensei que era uma joia rara
Era bijuteria
Das mentiras, das palavras doces
Vi calor no teu olhar, tão frio
Da beleza, do teu rosto esconde,
Um coração vazio...
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Eu já tinha tomado quase toda a jarra de caipirinha e por coincidência estava tocando a música “Bijuteria”, ela expressava tudo o que eu sentia. Olhei para a mesinha da sala, vi a aliança de prata que o estranho do quarto escuro tinha me dado e falei “Só você Menino Misterioso poderia acalmar meu coração, mas o destino não quis que a gente ficasse juntos”. Paciência!.
Tomei meu último gole de caipirinha, coloquei o anel numa gaveta da estante da sala e falei pra mim mesmo “É Danilo, nunca mais, nunca mais se apaixone novamente”... Continua....
E no brilho de uma pedra falsa
Dei amor a quem não merecia
Eu pensei que era uma joia rara
Era bijuteria
Continua...
Dialogando com o Manu!!!!!
Mais um capítulo feito especialmente para vocês meus amados!!!! Vamos dialogar?
Rafael Guimarães meu querido o romance hétero é a segunda história do romance, serão co-protagonistas e podem surpreender a todos. Claro que alguns podem não gostar, mas prometo que farei com muito carinho.
Ruanito quase me espoco de rir, pois você já está odiando o Wander, será que esse ódio ainda se transformará em amor? Só quero deixar claro que não defendo personagem, eles têm vida própria e podem nos surpreender. Se mudares de ideia me fala? Beijos querido.
mcFofinho e D.D.D. prometo que irei me esforçar ao máximo pra manter um padrão de postagem, pelo menos de três em três dias. No mais, só quero agradecer o carinho de todos e todas. Estou muito feliz e amo vocês!!!!!!
Malura valeu pela força e olha, o amor e o ódio estarão sempre entrelaçados aqui no romance, mas claro que também haverá humor, mistério, amizade, inveja e etc. Fazer o que né? Sou um escritor à moda antiga, gosto de todos estes ingredientes.
Edu19>Edu15 e Diegoh' valeu pelo carinho, com certeza ainda haverá muita confusão, serão no mínimo 30 capítulos o romance e espero que não desistam dele, kkkkDerick amado prometo que não demorarei a postar e não se preocupa pois eu levo a história até o fim. Tenho grande compromisso com vocês, que são meus queridos e queridas.
Lando 32 te amo muito viu, você mora no meu coração.
Trager: Danilo e Wander são parecidos em alguns aspectos e em outros são totalmente diferentes. Curioso né?
Perley eu também estou muito feliz de ter voltado, demorei por problemas de saúde em minha mão, quase não conseguia trabalhar, mas já estou bem e se Deus quiser e ele há de querer, vamos até o final do romance. Valeu pela força gato.
Sonhadora19 uma das minhas leitoras prediletas, inteligente e sensível. Valeu pela força e concordo com você, nem sempre o bem vence o mal e o amor supera o ódio, mas a gente tem que ir tentando né? Temos que transformar esse mundo num lugar melhor sempre. Abraços amore!
Tay Cris e Thiago Silva obrigado pelo carinho e que bom que vocês gostaram. Ainda teremos muitas surpresas.
Geo Mateus - Matheus é um dos protagonistas da história. Quanto ao Wander, ele é enrustido mesmo e parece um imbecil na história, mas ele ainda irá surpreender a todos.
Fabi26 brigado pelo carinho gata. Mais pra frente Wander vai saber quem é o cara do quarto escuro. Será que ele vai resistir ao golpe? KKKKK. Veremos.
Zé Carlos você ainda não viu nada gato. Esse história ainda terá muito quebra-quebra, tudo à la-Manu Costa. Adoro um barraco e emoções fortes! Valeu pela força!!!
Fiquem todos e todas com Deus e até brevíssimo.
Um beijo do - Manu Costa