PARTE 10
Eu tentava dar uma interpretação a última frase de Rodrigo. Com certeza ele queria dizer dos tempos de criança quando disse “saudades”. “Exatamente, ele queria dizer dos tempos de criança”, mas uma vez a voz na minha cabeça. Ele ficava mais constante com o passar do tempo. Balancei a cabeça para tirar esse pensamento dela. Não imaginava que mesmo depois de tantos anos ele ainda conseguisse mexer comigo daquele jeito.
“O primeiro amor a gente nunca esquece”.
- Cala a boca! Eu disse em voz alta, enquanto uma senhora dava um pulo do meu lado e depois me olhava com ar de desconfiança.
Resolvi acelerar ao passo até em casa. Cheguei lá e como e temia havia um envelope passado por baixo da porta. Pera ai! Não era um e sim dois. Peguei os no chão e abri um. Convite para o Show de Rodrigo. Abri o segundo e havia um bilhete. Uma bela letra que eu nunca havia visto antes. Dizia:
“Fabio, meu amor. Perdão! Perdão por ter saído assim naquela manhã. Eu não tinha o direito de ter te tratado assim. Não tinha o direito de te forçar. Só queria que saiba que eu me separei da Larissa e sei que temos assuntos inacabados. Gostaria de poder ter uns minutos a sós com você. Quero passar ai daqui a cinco diasquando chego de viagem. Se não puder ou não quiser me atender me liga ao menosé meu número. Te amo. Ângelo”.
Eu me deixei cair sentado no chão. Não era possível tantas coisas ao mesmo tempo. Henri, Lucas Ângelo e Rodrigo. O que eu faria? Fiquei sentado no silêncio por um tempo incontável. O único som que eu escutava vinha de dentro de mim. A mensagem era clara:
“ Você ficou tanto tempo deixando a vida decidir por você que agora não sabe como fazer escolhas próprias.”
Realmente o que eu tinha mais medo aconteceu. Ter de finalmente escolher. Nem sei que horas fui sair do chão. Só sei que já estava perto da hora de ir trabalhar como eu havia combinado. Ao abrir a porta para sair eu esbarro em Lucas do lado de fora.
- Ops. Desculpe cara. Eu tava com saudades e... vai sair?
- Tenho que trabalhar. – respondi.
- Ah... que pena, eu disse que iria sair para meus pais e imaginei de ficar ai contigo.
- Desculpe - eu tentava não olhá-lo nos olhos. Eles me deixavam mal por esconder o que eu fazia.
- De noite, mais de noite. Eu devo chegar pelas 00:00 o mais tardar. Eu te ligo.
- Beleza – ele disse mais animado. - te quero muito.
- Também – respondi.
Quando eu ia lhe dar um beijo escutamos um barulho de porta atrás dele e Lucas me empurra. Eu vejo um senhor de bigode e um tanto barrigudo saindo da casa de Lucas. Estava na cara que ele havia herdado a beleza da mãe. O pai de Lucas tinha uma cara de poucos amigos.
- Valeu cara. Depois a gente marca de sair então. - ele me disse estendendo a mão
- Ah... claro - respondi. - Bye
Eu passei acenando com a cabeça para o pai de Lucas. Ele não se deu ao trabalho de retribuir o gesto. Chegando na AIME eu não sabia o que fazer. Realmente não estava com saco para trabalhar. Acabei nessas horas saindo com um cara, mas foi na própria boate. Igual como eu fazia quando era garçom. Depois de um sexo oral que ele me fez eu me senti mais relaxado. Mas ainda assim não estimulado como imaginava. Fui ao balcão e usei parte do dinheiro conseguido com o cliente que eu nem sabia qual o seu nome e comprei uma bebida: licor. Hoje definitivamente eu tinha de ingerir álcool. O movimento estava fraco nesse dia. Logo não foi muito difícil ficar no balcão conversando com Felipe e Roccio enquanto o tempo passava. Roccio não tocou mais em Lucas e eu fiquei grato. 11:45 eu sai me despedindo do pessoal. Fui subindo as escadas até o apartamento e dei mais uma vez de cara com Lucas. Ele estava me esperando.
- Ta louco garoto? - eu disse - há quanto tempo está aqui?
- Eu sai pra dar uma volta. Tomei um sorvete e tudo mas não consegui e resolvi esperar aqui com medo de você me esquecer. - ele respondeu tudo rápido demais e já veio me beijando - eu tava com saudades de você.
- Calma cara - eu o segurei - relaxa. Ele respirou fundo e eu continuei: - Não sei se você devia estar tão ansioso comigo Lucas. Não é legal pra você.
