Amor Não é Matéria de Cursinho - Aula 8: Calor

Um conto erótico de Kevin
Categoria: Homossexual
Contém 3511 palavras
Data: 18/12/2013 13:09:01

Olá, pessoal!

Trazendo aqui o oitavo capítulo da história. Obrigado a todos que me deram as boias vindas de volta!

Boa Leitura! (contato: mackevincdc@hotmail.com)

***

CALOR

Calor é, basicamente, energia. Essa energia se manifesta, e todos sabemos disso, na temperatura. Quanto mais calor um corpo recebe, mais quente ele fica.

Calor cria caos, agita moléculas, queima. Alguns podem dizer que deixa-nos mais ativos. Eu, particularmente, odeio dias quentes. Não gosto do Sol, aquela grande bola radiante e cancerígena. Claro, do ponto físico e químico, o Sol é simplesmente espetacular. Talvez eu concorde com “O Cortiço” de Aluísio Azevedo: o Sol e o calor tornam as pessoas mais quentes, mais propensas ao impulso, ao instinto, à carne...

Calor é energia em movimento, de um lugar para outro, como se procurasse qualquer coisa fria para tentar aquecer. Nem sempre dá certo. Joules e calorias podem ir embora e não cumprir sua missão. Todos ficam frios no final, o ambiente, os objetos, as pessoas... E o calor? Para onde ele vai?

Dissipado, por aí, qualquer lugar.

E nós, se dependermos sempre dele, morremos congelados em algum lugar com nossos sentimentos e nossa carne antes tão quentes.

***

_É enorme, Thiago! – eu disse quando o resort entrou no meu campo de visão.

Era uma hora da manhã, estava escuro, então não dava para ver muito bem, mas com a iluminação, percebia-se que o local era realmente muito grande. Estávamos numa vã com mais umas cinco pessoas que também passariam os dias lá na Costa do Sauípe.

_E é lindo! Vou te levar para ver tudo. – disse Thiago ao meu lado.

Ele passou o braço em volta de mim e me deu um beijo do lado do rosto.

Aqueles dez dias seriam livres. Digo, eu não iria suprimir minha relação com Thiago ali, num lugar afastado, onde muito dificilmente eu acharia algum parente ou alguma pessoa que eu não gostaria que soubesse da minha sexualidade.

O motorista deixou cada passageiro em seu hotel. Havia várias classes de hotéis, e nós fomos os últimos a ser deixados, juntos com dois outros passageiros, um casal, provavelmente.

A recepção era linda, claro. Havia vários sofás e uma mesa com biscoitos, café e chá. Fomos até o balcão, onde uma moça mulata nos atendeu. Tivemos que passar pela burocracia, assinar documentos e etc. Ao final, recebemos uma pulseira que indicava que éramos maiores de idade, logo podíamos usufruir do bar do nosso hotel. Claro que a moça ficou receosa de me dar aquela pulseira, mas minha identidade comprovava que eu não era um adolescente de 14 anos, como ela achava. Além das pulseiras, recebemos um cartão magnético para abrir o quarto.

_Ah... que fome. – eu disse.

_A ceia está sendo servida neste momento. – disse a recepcionista.

_Hum... ceia. Ok. – eu não sabia realmente o que era aquele tipo de ceia.

_Vai lá, gatinho. O restaurante é lá em baixo. Vou acompanhar o cara da bagagem para pôr tudo no lugar certo e já volto. – disse Thiago dando-me um selinho.

Desci as escadas e achei o restaurante. Pude ouvir o barulho das ondas do mar que estava ao longe e senti o cheiro salino. A brisa era suave e passava por mim como dedos gélidos. Decidi esperar por Thiago antes de ir comer. Sentei-me de frente para uma mesinha redonda, sob um grande guarda-sol. Fechei meus olhos e quase cheguei a dormir. Acordei com um toque terno no meu braço. Virei-me e vi que era meu Thiago. Ele havia tirado seu casaco e agora estava apenas com sua camiseta branca, calças jeans e tênis. Eu, por outro lado, ainda tinha meu moletom preto sobre o corpo. Meu cabelo havia crescido nos últimos meses e eu não o encurtara. Cortara meu cabelo apenas para desfiá-lo e fazer com que as pontas ficassem desconectadas. Isso dava ao meu cabelo um estilo moderno e o deixava num tamanho confortável, não passando da nuca, mas não muito curto também. Por isso, ele balançava com o vento litorâneo.

