Cap.1
PIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIMMMMMMMMMMMMM. Ah, que droga, já eram 06h. Eu tinha que ir pra aula. Logo estava apalpando tudo, em busca da porta do meu banheiro. ACHEI. Entrei, fiz tudo o que precisava, e sai, do mesmo jeito que entrei. Quem sou eu. Bem. Me chamo André, tenho 15 anos. Não sei me descrever direito, afinal, eu sou deficiente visual, desde que eu nasci. Mas pelo que o pessoal me conta( mamãe), eu sou loiro, olhos castanhos, branco, alto. Não me acho saradão. E, eu sou gay, mas ninguém sabe disso. Minha vida, é um pouco difícil. Ser cego, até que tem vantagens, afinal, as pessoas sempre fazem favores pra gente.
- André, anda que a Giselle está aqui- falou minha mãe, Luana, lá de baixo.
- Já tô indo.
Giselle é minha melhor amiga, que me conta tudo o que acontece com ela, acho até que ela gosta de mim, mas eu infelizmente, nunca poderei retribuir seu sentimento. Me vesti, peguei minha mochila, meu guia, e comecei a sair apalpando as coisas.
- Giselle- chamei
- Oi André, vamos- falou ela, me dando o abraço, que logo agarrei.
- Vamos
- Mas vocês nem tomaram café- falou mamãe
- A gente toma lá no colégio- falei- tchau mãe
- Tchau querido, até mais tarde.
Minha mãe, não era mal sucedida. Trabalhava numa empresa grande, ganhava bem. Eu tinha tudo o que eu quisesse ter. E assim, ela podia pagar minha vida diferenciada, afinal, eu tinha muitos acessórios, pra poder levar minha vida. Meu computador era totalmente modificado, eu precisava encomendar livros em braile em cada colégio que passava. Logo eu e Giselle estávamos indo pro colégio.
- E ai Giselle, alguma novidade
- Tem uma nova
- Conta
- Não tem o Júlio
- Sei, aquele que você diz que é sarado
- Ele mesmo, ele me pediu em namoro
- E você, o que disse a ele
- Ah, disse que eu ia pensar, eu não gosto dele e você sabe, eu gosto de outra pessoa, só não sei se ela gosta de mim.
Logo pensei em mim, mas desencanei. Logo estávamos no colégio. Eu não me soltava dela, afinal, eu não conhecia muito bem aquele colégio, era meu primeiro ano ali. Logo estávamos chegando na sala de aula, e eu me sentei. Até que o pessoal se calou, de longe sabia que a professora tinha chegado.
- Olá pessoal, Bom Dia, vamos lá, que a Filosofia nos espera- parecia até bordão, aquela professora de filosofia, chegava, e dizia isso toda aula. Logo tirava meus livros da mochila, e começava a lê-los- bem pessoal, vamos lá anotar o que eu vou dizer- é, toda a turma pagava o pato por eu ser cego, os professores mal usavam as lousas. Na maioria das vezes, era tudo no ditado mesmo, era o único jeito de eu conseguir escrever na máquina né- anotem ai, o texto sobre Platão, é...- ela foi interrompida, com alguém batendo na porta- quem será que está interrompendo minha aula- escutei barulho de porta abrindo, e uma voz, bem, não consigo nem descrever. Linda, Grossa, Melosa, Incrível falou lá de fora.
- Professora, desculpa pelo atraso, tive um problema em casa hoje.
- Você é aluno novo é.
- Sim, sou eu mesmo.
- Faça o favor então de vir se apresentar aqui na frente.
- Bem, me chamo Gabriel, tenho 15 anos
- Bem Vindo Gabriel- toda a turma falou em um coro sonoro.
- Ok, agora vai sentar- falou a professora. Senti o vento dele passando ao meu lado.
Logo toda a aula se passou. E chegou a hora de irmos embora.
- Vamos Giselle
- Vamos André- logo estava agarrado ao braço da minha melhor amiga, quando ouvi de novo aquela voz gostosa.
- Ei, vocês vão por qual caminho
- A gente vai subir a avenida- falou ela
- Eu posso ir com vocês, eu sou meio novo aqui na cidade
- Claro, vamos- falei
E durante todo o caminho viemos fazendo brincadeiras, palhaçadas e tudo mais. Até que chegamos na minha casa.
- Tchau Giselle, Tchau Gabriel
- Tchau André- os dois responderam
Logo entrei em casa
- Já filho, vamos logo almoçar, temos que ir a feira mais tarde.
- Ah mãe, eu não tô com muita vontade de ir pra feira hoje não.
- Ah filho, quem vai comigo então
- Vai sozinha mãe, só hoje.
- Tá bom, ei, eu acho que a Giselle gosta de você sabia
- Também acho.
Logo, ele passou a ser um dos meus melhores amigos, até que um dia acabei indo sozinho para o colégio, me guiando com a vareta. Acertei a sala, pelo menos isso. Assim que cheguei, ouvi alguém me chamando
- André- ouvi
- Quem é- perguntei
- Ora, não me reconhece mas não, Gabriel né
- Ah, oi Gabriel, você poderia me guiar até a cadeira por favor
- Claro.
Logo a aula começou, e era de História. Depois de um tempinho de papo, ele marcou um trabalho.
- Vamos lá gente, animação. Vamos fazer um trabalho, em dupla. Entrega na próxima semana- logo a Giselle veio pro meu lado, mas o professor frustrou suas expectativas- duplas masculinas e femininas ok. Sobre os Gregos. Papel Almaço. Tchau Pessoal.
Logo tive que fazer o trabalho com o Gabriel. A aula acabou, e nós ficamos no lado de fora da sala, conversando, eu e a Giselle
- Giselle, me diz uma coisa. Como que o Gabi é.
- Ah. Alto, maior que você, branco, moreno, olhos azuis. Não acho ele sarado. Mas ele é bem bonito. Porquê.
- Nada.
Logo estava em casa. E enquanto ouvia música na minha cama, me peguei pensando nele.
“ Como, eu posso estar me apaixonando por alguém que eu nem conheço direito. O conheço a apenas uma semana. Será se ele é gay. Será que ele vai gostar de mim, mesmo eu sendo cego.
Continua
Olha ai meu novo conto. Comentem e Votem, por favor. Amo vocês
