Jamais esquecerei aquela cena, ver a pessoa que você amou por vários anos caída no tapete do quarto com os pulsos cortados, a lâmina do gilete do lado, toda suja de sangue.
Chamei o socorro, ela ainda respirava, fraco, mas respirava.
Diana devia estar na casa da mãe dela, depois da briga de ontem combinamos que melhor terminar, pois nós duas juntas não estava mais dando certo.
Para Diana eu tinha outra mulher por isso nosso relacionamento tinha esfriado, a verdade, era o ciúmes idiota que ela tinha me irritava e fazia perder o controle. Sério, quando estavamos na rua, para Diana todas as mulheres me olhavam e cobiçavam. Isso foi motivo de várias brigas entre nós.
Noite passada em uma festa de amigos uma amiga me apresentou uma prima dela, a moça me deu um beijinho no rosto, Diana a esbofeteou e as duas rolaram pelo chão, grudadas pelos cabelos.
- Chega, Diana. Amanhã quando eu chegar, não quero te ver na minha casa. Esse sei ciúmes tá demais pra mim, eu não aguento mais. - Sai para trabalhar.
Trabalho à noite, sou vigilante em uma empresa de alarmes particular. Se algum alarme instalados despara, eu aviso os vilantes que passeiam de moto nas ruas das casas contatadas com nosso serviço e eles vão verificar.
Nessa noite em questão era feriado, entrei às 23 horas no serviço. Tudo tranquilo até às 02:00 da manhã, quando vi na tela do computador um sinal vermelho, algum alarme estava disparado. Puxei o endereço, era o de minha casa.
Só estavamos eu e mais um segurança em atividade, o rapaz estava ocupado em uma ocorrência de rua, um homem tentou roubar uma caminhote em um dos bairros em que trabalhamos e ele pegou o rapaz em flagrante.
Eu mesma fui. Estava brava, na certa Diana estava querendo chamar atenção, ela sempre inventava alguma coisa, sua imaginação fértil chegava muitas vezes à beira da loucura.
Podia ter deixado de amar Diana, mas ainda nutria um sentimento muito forte por ela, vê-la naquele estado me deixou muito mal. Chamei rápido o socorro, enquanto esperava a ambulância chegar vi uma folha de caderno em cima da cama.
A carta dizia:
"Franciele a vida para mim sem você não faz o menor sentido. Antes de você surgir em minha vida eu era uma pessoa triste, você trouxe a felicidade que nunca conheci antes. Você não me ama há muito, eu sei, o seu carinho era suficiente para manter bem. Sinto muito não ter sido o suficiente para você, seja feliz agora com alguma dessas vagabunda que você pega!
EU TE AMO DIANA."
Terminei de ler a carta chorando muito, nessa hora o socorro chegou.