_Você é tão lindo, Kev... – disse Thiago.

Levantei-me e abracei-o.

_Você é bem mais, acredite. – eu disse baixinho – Obrigado por tudo isso, Thiago.

Ele deu uma leve risada e disse ainda abraçado a mim:

_Você não me deve agradecimento, já que não me deixou pagar, Kev. Outra coisa: que tal você me chamar de uma forma mais carinhosa?

_Hum... Titi, então? Ou Ti? – falei antes de rir – Não gosto de apelidos, Thiago.

_Pode me chamar de amor. Ou de bem.

_Vou pensar no seu caso. – na verdade, eu me via ridículo usando aquelas expressões.

Dei um selinho nele.

_Vamos comer? – chamei.

E fomos. Além de nós, havia mais três casais comendo. Provavelmente, eram poucas as pessoas que comiam naquela hora. Eu mesmo não gosto, mas estava com muita fome naquele momento.

Subimos alguns andares para chegar ao nosso quarto. Passei meu cartão magnético na porta e entramos. O quarto era quase todo em madeira. Não era enorme, mas era mais que o suficiente para nós dois. Havia uma enorme cama de casal com lençóis e travesseiros brancos com uma TV tela plana de quarenta e tantas polegadas. Havia um frigobar, um banheiro com um balcão e um grande espelho. Havia também um sofá cama e uma varanda que tinha uma vista para o mar. Tudo era perfeito.

_Vou tomar um banho. – eu disse.

_Tudo bem. - disse Thiago.

Entrei no banheiro e tirei minhas roupas. O chuveiro já estava na modalidade quente, e a vazão dele era muito boa, na minha opinião. Nem pouca água, nem muita. Tirei todo o peso da longa viagem com a água quente escorrendo pelo meu corpo. Saí do box e enrolei uma toalha na cintura. Saí do banheiro e abri uma mala para pegar o secador de cabelo.

_Bom, minha vez agora. – disse Thiago.

_Ah... tudo bem se eu usar o espelho do banheiro para secar meu cabelo? O Box tem um vidro opaco, então...

_Claro que pode, Kev. – Thiago chegou perto e disse no meu ouvido – Você poderia até entrar no Box comigo.

Corei na hora, mas não respondi. Ele riu e foi para o banheiro. Quando entrei de novo, ele já estava debaixo do chuveiro. O vidro da porta do Box tinha uma colocação turva esbranquiçada. Dava para ver levemente a forma corporal de Thiago. Aquilo me deixou nervoso. Foquei na minha imagem do espelho e na minha missão ali: secar o cabelo.

_Então... por que essa necessidade de garotinha de secar os cabelos, Kev? – disse Thiago em seu banho.

_Não é coisa de garotinha! Se eu não secar, posso amanhecer gripado, e você já imagina o quão legal vai ser ter um parceiro doente aqui, nesse lugar.

_Ok, ponto pra você.

Terminei e logo depois Thiago saiu do Box com uma toalha também amarrada na cintura. Seu corpo claro e definido com algumas gotas de água escorrendo, admito, deixou-me meio aturdido. Eu penteava meu cabelo quando ele chegou atrás de mim e deu um beijinho em minha nuca que me fez arrepiar.

_Já disse o quanto esse corte combinou com você, Kev? – ele perguntou.

_Se disse, não me importo de ouvir de novo. – eu respondi.

Seu cabelo estava parcialmente seco e bastante bagunçado. Ele provavelmente secara ele com a toalha.

_Vem cá, vou secar seu cabelo. – eu disse, pegando um banquinho para ele se sentar.

_Não preciso dessas coisas, Kev.

Apontei o secador para a cara dele como se fosse uma arma.

_Você não tem escolha, querido.

