Aquele foi um dos melhores dias da minha vida.
Bruno me levantou e nós nos beijamos e rimos muito.
Até que a chuva de simples chuviscos passa para trovoadas.
-Bruno. Vamos! - eu puxei ele e fomos correndo de mãos dadas até meu chalè, que era o mais próximo, chegamos lá ensopados.
-O que eu não faço por você? - ele riu e estávamos subindo as escadas.
-Você ainda está tentando me conquistar. Então. Faça tudo que eu mando. - Eu ri.
-Xii. - Bruno me jogou na parede e me beijou. Era um beijo delicioso, calmo, molhado, eu acariciava a nuca dele enquanto ele passava a mão na minha cintura.
-Ah. Desculpa. - De repente Felipe abre a porta e nos encara com uma cara de poucos amigos.
-Ah. Cara. A gente se reconciliou nè amor?- disse Bruno me beijando e me abraçando.
Eu estava mega sem graça com aquela situação.
-É. - eu dei um sorriso sem graça.
-Ah. Vou deixar vocês aí. - Ele deu um sorriso falso e saiu.
-Ah. Sabe o que aconteceu? - Bruno perguntou meio surpreso.
-Não. Mas deixa ele. - Eu disse beijando Bruno. - Ta. Chega por hoje. Vai pro seu chalè que é melhor. - Eu dei um selinho nele.
-Aaaaaah. - Disse ele fazendo biquinho que decepcionado.
-Não adianta. Vai logo. - Eu sorri.
-Tá. Então promete que amanhã nos vemos.
-Não sei se você merece. - Eu cruzei os braços.
-Ah não? - ele disse vindo na minha frente e me deixando encurralado.
-Não sei. - Eu sorri. - Agora saí de cima de mim vai...
Bruno me deu um beijo, um dos tantos outros melhores, sua lingua dava voltas dentro da minha boca, e a minha na deles, nossos lábios se cruzavam com uma voracidade. Mas era um beijo quente. E eu saiba onde isso ia chegar se eu não brecasse ele.
-Vai. Tchau. - Eu empurrei ele de leve.
-Um último beijo? - ele disse me beijando de novo.
-Já deu. Agora, pode tomar seu rumo ! Vai! - eu disse isso e subi mais um degrau, entrando porta adentro.
Eu me sentei na beirada da minha cama e fiquei repensando sobre tudo que estava acontecendo. Eu, tecnicamente , havia perdoado uma traição.
Mas sabe o que é? Eu amava aquele idiota. Ele era tão fofo, tão bonito, tão sedutor, tão tudo ao mesmo tempo que isso me deixava em estado de transe.
Que seja o que Deus quiser. E ele foi sincero. Levei isso em conta também. Eu não demonstrei mas na verdade eu amei tudo o que ele fez, desde contar a verdade, até se ajoelhar naquela grama que eu acho que estava meio molhada.
Felipe eu ainda estava pensando em o que fazer, ele demonstrou muito descontentamento ao nos ver juntos, e o pior, ele não escondeu isso.
Eu decidi que adiaria uma conversa seria com ele ao máximo, por isso, eu também decidi que iria dormir.
Muito agito para um único dia. Que dia estranho. Jesus.
Tomei mais um banho e fui dormir.
Acordei com o despertador vibrando em cima da minha cama, olhei ao redor, Felipe dormia. Silenciosamente, eu peguei minhas roupas e meu sapato e fui ao banheiro. Fiz minha higiene, arrumei meu cabelo (que de manhã da pra por uma galinha, porque parecia um ninho).
Me arrumei e saí. Não sei se fiz certo, mas eu definitivamente não estava a fim de falar com ele. Eu sabia que ele ia tentar me abusar de novo kkkkkkkkk E ele sei lá, era tão bonitin que tinha um efeito meio irreversível em mim. Ele me atraia. E isso eu admitia.
