Começaram a chutar minha cadeira, comecei a rir alto, todos olharam para mim e o professor Thales se levantou e disse:
— Henrique, o que há?
— Nada professor e que me deu de repente um frio na barriga e eu comecei a rir.
— Você sabe que não costumo fazer isto, mas da próxima vez vais rir fora de sala.
— Tá bom, tá bom — falei ainda meio que rindo e maneando com a cabeça.
— Olha lá, hein!
João derrubou algo e falou por entre a fresta da cadeira:
—Menino! Tu tá doido? Queres que ele desconfie é? — Falou meio que rindo. — Ajeita essa prova para eu ver direito! — Ele se levantou. Ai que eu me encolhi com a prova mesmo.
Terminei a prova e fiquei com a cabeça baixa, ainda tinha um horário de química para pensar. Pensei em todas aquelas loucuras, como o Guto (como ele gostava de ser chamado) entrou no meu quarto? Meu Deus, como ele é louco e engraçado! Soltei um sorrisinho. E aquele olhar do Ricardo, o que foi aquilo? Mordi meu lábio inferior e soltei um suspiro quando sinto alguém tocar minhas costas.
— Você está bem? — Era o professor Thales.
— Sim, sim, só estou descansando a vista.
— Tudo bem.
Ei, ei espera uma coisinha... Aonde aqueles dois mocinhos foram ontem? Que dia horrível! Estava totalmente desorientado! E sem tecnologia, só com meu “bugoso” computador e o telefone da sala.
A campa bateu sai de meus devaneios profundos e reflexivos. Me despedi de Thales e fui até a secretária, atrás da “Catatal”, hahahaha, abri a porta e a professora Dira estava com os outros professores: Dandara Nunes, Daiana Formiga, Otávia Grandesvila, Armando Pinheiro, Leonardo Mathias, Bernardo Vasconcelos, Nilsa Xavier e Julio Cerrado - (Língua Portuguesa/Literatura; Artes/ Ens. Religioso; Geografia/ História; Física; Matemática/ Geometria; Biologia; Filosofia e Ética; Edc. Física).
— Licença, Professora Dira, gostaria de falar com a sra, por favor.
— Pode falar... — falou com antipatia e desdém comendo sua mousse de chocolate, com uma metade de morango sobre este.
— A sra. poderia me trocar de grupo, por favor?
— Não — falou direta.
— Mas é que Julieta, Paula me querem no seu grupo! — falei suplicando.
—E Viviana? — perguntou me encarando.
—Ela pode se adaptar com o “meu grupo” provisório — disse, com um olhar aflito.
— Irei ver! Mas creio que não será possível.
“Vadia”, pensei.
— Tudo bem. Tchau professores — disse com um sorriso no rosto.
— Tchau! — retribuíram com a mesma simpatia. Menos Dira e Julio.
(— Um doce ele não é mesmo?
— E como.) continuou uma conversa paralela na secretária. E percebi que Julio fizera gesticulações.
— Henriqueeeeee!!!!!!!!!!! — Comecei a mancar rápido pelo corredor da quadra para a área. — Volta aqui!!!!!!!!!! Seu filho da mãe!!!!!!! Pensou que ia fugir das minhas lágrimas é? — Pulou em cima de mim quase me derrubando.
— Ai, meu Deus socorro! Uma baleia caiu em cima de mim! — falei rindo.
Todos nos olhavam. — Meu Deus todo mundo tá olhando para gente! Falei fazendo meio que uma careta de espanto.
— Tô vendo! Graças a ti!
— Menina, esse garoto é doido mesmo! Nem sabe passar cola, a gente chuta, chuta, chuta a cadeira dele e ele começa a rir!!! A rir !!! Meu Deus, tô orando por ti, viu? — Falou João se metendo em meu abraço e de Ana. Eu me lembrei comecei a rir, Ana olhou para mim e começou a rir da minha cara. Ai que a atenção veio mais para gente, hahahahahahaha.
— Sério? Cacete! De rocha tu fizeste isso mesmo? Meu Deus que mico garoto!! — disse Ana vermelha como um camarão.
— Ah, foi sem querer, sei lá foi sem querer. Tu já tás falando gíria, Ana? Pelo amor! — Ela me olhou revirando os olhos. Entramos na área onde ficam as mesas e sentamos em cima delas.
— Ainda escondeu mais a prova !! — me olhou como se me fuzilasse— Que crime não ajudar as pessoinhas!
— Bem que tu sabes que és pessoinha, hahahahahaha.
— Achei ofensivo, tchau — Fingiu que ia embora.
— Ei, Jó, volta aqui — falamos Ana e eu, num coro.
— Nem ia mesmo — falou Jó rindo.
A campa bateu. Mas como era nossa educação física ficamos lá, até que o professor Julio falou:
— Mochinha, você não pode ficar aqui, vá para sua sala Ana Sales.
— Tudo bem, já vou. — falou a Ana. Enquanto eu e João ficamos com cara de tristeza.
— Como a cidade está seca, vocês não podem fazer exercícios. Vamos para sala. Vamos fazer algumas anotações.
— Ah não !!! — Todos falaram como um protesto geral, esta cena se repetia pela segunda vez neste mesmo dia.
— Ah, sim! Parem com isso e vamos!
Ele passou um texto enorme sobre os cuidados que devemoZzZzzZ ter quando jogamos futebolzZzZz.
— Que chato isso, pelo amor de Deus! — Eu, sussurrando.
— Ele não tinha mais nada para passar? — Esther.
— Ei vocês parem de conversar! — exclamou ele da sua cadeira.
Nós tivemos mais quatro aulas até sermos liberados, Biologia ( tínhamos um trabalho sobre os Reinos, vírus e a fisiologia Animal) que escolhi fazê-lo sozinho. Trabalho de Filosofia e outro de Ética ; o de Filosofia era sobre as terias criadas no séc XIX. Ética seria de como vivemos em sociedade e as regras que nos regem.
Em Geografia começamos os aspectos de cada continente. E Histórias estávamos vendo sobre os representantes do Brasil desde quando éramos colônia; uma atividade de pesquisa sobre o período colonial até o período da República Velha .
Bateu a campa e sai falando com Esther sobre a maquete:
— Deixa que eu faço a maquete sobre os reinos e separo as falas. Tu faz o slide, tá bem? — Falei indo até a saída junto a Esther, me despedi dela. Caminhei e fui até um ponto de táxi, só costumo usar táxi a partir do meio-dia como diz meu pai “Brasília pode ser muito perigosa, prevenção sempre...”Espaço do Autor:
Bom, voltei !!!!! Espero que tenham gostado deste capitulo, que é um elo de ligação (dia-dia do Henrique). Obrigado aos meus leitores anônimos e aqueles comentaram nos meus últimos contos. Obrigado Thiago Silva e Kyryaq por demonstrarem em cada conto como estão gostando.
Beijos e abraços a todos