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Entramos. Eu demonstrando estar tranquilo mas só encenação, estava morrendo por dentro, a sensação de medo era enorme e ele ficava me analisando como se estivesse tirando raio-x de mim. Quando ele se virou foi o tempo de eu perguntar sussurrando para o Marcus se ele estava pronto, ele fez que sim com a cabeça. Seguimos seu pai até o escritório, apenas nós três.
- Então, fiquei sabendo de umas história e vim até aqui saber a verdade da boca de cada um. Quero que respondam apenas com sim ou não, depois cada um fala - e começou... -. Vocês são muito amigos?
- Sim - respondemos.
- Amigos há muito tempo?
- Sim.
- Vocês mais que amigos... É... São namorados? - nessa hora não sabia o que responder, mas não éramos, então respondi a verdade...
- Não - mas só eu respondi, Marcus ficou calado e começou a chorar calmamente, eu sei que não deveria, mas aquilo doía em mim, o abracei na hora. Só senti a força do pai dele apertando meu braço para nos soltar, eu o larguei e levei um tapa no rosto, com o tapa me encostei na parede, o Marcus tentou me ajudar mas seu pai o empurrou.
- Tu nunca mais tocar no meu filho, sua bicha - eu me recuperei e estava indo embora, não por medo, mas aquela guerra não era minha, estava só de apoio. Quando ia abrindo a porta o Marcus começou a falar.
- Não! Espera, trick.
- O que tu pensa que vai fazer, Marcus? - falou o pai dele com as mãos na cintura.
- Eu cansei de me esconder. Eu sei que o senhor não pediu filho gay, e eu também não pedi pra ser gay, entenda. E nunca mais trate o Patrick mal, ele me deu mais amor do que você, "pai"... - fez uma pausa e continuava chorando e o pai lhe olhando em choque, e continuou - Não, nós não somos namorados. Sim, eu sou gay. Sim, eu o amo. Não, eu não vou mudar por causa dos outros. Não, eu não tenho vergonha... Era isso que você queria, PAI?
Naquela hora eu senti um orgulho imenso, ele foi capaz de se assumir para o pai, coisa que nem eu tinha feito ainda. Mas minha felicidade se transformou em medo e ódio ao ver o seu pai dando um soco nele, o que fez ele cair, bateu a cabeça no chão e apagou, corri ao seu encontro e tentei acorda-lo, não adiantou. O pai dele estava parado com um olhar de desamparo e chocado, eu comecei a pedi ajuda e ele nem se mexia. Marcelo abriu a porta e percebeu a situação, correu até onde estávamos e me ajudou a levá-lo até seu quarto. O deitamos e Marcelo foi atrás de álcool. Demos álcool para ele cheirar e logo acordou. O abraçamos muito, depois ele tomou um remédio para dormi porque estava com dor de cabeça. Marcelo ainda estava no quarto.
- Patrick, é... Obrigado por não deixar ele na mão. Mal's por brigar contigo, eu nem deveria ter chamado nosso pai, foi um erro. Mas eu continuo não aceitando esse relacionamento de vocês, ele é muito criança pra decidir se é isso que ele quer.
- Olha Marcelo, cê já fez muita merda, mas essa conversa foi necessária para ele saber a verdade, não era a hora certa mas já aconteceu, lamentar não adianta mais. E sobre tu não aceitar e ele ser criança, tu tá totalmente errado. Tu não tem que aceitar nada, só respeitar. E o Marcus não é mais uma criança, o tempo não vai fazer ele deixar de sentir atração por homens.
- Tá bom, Patrick. Eu vou falar com o meu pai, pode ficar aí com o mano, o pai não vai te querer aqui, mas eu vou dizer que tu já foi.
- Valeu...
Ele saiu do quarto e eu tranquei a porta para evitar mesmo. Naquela hora eu sabia que o pai dele iria tentar algo para nos separar, que ele não aceitaria ou respeitaria nem a nossa amizade, estava tentando me preparar para o que viesse mas era difícil, com o Marcus incapaz de me dar amparo, com o Carlos longe, o Edu e meu irmão ocupados, eu estava me sentindo sozinho mais do que nunca, teria que ser forte por mim e pelo Marcus. Quando você pensa que está tudo se resolvendo aí que as coisas começam a dar errado mesmo.
Dormi com o Marcus e ele acordou no meio da madrugada perguntando o que tinha acontecido depois da briga, eu contei e compartilhei o que achava que aconteceria em diante, era uma hipótese minha mas falei para ele porque ele conhecia o pai que tinha e eu queria saber também.
- Ele vai querer que eu more onde eles estão morando agora, eu não vou ter escolha, vou ter que ir - começou a chorar abraçado em mim. Ficaria sozinho de vez agora, então comecei a chorar junto, aquilo era demais pra mim, não saberia como tocar em frente, mas iria conseguir porque prometi que seria forte por nós dois.
Ele começou a beijar meu pescoço e falou "vamos aproveitar que temos esse tempo por favor". Foi difícil "me animar" para que aquilo acontecesse, mas realmente tínhamos que aproveitar.
Nos beijavamos com amor e com calma, como se o tempo estivesse lento quase parando e nós aproveitavamos cada milésimo. Não tinha camisinha e o lubrificante foi um hidratante de pele que tinha ali.
Estava apertadinho já que ele estava um tempo sem transar. Comecei a forçar, demorou um pouco mais entrou tudo, coloquei suas pernas no meu pescoço e comecei a me movimentar com calma mas intenso. Ele me olhava com um sorriso e eu sorria para ele também. Foi tudo muito romântico aquele dia, gozei dentro e ele gozou na minha mão. Certamente, aquele sexo dizia muito mais do que prazer e tesão, era uma despedida, uma demonstração de amor.
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