Cap. 1
- Anda, faz logo esse pedido, o pessoal tá esperando- gritou meu chefe lá de fora.
Eu detesto esse trabalho, nunca posso fazer nada que eu quero. Sou obrigado a todo santo dia escutar a minha mãe dizer “Chris, você tem que trabalhar, vai ter que dar duro na vida, pra não ser um pé rapado igual seu pai foi”. Arg. Já estou até com cheiro de hambúrguer. Que porra!!!!
Logo, o idiota do Rafael chega.
- Agora Rafael, eu tenho que sair
- Tá bom, tchau.
Sai praticamente as pressas, tinha marcado de andar de skate com a galera às 18h, já eram 17h45. Tinha que chegar logo lá. Deu uns 15 minutos, e cheguei.
- Nossa chegou na hora ein- falava minha namorada Fabiola lá de fora.
- Tava cheio aquele lugar- falei a beijando- oi Gil, achei que você não viria- falei, apertando a mão de Gil, apelido carinhoso de Gilberto, um de meus melhores amigos.
- Você é meio tonto de achar que eu ia perder isso aqui né- falou ele
- Pois é, e você chegou quando de Cabo Frio.
Depois de quase 1h30 de conversa, e muitas manobras, recebo uma chamada.
- Alô
- Chris onde você está- falou minha mãe Nazaré- já vai dar 20h, você ainda não está em casa.
- Eu não disse que viria pra pista hoje andar com os meninos.
- Disse, mas já tá tarde, anda logo, vem pra casa- falou ela, desligando
Logo, olhei pro pessoal com uma cara de raiva.
- Olha pessoal, eu vou ter que voltar pra casa. Mamãe tá uma fera comigo. Tchau- falei abraçando Fabiola, e apertando a mão de Gil, e me dirigindo pro carro.
- Ei, peraí- falou Gil- o Fabrício chega amanhã de Fortaleza, você vai lá no aeroporto comigo
- Tá Gil, eu vou. Que horas é- perguntei
- Às 10 da manhã, não esquece
- Tá não vou esquecer- falei arrancando com o carro.
Fabrício é o irmão mais novo de Gil. Ele estava bem com uns 14 anos quando saiu daqui. Hoje, 10 anos depois, faz o favor de retornar. Ele era muito encrenqueiro comigo, espero que tenha mudado. Ainda nem me apresentei direito. Sou Chris, tenho 20 anos. Sou branco, moreno, olhos verdes claros, sou branco estilo, cor de cola. Eu sou muito garotão ainda. Uso boné, ando de skate, cabelo bem lisinho, jogado pra frente, algumas correntes. Não sou de galeras não tá. E eu acho que sou gay. Acho e não acho. Eu quero mudar, tanto que namoro com a Fabiola, mas, o desejo por sentir a pele de um homem, é muito maior na maioria das vezes. Não sei o que minha mãe faria comigo se ao menos pensasse na hipótese de eu não gostar de mulheres. E eu não queria que o Fabrício voltasse, porquê ele me despertou muitos desejos, quando morava no Rio. Não sou saradão, mas também não sou estilo cachorro com fome, magrelo. Sou até definido. Eu acho que meu dote mede uns 18 cm, duro. Tá bom, chega de apresentação. Logo, eu estava chegando em casa.
- Isso são horas de chegar Chris, já são 20h30- falou ela
- Mãe, tem horas que eu acho que a senhora esquece que eu tenho 20 anos, e que eu faço o que bem entender da minha vida- falei, enquanto abraçava meu irmão, mas por parte de pai- oi garotinho, o que você fez o dia todo- falei. Meu pai morreu, e deixou o meu irmão, Felipe, ou Filipinho, pra mim, que era o único da família. Passei a cuidar dele, e ganhei a guarda quando completei meus 18 anos. Ou seja, Filipinho hoje pode se considerar meu filho. Tem horas que eu preferia não ter meu irmão comigo, pois aos 20 anos, a gente gosta de sair, de dançar e de namorar muito, mas eu tinha que cuidar dele.
- Eu comi, fui pra escola, desenhei, e agora tô assistindo TV aqui- falou ele
- Que bom, você já jantou- falei, e ele só concordou com a cabeça- tá bom, então depois você vai dormir tá.
Logo estava no meu quarto. E fiquei pensando na vida. É muito ruim ter que trabalhar, e ainda ter uma criança sobre sua responsabilidade, pois eu nunca pudi viver a vida do jeito que eu quero. Eu nunca pudi exercer a profissão que eu queria, que era ser escritor. Certa vez, eu fui chamado pra um curso, na Inglaterra. Foi perto da época que meu pai morreu. Eu tive que recusar, pois eu não podia deixar meu irmão desamparado. Como eu queria não ter que viver essa vida assim. Queria não ter que trabalhar, nem ter ninguém junto comigo, sobre a minha guarda. Logo adormeci, e acordei às 08h30. Me arrumei, peguei o Filipinho, e o Gil, e fomos buscar o Fabrício no aeroporto do Galeão.