Nós rimos e ele se sentou. Sequei sei cabelo e dei uma arrumada, mas só um pouco, porque eu gostava mesmo de seu cabelo bagunçado. Peguei minhas roupas e disse que me vestiria no banheiro. Ele foi se vestir no quarto. Coloquei um short de dormir que era razoavelmente curto (não curto do tipo vulgar) e uma camiseta branca bem folgada e confortável. Escovei os dentes, saí do banheiro e fui até a cama quando me deparei com um Thiago apenas de shorts. Ele estava jogado na cama com travesseiros sob seu pescoço e assistia televisão. Engoli em seco. Já havia dormido com Thiago, mas sempre em sua casa, onde outras pessoas residiam. Ali estávamos apenas nós dois. E ele era tão lindo...

Acordei dos devaneios e sentei-me na cama. Ele deu um tapinha no monte de travesseiros que ele fizera para que eu deitasse ao seu lado. Fiz o que ele queria.

_Para quê esse tanto de roupa? – ele disse com um sorriso malicioso.

_Na verdade, é você que tá com falta. – eu retruquei – Não acha que vai ficar com frio sem camiseta?

_Você me aquece, então. – ele disse chegando mais perto.

Nossos lábios se encontraram e, automaticamente, Thiago me puxou e colou seu corpo no meu. Senti nossas línguas se tocando e, de vez em quando, ele mordia meu lábio. Eu ria um pouco quando ele fazia isso.

Nesses momentos, o calor flui e ficamos equilibrados. Vários pontos de contato permitem que a energia de um atravesse a pele do outro, as roupas, e tudo parece ficar mais quente. E há momentos em que a energia começa a ficar excessiva...

Thiago colocou-se sobre mim. Uma de suas pernas ficou entre as minhas. Eu poderia sentir e descrever cada parte de seu corpo naquele momento. Ele desceu o rosto e beijou meu pescoço. Suas mãos foram descendo, chegando até minha cintura e, posteriormente, alcançou minhas nádegas. Seu corpo era perfeito, com seus braços definidos sem ser muito grandes, seu abdômen trincado, seu peitoral largo em relação ao abdômen e seu membro debaixo do tecido do short que agora eu sentia roçar em minha coxa esquerda. Eu passava meus dedos pelo seu cabelo curto e loiro com uma ansiedade estranha que eu nunca havia sentido.

E então eu percebi que tinha que parar.

Dei um toque leve no peito de Thiago e desviei o rosto de seus beijos. Ele percebeu que eu queria parar e deitou-se ao meu lado. Eu estava ofegante, ele também respirava mais fundo.

_Desculpe. – eu disse um pouco envergonhado.

Thiago virou o rosto para mim e deu um sorriso caloroso.

_Não precisa se desculpar, gatinho.

Fiquei um tempo olhando para o teto, até que ele chamou:

_Vem aqui.

Ele indicava para eu deitar mais próximo dele. Cheguei mais perto e ele passou seu braço em volta da minha nuca. Deitei de lado e coloquei uma mão sobre seu peitoral, acariciando-o, sentindo os pelos lisos e claros, quase invisíveis. Ele desligou a TV e deu um beijo em minha cabeça, já que seu rosto estava acima do meu.

_Boa noite. – ele disse.

_Impossível ser ruim assim. – eu disse já com os olhos fechados.

E dormi.

***

O dia seguinte foi bastante agitado. Começou com um café da manhã bastante farto. Thiago saiu um pouco mais cedo e pediu para que eu o esperasse. Eu nem imaginava que ele alugaria um carro do próprio resort.

_Antes que você diga alguma coisa, como sei que você vai dizer, Kev, devo avisar que já paguei o aluguel para 10 dias. – disse Thiago quando vi o sedã alugado.

Eu poderia citar alguns argumentos, como o fato de existir um ônibus que passa por todos os lugares do resort e é completamente grátis e rápido, ou o fato de podermos simplesmente andar a pé, já que os locais nem eram tão longes uns dos outros. Mas, se eu fizesse isso, ficaria parecendo uma vadia ingrata, então fiquei quieto e aceitei o desejo de autonomia proveniente do resquício machista na essência de Thiago.