- O que você quer dizer com isso?
- Nada. Só que eu acho que você não devia viver a vida por mim e...
- E o que? Fala cara. Ta tentando dizer algo à mais?
- Nada... esquece - agora fui eu quem o agarrei e entrei com ele no meu apartamento. Enquanto o beijava, apertei com vontade suas nádegas. Ele se virou de costas pra mim roçando sua bunda no volume das minhas calças.
- Eu quero você de novo dentro de mim. Por favor.
Eu me ajoelhei e arriei sua bermuda. Enfiei minha cara em sua bundinha. Lambia e mordia suas nádegas enquanto sentia o cheiro de sua pele. Eu já havia ejaculado com o cliente mas senti meu pênis enrijecendo mais forte que nunca só com o cheiro da pele desse garoto. Terminei de tirar sua bermuda e sua cueca. Levantei e tirei-lhe também a blusa. Fiquei um tempo admirando seu corpo nu. Dava para ver que ele estava constrangido perante meu olhar de desejo, mas deixou-se admirar. Seu corpo moreno, magro mas atlético era um colírio. Suas pernas traçadas e sua marquinha de sunga eram de tirar o fôlego. Seu pênis já estava armado apontando pra minha direção. Seu peito mostrava-se desejoso por beijos e apesar de seu rosto estar vermelho tinha paixão em seus olhos.
Me ajoelhei na altura de seu pênis e beijei a cabeça. Os pelos da perna de Lucas se ergueram. Mais um beijo e escuto um leve gemido. Chupo apenas a cabecinha. Com cuidado e delicadeza vou sentindo o sabor, o cheiro da região, o som de seus gemidos, o calor se seu pênis, abro os olhos e o vejo. Agora meus cinco sentidos estavam funcionando exclusivamente pra ele. Engoli seu pênis. Chupei com vontade, como alguém faminto atrás de comida. Eu tinha fome de seu sexo e sede de sua goza. Continuei chupando enquanto o segurava para ele não tentar fugir. Eu agarrava suas nádegas e o trazia para mais perto. Ele agarrava meus cabelos com força, parecendo que ia arrancar, mas não estava nem ai. O tempo foi passando e as chupadas ganhando mais fome e sede. Eu pensei que iria arrancar seu pau fora, mas ele também não parecia incomodado. Ele começou a movimentar os quadris como se estivesse penetrando minha boca. O ritmo foi aumentando e o calor também. Mais rápido, mais sede, mais fome, mais calor até que...
- Ahhhh... - ele gemeu.
Eu senti o líquido descendo minha garganta. Não tirei a boca, não sentia nojo. Bebi tudo de canudinho até a última gota. Quando tirei minha boca seu pênis estava limpinho, apesar de bem vermelho. Fui subindo lambendo-o de seu pênis, passando pelo seu peito, pescoço e boca. Conduzi ele até a cama e o fiz se sentar. Seu pau já estava amolecendo. Eu brinquei com ele um pouco até Lucas falar:
- Obrigado.
- Não há de que. Me ajoelhei em sua frente e apoiei a cabeça em seu colo. Ele ficou fazendo carinhos na minha cabeça e eu quase dormi de tão confortável que estava.
- Você parece distante - ele me disse – o trabalho foi ruim?
- Um pouco. - Ele me levantou e me deitou.
- Deixa eu cuidar de você - ele me disse isso enquanto tirava minhas roupas e me colocava de bruços. Ele começou a me massagear.
- Aprendi isso num curso de fisioterapia. Quero ser médico. Vou tentar o vestibular esse ano.
- Com essas mãos você vai longe. - eu disse enquanto suas mãos deslizavam por minhas pernas e desciam.
Ele segurou meu pé e começou por ali. Como era bom. Toda a tensão ia embora. Ele beijou e chupou meu dedão e eu ri pois nunca tinha imaginado isso. Ele riu também.
- Esse é meu fetiche. Não falei isso antes com medo de você me achar maluco. Mas agora estou mais confiante.
E ele beijava e lambia meus pés. Depois passou a massagem para minhas coxas e minhas nádegas. Lá ele as abriu dando uma lambidinha no meu cu que fez meus pelos atiçarem. Depois foi para as costas e o cansaço foi aumentando. Eu poderia dormir enquanto todo o meu estresse do dia ia sumindo. Ele se levantou e foi até minha cômoda e abriu a gaveta. De lá tirou o meu lubrificante e uma camisinha. Ele lambuzou dois dedos e os introduziu em meu ânus. Não incomodava em nada e ele deve ter percebido o quão rápido entrou. Ele encheu o interior de lubrificante e depois colocou a camisinha no pau. Subiu minha cintura e enfiou com calma. Seu pênis entrou rapidamente.
