Cap.53
- Este exame comprova que o senhor Tony de Oliveira, é portador do vírus HIV, e possui AIDS- ler isso, e escrever agora foi uma das coisas mais difíceis que já fiz na minha vida. Nessa mesma hora ele desabou em meu colo, e começou a chorar.
- Eu não acredito, eu não acredito- falou ele repetidas vezes.
- Calma, Eu tô aqui- falei, tentando tranquiliza-lo, mas a verdade era que estava prestes a abar também.
- Como eu vou me acalmar, como eu vou me acalmar, eu tô com Aids, Lucas- falou ele, me abraçando
- Você vai ter todo o meu apoio Tony, eu não vou me afastar de você. Nunca- falei, fazendo ele me apertar ainda mais. Mas logo percebi que ele estava tendo um crise de pânico. Ele começou a tremer, e a se debater. Eu o segurei
- Me solta, me solta- ele gritava, logo a mãe dele apareceu
O segurei, até que ele parou, e me abraçou novamente.
- Calma, Calma, eu vou te ajudar
- Fica aqui hoje, dorme aqui, eu não quero ficar longe de você.
- Tá bom Tony, eu vou ficar hoje aqui com você, mas se acalma tá. Tudo vai melhorar.
Eu estava tentando dar o máximo de apoio pra ele nessa nova fase da vida. Passei quase 3 meses praticamente vivendo na casa dele. Estava com muito medo dele tentar fazer alguma coisa contra si mesmo. Ele não estava bem. Mas eu tentei tirar esses pensamentos ruins da cabeça dele.
- Você já tomou seus remédios Tony- falei
- Ainda não
- Tony, não me faça de besta. Ai de você se eu descobrir que você não anda tomando esses remédios.
- Pra quê eu vou toma-los, não quero mais viver. Prefiro morrer.
- Não diga isso- falei- não sabe o quanto eu ficaria triste se você morresse. E a sua mãe. Pense em nós dois. Pense em todo mundo que você ama. Ninguém quer te ver num caixão Tony. Eu estou aqui nesta casa tentando te ajudar a mais de 2 meses e meio, e você, como recompensa, quer ir para um caixão, muito reconfortante. Ser aidético não é o fim do mundo. Você vai continuar sendo amado por todos, por mim, por todos os seus amigos. Deixa de coisa, vamos voltar a sair, a paquerar. Vamos pra balada hoje, é sábado.
- Ai, eu não tô com vontade
- Vamos logo, eu vou te dar um ataque de cócegas hahaha- falei, fazendo ele rir também.
- Tá, para, não kkkkkkkkk, tá bom. Tá bom, eu vou- falou
- Que bom, olha eu tenho moral com você, bom saber hahaha, agora vai, toma esses remédios, e vamos pra balada. Te veste, e fica bem bonito, que eu vou ligar pro Dani.
Estava afim de anima-lo, ficar 2 meses e meio na banheira é duro. O Dani se arrumou e veio pra casa do Tony.
- Essa tá legal- perguntou o Tony, mas o Dani respondeu por mim
- Tá ótima- falou ele entrando- oi amor
- Oi- falei o beijando- veste aquela azul.
Logo, estávamos todos prontos, e nós fomos pra balada. Chegando lá, percebi diversos olhares para o Tony, e para o Dani, me fazendo ficar com raiva as vezes. Dançamos, beberiquei um pouquinho, e aos poucos o Tony estava se soltando cada vez mais. Até que numa dessas, ele acabou tropeçando em alguém e caiu.
- Você não olha por onde anda não, olha só o que você fez- falou Tony, com raiva, mas mudou totalmente sua expressão de uma hora pra outra quando viu o rosto do rapaz.