Ia ter uma sessão de hidroginástica na piscina do hotel e eu decidi que queria participar. Foi bastante divertido, os animadores faziam o trabalho muito bem, com atividades diversificadas, divertidas e interativas. Havia muitas famílias hospedadas, mas também havia grupos de amigos. Eu podia ver pessoas de todas as idades e todos os tipos. Eu até que me sentia incomodado com as inúmeras mulheres turbinadas que secavam meu namorado. E era impossível não olhar: Thiago estava sem camisa e, pior, usava uma sunga azul escura do tipo shortinho. Isso, junto com seu corpo extremamente bonito, sua pele clara, seu cabelo loiro escuro e seus olhos castanhos, poderia matar qualquer um de calor instantâneo. Eu preferia usar um short de banho azul claro, não tinha segurança o bastante para usar uma sunga. Claro que não poderia faltar o estranhamento de algumas pessoas ao ver nós dois juntos “demais” em certas ocasiões. Thiago parecia não se importar. E sinceramente, nem eu.

Ficamos na piscina até a hora do almoço, que foi no hotel mesmo. Depois, para descansar, fomos jogar sinuca. Quando íamos começar o jogo, dois caras chegaram e, como as outras mesas estavam ocupadas, jogamos em dupla. Eu e Thiago contra os dois. Infelizmente para qualquer adversário meu, eu sou imbatível em sinuca, fruto de muita prática. Os três bebiam Stella Artois enquanto eu fiquei no suco mesmo. Odeio cerveja e nunca fui muito de beber.

Os dois disseram que iam jogar bola com uns conhecidos mais tarde, e chamaram-nos para ir também. Thiago me consultou e eu concordei, embora não fosse jogar junto. Ele propôs irmos à praia até o horário do jogo. Jogamos frisbee e tomamos banho no mar, além de namorarmos um pouco numa piscina natural mais isolada.

A hora do jogo chegou e fomos para o campo que era fora de nosso hotel. Thiago e eu fomos no carro alugado (desnecessariamente) até o local. Ele foi sem camisa mesmo e apenas com um short esportivo. Eu fui com uma bermuda bege e uma camiseta branca. Ao chegarmos, sentei na arquibancada.

_Joga também, carinha! – disse um dos caras que jogaram sinuca conosco.

“Carinha...” pensei. O mundo inteiro tinha que pensar que sou um menino.

_É, Kev. Vai ser legal, mesmo se você não jogar bem. – disse Thiago com um sorriso zombeteiro.

Dei um sorriso cínico para meu namorado.

_Acho que vou passar essa. Desculpem. – eu disse para o pessoal que se preparava.

_Falta só um para completar o time. Você pode ficar atrás, na defesa. – disse um cara com um pouco de barriga de chope.

Ok, eles estavam me subestimando. No passado, eu era o típico nerd que não sabe, de maneira alguma, chutar uma bola. Em um certo momento da vida, revoltei-me com essa característica e decidi aprender a jogar futebol, custe o que custasse. Quando você aprende a jogar, fica bem divertido. Eles provavelmente achavam que eu não jogava nada. E é justo, tenho cara e corpo de quem não joga.

_Sendo assim, eu jogo. – disse a eles.

E começamos. Fiquei atrás, como disseram para eu fazer. Thiago ficou no time adversário ao meu. Seria interessante. Primeiro eu mostrei que sabia pelo menos fazer alguma coisa ao tirar a bola de um cara que avançava para o gol. Coisa simples. Repeti o processo algumas vezes.

Até que Thiago decidiu avançar, já que ele estava no ataque do time adversário. Ele foi chegando rapidamente chutando a bola e passou por uma área livre. Ele vinha diretamente para mim, como se fosse um desafio. “Não acredito nisso...” pensei na hora. Não hesitei, previ o movimento e fui para o lado que ele foi, conseguindo tirar a bola, mas dessa vez eu iria para o ataque. Fui chutando a bola para frente e correndo. Ouvi gritos para que eu passasse a bola para alguém, mas eu ia mostrar que jogava bem. Ignorei os pedidos de passe e avancei mais, até que deparei-me com dois jogadores da defesa adversária, os quais driblei e fiquei com apenas o goleiro na minha frente e uma manada de jogadores correndo atrás de mim. Vi um jogador do meu time um pouco distante, mais para a lateral do campo. Eu tinha menos chance de fazer gol, já que estava de frente para o goleiro. Cheguei mais perto até o goleiro avançar sobre mim e passei rapidamente para o jogador ao lado, que finalizou o processo. Foi um belo gol.