- Pode ir com mais coragem. Eu já seu mestrado nisso. - e ri.
A verdade é que seu pênis não era pequeno, mas um cu que já havia aguentado a pica de Caio da AIME não seria intimidado com o pênis mediano de Lucas. Ele começou a me penetrar. Era muito bom tê-lo ali. Ele que havia me dado de tão bom grado tinha o direito. Ele me comia com tanta vontade e eu estava adorando. Não era nada revolucionário mas era bom. Eu não gemi pois não estava afim. Não ia fingir, isso era para os clientes e ele não era um. Ele parecia estar ficando apreensivo e aumentou a pressão.
“Isso” pensei. “Mais força, mais raiva. Eu to te enganando, me maltrata que eu mereço”.
Nisso foram uma chuva se sentimentos. Culpa, por estar o enganando, raiva por esse garoto de pau normal ter tanto poder sobre mim, medo que ele descubra e não queira mais me comer. Dúvidas e mais dúvidas.
Me lembrei de Rodrigo que eu vou ver amanhã, e Ângelo que irei rever daqui a 5 dias. Dois homens que mesmo de forma diferente de Lucas, mexem comigo. Ricardo, Caio, Felipe, Adriano, Ramirez, tantos homens que já entraram e saíram de mim, mas que não conseguem fazer o que este garoto esta fazendo agora, com apenas 19 anos. Homens que não conseguiram fazer o que Rodrigo me fez com apenas 12 anos. Causar tanto impacto em mim que foi tão forte que durou 7 anos depois. Homens que não me deixaram tão confuso ao me dizerem “eu te amo” como Ângelo fez. Mas ao mesmo tempo, homens que não me deram motivos o suficiente para me fazer querer largar tudo isso já dito antes ao me dar a oportunidade de realização de um sonho como Henri fez. Passado, presente, amor trabalho, estavam todos em choque. Eu olho ao lado e vejo o espelho que uso para me arrumar de frente para a cama. Dava pra ver a cena nitidamente: eu de quatro e Lucas atrás de mim. Resolvi esquecer tudo e me concentrar no agora. Comecei a fazer pressão pra trás para o pau dele entrar com mais força. Mais força e mais rapidez. Fui sendo levado ao delírio. Lucas me abraçou por trás enquanto me comia. Parecia estar com medo de me perder. Será que ele sabia o que eu estava pensando. Não, mas ele sabia que eu estava distante. Devia estar com medo de me perder por eu não estar gostando. Eu comecei a sentir as pontadas na minha próstata e uma vontade louca de gemer como uma puta deu. Vontade essa que não pode mais ser segurada por causa das mãos de Lucas que invadiam meu corpo. Então eu gemi com vontade. Gemi e gemi até cansar, até dar um último urro de prazer quando gozei. Mais uma vez ele conseguiu me fazer sentir como na primeira vez em que gozei na vida: sem forças. Ele segura minha bunda e despeja seu sêmen dentro de mim.
Eu me sento e o coloco em meu colo. Nos beijamos mais uma vez. Por minutos ou horas eu não saberia dizer. Alisamos nossos corpos e nos beijamos loucamente. Paramos e ele olhou para o relógio.
- 01:00. Tenho que ir.
- Já?
- É. Não posso dormir aqui meu pai ia desconfiar.
Eu baixei a cabeça.
- Por favor não fique bravo. Eu vou contar a ele, mas espere um pouco.
- Eu não tenho o direito de lhe cobrar isso. - foi tudo o que disse.
- Não entendi.
- Mas eu sim. Não se preocupe, Todos temos segredos com alguém.
Ele com certeza continuou sem entender. Mas não falou nada. Nos limpamos e saímos. Eu me despedi dele e tirei mais um lençol para lavar. Fui dormir. De duas coisas eu estava certo.
1- Eu amava Lucas
2- Eu tinha que me livrar dos fantasmas de Rodrigo e Ângelo e desistir de um sonho se quisesse que isso desse certo.
A grande pergunta era: valia a pena? O cara não tinha coragem de encarar o pai. Eu não tinha coragem de dizer onde trabalhava - pra dizer a verdade essa vergonha de trabalhar a AIME tava começando a me incomodar pois eu nunca fui disso. Será que esse romance ia dar certo?
Uma coisa eu sabia. Amanhã a noite eu iria ver Rodrigo. Assim eu poderia saber melhor o que estava sentindo.