Por que você foi embora? V

Um conto erótico de LucasBH
Categoria: Homossexual
Contém 903 palavras
Data: 16/12/2013 21:09:05
Assuntos: Gay, Homossexual

Pessoal, ainda não tinha agradecido o comentário de vocês e quero de verdade agradecer a todos que leem e comentam. Valeu mesmo, é isso que motiva a continuar escrevendo.

Ainda estou na fase de introdução da estória, contando o passado, e logo chego na parte atual.

Espero que estejam curtindo, porque eu tô curtindo muito escrever.

Brigadoooo

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Como se não bastasse ouvir desaforos daquele senhor, que era quem pagava meu salário, o dia todo, além de entregar os convites do casamento do homem que eu amo, ainda fui obrigado por Guto a estar em todos os momentos. Sim, porque não bastava apenas ser funcionário da empresa, Gustavo ainda queria me encaixar no papel de seu melhor amigo, o que me tornou seu padrinho de casamento.

A ficha só caiu, se é que caiu, quando me coloquei no lugar de padrinho numa luxuosa igreja de São Paulo. Aguardando a chegada da noiva, presenciei Gustavo bem a vontade no papel de noivo, ainda que eu me segurasse pra não chorar a todo momento.

Marcela entrou linda na igreja, com o vestido mais lindo que vi até hoje. Após uma linda cerimônia, eles se encaminharam para Paris na lua de mel e eu percebi que nesse momento eu não era nada.

Mesmo me perguntando por dias o que eu queria com esse relacionamento, seguia insistindo nisso. Acho que nem Freud entendia. Meu irmão, adolescente, vivia me perguntando o porquê da minha tristeza e só conseguiu descobrir quando a foto de Gustavo e Marcela, noivos, no jornal. No papel de conselheiro, Daniel tentava de várias formas me fazer desistir de um relacionamento sem futuro, mas eu não conseguia. Não tinha forças pra me livrar dele, tamanha minha dependência.

Após três dias de lua de mel, ele resolveu ligar, depois de várias e várias mensagens que mandei e fiquei no vácuo:

- Nuno.

- Oi Gustavo. Que saudade.

- Pois é. Tá tudo muito corrido aqui.

- Imagino, amor. Quando você volta.

- Tô ligando pra isso mesmo. Devo ficar por aqui por mais uma semana, mais do que eu havia planejado.

- Algum problema?

- Nenhum. Só acho que está muito bom ficar fora dos problemas.

Nesse momento eu me senti um dos problemas.

- Entendi.

Meus olhos cheios de lágrimas não conseguiam mais me deixar pensar. Ele estava claramente fazendo sua escolha e eu era rejeitado, mais uma vez.

- Tô ligando pra você desmarcar os compromissos que eu teria na semana que vem.

- Claro.

Eu preocupado e sentindo sua falta e o contato dele era só por causa da sua agenda.

- Preciso desligar, Nuno. Até mais.

- Divirta-se, patrão.

Desliguei antes que eu fosse envolvido por ele, como sempre foi e ainda é. Me deitei e comecei a pensar em tudo. Tudo mesmo.

Daniel estava se tornando um homem e eu precisava ser um exemplo pra ele. Minha faculdade, meu irmão, a busca pelo meu pai... Tudo isso tinha se tornado menor do que Gustavo. Ele tomava mais da metade da minha vida e isso não era justo. O amor que eu sentia por ele começava a ser questionado e eu precisava aproveitar esse tempo.

No mesmo momento em que dúvidas brotavam, Raul começou a se aproximar mais. Sua relação com meu irmão era perfeita e a cada dia ele demonstrava mais carinho por mim. Paciente, passou a não insistir mais nas perguntar quanto ao meu relacionamento, o que facilitava nosso contato.

Suas visitas passaram a ser frequentes e isso amenizou minhas dificuldades com a falta de Gustavo.

A coragem estava surgindo e tudo estava sendo preparado. Juntei os documentos necessários para buscar um estágio na área de medicina, afinal não poderia ficar sem grana, mas já entendia que o melhor a fazer era sair daquela agência. Aguentar seu Antônio nem era o problema, mas a presença de Marcela, a esposa feliz e satisfeita, não seria bom pra mim.

Tudo tinha um efeito surpresa. Enquanto Raul me encorajava, mesmo sem saber do que se tratava, eu agilizava as coisas pra tentar ficar independente.

Raul, após uma carona depois da aula até a agência, pediu para ir ao banheiro e o levei até o andar em que eu trabalhava. Era o dia da chegada de Gustavo e ele teria um compromisso em meia hora.

Tratava-se de uma reunião importante em que seu pai também estaria, com certeza. Levei Raul até o banheiro e fiquei o esperando na porta do mesmo.

Pelo burburinho que começava a surgir, pai e filho já estavam chegando. Por medo da minha reação ao vê-lo, decidi entrar no banheiro e esperar Raul terminar de usar o mictório. O encontrei lavando as mãos, enquanto me olhava com certo susto, percebendo meu princípio de desespero:

- O que foi, Nuno?

- Nada demais. Só resolvi te esperar aqui dentro.

- Nuno, você sabe que eu te respeito muito não é?

- Sei, por quê?

- Porque eu preciso fazer uma coisa e peço já desculpas.

- O que você...

Antes que eu pudesse terminar ele me beijou. O beijo foi bom, incrível. Me senti amado, como há tempos não estava me sentindo. Foi tão bom que prolongamos o tempo e nem nos atentamos ao barulho dos Lamberi entrando no banheiro.

Tudo muito rápido, ouvi apenas o grito de Gustavo e o soco que ele deu em Raul:

- Que putaria é essa?

Raul, no chão, me olhava com surpresa ao perceber que não o defendi. Da cara de nojo de Antônio até a raiva de Gustavo, não conseguia dizer nada.

CONTINUA...

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Comentários

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Serião. Que ódio desse Nuno.

Será que tem pessoas assim? Sim. Pior que deve ter. Pelamor! O cara não está nem aí para ele e ele fica dando um de cachorrinho. Agrrr! Nojo desse Nuno.

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Ele tem que dar um fica em Gustavo que só está usando ele!!

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Mto ansioso pela continuaçao cara, entao nao demora :)

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Acabei de ler todos os capitulos e adorei o seu conto,bom demaaaais

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mt bom....affff esse Gustavo é um babaca

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Incrível demais. O conto está perfeito cara.

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