O meu time gritou em comemoração, e quando olhei para trás era tarde demais, um mol de homens suados e sem camisa veio para cima de mim. Senti tapas nas costas, braços em volta do meu pescoço e vários tórax me esmagando. Ouvi alguns dizendo coisas que expressavam a surpresa de alguém como eu saber jogar. A multidão se dispersou e restou Thiago me olhando de longe com um sorriso desafiador. Mandei um beijo para ele como resposta ao desafio. Ele riu e o jogo recomeçou.

Ao término da partida, já eram sete da noite. O pessoal começou a sair da quadra. Um jogador alto e muito bonito, com cabelo bem curto com corte militar disse:

_Parabéns, hein, menino. Tu joga bem.

_Ele tem 18 anos, acredita? – disse Thiago meio zombando de mim.

_Putz, sério!?

_Sério. – eu respondi.

_E vocês são parentes? – o jogador perguntou.

Eu nunca havia pensado no que dizer quando uma pessoa viesse perguntar algo desse tipo. Será que eu deveria dizer “namorados”, ou será que Thiago preferiria não ficar como gay perto dos outros homens, meio no qual ele se encaixava muito bem. Não tive tempo de pensar direito, pois Thiago respondeu quase que imediatamente, como se o cara tivesse perguntado algo super simples e cotidiano.

_Somos namorados.

O cara alto ficou olhando para nossas caras esperando um sinal de que aquilo era só uma brincadeira para zoar com ele. Eu fiquei estático e Thiago sorria tranquilamente.

_Ah... hum... sério?

_Não é verdade, Kev? – disse Thiago olhando para mim.

Olhei para o jogador e sinalizei que sim com a cabeça. Eu estava estranhamente constrangido com a situação, e o cara também parecia estar.

_Saquei. Legal. Falou aí. – disse ele indo embora.

Ficamos olhando ele sair do campo, até que estávamos só nós dois.

_Então quer dizer que meu namorado nerdão sabe jogar futebol. – disse Thiago repentinamente me puxando para si.

_Tantas coisas que você não sabe sobre mim... – eu disse sensualizando.

Ele riu e me deu um beijo. Saímos dali e fomos para nosso quarto no hotel para tomarmos banho e jantar. Mais ou menos no centro do resort existe uma cidadezinha com aspecto colonial, com várias lojinhas e restaurantes de várias nacionalidades. Thiago decidiu que seria comida mediterrânea naquela noite, e eu, como sempre, concordo com qualquer coisa. Demos uma volta pela cidadezinha, comprei algumas coisas.

Quando chegamos ao quarto novamente, eu estava morto. O dia foi tão agitado e quase não paramos um segundo sequer.

_Não vai trocar de roupa? – perguntou Thiago tirando as suas e colocando um short.

Eu já estava de olhos fechados. Balbuciei alguma coisa ininteligível e não me mexi. Thiago se jogou na cama me deu um abraço de urso. Gemi com o aperto e ri um pouco. Ele tirou minha camiseta, deixando-me apenas com a bermuda com a qual fui à cidadezinha. Dormimos abraçados, meu rosto bem próximo de seu pescoço, inalando a mistura perfeita de perfume e cheiro corporal de Thiago.

***

_Já vou descer, Kev! – disse Thiago em voz alta.

_Ok, já vou atrás! – respondi.

Era manhã do dia seguinte e eu estava no banheiro, terminando de escovar os dentes e lavar o rosto. Ouvi a porta batendo. Chequei meu celular e respondi uma mensagem da minha mãe. Ia saindo quando lembrei de pegar o protetor solar. Thiago já deveria estar lá embaixo tomando café da manhã. Saí e avancei pelo corredor. Ouvi o som do elevador parando no andar e a porta se abrindo. Um carregador de bagagem apareceu com um carrinho cheio de malas.