Eu sai fui andar um pouco, o café dali a minutos seria servido, então, eu ia passear um pouco sim. Fiquei pensando em o quanto a vida é estranha. E também, em como as pessoas que amam outras ficam idiotas quando amam. Eu olhei para o lado e vi que havia um parquinho infantil rodeado por flores. Eu nunca havia de fato estado ali. Me sentei em um balanço e fiquei lá brisando no mundo da batatinha. Logo sinto mãos nos meus ombros e viro para trás.
-Ola.- Disse Julio se sentando no balanço ao meu lado.
-Ah. Oi. - Eu sorri.
-Tudo bem contigo? - ele perguntou.
-Sim... e tu? - eu disse.
-Ah... mais ou menos. - Ele deu um riso meio tímido.
-Por que? - eu o encarei.
-Ah. Nada. Então... quando vamos... hmmm... - ele coçou o queixo. - Sair de novo? - ele sorriu.
-Quando, você quiser. - Eu sorri novamente.
-Ah. Então assim que a gente sair daqui. - Ele me encarou. - Onde quer ir?
-Eu nunca fui num Buffet de sorvete. Deve ser muito bom. É , quero ir em um. De tarde, tomara que esteja calor, poque eu vou soltar creme pelo nariz de tanto comer sorvete. - Eu falei sério me balançando no balanço.
-Combinado! - Julio gargalhou. -Você vai na festa de hoje? - ele perguntou.
-Não sei. Acho que vou ...
-Ah. Melhor a gente ir logo pro Refeitório, a conversa está ótima, porém, vamos? - ele perguntou se levantando e me dando a mão.
Eu por um momento o encarei , sem entender, mas dei a mão a ele, ainda sem entender.
-Queria te ajudar a levantar. - Ele disse sem jeito soltando minha mão.
Eu encarei Julio. Ele era totalmente o oposto de todos os garotos que eu conhecia, ele tinha aparência brusca, porém era o cara mais fofo que eu já vi na minha vida.
Fomos conversando até o refeitório, sobre coisas bobas como a escola. Quando chegamos lá, eu bati o olho e logo vi Bruno e Amanda juntos, O meu Bruno, não o Bruno 2, eles deveriam estar me esperando. Eu cheguei lá e Bruno estava com uma cara péssima, e Amanda mexia no celular.
-Ola pessoas! - eu sorri.
-Oi. Bom Dia .- disse Bruno mal humorado.
-Que que foi amor? - eu me sentei ao lado dele e o encarei.
- Nada. - ele olhou para o outro lado do salão. - Quem é aquele? - ele perguntou encarando Julio.
-É meu amigo, quase irmão, meu e da Amanda , né? - eu perguntei a ela.
-Ah? - ela me olhou assustada.
-oii, planeta terra ?! - eu bati na mesa.
-Fala que que voce quer logo seu chato . - Ela disse rindo. - E se continuar batendo na mesa eu vou fazer você comer a mesa. - Ela sorriu. Debochada que só ela.
-Bruno. Melhora essa cara. - Eu disse cutucando ele.
-Ah. Me deixa . - Ele disse mudando o braço de direção.
-Nossa. Que que foi? - eu disse o encarando boquiaberto.
-NADA. QUE SACO. - ele gritou para mim.
Eu joguei a cadeira e saí da mesa.
-DEPOIS NÃO VENHA CHORAR. PEDIR PERDÃO. SEU MALA. - eu saí andando.
Ele veio atrás de mim e me puxou logo depois da porta.
-ME SOLTA. QUE SACO. - eu puxei meu braço.
-Pera amor. Desculpa. - ele tentou me abraçar.
-QUE ... DESCULPA O CARALHO. VOCÊ ACORDA VIRADO E EU PAGO O PATO. VAI SE FODER. EU VENHO UM DOCE DE MENINO COM VOCÊ E VOCÊ VEM ME ESCULACHAR ?! - eu rebati gritando.
-Calma. Calma . - Ele fez sinal.
-AH. ME DEIXA . - eu saí andando.
-Ei. Eu só ... estava com ciúmes. -Ele me encarou com a cabeça baixa.
-Ah não. - Eu coloquei as mãos na testa. -Você é tão idiota.
