Cap.6
Gelei na mesma hora. Como assim, ela tinha essa suspeita. Eu sempre tentei dar o mínimo de bandeira possível. Eu até pensei, em dizer logo. Mas lembrei do Gabriel, e como poderia ser difícil a relação dele com o pai dele, e preferi mentir.
- Não. Porquê a senhora achou isso.
- Porquê desde que você o conheceu não o larga mais. Até dormir na casa dele já foi, coisa que você só fez com a Giselle, e uma vez só. Se você estiver tendo alguma coisa com esse garoto, me diga. Eu não vou te expulsar de casa, nem te maltratar. Se você for gay, eu quero sinceridade André- falou ela, me deixando aflito. E agora, eu conto ou não conto. Ah, eu vou contar, minha mãe nunca escondeu nada de mim.
- Tá bom, é verdade- nessa hora ela suspirou
- Porquê você não me contou antes André. Eu detesto mentiras. Eu quero saber tudo o que acontece com você meu filho- falou ela, vindo me abraçar- eu não vou te criticar por você estar gostando desse garoto. Ser gay não é doença, se nasce assim. Eu não quero que você me esconda nada André. Nunca. Chame ele aqui, que eu vou dizer o que eu penso. Não precisam se esconder de mim. Espero que vocês sejam muito felizes
- Eu também. Mãe, por favor, não conta nada pra ninguém. Ele pode se prejudicar muito se alguém descobrir isso. Por favor
- Tudo bem meu filho, eu não vou falar nada.
Eu nem acreditava que a reação da minha mãe tinha sido tão positiva. Eu esperava que ela fosse falar alguma coisa. Logo, ela saiu, esperando eu tomar meu banho, mas antes de entrar no banheiro, ouvi novamente a porta se abrir.
- Mãe- falei
- Não André, sou eu- era o Danilo
- Oi Danilo, o que você quer- falei. Mas ouvi choros nessa hora- já está chorando de novo.
- Eu ouvi tudo, e fiquei me lembrando da minha mãe. Falando exatamente tudo ao contrário do que sua mãe falou. Como eu queria que ela tivesse a mesma reação que a sua mãe, que me entendesse, que me aceitasse como eu sou. Acho que isso nunca vai ser possível- falou ele, pegando na minha mão.
- Oh meu primo. Eu acho que a sua mãe, uma hora ou outra, vai te aceitar, como você é. Espera um pouco, tudo vai melhorar- falei
- Espero- falou ele, beijando minha mão.
- Eu tenho que tomar banho. E esperar o Gabriel vir aqui. Eu nem acredito nisso ainda- falei sorrindo.
Logo tomei um banho, e vesti uma roupa. E logo depois, ouvi a campainha tocar, era ele.
- O quê foi André, aconteceu alguma coisa- falou ele
- Sim- falei
- O quê houve.
- A minha mãe já sabe
- Do quê
- De tudo
- Eu não acredito, você contou. Como pode- falou ele, gritando
- Calma, ela não vai contar nada pro seu pai.
- É, eu não vou falar nada pro seu pai Gabriel. Eu apoio vocês dois, espero que sejam felizes- falou ela.
- Ai, ainda bem, meu pai nunca iria me aceitar- falou ele, me abraçando.
- Mãe, o Gabriel pode dormir aqui- falei
- Pode, mas se controlem ein- falou ela. Até me espantou, será que ela achava que nós já fazíamos alguma coisa, além de beijar.
- Tudo bem, vamos Gabriel.
Logo estávamos no meu quarto, e começamos a conversar.
- Ai Gabriel, eu nem acredito que ela nos aceitou. Que bom
- É mesmo, mas eu estou preocupado. Com medo de meu pai descobrir. Eu não quero nem pensar no que ele vai fazer comigo quando descobrir.
Passamos o resto de noite conversando, e acabamos dormindo. Acordamos umas 06h, pra nos arrumarmos e irmos pro colégio. Algum tempo depois, estávamos lá, e Giselle aparecia com Júlio.
- Oi garotos- dizia ela chegando
- Oi Giselle, eu preciso falar com você- falei
- Ok, Júlio, depois a gente se vê
- Tá bom- respondeu ele.
- E então André, o que você tem pra me contar...
- Minha mãe descobriu que eu tô namorando com o Gabriel.
- Mentira. E aí, o que aconteceu com você
-Ela aceitou
- Não. Que bom- falou ela me abraçando- agora você não vai mas precisar esconder isso em casa.
- É, mas o Gabriel tá com muito medo do pai dele descobrir. Ele diz que o pai é muito homofóbico, que não vai aceitar.
- Que pena. Agora é esperar, quem sabe o pai dele mude.
- Espero mesmo Giselle. Mas eu tô tão feliz.
Depois, a aula começou. Depois de um dia de aula chata, eu sai do colégio, e fui regressando até a minha casa novamente. Dessa vez, sem o Gabriel. Logo fui chegando em casa, e entrei.
- André- escutei a voz da minha mãe
- Oi Mãe- falei
- Eu tenho uma novidade pra te contar.
- Você vai poder enxergar
Continua
Nossa, o André vai poder enxergar. Votem e Comentem Por Favor. Valeu