_É o quarto 403. – disse uma voz que parecia familiar.

Eles estavam vindo da direção oposta. Ao chegarmos perto, foi como se todo o som se extinguisse e como se o ar fosse embora. Apolo e Aquiles estavam na minha frente. Paramos os três e nos encaramos.

_Hum... senhor? – disse o carregador de bagagem à Aquiles – Tudo bem?

Ficamos em silêncio. Uma mulher chegou atrás deles e quebrou a mudez de todos.

_Por que vocês estão parados aqui? Vamos, meu bem. – ela disse dando um empurrãozinho em Aquiles.

Então ela era a mãe de Apolo. Ela finalmente me viu e perguntou ao marido e ao filho:

_Vocês conhecem esse garoto?

Eu estava paralisado demais para revoltar-me mentalmente por ela me chamar de garoto. Aquiles finalmente disse:

_Esse é o professor Kevin.

_Ah! É você então, ouvi seu nome uma porção de vezes e... – ela foi interrompida por Aquiles que a pegou pelo braço e a levou. Apolo e eu trocamos um último olhar e ele se foi junto com a sua família.

Fiquei estacado no corredor, olhando para o nada.

“Como pode... por que eles...?” pensei. Era muita coincidência. Muito azar. Eu me sentia gelado, como quando se está doente. O ambiente também parecia mais frio agora, embora o sol estivesse radiante lá fora.

Como eu disse, o calor parece ser bastante covarde. Basta um abalo, apenas um, e ele vai embora. Aquele resort parecia, para mim, um meio isolado, sem trocas de calor com o meio de fora. Mas eu estava enganado. Apolo chegou como um martelo, quebrando a cúpula que me servia de calorímetro ideal.

Sem aviso, sem alarme, o calor se foi, deixando-me em um paraíso gelado.

-Continua-

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Comentários

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Kevin? Jura que sumiu, man? Tudo bem. Raiva dessas pessoas que começam a publicar histórias incríveis e somem de uma hora para outra. Decepcionado.

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Não acredito que decidiu parar de publicar no ápice da história?! Poxa, cara! Muito triste contigo. Imagino que o tempo é escasso, mas tenta dar um jeito. Por favor, autor!

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Oi cara tudo bom gosto do seu conto espero a continuaçao abraços

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Oi cara tudo bom estou aguardando a continuaçao do seu conto abraços

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Oi cara tudo bom estou aguardando a continuaçao do seu conto abraços

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Kevin seu contos são ótimos. A narrativa também, mas você demora muito para postar isso da aos leitores como eu que li todos os se contos hoje uma ausência. Isso parece que você deixa nós leitores em segundo plano.

Procure postar mais seguidos os contos. Eu comecei a ler ontem e ontem mesmo eu ja terminei, mas vêm a questão "e o resto?"

Gostei muito do seu conto. Abraços e aguardando resposta e o próximo capítulo.

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Kevin estava #Flutuando com o Amor de Thiago(Gasoso), estava todo Derretido por Thiago(Líquido), já estão em um Relacionamento Fixo(Sólido), e para acabar de Vez com o Sossêgo, aparece o Gasoso(Apolo), o Sólido(Aquiles), e a Líquida(Mãe do Apolo) ! Ai ai Férias conturbadas !

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Já prevejo que esses dias vão ser turbulentos, cuidado pra não se machucar e não machucar ninguém.

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Muito bom, cara! Ansioso para ler a continuação, por favor, não demore a publicar... Caso contrário vou te caçar em qualquer lugar,haha.

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Poxa situação complicada hein!! Mas o Kevin não vai evolui o relacionamento com o quando com o Thiago?!

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Bom demais. Nossa espero que o Kevin supere isso que ele sente pelo Apolo e fique com o Thiago.

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perfeito como sempre...adoro sua forma de escrever...

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Cara...eu amo o seu conto, tipo, ele é um dos melhores daqui e eu estou ainda na campanha #professorKevnaminhaescola

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