-Eu sei. Desculpa. - Ele me abraçou e me deu um beijo. - É que... eu só te amo. - Ele mordeu os lábios.
-Tá. Agora. Vamos entrar de novo antes que eu não queria mais entrar. - eu rebati.
Eu e ele entramos novamente e Bernardo passou ao nosso lado.
-Que que se tá olhando seu merda ? - disse Bruno voltando em direção de Bernardo.
-Eu olho pra onde eu quiser seu filho da... - Bernardo começou a dizer.
-EI! VAZA DAQUI VOCÊ. E VOCÊ PARE. - disse Amanda puxando Bruno pelos braços.
Eu ainda estava parado, talvez assustado.
-Tive que entrar no meio. Porque o Luca, para e fica olhando com cara de paisagem. Quase que essas duas crianças saiem na porrada de novo. - ela bufou se sentando na cadeira.
-Eu não sabia de onde você surgiu! - eu disse rindo.
Bruno se levantou.
-Vou jogar bola. Tchau amor. - Disse Bruno tentando parecer calmo acariciando meu ombro.
-Tchau Bruno. - Eu ri e mandei um beijo pra ele.
Ele piscou e sorriu.
Amanda me encarou e se aproximou.
-Ele está estranho, você não acha? - ela disse levantando as sobrancelhas.
-Nem me fale. Ele estava um cavalo comigo. Ainda bem que eu comando a situação. - Eu pisquei e sorri. - Ciúmes acredita? - eu também apoiei os braços na mesa.
-Sim. Ele está estranho.
-Pois é.
-Você vai na festa hoje nè? - ela sorriu.
-Vou. Eu prometi ao Julio e ao Bruno que eu ia. - Eu sorri.
-Julio? - ela mordeu os lábios. - Sabe. Eu sempre suspeitei que ele gostava de você.
-Amanda! Para! Ele é só meu amigo tá legal?
- Eu conheço ele a anos. Sempre foi o sonho de consumo de qualquer garota, ano passado ele ficou com quase todas as meninas da escola. Convenhamos que ele tem um charme e uma beleza ... misteriosa. Esse ano, ele só ficou com uma garota, no começo do ano que eu saiba. E ele saia bastante com você. Ele sei lá. Fala de você de um jeito estranho. Apesar de galinha , ele é fofo. - Amanda riu.
-Cala a boca vai. - Eu dei um tapinha leve no braço dela.
-É sério.
-E o seu peguete ?
-Bem que você disse. Era salafraio. - ela disse encarando p outro lado do Refeitório.
-Ah. Que droga. O que aconteceu? - eu perguntei. - Espera aí, vou me servir . - Eu me levantei e fui pegar algo para comer , peguei algumas frutas, chá e paes de queijo. Retornei a mesa. - Diga agora nega.
-Bem. Ele disse que não queria se envolver.
-E voce ? - eu perguntei.
-Disse que comigo não tinha palhaçada. Que ele então não ficaria mais comigo.
-E ele? - eu sussurrei.
-Disse ' Tá. ' - Amanda suspirou. -Eu quis dar na cara dele.
Eu ri.
Eu e Amanda terminamos o café, e fomos andar, andamos a cavalo e tomamos banho de piscina, a tarde foi demais. Estava no fim da tarde quando nos separamos. Eu estava subindo as escadas para tomar banho no quarto quando Felipe abre a porta se beijando com uma garota.
-Ah. Oi. - Eu acenei e sorri para os dois.
-Oi. - A menina disse, logo em seguida ele tambem.
Eu entrei sem me importar , peguei roupas e fui tomar banho. Logo vejo a porta se abrindo, e Felipe entra e fecha a mesma.
Eu me virei e fiquei sem entender , Felipe estava tirando a roupa, ele veio e me abraçou por trás .
-De agora você não passa. - Ele chupou meu pescoço.
-Felipe, Para . - Eu disse me encolhendo , Felipe num gesto brusco me virou e me beijou, e a água quente escorrendo sobre nós .