Naquele momento eu só podia contar com uma pessoa, minha mente estava sendo impulsionada pelos sentimentos, e eu sabia que isso não podia acontecer e o único que poderia me ajudar a controlar isso seria também quem iria me dizer o que fazer.
Eu ainda estava com o troco do táxi no bolso, então peguei um ônibus e fui em direção a região botânica da cidade, desci no ponto e andei até parar na frente de uma chácara de muros altos, toquei o interfone, uma mulher me atendeu
Mulher: bom dia, Jonathan, certo?
Eu: sim! O Sr. Satoshi esta?
Mulher: sim, esta lhe esperando, entre, tire os calçados e espere no portão!
Eu: tudo bem
O portão abriu, entrei, tirei os tênis e fiquei ali esperando e observando a beleza da chácara, com uma casa grande e uma espécie de templo na beira de um pequeno lago com um grande pomar e algumas arvores em volta
Mulher: Jonathan?
Eu: ah desculpe, estava distraído.
Mulher: me acompanhe por favor
Ela me levou até o interior da casa, abriu uma porta e pediu que eu entrasse fechando-a em seguida, ele estava sentado na frente de uma parede de vidro que dava visão ao pomar e ao resto da chácara. Satoshi era um homem nos seus 50 ou 60 anos, oriental, 1,75, e por mais que eu só o tenha visto uma vez, foi o suficiente pra sentir que ele não se resumia a um velhinho que jogava xadrez nos finais de tarde
Satoshi: não deveria ter entrado aqui com essa energia...
Eu: ahn.. desculpe...
Satoshi: você é mais tolo que o meu cachorro, garanto que não entendeu o que eu falei, seu rosto esta mostrando toda a sua insegurança e falta de controle, então se veio aqui seguindo o conselho que te dei naquele dia, sabe que vai ficar aqui até que aprenda a controlar sua mente ao invés de deixar ela controlar você
Eu: exatamente... aconteceram coisas, e eu não tenho o controle da situação, to confuso, preciso de ajuda!
Satoshi: você fala como se eu fosse um padre, só você pode se ajudar sente-se e cale a boca
Me sentei ao seu lado, ele continuava sentado com o olhar fixo no lado de fora, me sentei e passei a observar o lugar calado como ele tinha pedido
Satoshi: corrija essa postura garoto, cruze as pernas e estique essa coluna, ela sustenta a sua mente e se ela estiver torta, você só vai pensar asneiras.... idiota!
Eu: ahn..desculpe..
Satoshi: “ahn desculpe, ahn desculpe, ahn desculpe” – ele disse me imitando – cale a boca e feche os olhos, preste bastante atenção em cada detalhe do que vai acontecer daqui pra frente, em cada palavra que eu disser e em cada som!
Fechei os olhos e ele começou a falar
Satoshi: quando chegou eu senti o quanto você esta inseguro, e apesar de ser burro igual muitos da sua família, fez a escolha certa em pedir minha orientação invés de ouvir essas porcarias de sentimentos que surgem em nós quando estamos diante da tensão
Satoshi: você sente raiva, não colocou seu raciocínio em ordem, e agora você deve abrir os olhos
Não entendi muito bem o porquê de abrir os olhos, mas abri, havia um pedaço de madeira na minha frente com uma pedra azul em cima
Satoshi: pegue a pedra e aperte-a!
Peguei a pedra e apertei, não me lembro de mais nada após issoalgumas horas depoisAcordei em um quarto, com uma criado mudo e um abajur apagado, as paredes pareciam serem feitas de tecido e as colunas eram de bambu, me levantei e abri a porta, olhei no corredor e eu estava sozinho, comecei a andar na direção de uma porta que dava pro jardim
Mulher: o Sr. Satoshi está no templo e quer ver você!
Eu: mulher! Não me assusta desse jeito pelo amor de cristo! Misericórdia, você saiu do chão?
Mulher: vou lhe mostrar o caminho até o templo, me acompanhe!
Fui até o templo e Satoshi estava lá, de novo, sentado olhando pro nada
Satoshi: venha, se sente, você precisa saber a verdade
Me sentei ao seu lado da forma como ele tinha me ensinado
Satoshi: esta vendo aquele peixe com manchas brancas nas costas? – ele disse apontando pro lago
Eu: sim, estou sim...
Satoshi: enquanto eu falar o observe, mas transfira toda a sua atenção pro seus ouvidos, seus olhos irão ficar inertes, só vou começar a falar quando eu perceber que conseguiu
Olhei para o peixe, passei a acompanhar em cada movimento e ao mesmo tempo procurei ouvir o som do ambiente, era um pouco difícil dividir a atenção, mas passei a prestar cada vez mais atenção nos sons.
Satoshi: eu sei o que aconteceu, você não é filho de quem pensou que era, mentiram pra você todo esse tempo, você acha que ama seu primo, porem não passa de uma atração aguda, me ouça com atenção, seus pais estão mortos
Foi inevitável, comecei a chorar, eu mal sabia quem eram eles, ainda tinha esperança de saber quem eram, mas estavam mortos, nunca mais eu os veria
Satoshi: deixe fluir, deixe a raiva e a tristeza fluir, tudo aconteceu em uma época em que você era muito pequeno, por isso não se lembra, tudo após a morte deles ocorreu normalmente por causa da influência de pessoas ruins, essas pessoas são também as responsáveis pela morte dos seus pais, hoje você vive e um ambiente totalmente mentiroso, esqueça tudo o que ouviu falar da sua família porque são mentiras, seus pais atuais também são vitimas dessas pessoas ruins, porem também partilham da culpa da morte dos seus pais, você não está pronto pra saber toda a verdade, ainda não, mas com as instruções certas estará pronto, e cabe a você decidir o que fazer depois de saber toda a verdade!
Eu chorava, não sabia porque estava chorando, mais não conseguia parar.
Satoshi: conheci 3 gerações da sua família incluindo seus pais e seu tio, um homem que permitiu que a inveja o controla-se a ponto de matar seus pais por interesse e ganância.
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Oiiii lindos, demorei demais pra voltar com o cap 11, mas ai esta! To muito oculpado ultimamente, e escrever fica difícil... mais como eu sempre digo, tento sempre conseguir um tempinho, só tenho a agradecer os comentários e os votos, e um beijo especial pra quem acompanha cada capitulo! Quem quiser entrar em contato comigo (cdc2013cdc@hotmail.com) ahh HPD SEU LINDO, DESCULPA POR NÃO TER ENTRADO EM CONTATO ATRAVÉS DO SEU E-MAIL VOU FAZER ISSO AINDA HOJE, BEIJOS :*