- Abaixa o volume disso ai Filipinho- falei, por causa de um jogo que estava fazendo muito barulho.
- Cara, eu tô te falando, a Ketlen é maior gostosona, não sei como você deu mole, agora bobeou dançou- falou ele, se gabando porquê tinha ficado com uma ex minha. Eu fiquei todo sem jeito, afinal nunca gostei de nenhuma namorada que tive, só ficava com elas porquê elas me pediam.
- Boa Sorte- falei, próximo ao aeroporto.
Logo saímos, e começamos a andar pelo aeroporto, atrás da bendita sala de desembarque. Logo achamos, e ficamos lá, esperando o Fabrício aparecer. Logo, o Gil começou a acenar como se tivesse visto ele, eu olhava mas não conseguia vê-lo.
- Tá ali, é aquele de camisa azul, oi Fabrício, cara que saudade- falou ele antes dele chegar.
Eu não podia acreditar que aquele era o Fabrício, o mesmo que tinha deixado o Rio de Janeiro à 10 anos atrás. Ele estava super gostoso, todo saradão, continuava moreno, bronzeado, e os olhos violetas inconfundíveis. Estava bem mais alto. Acabei até com calor depois de ver ele. Além disso, estava com uma roupa de marca, parecia bem caro.
- É ele mesmo- falou Gil- Fabrício meu irmão, que saudade- falou dando um abraço no irmão- Fortaleza fez muito bem a você ein- falou.
- Também estava com muita saudade de você- falou Fabrício- e Fortaleza é ótima. E pelo jeito, as pessoas não mudam né seu Chris. A mesma cara de quando tinha 10 anos- falou ele, apertando minha mão
- Já você, nossa, está completamente diferente- falei olhando naqueles olhos violetas, que penetravam até a alma da gente. Ele estava com a barba por fazer, o que deixava ele mais bonito ainda. Eu estava com muito calor, e estava prestes a fazer uma loucura. Mas me contive.
- E o quê mudou nesse Rio durante dez anos, o tráfego diminuiu pelo menos.
Logo, continuamos a conversa, mas neste meio tempo, Gil recebeu uma ligação.
- Alô
- Sim
- Eu não acredito
- Mas eu mal cheguei, não podem por outro não ein.
- Tá bom, tchau- falou ele com raiva
- O quê houve- perguntei
- Ocorreu um problema na empresa, vou ter que ir pra Cabo Frio hoje a noite, nem sei quando vou voltar. Ai eu nem acredito, que agora quando eu tenho sossego, vou ter que voltar- falou ele- é Fabrício, pelo jeito você vai ter que ficar sozinho ai ein.
- Pois é
Logo, chegamos na casa deles. O Fabricio tirou as suas malas, e o Gil começou a fazer as dele.
- E porquê você veio pro Rio- perguntei ao Fabrício.
- Um dos meus quadros vai ser lançado num museu daqui, e eu preciso estar presente. Além disso, houve um problema com a minha casa lá em Fortaleza, e eu tive outros problemas- falou ele, suspirando.
- Sei, e pelo jeito você anda fazendo sucesso como pintor, soube que seus quadros foram parar em Paris. Que chique ein!!!
- É, andam fazendo sucesso graças a deus.
Logo, o Gil saiu
- Tchau gente, volto não sei quando.
- Te vejo não sei quando- falei, rindo
- Ai, pelo jeito o humor não mudou mesmo né- falou Fabrício.
- Ainda bem. Ei, eu preciso ir também, o Filipinho tem que ir pra escola, e depois eu volto.
- Então esse é o famoso Filipinho, que tanto o Gil falava. Virou seu filho foi
- Praticamente
- Nossa, aos 20 anos. Imagine que deve ser barra, precisa de alguém você ein. Pega aqui Filipinho- falou ele, tirando um presente da mala.
- Nossa, que carro maneiro- falou ele, quando abriu o presente
- Como é que agradece Filipinho
- Obrigado- falou ele
- Desse jeito, vou começar a trazer mais presentes, só pra ouvir esse obrigado.
- Quê isso, nem sabia que o Gil falava dele. Pois é, eu preciso ir, então. Tchau- falei, olhando naqueles olhos hipnotizantes.
- Tchau- falou dando um aperto de mão hipnotizador.
Continua
Nossa, Fabrício o novo Galã da CDC. Votem, Comentem Por Favor Genteeeeeeeeeee. Valeu