NARRAÇÃO DO TONY DE OLIVEIRA(Gente, eu vou fazer a narração dele, mais pelos fatos que ele me contou viu, ou seja, algumas coisinhas são fictícias, mais em si, é tudo real)
- Você não olha por onde anda não, olha só o que você fez- falei, enquanto me limpava da bebida que tinha acabado de cair em meu corpo quase todo. De inicio tinha ficado com raiva, mas assim que vi o rosto da pessoa que tinha me derrubado, minha expressão mudou completamente. Ele era lindo. Era um garoto alto, de aparentemente uns 18 anos, um pouco malhadinho, branco, moreno, olhos azuis, um cabelo lindo, enrolado. Top, top, top. Eu nem acreditei que tinha gritado com aquele anjo.
- Ai, me desculpa- falou ele, dando o braço para eu me levantar- você está bem.
- Estou- falei meio travoso
- Oi, eu me chamo Félix
- Eu sou Tony, muito prazer
- Prazer também Tony. Eu sinto muito, quer que eu pague alguma coisa pra você
- Não precisa se incomodar
- Que isso, não me faça a desfeita, vamos, eu vou pagar um drink pra você.
- Tá bom
E então, sentamos ao lado do bar, e começamos a conversar.
- Eu não acredito que você tem 16 anos. Como conseguiu entrar aqui- falou ele
- O Dono da balada é amigo meu, ele me deixa entrar.
- Nossa. E você tem namorada
- Não. Já tive um namoradO- eu dei ênfase no O mesmo- mas acabei a pouco tempo
- Sério, você é gay. Então temos algo em comum. Eu também gosto de homens, mas não sou gay. Eu sou bi.
- Nem parece- falei maravilhado naqueles olhos azuis, que por um momento me deixou sem ação.
- Ei, você tá bem- falou ele rindo
- Tô ótimo. E você tem quantos anos mesmoRecém completados.
- Puxa, achei que você tinha 18. Quase acerto- falei rindo, mas logo o Lucas veio atrás de mim, dizendo que iria pra casa
- Eu e o Dani já estamos indo Tony- falou ele- você vai ficar- perguntou
- Vou, depois eu pego um táxi e vou pra casa, tchau Lucas
- Tchau.
- E então. Aonde você mora.
Passamos quase a noite toda conversando.
- Vamos- falou ele
- Mas já- falei
- Você sabe que horas são- olhei pro relógio nessa hora
- Meu Deus, já são 5h30. Nossa, vamos, minha mãe vai me matar quando eu chegar em casa- falei aflito- eu vou pegar um táxi e vou embora.
- Não precisa de táxi, eu te deixo em casa.
- Tem certeza, eu não quero atrapalhar
- Que mania você tem de dizer que não tem que atrapalhar, você não atrapalha, eu não tenho nada o que fazer, vamos logo.
E então eu entrei no carro dele, e fui direcionando o carro até a minha casa. Ele me disse que pertencia a família de um famoso político, bem odiado aqui do Amazonas. Eu até me surpreendi. Ele disse que tinha terminado um namoro a pouco tempo, porquê a menina descobriu que ele era bi. Disse que a mãe dele não aceitava direito essa ideia, mas o pai era quem mais o apoiava. Ele disse que já tinha ficado com diversos homens. E eu passei quase a noite toda admirando aquela pele linda, aquele corpo maravilhoso, aqueles olhos azuis penetrantes, aquele cabelo super enrolado. Nem percebi que tínhamos chegado em casa.
- É aqui- falei- tchau
- E então, você vai me dar seu número
- Claro, é xxxx-xxxx. Estou esperando sua ligação, tchau. Quero te ver de novo viu.
- Eu também. Tchau- me deu um beijo no rosto.
Entrei em casa pensando nessa noite “uau”. Logo que cheguei em casa, vi o Lucas andando pela casa.
- Agora que você chega, eu já estava ligando pra polícia sabia- falou ele- você não trepou com aquele rapaz não né.
- Não- falei- mas bem que eu queria.
Continua
Tony e Félix, que não tem uma mamy poderosa, talvez um avô poderoso. Votem e Comentem por favor. Valeu