Começo logo pedindo desculpas por não ter postado ontem, pois minha internet não funcionou a manhã toda. Também devo me adiantar para não me julgarem por viajar muito, visto que essa história e a metáfora de uma vida e é bom colocar aqui ou ali uma coisa bem incomum. Enfim, espero que gostem. Ao conto.
Parte 75
Instintivamente a deixei cair. Ela desdobrou-se e começou a abrir varias partes ao mesmo tempo, ficando maior e tomando a forma e tamanho de uma pessoa. Tudo bem, não era uma pessoa, mas parecia um daqueles manequins que tem nas lojas, um homem sem olhos, mas com uma espada e articulações. Ele era todo marcado por desenhos que eu não conhecia, em sua testa estava evidenciada a marca que eu havia montado.
Rafael – fique perto de mim – falou se pondo entre mim e o estranho boneco, para me proteger erguendo sua espada de treino.
Alex – eu falei para não brincarmos com o que não conhecemos – falou também se pondo pronto a atacar o boneco, mas a figura não se movia. Ela ficava parada, ajoelhada e usando a espada de apoio enquanto mantinha a cabeça baixa.
Rafael – o que será que é isso? – disse sem sair do lugar.
Alex – não parece vivo – falou abaixando a arma e aproximando-se para checar.
Eu – é melhor não tocar – falei quando ele mexeu no ombro da coisa, todavia nada aconteceu.
Rafael – vamos à biblioteca, talvez consigamos descobrir do que se trata – disse baixando a guarda e me conduzindo para fora do recinto.
Fomos, primeiramente, a cozinha averiguar o paradeiro da Carol. Eu tinha toda a razão! Ela estava assaltando a geladeira. Falamos o ocorrido e seguimos todos para a biblioteca. Procuramos no manual de armas da casa, demorou, mas encontramos.
Rafael – aqui esta! – falou, e todos voltaram sua atenção para ele – aqui diz: “pedra multi utilidades”, mas na frente tem um menu com os símbolos. Lucas, você saberia dizer qual o símbolo da pedra?
Eu – esse aqui – falei apontando o desenho.
Rafael – “função treinamento: soldado de combate _ espada”
Alex – quer dizer que aquilo é um saco de pancadas?
Rafael – pelo que diz aqui, não. Aquilo é quase um professor, pois parece possuir alguma espécie de inteligência computadorizada que se adapta ao nosso nível para podermos treinar. Também aplica técnicas de ataque e defesa, mas não é letal.
Eu – e porque ele não me atacou?
Rafael – parece que ele funciona com comandos de voz, para começar o treinamento básico é... “iniciar nível um”
Carol – aquela bolinha só faz isso?
Rafael – não. De acordo com o símbolo final ela adquire uma função diferente.
Alex – e eu pensei que não ia mais me surpreender.
Carol – sabe limpar a casa?
Rafael – deixe-me ver... Sabe... Parece ser realmente multi utilidades.
Alex – que ótimo, agora você não precisa contratar uma domestica – rimos.
Voltamos para a sala do espelho e o boneco havia voltado a ser apenas uma esfera. Formei novamente o símbolo, eu era bom naquilo, e conseguimos usá-lo para treinamento. Foi muito engraçado, primeiro foi o Alex que não conseguiu nem atravessar a defesa do bichinho, toda vez que ele tentava golpear o boneco esquivava ou bloqueava com a espada. Até um momento que o Alex ficou enfurecido e tentou dar um soco na coisa. Neste momento ele não se mexeu e quando o soco pegou certo no símbolo, bem aparentemente a cara dele não é tão macia quanto acreditávamos.
Depois desse ataque de raiva foi a vez do Rafael. Juro que fiz de tudo para prestar atenção nas manobras, mas eu apenas conseguia admirar cada expressão de meu amor. Se eu falasse para meu pai algo assim ele daria a desculpa de que meus hormônios estão agindo. Enfim, o Rafael conseguiu acertar apenas um ou dois golpes, mas acabou que o boneco fez uma manobra e derrubou a espada do Rafael.
Eu e a Carol ainda tentamos a sorte, mas não demoramos nem cinco minutos (somando nossos tempos). Depois fomos tomar banho, separados, claro, e o Rafael preparou uns lanchinhos para nós, sim, pois o pudim que ele havia feito desapareceu misteriosamente. Rimos bastante e conversamos sobre coisas triviais, como o que havíamos feitos nas últimas férias. Assistimos a um filme leve, o Rafael desapareceu por alguns momentos, mas logo retornou. Depois do filme, a Carol e o Alex foram dar uma volta pela casa e eu ajudei o Meu amado com o jantar. Finalmente fomos dormir sem muitas preocupações. A verdade era que eu desliguei os problemas de mim, era fácil com o Rafael por perto.
“Eu estava em frente a um túmulo e o dia era nublado. Não conseguia distinguir o nome que estava na lápide, porém meu coração doía, algo cortante e incomodo, algo que eu acho que ninguém deveria sofrer, pois não era uma dor de uma ferida, uma bala ou algo físico, mas algo profundo que parecia não acabar. Parecia que o tempo não melhorava e lagrimas continuavam a jorrar de meus olhos. As gotas que escorriam pelo meu rosto não incomodavam, eu não estava chorando de desespero... Não... Era algo... Forte... Ressentimento?”
Eu não sabia ao certo. Sei apenas que não resisti e acabei açodando. A primeira coisa que notei era que as lagrimas estavam realmente escorrendo por meus olhos. A segunda, que o Rafael não estava ao meu lado...
Continua...
O Rafael nunca sai do lado do lucas, quem acompanha o conto sabe que em todas as vezes que o Lucas despertou o seu amado estava ali. Garanto que ele não foi ao banheiro, pois a luz estava apagada. Então onde? Cometem, critiquem, deixem perguntas e façam suas observações sobre o andamento da historia. Ao final não deixem de atribuir uma nota. Até a próxima!